Herdeiros E O Filho Do Lorde escrita por Castebulos Snape


Capítulo 19
Líquidos muito suspeitos


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora. de verdade. é que minha vida não está muito fácil. primeiro pq meu deu bugue, um bugue muito louco que não me fez perder nada, mas desconfigurou os aplicativos, word junto. mas agora está tudo bem e estou postando. não me matem



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POV.: Bi Stevenson

– Kate, temos um problema – me calei quando vi o estado em que estava. Uma semana depois de ela entrar tremula nos aposentos de Severus, e não responder a nenhum de nós o que estava acontecendo, minha irmã parecia péssima. Olheiras profundas, cabelos sem cuidado, e pálida – Quanto tempo você está sem dormir, menina? Inferno pra ter cão.

– Já é tu, Satanás? Por onde andou? – não me alterei – Não faz tanto tempo assim não, ok? – bocejou – Eu tenho que estudar, sabe, e treinar, e resolver umas tretas. Qual problema é esse? – um brilho Kate voltou para seus olhos e eu relaxei – Se for algo serio veio na hora certa – fechou seu livro de poções perigosas, algo que nós só veríamos no quarto ano. O que ela estava planejando? – Faz uma semana que a gente não se mete em alguma confusão, as pessoas já estão voltando a achar que o anormal é anormal.

– Adiantaram o primeiro jogo da temporada para amanhã.

Ela travou.

– O que? Mas é só semana que vem! Os mais velhos não tem uma excursão amanhã? É Neville que vai levá-los, até, aquela punição...

– Eles iriam em um ônibus enfeitiçado, algo aconteceu e o ônibus está “incapacitado de rodar” – me inclinei para sussurrar em seu ouvido – Todos acham que foi Neville, o ônibus está quase destruído. Ele está dizendo por ai que é uma pena, e que espera que as crianças da Corvinal e da Sonserina estejam com o treinamento em dia.

– Por que a gente? O primeiro jogo ia ser com a Grifinória e a Lufa-lufa, eles estão treinando há uma semana, nem tivemos acesso ao campo.

– Porque vocês foram os primeiros a reunir o time – me virei para Neville, sua aparência me deixou preocupada. Sua pele estava tão pálida que suas veias gritavam azuladas por debaixo de suas olheiras, ao redor da boca e pálpebras. Sua barba estava grande e seu cabelo estava oleoso. Parecia alguém que acabara de sair de algum cativeiro ou algo assim – Devo desejar boa sorte para qual das duas? – sorriu e se retirou.

Observei suas roupas folgadas, ele não era tão magro assim. O que estava acontecendo com aquele homem?

Kate pareceu culpada e voltou ao seu livro, apressada.

– Eu estou me sentindo em Desventuras em Serie – comentei, ela ergueu a cabeça, erguendo uma sobrancelha, depois revirou os olhos e olhou para as paginas – Temos um maluco eu não gosta da gente, sem motivo aparente, e que fica sabotando as coisas a nossa volta para nos prejudicar.

– Ele não é maluco, Bi – ela ergueu os olhos por uma fração de segundos –, e é mais limpo que o Conde Olaf, sem duvidas – ri – É serio, só vi aquele homem lavar o rosto uma vez na serie, e foi muito, ele só viu água de verdade n’O Fim. Neville está doente – encarei-a bem, para ter certeza que não estava me zoando – Quando eu terminar minha pesquisa, te explico – fechou o livro – Ou não – abriu um sorriso amarelo – Como vamos jogar amanhã? Eu vou morrer no meio do jogo, não durmo direito há dias.

– Você tem que parar com essas coisas, isso não é saudável, eu admiro estar se esforçando e tal, mas isso é horrível. Não estou dizendo para voltar ao que estava fazendo semana passada, que aquilo não é saudável – ela riu, mas percebi seus olhos tristes – Tem algo de ruim acontecendo? Você sempre me contava tudo, mas agora isso mudou...

– Não aconteceu nada para contar, Bi, está tudo bem – ela sacudiu a cabeça e olhou para o corredor, dolorido – Eu vou dormir, diga aos professores que eu estava me sentindo mal e ache Hermione para ela dizer para Neville eu não estava em condições para a detenção. Não chegue perto dele, por favor, irmã.

Assenti, mas a acompanhei quando ela se virou para ir para seu salão comunal. Estava preocupada se ela chegaria viva ou desmaiaria no caminho

– Quando acordar amanhã, tome isso – tirei meu tônico do bolso e lhe entreguei. Ela pegou o frasco, e sacudiu o liquido na frente dos olhos, observando o ir e vir. Louca. Tirou a tampa e cheirou – É um tônico, eu que idealizei, faz o sono ir e dá energia. Não beba muito, pode deixar a pessoa eufórica, não precisamos de uma Kate mais eufórica que o normal. Você anda tão esquisita que nem reparou nas anotações que eu fiz no diário. Nem se animou para fazer os feitiços com língua de cobra.

