Já se passaram alguns dias desde que me separei do Armin, ele ainda continua ficando com a vadia da Íris que armou tudo pra me separar dele, mas como o Armin é um tapado, ele não quer acreditar em mim. Eu finjo que não me importo, mas na realidade isso me machuca por dentro, acho talvez ainda eu goste dele, porém eu cansei de chorar pelos cantos, eu estou tentando superar essa dor, graças aos meus amigos e minha família que estão me dando apoio.

Eu havia acabado de chegar ao colégio Sweet Amoris, e pelo visto todo mundo já não me olhava com desprezo devido acharem que eu trair o Armin, mas na verdade foi tudo uma confusão armado pelo Dake e pela Íris, pelo menos o Dake se desencanou e me livrei dele, e com certeza deve ter voltado para Austrália da onde nunca deveria ter saído. Enfim, parece que finalmente meus colegas de escola esqueceram o que passou. Eu entrei em sala de aula e fui assistir três aulas de história com o professor Faraize.

Ambre, Li e Charlotte estavam sentadas na frente, Castiel sentava nos fundos com os pés apoiados em cima da carteira, ele não estava nem aí pra as aulas. Eu estava sentada no centro junto com a Kim, Violette e Alexy. Eu olhei para trás e vi o Armin sentado na fileira no canto da parede á direita perto dos fundos, ele não parava de olhar pra mim com uma expressão bem séria. Eu virei o rosto rapidamente e me senti entristecida, o Armin ainda mexia comigo, ele não saia da minha cabeça por nada e acho que no fundo ele sabe que não sou uma má pessoa, na realidade nunca fui, ele só foi uma vítima igual a mim.

As aulas haviam acabado mais cedo. Sair de sala com muita pressa e fui andando pelos corredores, quando de repente eu vi um cachorro correndo pela escola e fiquei perplexa. Nunca tinha visto animais aqui na escola. Bom, eu não liguei, mas eu me esbarrei com a Diretora, ela estava com um cara de dar medo.

– Senhorita! Porque você não tentou segurar o meu cachorrinho! O meu querido Totó... Se ele fugir será sua culpa! Você verá as consequências! – A Diretora havia gritado comigo.

– O quê?! Mas eu não fiz nada, eu estava parada aqui quando ele passou – Eu estava tremendo de medo.

– Silêncio! Encontre o Totó, porque se não... – Puxa, Eu que achava que ela era simpática, mas eu me enganei. Porém eu não tenho culpa se essa velhota deixa o cachorro escapar, e, aliás, desde quando podem ter animais aqui na escola? Acho que ela é a única que quebra essa regra. Depois ela foi embora e me deixou bastante irritada, e agora? Aonde será que aquele cachorro foi parar? Era só que me faltava.

Bom, eu fui vagando pela escola inteira procurando esse bendito cachorro, aff, que merda, eu estava exausta e ainda tem isso pra piorar meu dia. Fui até o pátio e encontrei Castiel parado em pé feito uma pedra, e claro, fui falar com ele pra ver se ele tinha visto o Totó.

– Castiel! Você viu um cachorro passar por aqui?

– Não me diga que você está procurando aquele cachorro da Diretora.

– Sim, a diretora ficou louca e me obrigou a encontra-lo.

– (Risos) Não é nada surpreendente vindo daquela velhota com seu pulguento. Então boa sorte pra você.

– Você não vai me ajudar?

– Ora, foi ela que te obrigou! Então se vire sozinha.

– Argh... – Revirei os olhos de raiva – Bom, e você tem um cachorro?

– Sim, eu já te falei nas férias que eu tinha um cachorro, não se lembra?

– Ah sim, eu me lembro!

– Prefiro cachorros do que gatos, eu não gosto de gato, é muito ingrato como animal. Mas eu tenho um cachorro bem grande, nada a ver com este nanico da Diretora – Engraçado, fiquei pensando Nathaniel gosta de gatos e Castiel de cachorros, os dois são completamente diferentes um do outro, isso já não é novidade.

– Ele se chama Totó também?

– (Risos) Claro que não, ele se chama Dragon.

– Dragon, dá medo!

– Essa é a intenção, mas ele não é malvado – Não sei não, acho que o Dragon deve ser amargo que nem o dono.

Enfim, não queria perder tempo conversando e fui á procura desse cão maldito. Andei pelos banheiros, pelas salas, pelo grêmio, pelo ginásio, pelo vestiário, pelo jardim, procurei informações e nada. Fiquei exausta e me sentei na escadaria.

– Oi Alice, você está bem? Parece um pouco abatida! – Lysandre se aproximou e ficou preocupado comigo.

– É porque estou procurando o cão da Diretora que havia perdido e não conseguir encontra-lo.

– Hum, parece que eu vi um cachorro vagando aqui pela escola.

– Sério, onde ele está? – Eu me levantei bem depressa.

– Bom, eu não lembro exatamente – Lysandre e sua perda de memória recente, com certeza ele vai ter Alzheimer quando envelhecer.

– Faz um esforço, por favor – Peguei na mão do Lysandre com muita força.

–Lembrei! Ele está no primeiro andar.

