Eu ainda te amo

Você me diz que está partindo, e eu estou tentando compreender

Eu tive que me convencer que eu aceitaria como um homem

Mas se você for, daí você vai saber que está me matando

E todas as coisas que eu nunca mostrei, eu vou fazer você ver

Garota tem sido tão longo, (me diga) como poderia ser

Um de nós sabe que dois de nós não pertencem a outra companhia

Isso machuca muito por dentro, o seu adeus, você querer ser livre

E sabendo que você se foi e me deixando para atrás

Eu vou fazer você ver;

Que eu ainda te amo, eu ainda te amo

Eu realmente te amo, eu ainda te amo

As pessoas me dizem que eu devo ganhar a qualquer custo

Mas agora eu vejo enquanto a fumaça se afasta, a batalha foi perdida

Eu vejo em seus olhos, você nunca teve que mentir, eu estou fora de sua vida

Hoje à noite eu sonharei afastado e você pode ainda ser minha

Mas eu estou sonhando com uma mentira, sonhando com uma mentira,que me faz querer morrer

Porque eu ainda te amo, eu ainda te amo

Querida, querida te amo, eu ainda te amo

E quando eu penso em todas as coisas que você nunca saberá

Muita coisa não foi dita

Porque garota, agora eu vejo que o preço por ter te perdido, será minha dívida a pagar

Minha dívida pagar, cada dia, ouça o que eu digo

Eu ainda te amo, eu ainda te amo

Eu realmente, eu realmente te amo, eu ainda te amo

Querida, querida te amo, eu te amo, eu realmente, realmente te amo

Gray praticamente estava morando na Fairy Hills. Ele esperava o dia em que Juvia abriria aquela porta. E só saia de lá quando Erza o expulsava a socos e pontapés.

Fazia cinco dias que ele não via Juvia. Cinco dias de angústia e arrependimento. Mesmo se Juvia o perdoasse, ele não o perdoaria, nunca. Era por isso que não queria revelar seus sentimentos. Sempre a magoaria. Esse era seu jeito.

E todos concordavam que Gray estava errado. Afinal, era a realidade. Ele sempre soubera dos pensamentos de Juvia em relação a ele. Quem mais ficou furioso com Gray, além dele mesmo, fora Lyon.

Ele procurara Gray e dera uma surra verbal no mesmo, frisando e enumerando todas as coisas erradas que esse fizera.

- O que está fazendo aqui? – perguntou Lyon, assim que viu Gray.

Gray ficou calado.

- Eu não deixarei você falar com Juvia, entendeu?

Gray continuou estático.

Lyon bufou e começou com sua tentativa de penetrar o esconderijo de Juvia. Gray levantou a cabeça e viu Lyon entrando no quarto, o que o surpreendeu. Era a primeira vez que Juvia abria a porta, e fora para Lyon! Gray começou a sentir algo formigando no estômago. Era isso que chamavam de ciúmes? Era uma sensação horrível! Gray odiou sentir aquilo.

Ele ficou escutando Juvia chorar e sentiu a culpa consumir seu corpo. Ele era... ele era um monstro.

- Eu vou cuidar de você sempre tá? – proferiu Lyon. – Eu te amo.

Gray se levantou. Aquilo era demais. Ele iria dar uns tapas em Lyon. Gray parou na frente da porta no momento em que Lyon beijou Juvia.

Juvia empurrou Lyon e se afastou, com as mãos na boca. Gray começou a socar Lyon. Estava furioso.

- GRAY-SAMA! – Juvia tentou puxar Gray, mas ele ainda estava socando Lyon. – Gray-sama! PARE!

Gray hesitou por um instante e Lyon o jogou para o lado, revidando. Juvia se colocou no meio dos dois.

- PAREM! – implorou.

Ambos pararam. Eles se levantaram e desviaram o olhar. Juvia estava indignada com a atitude deles. Além do mais, o que Gray estaria fazendo ali?

- Saiam daqui. – ordenou. Lyon e Gray saíram do quarto de Juvia. – Juvia quer que os dois façam as pazes.

- Eu não farei as pazes com ele. Não depois do que ele fez com você. – Lyon estirou a língua.

Gray olhou para o chão.

- Eu faço as pazes com você, se me prometer cuidar da Juvia. – disse em um sussurro. Juvia e Lyon encararam Gray.

- Por que está pedindo uma coisa dessas? Eu sou amigo de Juvia, sempre cuidei dela. Você que não sabe nada sobre essa palavra. Não sabe cuidar de ninguém, nem de si mesmo.

- Lyon, não diga isso. – Juvia murmurou. Ela não olhava Gray. Ela queria, mas não podia olhá-lo. Iria apenas incomodá-lo, e não queria deixar ninguém infeliz, principalmente ele. Ele... – Juvia vai... Juvia vai entrar.

Juvia entrou no quarto e fechou a porta. Por que ninguém a avisou que amar seria tão complicado?

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Fernando Pessoa