– Oi Gabriel, o que está fazendo aqui? – Quando Gabriel ia responder eu tomei a frente.

– Eu o chamei. – Disse dando ombros. – Voltem ao que estavam fazendo. – E o puxei para se sentar no outro sofá. Eu não sabia muito bem o que ia fazer, só queria que Pablo notasse o que estava acontecendo.

– Mel, você está ficando louca? – Pablo perguntou confuso.

– Não, por que? – Perguntei inocente.

– Não sei, desde ontem você está assim, você odiava o Gabriel, agora o chama para casa? Não estou entendendo nada. – Pablo falou com uma cara no mínimo curiosa, eu estava me segurando para não rir.

– Por quê? Não posso simplesmente chamar quem eu quiser? – Perguntei.

– Pode sim, tanto faz. – Gabriel só estava nos olhando enquanto tínhamos essa patética discussão.

– Se isso servir de consolo, nem eu sei o porquê de ela ter me chamado. – Gabriel disse olhando para Pablo, confuso.

– Tudo bem, deixa quieto, ele já está aqui mesmo. – Falei dando de ombros. – Então vamos assistir a um filme ou fazer alguma coisa, o que decidem?

– Filme. – Todos responderam ao mesmo tempo.

– Ok, que filme? – Perguntei.

– Sei lá, coloca qualquer um, menos terror ou tortura, por favor. – Sidney respondeu.

– Tá. – Falei indo procurar um DVD, como eu sou uma ótima amiga, ela me pediu para colocar, então eu coloco, certo?

Coloquei “O Grito”, aquele filme era muito besta, pelo menos para mim, no começo estava tudo as mil maravilhas, até a mulher de o grito aparecer, assim que ela começou a fazer suas maluquices, Sidney gritou. Todos nos assustamos e olhamos na sua direção, ela estava encolhida nos braços do Pablo, que só ficava rindo dela.

– Mel, tira isso dai agora. – Ela falou com os olhos fechados.

– Vocês querem assistir? – Perguntei a Pablo e Gabriel. Os dois se entreolharam e assentiram. – Ok. Que o filme continue. – Continuei, voltando minha atenção a TV e voltando a rodar o filme.

Eu senti uma vontade louca de comer pipoca, perguntei se eles queriam, todos assentiram então eu fui para a cozinha, peguei dois pacotes de pipoca e coloquei um deles no microondas. Fiquei de frente com a pia me apoiando com os braços, até que sinto alguém me agarrando por trás, já sabia ate quem era, Gabriel é claro. Ele começou beijando meu pescoço e me arrepiando toda, me virou, olhou nos meus olhos e sorriu. Ficamos alguns segundos nos olhando, quando um barulho nos despertou, o microondas avisando que o tempo tinha acabado, até o microondas atrapalhando, eu mereço. Revirei os olhos e ele riu, me deu um selinho e se afastou para que eu pudesse pegar a pipoca, peguei e coloquei a outra, e fiquei procurando algo para colocar a pipoca, achei e assim que abri comecei a comer.

– Como você é afobada, a pipoca deve estar quente e você ai comendo. – Gabriel falou me alcançando novamente.

– É lógico cabeção, eu acabei de tirar ela do microondas se você não viu. – Falei batendo na testa dele.

– Ai Mel, para.

– Como você é manhoso Gabriel. – Ele me deu língua, eu revirei os olhos e ri. – E a propósito, o que está fazendo aqui?

– Assim que você saiu, eles começaram a se beijar, não queria ficar de vela. – E fez uma careta. – Eu prefiro ficar aqui, com você sabe.

– A claro, como você é safado Gabriel, tudo isso foi uma desculpa para vir pra cá, seu besta. – Falei batendo no braço dele, e ele gemeu, droga Mel, o braço doente de novo. – Ai desculpa Gabriel, foi sem querer. – Falei sentindo pena dele.

– Não, tudo bem, eu sei que foi. – E então eu o beijei, e novamente o microondas apitou, mas dessa vez não ligamos e continuamos, até que ouvimos outro barulho, só que dessa vez muito pior. Era o Pablo que estava nos olhando junto a Sidney que estava quase rindo, mas ele estava sério, muito sério.

– Posso saber que porra é essa aqui na cozinha? – Gabriel estava calado com os olhos arregalados, então eu novamente tomei sua frente.

