Annabeth estava se segurando na cintura de Percy, ambos montados em Blackjack, Annabeth estava atrás de... Aí estava, Percy não sabia para onde iam.

 Percy não dormira naquela noite, então, decidira caminhar de madrugada, e foi na porta da cabine de Annabeth que ele a viu se esgueirando pelo corredor, devagar, na ponta dos dedos tentando passar, despercebida.

-Annabeth?! – Dissera Percy nessa manhã – O que está...?

-Cale a boca, Cabeça de Alga! – Sussurrou desesperadamente Annabeth. – Vou procurar minha mãe. Estou sentindo algo estranho, como se... Deixa, deixa pra lá, Percy. Volte a dormir.

-Ótima piada, Annabeth – Dissera Percy em desdém – Desde quando vamos a missões sozinhos, ainda mais no meio da Europa?

-Agora é diferente, Percy – A voz de Annabeth soava estranha, seus olhos cinzentos estavam arregalados e ela falava num sussurro desesperado que assustara até mesmo Percy – Não são só semideuses e monstros envolvidos nisso, há deuses, não os nossos, quero dizer: São os nossos, mas é diferente, e... E outras coisas, que não sei bem o que são, Percy, espectros ou algo assim.

  Annabeth deixava Percy confuso, como qualquer namorada deixava seu namorado. Mas isso era diferente... Percy não entendeu nada, mas assentiu. Percy sentiu que precisava ajudar Annabeth, ela nunca soara daquele jeito, então chamou Blackjack sem hesitar.

-Annabeth – Dissera Percy – Nós vamos achar sua mãe. Nós vamos encontrar Atena.

  Agora eles estavam acima de uma floresta onde devia ser a Itália, pois Percy sentia o mar ao redor deles e eles haviam descido do Argo II perto da península itálica.

-Pare, pare aqui, Percy! – Disse Annabeth subitamente.

-Está bem, Annie. – Disse Percy – Calma.

Desça aí, amigão disse Percy para Blackjack.

O.k. chefe. - Respondeu o pégaso - donuts?

Agora não, amigo, agora não.

O pégaso protestou, mas deixou-se descer em direção à floresta. Percy não era muito fã de florestas, ele havia perdido Annabeth há três anos perto de uma, e ela suportara o peso dos céus por isso, não queria perdê-la de novo, sem contar que ele ficara muito tempo sem ela, perdera a memória e fora parar no Acampamento romano para semideuses.

 Annabeth desceu do pégaso, olhou para o chão como se procurasse rastros e olhou para frente. Percy entendia aquela expressão dura e concentrada, sabia que não devia falar nada enquanto Annabeth estivesse trabalhando.

-Por aqui – Disse Annabeth, para ninguém em especial, seguindo em frente. Percy sentiu que ela não falava com ele, mas a seguiu mesmo assim. 

 Depois de algum tempo correndo sem parar e alternando entre esquerda e direita onde Annabeth murmurava às vezes: “Por aqui” ou “Não, não.” e eles voltavam por onde tinham vindo e iam para outro lado.

-Annabeth – Chamou Percy, tentando não fazer algo brusco, aquilo podia custar sua vida. – Hum... Para onde estamos indo?

 Annabeth o olhou furiosamente. E depois como se estivesse saído de um transe disse:

-Ah, Percy! Desculpe-me, eu... Eu estou sentindo um cós...

-O que?!- Disse uma voz à frente deles.

   Um homem com uma armadura de dar inveja em qualquer semideus estava de pé sob uma pedra. A armadura era toda trabalhada em ouro, uma peça digna de Hefesto. O cavaleiro tinha cabelos azuis desgrenhados e uma boca que parecia ter sempre um sorriso irônico no canto da boca, sorria como se soubesse de um segredo só seu, como se os outros fossem estúpidos. Aquilo lembrou a Percy os irmãos Stoll.

-Quem é você?! – Perguntou Percy. Annabeth deu um soco seguido por um beliscão no braço de Percy. – Ei!

-Deixe que eu falo, Cabeça de Alga – Disse Annabeth, ela se ajoelhou e se virou para o cavaleiro ainda ajoelhada  - Me perdoe, cavaleiro. Presumo que seja Manigold de Câncer, um dos Cavaleiros de Ouro de Atena.

-Hum... Huh! Menina esperta. – Disse o cavaleiro, Manigold. – E quem são vocês?

- Espere Annabeth – Disse Percy – Devemos dizer nosso nome pra ele só por causa dessa armadura estúpida? Nem sabia que sua mãe tinha cavaleiros para protegê-la.

-“Armadura estúpida”? – Disse Manigold rindo – um garoto curioso você. Me diga, menina, o que estão fazendo aqui? Quem são vocês?

-Calma, Percy. – Disse Annabeth – Ele está do nosso lado. Este é Percy Jackson, filho de Poseidon. E eu sou Annabeth Chase, filha de Atena.

 O Cavaleiro de Ouro riu pelo que pareceram minutos e disse ainda rindo:

-Está bem... Um filho de Poseidon, o deus afogado, e uma filha da minha deusa Atena? – Disse virando as costas e saiu andando – Foi bom conversar com vocês, crianças, tenho de voltar à minha missão agora.

 Um jato de água acertou Manigold no rosto e o envolveu, Percy controlou a água do rio para que ficasse acima de Manigold. Ele se virou assustado com os olhos arregalados.

-Ei, idiota! – Chamou Percy – Annabeth estava falando com você!

-C-Como? – Murmurou Manigold – Eu não sinto nenhum cosmo em vocês. O que...? Vocês são mesmo filhos de... De deuses?

-É o que estou tentando dizer – Disse Annabeth.

-Venham comigo – O Cavaleiro de Ouro chamou – Temos muito que conversar.