– Obrigada Lysandre – Beijei em seu rosto e subir as escadas correndo. Eu encontrei esse cachorro sentado me olhando, aquele cachorro estava me zoando psicologicamente, só pode. Enfim, eu conseguir pegar e fui procurar a vaca da Diretora com as tetas caídas. Procure pelo corredor principal e entrei em suas mãos com um sorriso bem falso, meus olhos estavam pronto para metralhar aquela idiota. Por fim, eu estava exausta e queria ir embora pra casa. De repente eu senti alguém puxando a manga da minha blusa.

– Castiel? – Foi ele que havia me puxado.

– Eu posso falar com você? – Castiel parecia um pouco nervoso, sua boca estava trêmula e queria me dizer alguma coisa, mas não conseguia, foi à primeira vez que eu a vi desse jeito.

– Claro o que aconteceu?

– Não aconteceu nada! Vem cá, eu vou te mostrar um lugar muito legal – Castiel estava sorridente! Eu estava realmente surpresa, o Castiel está me convidando pra sair? Ele nunca foi de falar comigo diretamente.

– Eu não sei, eu tenho que ir pra casa! – Estava me sentindo exausta.

– Eu não pedi sua opinião! – Castiel pegou na minha mão e me arrastou pelos corredores a força.

– Ai, me solta, está doendo! – Castiel me fez subir por vários andares e me disse que o lugar para onde estávamos indo era proibido aos estudantes. E pelo que eu entendi ele havia roubado as chaves da sala dos professores como de costume. Chegamos em frente a uma portinha que estava sendo aberta graças as chaves que ele roubou e não tinha ninguém em volta, estava apenas nós dois. Eu temia que alguém descobrisse, não queria ser encrencada por causa dele, bem que tentei fugir, mas não conseguir, Castiel era forte demais – Uau! Estamos no teto da escola? – Eu fiquei admirada pelo local, eu nunca tinha vindo até aqui desde que pisei na Sweet Amoris pela primeira, e o local tinha uma bela vista pela cidade.

– Você gostou? – Perguntou Castiel.

– Você está brincando? Esse lugar é um máximo, porque nunca me mostrou isso antes?

– Porque antes eu te achava chatinha demais – Castiel sorriu de um jeito irônico.

– Olha quem fala! – Cruzei os braços e revirei os olhos – Então agora eu não sou chata pra você?

– Mais ou menos! Não vou dizer que você não é chata pra não pensar besteira.

– Convencido! – Ficamos um bom tempo conversando no teto, e Castiel disse que sempre fica por lá pra pensar um pouco na vida, tem vezes que ele se sente sozinho, com certeza ele deve ter um passado muito triste devido ter sua personalidade um pouco arrogante, mas no fundo ele se mostra uma boa pessoa. Acho que isso é um ciclo de uma nova amizade, ficamos muito mais próximo desde que terminei meu namoro com Armin.

Eu olhei no meu relógio de pulso e percebi que já era tarde demais, com certeza já devem fechar a escola. Nós dois saímos do teto bem de fininho e Castiel devolveu a chave na sala dos professores, ainda bem que a sala não tinha ninguém, mas eu temia que alguém aparecesse, e depois fomos para fora.

– Alice, já que estávamos falando sobre cachorros no inicio. Você não está a fim de passear comigo e com meu cachorro?

– Porque não? Estou a fim de conhecer o Dragon.

Castiel me levou até a sua casa pra conhecer. E por incrível que o pareça ele mora mesmo sozinho, e eu achava que era mentira, e pelo visto ele tem o cachorro pra acompanha-lo. Castiel me apresentou o Dragon e fiquei com os olhos esbugalhados, o Dragon era muito grande, eu fiquei com medo e me afastei para trás pra ele não me pegar e ele não parava de latir pra mim, o latido era muito alto. Enfim, o Castiel o acalmou e ele me disse que o Dragon é da raça “Pastor Beauce”. Nós dois fomos passear com Dragon pelo parque. Fui dar uma de sabida pra levar o Dragon pra passear sozinha, mas ele correu tanto que acabei caindo no chão e machuquei o joelho. Castiel me socorreu.

– Você está bem? – Castiel estava preocupado.

– Não, meu joelho esta ardendo de dor! – Eu sentia uma dor muito profunda e meu joelho sangrava. E por fim Castiel me ajudou a levantar e me levou pra sua casa, ele parecia bem inquieto ao meu lado. Chegando lá ele me colocou sentada em seu sofá e foi buscar um curativo. Ele voltou e se agachou bem na minha frente e colocando o curativo em mim. Eu estava calada e respirando profundamente e depois de colocar curativo Castiel estava alisando meu joelho e olhando para ele. E aquilo me deixou bastante confusa – É melhor eu ir embora pra minha casa – Eu me levantei e estava mancando por causa da dor no joelho e Castiel me segurou e de repente nossos rostos estavam bem perto um do outro. Quando de repente tudo aconteceu, a gente acabou se beijando, mas eu parei – Não Castiel, eu ainda amo o Armin.

– Eu sei a gente não devia ter feito isso, aliás, isso foi um erro – Ficamos num clima de silêncio um pouco desagradável, eu senti minhas bochechas dormentes, acho que fiquei vermelha.

– Tchau, Castiel! – Eu fui-me embora mancando assim mesmo e nem olhei para trás. Aquele beijo que eu tive com Castiel mexeu um pouco comigo e não sei se aconteceu o mesmo com ele. Mas aquele bad boy marrento parecia tão sensível, eu estava começando ver o Castiel com outros olhos.