- Droga Ron, me solta! – Hermione empurrou o garoto para longe, enquanto passava as costas da mão pela boca. – O quê você pensa que está fazendo?

- Eu te amo, Hermione. – Rony segurou o pulso da garota. – Demorei pra perceber, mas é verdade. O que eu sinto por você é muito forte. Eu preciso de você. Droga, Hermione. Eu te amo, sempre te amei. Mas só percebi agora. – O ruivo tentava puxar Hermione para mais perto, e Hermione relutava. Mas Rony tinha um aperto de ferro.

- RONALD WEASLEY, ME SOLTA! Se não me soltar agora, eu vou gritar. – “Por Merlin, o quê aquele idiota estava fazendo? Droga, Rony. Estragou tudo”.

- Fica comigo, Hermione. – Ron ainda não soltara seu pulso. – Eu sei que você sente alguma coisa. – Ele a cutucou. – Aí.

Hermione afastou a mão dele com um tapa. De repente, se lembrou de onde aquela frase lhe era familiar. Draco tinha dito isso para ela também (No capítulo 3, lembram?). Nessa fração de segundo, Rony viu uma oportunidade.

- O QUÊ VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, IDIOTA?

Alguém pegou Hermione pelos ombros e a libertou do aperto de ferro de Rony. Hermione foi arremessada no chão. Quando ela se virou, prendeu o fôlego. Malfoy tinha dado um soco em Rony.

- Mas o quê? Malfoy... – Rony puxou a varinha. – Não se mete.

Draco levantou sua varinha.

- Não posso te dizer por que eu te bati, mas se fizer isso de novo, Weasley, aí sim você vai descobrir o quê é dor.

- Está me ameaçando, fuinha das neves? – Rony riu, cínico. – Qual poder você tem sobre mim?

- Sou monitor. E você e a Sangue-Ruim. – Draco retomou a pose e se virou para Hermione. – Perderam 50 pontos para a Grifinória. Seus imbecis. Que isso não se repita. Voltem pra sua Sala Comunal. – Draco virou as costas e disparou pelo corredor.

Rony se recuperou do choque, enquanto massageava o olho. Se virou para Hermione, que ainda estava no chão. Ele se aproximou, estendendo a mão para ajudá-la a se levantar.

- Desculpa Mione, ele...

- NÃO TOCA EM MIM! – Hermione se levantou e disparou na direção que Draco tinha ido. Ela chorava, mas as lágrimas não a impediam de ver o caminho. De repente, viu o vulto de Malfoy.

- DRACO! – Hermione parou e levantou a mão. Malfoy também estava chorando. Hermione não aguentou mais e correu em direção a ele. Se abraçaram. Depois de algum tempo, Hermione disse.

- Draco, eu... Eu não fiz nada... Foi o Rony, ele... – Hermione se perdeu em soluços e escondeu a cabeça na altura da clavícula de Malfoy. Draco acariciou os cabelos dela.

- Eu sei que você não fez nada, mas eu tive medo. Tive medo de que me trocasse pelo Weasley.

- Eu não faria isso. Não depois do que ele me fez hoje. Nunca mais vou olhar na cara dele e... – Hermione levantou os olhos inchados para Malfoy. – Obrigado por aquele soco. Se eu pudesse, teria batido nele.

Draco riu. Uma risada rouca, de alguém que chorava, mas agora estava aliviado.

- Não foi nada.

- Sabe de uma coisa? Meu namorado não é tão inútil assim.

Draco riu de leve.

- Hermione, você pretende voltar para a Sala Comunal?

- Não. – Hermione se afastou um pouco dele. – Por quê?

- Vai ficar na Sala Precisa, não vai?

- Vou.

- Posso ficar com você?

Hermione riu, enquanto o abraçava de novo.

- Pode sim.

Andaram em silêncio até o corredor do Sétimo Andar. Ao abrirem a porta, a sala estava mudada de novo. A cama reaparecera, mas agora pijamas e pantufas estavam lá também, junto com um banheiro. Fecharam a porta. Draco se sentou na cama. Hermione foi ao banheiro trocar de roupa. Seu pijama era quente, mas não era pesado. “Muito confortável”. Ela sorriu. Ao sair do banheiro, encontrou Draco em frente à lareira. Usava um pijama igual ao seu. Hermione riu.

