–Ma-Matou?! –Indagou Renji assustado-

–Sim. Eu namorava com ele há um tempo, enquanto cursava o Ensino Médio, e lá no ensino médio eu comecei a me envolver com o Ichigo, na verdade eu passei a gostar dele. Não do jeito que esta pensando, eu amava o Kaien, só o Kaien. Mais eu gostava muito da companhia do Ichigo, ele era divertido, e sempre me fazia sorrir, porém, naquela época o Ichigo era envolvido com a gangue da cidade; Na verdade, ele era um garoto bem problemático, muito ao contrário do que é hoje. Um dia, eu estava junto com o Ichigo e também com o Sado, andando pela cidade depois da aula, era uma pratica comum para nós. Nesse dia Ichigo e Sado (que também fazia parte da gangue) tiveram um desentendimento com outros dois membros. Eles tinham impedido os outros membros de assaltar uma jovem que estava com sua avó que era cega. Depois do ocorrido, fomos para nossa casa, normalmente. No dia seguinte, eu, Ichigo, Sado, Ishida, Tatsuki e Orihime fomos ao rio que cruza a cidade depois da aula e lá fomos abordados pelos mesmos caras da gangue que tentaram assaltar a velinha no dia anterior. Eles não estavam a sós, e queriam vingança. Ichigo e Sado disseram para deixarem eu e os outros irem, porque não tínhamos nada a ver com aquilo, mas eles não deixaram. Eles nos renderam porque estavam armados e covardemente bateram nos meninos que não podiam nem reagir. Mais eles não acharam o suficiente...

–O que fizeram depois? E o que isso tem a ver com o Kaien? –Perguntou o ruivo nervoso com a história-

–Os malditos pegaram a Orihime, a Tatsuki e eu. Disseram que apenas bater neles não era o suficiente, então “usariam” nosso corpo na frente deles. Foi cruel, os meninos estavam a chorar, por não poderem fazer nada. Porém, antes de encostarem em nós Kaien surgiu do nada. Ele tentou me tirar dali a todo custo, e por isso foi baleado e jogado no rio. Vivi momentos de terror na mão daqueles infelizes, tanto eu, quanto a Orihime e a Tatsuki. Certamente nós só não fomos mortos porque havia pessoas na hora em que iriam nos executar, e a polícia estava se aproximando por conta do barulho do tiro que foi dado em Kaien. Por causa desse dia o Kaien morreu. Ele morreu por minha causa, é tudo minha culpa, se eu não estivesse lá naquele dia...

–Não! Ele não morreu por sua causa. Aliás, ele nem morreu. Foi tudo um acidente, uma fatalidade. Não se culpe. –Disse o ruivo tentando acalmar Rukia-

Nesse momento Rukia já estava a chorar, certamente lembrar-se daqueles momentos e da “morte” de Kaien era difícil para ela.

–Me desculpa não ter te explicado a história direito. –Disse ela em meio ao choro- Não gosto de me lembrar daquele dia.

–Tudo bem Rukia, não chore. A culpa é minha de ter te perguntado sobre isso. –Desculpou-se o ruivo, abraçando ela em uma tentativa de consolá-la. - Agora entendo o porquê de o Kaien ter feito o que fez. Eu achei que ele tinha sido baleado por bandidos... Não sabia dessa história. –Pensou Abarai enquanto acalentava Rukia que ainda chorava- Mas nesse caso Kaien vai querer se vingar de todos! –Concluiu-

–Renji, eu estou com medo. Estou com medo de o Kaien ferir os meus amigos. –Disse Rukia ainda chorando-

–Calma, vai tudo terminar bem, não se preocupe.

Renji afastou Rukia de seus braços, e segurando-a pelos ombros, olhou nos fundos dos olhos dela.

