O Novo Mundo escrita por KiraUno


Capítulo 5
Capítulo 5 - A verdade


Notas iniciais do capítulo

Depois de tanto tempo... mas enfim, está aqui!
Enjoy it!



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Não importa para onde eu olho, não consigo ver nenhuma saída. Não, sempre tem uma saída. Preciso me acalmar e pensar rápido, senão... bem não tenho tempo de pensar nisso. Respiro fundo e volto a olhar ao meu redor, enquanto escuto Jenny me chamando de idiota por estar parada e Sam tentando desesperadamente acalmá-la. Eu sei que tem uma saída. Ali está! Não é bem uma saída, mas é um buraco na horda, nós conseguiremos passar por ali, vai ser difícil, mas é a vida, quer dizer, é a nova vida.

“ Ali, Sam! Uma falha na horda, temos que passar por ali. Segure isto!” Jogo uma hydra para ele. “ Eu vou na frente. Jenny, você vai entre Sam e eu, sem problemas, certo Sam?”

“Sem problemas!” Aquele sorriso de novo, tenho que confessar, estou começando a gostar dele.

Começamos a correr em direção à falha na formação combinada, no instante que entro em contato com o primeiro zumbi, esmago sua cabeça com a coronha da minha shotgun e sigo em frente, tendo os dois bem atrás de mim. Começamos a matá-los, algo que eu não fazia há algumas semanas. Confrontá-los dessa forma, matá-los com minhas mãos, ouvir o crânio despedaçando, sentir o sangue deles escorrer por minhas mãos. Essa sensação, tenho medo dela. Tenho medo de perder o controle e deixá-la me dominar, mas é tão gratificante, é tão excitante. A adrenalina correndo no meu corpo, me faz sentir tão viva e são esses momentos que eu me lembro do motivo o qual escolhi o FBI.

Olho para frente, estamos perto de sair. Falta muito pouco. Mais alguns passos e estaremos livres.

Livres.

Para o quê? Tentar viver mais um dia? Tentar não perder a sanidade aos poucos ou tentar manter viva nossa humanidade?

Que seja.

Não importa para o quê quero sair, mas não vão ser eles a me impedir!

Então escuto a hydra se Sam dispara, olho para trás e vejo a cena que iria me aterrorizar pelos resto da minha vida. Estávamos tão pertoda sair tentar viver outro dia, tão perto...

Quando olho para trás vejo o zumbi no qual Sam atirou saindo de perto de Jenny e deixando uma grande mancha vermelha, enquanto outro ainda estava saboreando minha irmãzinha, não havia tempo para trsiteza, não agora.

Naquela hora, vi vermelho. Tirei minha M16A1 das costas e não poupei munição. Eu já os odiáva por ter me tirado minha vida, mas agora meu objetivo seria matá-los. Todos eles.

Não conseguia ouvir nada além do som estridente da combustão lançando projéteis nas cabeças desses desgraçados e as explodindo. Não parei até que Sam toca em me ombro e me puxa para trás, começo a seguí-lo e vejo Jenny no chão tentando entancar o ferimento e com lágrimas nos olhos. A pego nos braços e corro seguida por Sam.

Corremos até entrar na floresta e nos encondemos lá, após ter certeza que não havia mais perigo, paramos e sentamos.

Olhei para Jenny.

Eu quis morrer naquele instante.

Ela estava chorando, quem não estaria? Ser entenciado a morte no final de um dia tão promissor, um dia quase... Feliz. Ela levanta a cabeça em minha direção e começa a chorar ainda mais e diz:

“ Me desculpa, não queria te decepcionar, não queria te deixar sozinha, mas ao menos você terá Sam e por favor não o mande embora, deixa de ser tão anti-social, ele já provou ser um cara legal.”

“ Pra você, pelo menos.” Digo lançando-lhe um sorriso.

“ Você ainda tem dúvidas!? Olhe bem pra mim. Com esse rostinho de anjo, não tem como pensar que sou um cara malvado.” Replica Sam com aquele sorriso, de novo, reconfortante.

“Deixa de ser convencido, garoto.” Entro na brincadeira, ele definitivamente não era um cara malvado.

Olhei para ela novamente, a culpa me corroendo, o medo me domando, ela me mandou um olhar e eu sabia o que ela quis dizer, eu estava com medo que essa hora chegasse, não posso deixar Sam fazer isso, ela minha irmã, minha responsabilidade, eu tenho que fazer isso e ela sabe que eu vou e já está cobrando meus serviços.

“Eu sei o que esse olhar significa, só... me dê mais um tempo, sorria uma pouco, me deixe uma imagem bonita.”

“Oh, Kate, não torne isso mais dificil do que já é. Já está ruim o bastante ter que te lembrar disso, só não... perca o tempo, sabe que não quero chegar ao fim disso...” Ela diz e baixa a cabeça.

Ficamos em silêncio por um tempo, eu estava cronometrando, não iria perder o tempo. Levantei, sentei ao lado de Jenny e a abracei. Ficamos assim até que eu disse:

“Não se preocupa, maninha, eu te prometi uma vez e vou cumprir minha promessa, só quero um tempo pra me despedir.” Já tinha me entregado às lágrimas, não havia motivos pra esconder como eu estava diante dessa situação. Eu não pude proteger minha irmã mais nova, minha única família.