– Um beijo ué. – Falei dando de ombros.

– Mel não brinca comigo, e você, que disse que era meu amigo? Pegando minha própria irmã, não sabe quantos anos ela tem? – Falou exaltado.

– A mesma idade que minha amiga tem e você continua com ela, se toca Pablo, não vem querer botar moral aqui por que você não tem nenhuma. – Falei segurando a mão de Gabriel e passando ela pela minha cintura.

–Pablo olha pra mim. – Ele a olhou e ela prosseguiu. – Você não pode falar nada, por que, olha como estamos, você é apenas irmão dela e não dono, se acalma e depois vocês conversam, vamos. – E então ela saiu puxando-o de volta para a sala. Ele foi, mas continuou olhando para trás. Quando finalmente o perdemos de vista eu olhei para Gabriel que ainda estava assustado olhando para a porta. Fiquei estalando meus dedos na sua frente até que ele acordou.

Olhou para mim e eu estava rindo da cara dele.

– Era pra isso que você queria que eu viesse? Pra acabar com a minha amizade com seu irmão? – Perguntou revoltado.

– Senta aqui. – Falei ficando séria.

– Não quero. – Respondeu aumentando seu tom de voz.

– Senta agora Gabriel. – Falei também aumentando meu tom de voz. Ele fez uma careta e se sentou. – Se acalma, me deixa explicar.

– Fala. – Falou ríspido.

– Eu não sei o que tinha na cabeça, mas ele nos pegar aqui na cozinha não foi culpa minha. Me desculpe, e sabe, eu queria logo que ele soubesse, não queria ficar escondendo, mas não era assim que eu queria que as coisas acontecessem. Eu apenas queria sua companhia. – Falei abaixando a cabeça, realmente eu não queria que isso acontecesse, se por acaso a amizade deles acabar eu vou me culpar pela vida toda. Após ouvir aquilo, sua expressão se suavizou um pouco.

– Não sei onde eu estava com a cabeça para gostar logo da irmã do meu melhor amigo, eu sou um idiota, desculpe ter falado assim com você, não é culpa sua. Vem cá. – Me puxou pelo braço e me deu um abraço apertado, ficamos ali por alguns minutos desse jeito até que alguém entrou na cozinha, olhamos na direção e era o Pablo, ele estava esquisito, bem vamos ver o que ele quer. Ele chegou perto de nós dois e eu soltei o Gabriel, parecia que ele queria conversar, então sai dali e fui para a sala, onde Sidney estava parada e sentada, eu cheguei quase chorando de medo de algo acontecer, e me deitei no colo de Sidney.

– Amiga, não chora, vocês também hein, não deveriam ter dado tanta bandeira. – Sidney me repreendeu.

– Eu sei Sid, eu não queria que isso acontecesse, agora os dois estão lá dentro, tenho medo do que possa acontecer.

– Se acalma que eu falei umas coisas pra ele, não vai acontecer nada, acredite em mim.

– Se você diz, quero muito acreditar nisso.

– Ta bom, sem paranoia ok? – Eu apenas assenti pensando no que será que eles estavam conversando até agora, não estavam nem a cinco minutos conversando e eu estava achando aquilo uma eternidade. Até que escutei alguém me chamar da cozinha. Eu fui para saber o que queriam, cheguei lá Pablo me olhou sorriu e saiu, eu não entendi nada, apenas fiquei parada esperando Gabriel se pronunciar, pelo menos ele ainda estava inteiro, sinal de que não teve briga, pelo menos isso. Ele não se pronunciou, minha agonia estava aumentando a cada minuto, então eu decidi falar.

– Me fala, por favor, criatura, o que aconteceu? – Ele me olhou e sorriu.

– Não sei direito, nós conversamos, eu disse o que sentia por você, e resumindo, estamos todos bem. Agora vem aqui que eu quero comemorar. – Falou me puxando pela blusa, e começou a me beijar, mas dessa vez foi diferente, mais selvagem, ele me sentou no seu colo e começou a apertar minhas coxas com um pouco de força, e ia subindo a mão até minha blusa, eu não estava conseguindo parar aquela loucura, eu queria, mas não conseguia. Até que ouvimos alguém entrar novamente.