Finalmente era o dia em que eu freqüentaria o clube de Jardinagem, bom, eu estava com frio na barriga, espero que tenha algo interessante para se fazer. O sinal para o intervalo depois da terceira aula tocou e eu não queria perder tempo. Saí correndo da sala, direto para o Jardim para ver se alguém do meu clube precisava da minha ajuda. Curiosamente, tinha alguém ali. Era um rapaz que parecia ser um pouco mais velho do que eu e muito mais maduro. Seus cabelos e olhos eram verdes, e o jeito que ele olhava para as flores perto da estufa me dava à impressão que se eu dissesse alguma coisa, estaria o interrompendo de forma muito rude, igual ao do Castiel. Porém, ele notou minha presença sem que eu precisasse dizer nada.

- Olá. Você deve ser a aluna que está no Clube de Jardinagem. As flores estão num estado lamentável, devo dizer, estão completamente murchas e precisa de sobrevivência o mais rápido possível. Temos muito trabalho a fazer por aqui.  – Nossa ele foi direto ao assunto, ele nem esperou eu me apresentar

- Olá. Eu me chamo Alice. Se tiver algo que eu possa fazer pra ajudar, é só me dizer. Eu me inscrevi no Clube de Jardinagem, então não sei qual a situação das flores. – Temi que pudesse dar algo errado, nunca tive boas mãos com plantas. 

- Não sei se vamos conseguir salvar todas. Você sabe quem está no comando desse clube? –Ele coçou a cabeça de tanto estresse, ele estava muito aflito.

- Não sei não, desculpe. Eu me inscrevi nesse clube tem poucos dias. Quando cheguei aqui, achei que você poderia ser meu chefe. – Ele ficou me olhando nos olhos. Vendo ele assim de perto, ele era realmente muito bonito. E com um sorriso no rosto parecia até normal. Brincadeiras a parte, ele não era de se jogar fora, mas ele acabou sorrindo

- É verdade, me desculpe, estou mesmo um pouco nervoso. Meu nome é Jade, estou fazendo um curso profissionalizante de botânica. – Ele cumprimentou apertando minha mão – Raramente eu venho aqui para ajudar o clube sempre trago para que o Jardim precise de adubo, terra, fertilizante e muito mais.

- Entendi, bom, o que você quer que eu faça? – Ele pegou um bloco de notas e anotou várias coisas que era preciso, em seguida ele arrancou a folha e me entregou.

 – Pronto! Esta tudo aqui, só quero que você tragas sementes, fertilizante, terra e adubo para as flores, espero que eu não esteja te atrapalhando em algo – Ele me entregou o dinheiro – Bom, se você for muito menos do que isso, pode ficar com troco

- Obrigada! Vai ser um prazer em te ajudar, eu volto o mais rápido possível – Eu sair correndo para rua, então tive que dar a volta em quatro quarteirões ate acha uma loja de plantas. Minutos  depois eu voltei ao Sweet Amoris indo diretamente para o Jardim, e Jade estava impaciente e andando pra lá e pra cá – Aqui Jade, conseguir tudo!

- Graça as Deus! Achei que não chegaria a tempo – Ele pegou todos os itens possíveis – Bom, tem mais alguma coisa a te pedir... Eles pediram para algum membro do clube entregar essa figueira e uma mimosa dentro do colégio! E como você é a única... você faria esse favor? Eu vou esta muito ocupado – Que sacanagem! Fiquei vários minutos achando algo para as flores e chego morta de cansada e ainda me pedem para fazer um bendito favor! Mas não vou ter que reclamar. Peguei as duas plantas e entrei ao Sweet Amoris, só não sabia o que fazer com elas! Fique parada que nem uma barata tonta em pé nos corredores na Sweet Amoris e todo mundo me olhava! Por acaso estou com uma melancia na cabeça pra chamar atenção? A primeira coisa foi entrar numa sala de aula que estava vazia, só não sabia o que colocava! A Figueira ou a Mimosa? Em seguida Castiel entrou na sala de aula com o celular na mão, acho que ele ia fazer uma ligação, então ele ficou incomodado

- Ei! Será que você podia sair? Eu tenho uma ligação importante e particular para tratar – Ele fez cara feia pra mim

- Estou ocupada não esta vendo? – Respondi com grosseria

- Pouco me importa o que você esta fazendo, agora sai daqui – Ele gritou

- Não vou os incomodados que se mudem – Castiel ficou inquieto e de braços cruzados me encarando de braços cruzados, ele me deu um maior gelo, parecia que ele ia me fritar viva, eu me amedrontei e sair bem rápido da sala.