– Bi, eu não ando estranha, ando ocupada. Ocupada demais para dar atenção ao diário e aos meu poderes, não tenho tempo de tentar. Tenho que estudar, treinar com o time, ir a detenções que duram horas todas as noites, fazer minha pesquisa, e ainda dar um jeito no Barão. Dizer a Elena que se fizesse de difícil foi a pior ideia do mundo.

Seguro o riso, pensando nas crises do Barão.

– Vai dizer que não se diverte um pouco?

– Divertir? – por um segundo era Kate de sempre – Eu demorei três dias, três dias inteiros para convencer ele a retirar as manchas de sangue das roupas e tornar seu aspecto menos horrível. Depois mais dois dias e cinco tapas ele disse “Bom dia” pra ela. Minhas costas ainda estão doendo do aperto que ele me deu depois que ela respondeu “Olá?”.

Ainda que estivesse de mal humor ela ainda brilhava como sempre.

– Elena me rodou no ar “Há mil anos eu não falo com ele!” É tão legal ele ver os dois voltando a se falar – ela ergueu a sobrancelha – Eu sei que eles ainda estão só se cumprimentando, mas já é muita coisa para quem não se falavam a mil anos! Já é uma grande evolução. E ela está se fazendo de difícil para que ele aprenda a valorizar ela.

– Mas complica nossas vidas pra caramba! Consolar um fantasma não é fácil.

– É frio – concordei, esfregando meus braços pelo frio das masmorras. Ela riu, era como se dissesse que eu algum dia ia me acostumar. Mas eu não tinha nada da Sonserina, nunca me acostumaria com aquele frio, nem dos corredores das masmorras não o do modo com que eles tratavam as pessoas.

Chegamos na porta. Ela me abraçou e entrou em seu salão, sacudindo a garrafinha. Anormal.

Fred me encontrou depois das aulas, quando eu estava indo para o campo. Ele passou o braço por meus ombros e sorriu quando saltei de surpresa. Estava com a cabeça em outro lugar.

– Bi, acho que Minerva enlouqueceu! – falou o garoto que continuava atrás de mim, mesmo depois de saber onde eu estava indo –Nós e a Lufa-lufa treinamos há mais tempo e colocaram vocês para jogar? Ela tomou alguma poção do seu tutor?

Expliquei tudo o que tinha acontecido e minha desconfianças sobre Neville.

– Falta de caráter não é doença diga isso a sua irmã – sorri com ele – Sabia que ele começou a implicar com Ted depois que ele começou a namorar com Kate? O cara é um monstro. Todo mundo odeia ele. Antes ele fazia questão de aliviar para nós, grifinórios, mas parou com quando começamos a nos juntar com vocês;

Me lembrei de minha conversa com Severus, tremi em pensar no que Neville poderia fazer com minha irmã.

– Ei, grifinório! – a voz de minha capitã me tirou dos devaneios. Ela estava olhando feio pra Fred, que parecia ter sido pego em uma emboscada – Fora daqui!

Eu ri e tirei seu braço dos meus ombros, lhe dando um beijo na mão. Ele deu língua pra o time.

– Tô só acompanhando minha garota, ok? – me beijou e saiu, rindo.

– Vamos, Beatrice!

POV.: Kate Stevenson

Dormir é a melhor coisa do mundo, sem duvidas é o melhor passatempo do mundo. Acordei, completamente descansada, uma hora antes do jogo e tomei o maldito tônico que Bi me dera. Nunca provei coisa melhor. Em dez minutos tinha tomado banho, me aprontado, dado um lustre na vassoura e corri para o Grande Salão.

– Stevenson? – Neville pareceu até preocupado quando colocou a mão no meu ombro – Você está bem?

Engoli meu ovo e o suco de laranja sem mastigar e olhei bem para ele, mal me mantendo parada, eu tinha tomado energéticos bastante para matar um cavalo. Recuou um passo e ergueu uma sobrancelha.

– Bem? – fiquei de pé, rindo de sua expressão surpresa, vendo cada veia arroxeada com destaque – Eu nunca estive melhor! Vou jogar Quadribol com meus amigos, pela Sonserina, com o Sev me assistindo. O Sev é um cara muito legal, pena que teve uma vida tão péssima, e ele é gato, mas não tão gato quando o Ted. Você conhece o Ted né? – olhei para ele, que abriu a boca para responder – O Lupin, meu lobinho lindo. E lindo mesmo está o dia, né? O dia está maravilhoso, cheio de luz. Vai ser um jogo incrível, o senhor vai assistir, né? – assentiu – Legal! O senhor é muito legal, sabia que é muito legal? Legal demais. Tô saindo fora!

Quando me virei para sair balançando a vassoura de um lado para o outro, ele estava abrindo e fechando a boca, sem saber o que dizer, talvez ele devesse correr, porque era bem capaz de eu o morder.

Cheguei à tenda da Sonserina antes de qualquer um , fiz um aquecimento e brinquei que minha vassoura era uma guitarra até Duran entrar, quando viu o estado em que me encontrava recuou um passo.

