How To Make A Friend escrita por Joopy Jellopy


Capítulo 7
Capítulo 7




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Dia após dia, todas as manhãs o jovem alquimista alimentava seu pequeno novo amigo com um conta-gotas e algumas outras substâncias dosadas cautelosamente para que nada de errado ocorresse durante o seu desenvolvimento. Os dias entediantes na escola já não importavam mais, pois Noah sabia que quando chegasse em casa teria alguém – ou algo, neste caso – para distraí-lo. A pequena criatura se desenvolvia cada vez mais e crescia gradativamente. Todas as mudanças ocorridas eram anotadas e complementavam as informações originais do livro, fazendo com que cada vez ele descobrisse mais sobre essa incerta parte da alquimia. Certa ocasião, Noah, acidentalmente, se descuidou e acabou deixando parte dos alimentos do seu homúnculo em sua mochila. O olfato apurado da criatura farejou o cheiro de comida e espremeu-se por entre os livros e materiais escolares, fagocitando-a por completo, e acabou adormecendo no mesmo local. O alquimista não a encontrando, resolveu deixar a refeição espalhada por alguns cantos da casa, certamente ela apareceria mais cedo ou mais tarde, atraída pelo odor. Pegou seus materiais e foi à escola, levando, sem saber, seu homúnculo junto de si. Quando chegou à sala de aula, imediatamente deixou a bolsa em seu lugar e seguiu junta dos outros alunos para os campos nos arredores da escola, onde o professor havia mandado que coletassem amostras de diferentes plantas para a aula de biologia. Depois de um longo descanso, o homúnculo curioso despertou de seu sono e saiu pelas aberturas da bolsa de seu dono, não reconhecendo o local. Os livros nas prateleiras, cadernos abertos pelas mesas e tubos de ensaio certamente se assemelhavam muito com os objetos de sua casa, mas era certo de que nunca havia estado naquele lugar. Confiando mais uma vez em seu olfato apurado, a pequena criatura guiou-se em busca do odor de seu dono e saiu pelos longos corredores da escola, causando pânico em todos que o avistavam. Os alunos amedrontados pediam auxílio de seus superiores, que também não faziam ideia do que fazer com aquela espécie de criatura que nunca viram na vida. Julgavam ser obra de bruxaria e ficaram ainda mais apavorados. Não estavam totalmente errados. Um dos alunos mais velhos resolveu arremessar um composto de um dos frascos pegos na sala de química contra o pequeno homúnculo, para o desespero maior de todos. Os reagentes químicos presentes na substância fizeram a criatura se expandir e borbulhar, liberando uma espuma negra que começava a se espalhar por todo o local.
Imediatamente, um aviso de evacuação foi convocado para a escola inteira, e tanto alunos quanto professores saíram apavorados por todas as saídas do recinto. Os alunos que voltavam da coleta de plantas ficaram sabendo do ocorrido e retiraram-se junto dos demais, exceto Noah. Não sabia o que estava acontecendo de fato, mas sentia que devia fazer alguma coisa a respeito, e enfiou-se no sentido contrário à toda aquela multidão de pessoas. Havia um estranho líquido e uma densa espuma saindo por todas as janelas e portas do local, o alquimista tomado por um sentimento maior do que sua razão invadiu o local, indo com dificuldade até o local de onde provinha toda a “inundação”. Quando olhou para o motivo de toda a confusão, seu coração disparou e ficou aterrorizado. Seu pequeno companheiro agora parecia um monstro disforme e descontrolado, que liberava cada vez mais fluídos. Se ele não fizesse algo depressa, ambos estariam fadados ao fim. Tentava agarrá-lo, mas o homúnculo já não se encontrava em seu estado sólido, já não se podia distinguir onde era seu início e onde era o seu fim naquela enxurrada roxa que tomava conta de toda a escola.


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