Novamente fiquei nos corredores com as plantas na mão, eu estava irritada e estressada com esse troço, pra piorar ainda tive que suportar a “simpatia” do Castiel. Em seguida Nathaniel se aproximou de mim e ficou curioso

- Oi Alice! Porque esta segurando estas... Atchim – Nathaniel espirrou tão alto que eu chegue a me assustar, por pouco quase deixei os vasos de plantas caírem ao chão. E depois ele começou a espirrar sem parar

- Nossa Nathaniel! Você esta bem? – Eu fiquei olhando para ele um pouco preocupada

- Essas... Essas... Atchiiiiim... Essas plantas com pólen... Atchiiiimmmm... Me dão alergia – A única planta que tinha pólen era a mimosa que eu estava segurando, e Nathaniel estava com nariz todo vermelho de tanto espirrar. Então eu me afastei dele. Durante uns minutos tive a idéia de colocar a figueira na sala do grêmio e a mimosa numa outra sala de aula onde não estaria o Castiel.

Eu fiquei exausta e minhas costas doíam e ficavam com uma dor de cabeça tremenda, e estava a fim de tomar um analgésico. Encostei-me à parede e fui deslizado ate sentar ao chão e inclinei minha cabeça para cima olhando para o teto. De repente fui abortada por uma garota alta que estava com microfone nas mãos, ela inclinou bem na minha frente e fiquei bastante confusa, parecia que ela era a jornalista da escola, o nome dela era Peggy, de acordo com seu crachá, então eu me levantei.

- Com licença! Você sabe algo a respeito sobre um suposto “fantasma” que ronda a escola de noite? – Ela inclinou o microfone na minha direção e eu fiquei sem reação e de olhos acessos

- Fantasma? Que fantasma? Não estou sabendo nada disso! – Essa história estava bem estranha! Como assim um fantasma que ronda a escola de noite? Fantasmas não existem

- Por isso mesmo estou te perguntando! Câmeras de segurança da escola flagraram algo suspeito, um vulto que anda pela escola a noite, e a Diretora e os professores acham que algum bandido invade a escola... Por isso mesmo eu te pergunto se você sabe algo a respeito, vai ser uma matéria de primeira para o meu jornal

- Então esta fazendo pergunta para pessoa errada, não sei de fantasma algum, agora me dá licença – Eu tirei o microfone dela da minha direção, mas ela insistiu

- Tem certeza? Eu sempre descubro algo, eu vou ao fim desse buraco – Ela me olhou de uma forma bem aterrorizante e eu fiquei perplexa

- Já disse que não sei de nada! E outra! Fantasmas não existem, agora sai da minha frente – Eu me irritei e empurrei-a para o lado.

Queria ficar um pouco sozinha! Eu fui ate o fim do corredor e me sentei na escadaria apenas relaxando! Encostei os cotovelos nos degraus e inclinei a cabeça novamente para cima. De repente eu ouço um barulho de porta se abrindo sozinha, eu olhei para o lado direito e tinha uma porta semi aberta. Confesso que nunca vir o que tinha lá dentro. Eu me levantei e me aproximei bem devagar da porta, eu abrir e me deparei com um porão bastante escuro, não dava pra ver nada. Mas dava pra ver que tinha uma escada, mas não conseguia encontrar o interruptor nessa escuridão! Eu fui descendo a escada bem devagar, quando de repente tropecei nos degraus e rolei a escada abaixo, então desmaiei no chão!

Horas depois eu acordei e o porão estava escuro, eu estava sentindo uma dor muito forte na cabeça e no pescoço, mal conseguia ficar em pé... Eu achei a escada do porão e fui subindo e então tentei abrir a porta quando de repente descubro que estava trancada! Eu procurei o interruptor e liguei a luz do porão e olhei para trás e tinha várias coisas espalhadas, muitas caixas, bolas de basquetes e vários pôsteres de rock, eu fiquei surpresa, eu olhei para o relógio do meu pulso e vir que já tinha anoitecido! Como assim anoiteceu? Eu fiquei desmaiada o dia todo? E agora? A escola deve esta fechada e eu estou trancada no porão! Como alguém pode ter trancado o porão sem perceber que eu estava desmaiada aqui? E agora? Vou ter que passar a noite aqui!

Continua...