–Não vou deixar que nada de ruim aconteça. Pode ficar tranqüila, eu farei todo o possível para que nem você nem ninguém se fira mais. –Disse o ruivo já trazendo Rukia para seus braços novamente-

~~~~x~~~~

–Como vai Tousen?

–Bem... Mais podia estar melhor. –Riu- E você, Senhor Aizen Sousuke?

–Qual é a do senhor? Não sou velho. Chame-me de Lord e tudo bem...

–Ha, ha, ha. –Riu Tousen Ironizando-

–Mais eu estou ótimo. –Respondeu Aizen sorrindo-

–E como vai o plano? –Perguntou Tousen agora sério-

–Vai bem; mas agora vamos precisar de sua contribuição.

–Eu imaginei... –Falou Tousen-

–Quero que construa um castelo; Ou melhor, um palácio! – Disse Aizen fazendo um gesto de grande com as mãos-

–Como quiser. Vou só precisar de uma empresa que sirva de “laranja” para o G13 não desconfiar.

–Sim, sim. Isso eu tenho. A corporação Las Noches, que disputava com o G13, estava à beira da falência, então eu a comprei.

–É, eu sei. –Disse Tousen sorrindo-

–Nesse momento um garçom chegou à mesa em que Aizen e Tousen se encontravam.

–O que os senhores vão querer? –Dizia o garçom com um tom de voz que mostrava reverência, ele trajava vestes brancas e carregava um pano vermelho sobre o braço esquerdo, que estava sempre levantado a altura da cintura-

–Eu até tinha esquecido que estamos em um restaurante. –Comentou Tousen-

–Você tem esse problema, nunca se liga ao ambiente em que esta... –Murmurou Aizen-

–O que esperava? Eu só possuo 15% da minha visão no olho direito e 6% no esquerdo. Não posso ficar me focando no ambiente... –Respondeu Tousen como uma criança que responde a mãe- Mais, o que vai pedir Aizen? –Perguntou ele com um certo receio-

–Algo simples -Respondeu- Pode trazer filé mignon pra mim. –Disse ele ao garçom-

–E isso é simples? –Indagou Tousen-

–E o senhor? –Perguntou o garçom olhando para Kaname-

–Eu vou querer o mesmo que ele... –Respondeu-

–O que vão beber?

–Traga Pepsi-cola. -Falou Aizen relaxado-

–Você realmente quer comer filé mignon com Pepsi-cola??? –Indagou Tousen assustado- Dessa vez você exagerou Aizen, eu sei que seu paladar é bem esquisito, mais isso é demais e...

–Algum problema com meu pedido Tousen? –Disse Aizen agora sério e intimidador-

–N-não... – Falou Tousen abaixando a cabeça e brincando com os dedos-

–Senhor Sousuke, receio lhe informar, mais não temos Pepsi-cola aqui no nosso restaurante. –Falou o garçom-

–Arrumem... Não quero saber, eu pago vocês pra isso. Quero Pepsi-cola e você vai trazer.

–T-Tudo bem... –Consentiu o garçom frustrado- E o senhor? O que vai beber? –Perguntou ele a Tousen que ainda estava assustado com o modo que Aizen ficou nervoso ao saber que não tinha Pepsi-cola-

–Quero vinho.

–Em instantes trarei o pedido de vocês. – Anunciou o garçom que ia se retirando da mesa-

–Hey! –Chamou Aizen- Eu quero sobremesa também. Volte aqui.

–Sim, o que vai querer? –Disse o garçom sem perder a compostura, porém, por dentro estava irritado com a pertinência dos clientes-

–Quero laranjas.

–Laranjas? –Indagou o garçom-

–Sim! Laranjas, laranjas com mel. Por favor.

–Laranja com mel... Só o que faltava! –Pensou Tousen-

–Mas senhor, não temos isso aqui no restau...

–Você vai dar seu jeito! Eu quero que meu pedido esteja aqui em 5 minutos! –Bradou Aizen irritado-

–Tudo bem. Trarei suas refeições em instantes! –Falou o garçom já saindo da mesa rapidamente-

–Aizen, você deveria pegar mais leve com os pedidos... –Alertou Tousen-

–Como assim? Você deveria observar o ambiente em que estamos! É o melhor restaurante da cidade!

O local em que Aizen e Tousen se encontravam era um amplo salão com mesas cobertas por um fino pano branco, tão delicado quanto às retinas dos olhos humanos, paredes pintadas com um tom de amarelo claro e luminárias por todo o salão, o que garantia uma iluminação de primeira classe no ambiente. As cadeiras eram feitas de madeira de mogno, e acolchoadas com um veludo leve e delicado, os talheres eram feitos de uma prataria sem igual, onde podia ver sua própria imagem refletida nos objetos. Já o piso era madeira de carvalho, limpa e reluzente como o céu de uma manhã de primavera e ao fundo do salão havia músicos tocando uma fina e delicada melodia.

–Esta percebendo agora? Esse lugar é o mais caro da cidade. É mais que obrigação deles ter coisas simples como Pepsi-cola e laranjas aqui.

–Que seja. –Bufou Tousen- Depois que terminarmos aqui vamos resolver as burocracias para dar prosseguimento ao plano.

–Claro. –Concordou Aizen- Talvez você volte a enxergar.

–Espero que sim. Minha visão esta cada vez mais debilitada.

–É... Eu sei. Mais agora vamos comer! -Anunciou Aizen enquanto o garçom se aproximava com os pedidos-

O garçom realmente trouxe os pedidos do Aizen... –Pensou Tousen- Ele merece respeito! –Riu pra si mesmo-