- Hey Tweedle-dee.

- Hum? – Draco se virou.

- Estamos iguais. – Hermione deu um giro. Então, se deitou na cama. Draco se sentou no sofá;

- Não vai dormir? – A garota se ajeitou debaixo das cobertas.

- Você quer minha companhia?

Hermione fingiu pensar.

- Não. Não obrigado. – Ela riu. Draco se levantou e se deitou ao lado dela, abraçando a morena com um braço.

- Boa noite. – Ele sussurrou.

- Boa noite. – Ela respondeu. – E me deixe dormir, não fique de gracinhas.

- Haa. – Draco suspirou. – Ok.

Eles riram.

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O loiro acordou de manhã, mas continuou com os olhos fechados. Depois se esticou, e no lugar onde pretendia encontrar os cabelos de Hermione, encontrou somente travesseiros. Abriu os olhos. Hermione não estava deitada. Ele se sentou na cama.

- Oi Malfoy.

A garota estava sentada em uma poltrona, lendo um livro. Segurava uma caneca de chocolate quente e estava enrolada em uma coberta. Uma caixa de croissants aberta a sua frente. Draco suspirou.

- Que susto você me deu. Achei que tinha sumido. – Ele viu os doces e o chocolate quente. – Como isso veio para aqui?

Hermione riu.

- Eu trouxe. Acordei cedo, fui às cozinhas e trouxe até aqui. Achei que você ia gostar.

Malfoy se levantou e se sentou no sofá duplo. A garota saiu da poltrona onde estava sentada, se sentou novamente e se apoiou no peito do namorado.

- Dormiu bem? – Draco perguntou.

- Sim sim.

- Que bom, por que essa noite nós vamos ficar acordados até o sol raiar. Vou te proporcionar uma noite única.

- Como assim?

- Eu sou um exímio dançarino, além de ser lindo. Vamos, Granger, o quê mais você quer, além disso? Milhares de garotas iam querer estar no seu lugar.

Hermione riu, sarcástica. O garoto a fitou. Via seu reflexo nos olhos de Hermione. Ele se aproximou devagar. A garota entendeu a vontade do menino. Se aproximou também. Eles se beijaram. Hermione o puxou para perto, e Draco a segurava com cuidado. Ela sentiu o gosto de menta. A porta se abriu.

- Opa!

Hermione e Draco se separaram e viraram de costas, já que o sofá estava virado contra a parede em que a porta ficava. Gina os encarava da porta. Hermione corou até a raiz dos cabelos. O olhar de Gina passou pelo pedaço do pijama de Malfoy que podia ver, o edredom que caía pelo braço do sofá, e os cabelos não penteados do garoto. Malfoy passou a mão pelos cabelos. Gina corou.

- Desculpem, eu estava procurando a Hermione. É que ela não dormiu na Sala Comunal hoje e eu fiquei preocupada e aí eu pensei que ela poderia estar aqui e... – Gina parou de falar. Tinha visto a cama. Hermione abaixou a cabeça. – Nada. Já descobri. Mione, depois do almoço eu vou precisar de você. Temos que te arrumar pro baile. Aliás, Malfoy. – Gina se inclinou para o lado dele. – Lindo vestido o quê você escolheu. – Draco sorriu.

- Não se preocupa Gina, eu já libero ela. – Draco respondeu, se levantando. – Se você quiser esperar aqui. – Ele pegou uma trouxa de roupas e andou em direção ao banheiro. Gina se sentou no lugar dele.

- Aiaiaiaiai. Se eu não fosse sua amiga eu ia pensar besteira. – Gina riu. – Mas eu sei que você não ia ser capaz disso. Mas olha só... – Gina sussurrou. – Nunca tinha visto o Malfoy de pijama.

Hermione jogou a cabeça para trás e riu. Draco saiu do banheiro completamente vestido.

- Vamos? – Gina se levantou e puxou Hermione em direção à porta.

- Espera.

Ela andou em direção ao namorado e lhe deu um selinho. Gina virou o rosto. Não sabia o quê esperar e não queria, com certeza, invadir a privacidade deles.

- Até o baile então. – Draco sorriu.

- Até.