Até então, Sam estava calado e olhava apenas para o chão, como se quisesse nos dar privacidade para partilharmos nosso momento, mas não quisesse nos deixar sozinhas por medo, talvez, de ficar sozinho outra vez ou algo pior acontecer, se bem que, para mim, nada pode ser pior do que perdê-la. Queria poder trocar de lugar com ela, ir em seu lugar. Poderia dar um fim sozinha para não pressioná-la com isso, mas não. O destino pode ser muito bom, como foi nos levando em direção a Sam, mas também pode ser um grande filho da puta sem coração, levando minha irmãzinha, a única coisa que me restava.

“Se vpcês estão falando em mata você, Jenny, me avisem, ok? Não vou deixá-las sozinhas, nem poderia, na verdade...” Sam disse de repente e eu percebi que não havíamos o incluído no assunto e o deixamos de fora, mas mesmo assim ele sabe o que iremos fazer, talvez ele venha a ser uma ótima companhia.

“É exatamente isso, Sammy... Eu simplesmente não posso, argh, virar uma daquelas coisas... Argh...” Jenny tomou a dianteira, parece que ela está mais conformada do que eu, quer dizer, ela está. Espera aí...

“Sammy? Sério, Jenny? De onde surgiu tanta intimidade, senhorita Spencer!?” Olhei para ela com uma sobrancelha arquejada e ela baixa a cabeça já com o rosto muito vermelho, vou sentir falta disso...

“Qual é, eu já a chamo por um apelido, por que ela não poderia me dar um também!?” Samuel, tsc, tsc, você realmente é muito convencido.

“Primeiro, Sam já é um apelido, Samuel, segundo, não tenho culpa se ela não gosta que a chamem de Jennifer.” Falei dando de ombros, sei que agora ela vai querer arrancar minha cabeça.

“SERÁ QUE VOCÊ... Argh! KATE, ME AJUDA!” Ela simplesmente caiu pro lado e começou a se contorcer me pedido ajuda. “Kate, por favor, anda logo com isso, ta doendo muito, por favor, Kate...” Ela me pedia, implorava, aos prantos e eu não conseguia fazer nada, até que Sam se levantou e foi ficar ao lado dela, ele não iria fazer isso, eu sei que não, mas ele disse que não nos deixaria sozinhas e agora eu o agradeço por isso.

Levantei e fui até Jenny, sentei ao seu lado e coloquei sua cabeça no meu colo e disse:

“ Você sabe que eu te amo, né? Que eu não vou te esquecer nunca e que eu não faço a mínima ideia de como vou conseguir sem você, não é?” Disse já me entregando à lágrimas novamente.

“ Claro que você vai, não é por que eu não consegui, argh, que você vai desistir, você tem que fazer isso por nós duas, você tem que viver por mim, arrgghh... Você TEM que fazer isso... É claro que eu sei que você me ama, eu também te amo, muito.”

“ Me perdoa, Jenny, me perdoa por não consegui te proteger, me perdoa por isso, por favor me perdoa...” Já estava soluçando, a única coisa que eu queria era voltar no tempo e tomar o lugar dela, debaixo daquele zumbi.

“ Não te perdoo, por que, para existir perdão, tem que existir culpa e eu não te culpo por isso, Kate, não mesmo... AHHH... ARGH! Mas se você puder fazer isso logo, eu agradeceria... Arghh... Rápido, porfavor...” Ela me olha com um olhar de súplica, implorando pelo fim e eu não irei negar seu último desejo.

“ Eu te amo, minha pequena, eu te amo mais que minha própia vida, daqui pra frente, viverei por você e farei tudo o que você sempre quis fazer, mesmo que eu odeie...” Não quero vê-la sangrar. Tiro minha PT 101 e coloco o silenciador. Encosto o cano em sua têmpora. “ Me perdoa por tudo, mas tenha certeza que eu sempre fiz o que pensei ser o melhor pra você e, principalmente, me desculpa por ter ido embora, mas eu fiz isso pra te tirar de lá, pra te trazer pra perto de mim...”

“ Eu sei, nunca te culpei por nada, por que eu sabia disse, eu te amo, sua metida a durona. Te amo, Kate. Até logo.”

“Te amo, Jenny. Até logo.”

Puxo o gatilho.

Ela finalmente se foi.

Em direção à um descanso merecido, ela foi e espero que fique bem , não importa onde seja.

Ela se foi. E eu fiquei. Por quanto tempo, não faço a mínima ideia, mas vai ser pelo máximo de tempo possível, por ela. Olho para o lado e vejo o garoto que entrou agora em minha vida e já tem uma enorme importância, espero que ele saiba o quão importante já é. Nele, sei que posso confiar, me apoiar, por que ele sempre estará comigo, vivendo por ela.

Olho para ele, e lá está o que eu precisava ver. Aquele sorriso que consegue me acalmar, não importa a situação, o meu porto seguro. Não sei para onde vou, mas não importa, vou apenas seguir em frente e tentar sobreviver.


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Notas finais do capítulo

Trsite? Não? Bem, eu tentei...
Vlws peoples!
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