– Diga que não tomou nada ilegal.

Eu estava pendurada de cabeça para baixo na minha vassoura, como um morcego, fazendo flexões.

– O que você considera ilegal?

Ele revirou os olhos e entrou, tentando esconder sua vassoura velha. Me senti mal por ele, eu sabia o que era ter medo do julgamento dos outros. Parei com minhas flexões e sorri para ele.

– Cara, ninguém da a mínima para sua vassoura – ele ergueu os olhos por um segundo – Só ligam para seu modo de jogar. Se você é bom, se joga limpo, se vamos sair vitoriosos. Se você for bom no que faz, ninguém vai se importar, ou talvez se importe. O capitão vencedor com nada além de sua velha vassoura nos levou ao titulo... e todo esse blábláblá – mexi a mão enquanto falava e ele riu, parecendo mais humano do que o normal.

Me deixei cair no banco ao seu lado e amarrei meu cadarço com uns cinco nós diferentes antes de ar um laço comum.

– Você é muito esquisita, garota, muito mesmo.

– Valeu.

O time entrou, barulhento, todos os rapazes já tiram as blusas e as garotas rindo das bobagens, aquilo me fez ficar quieta, mesmo que meu corpo inteiro quisesse se mexer, eu fiquei imóvel. Feliz.

Modéstia parte nosso time era ótimo.

Vlad, Duran e Karina eram, provavelmente a melhor equipe de artilheiros da escola. Vlad era rápido em passes, Duram era um ótimo receptador e Karina perfeita em finalizações. E todos eram bons em roubar a bola do outro time.

Eu com minha vassoura, minha energia e o tônico de Bi provavelmente era uma apanhadora perfeita (perfeitamente drogada, mas não vem ao caso), do jeito que eu estava poderia contar quantas pessoas estavam na arquibancada sem nem perder a atenção do jogo.

Ayso e Stella, os batedores, representavam o lado bom de se ser sonserino. Além de fortes e habilidosos, como todo batedor deve ser, não tinham nenhum receio de bater com toda a força na bola, prontos para jogar os adversários para longe.

Osni, nosso goleiro, era, sem sombra de duvida, o nascido trouxa (sim, sonserino, que tempos são esses!) mais rápido em uma vassoura que Hogwarts já vira.

Se dependesse de nós a taça já era da Sonserina, Sev ia ficar tão orgulhoso de nós! De mim! Falando no diabo... Dez minutos antes de o jogo começar, Sev entrou, pomposo, na tenda. Estreitou os olhos para nós e cruzou os braços.

– Vim desejar boa sorte – todos engoliram em seco, mas eu apenas sorri para ele, tamborilando os dedos no colo. Franziu a sobrancelha de leva – Você está corada, esquisita. O que deram a ela?

– Já estava assim.

Revirou os olhos, desejando, sem duvidas, que eu não tivesse um troço em cima da vassoura.

– É bom vocês ganharem – eles empalideceram e eu gargalhei –, e não deixem ela morrer, sim? E você, Kate, não faça nenhuma loucura, ok? Já basta ter... eu sei lá o que você fez, espero que não tenha sido nada ilegal...

– Depende do que você considera ilegal.

Revirou os olhos, olhou ameaçadoramente para todos e saiu esvoaçando... É um ser estranho...

– Tudo bem... – Duran respirou fundo – Nada como um pouquinho de pressão logo cedo de manhã. Pessoal, esse jogo é nosso, ok? Só me façam um favor e joguem aqueles desgraçados no lugar de onde vieram!

Todos gritam em concordância, menos eu. Aquilo não era exatamente uma tática de jogo.

– Só isso? – eles me olharam, me coloquei de pé em um salto – Posso dar umas ideias, Matthew? – ele assentiu, tinha conseguido a confiança de alguém – Certo, pessoal, ganhar é muito importante, para todos nós, tenho certeza. Escutem, precisamos de estratégia. O forte deles é a capitã e os batedores, vocês dois – apontei para Ayso e Stella – Mirem neles, não deixem que façam nada sem ter um balaço voando por perto, isso vai desestabilizar os outros artilheiros e vai nos livrar de uns hematomas.

“Eu tomaria cuidado com minha irmã, por mais desestabilizado que o time esteja, ela não vai desistir, é rápida, boa em roubos e maravilhosa em receptações. Grudem nela, mas se ela sofrer um arranhão vocês vão ver o quanto meu gênio pode ser ruim”, engoliram sem seco e assentiram.

“Eles tem um bom goleiro, não tão bom quanto Osni, mas pode ser um problema. Osni, você tem que dar 100% de você lá fora, sem duvidas vamos precisar.”, ele assentiu e vestiu as luvas, “Eu vou ficar fora do caminho de vocês, sobrevoando, mas vou avançar ao sinal de qualquer brilho dourado, não fiquem na minha frente.”.

– Vamos lá, Sonserina!


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Notas finais do capítulo

ai está!



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