Naquele Dia, No Ônibus, Minhas Mães Se Apaixonaram escrita por ChrisAguiar


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Apenas leiam e morram de fofura xD



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— Mamãe Nanda, como conheceu a Mamãe Dani? — uma garota pequena, aparentemente com uns 7 anos, perguntou à sua mãe, sentando-se em seu colo. Ela, uma mulher morena com 25 anos no máximo, sorriu ao ouvir a perginta da filha, imediatamente olhando a outra mulher presente na casa, uma loira mais nova que ela. A outra "mamãe" retirou os olhos do livro que estava lendo e sorriu.

— Deixe-me ver... — Nanda colocou a mão no queixo, tentando se lembrar do fatídico dia.

— Nos conhecemos há cinco anos. — Daniela respondeu no lugar da outra, fechando o livro, fingindo estar chateada. — Em um ônibus.

— Sim, no ônibus. — lembrou-se a outra, pedindo desculpas com o olhar. A loira virou o rosto. — Own, vem cá, vem.

Fernanda colocou a filha no sofá e correu para abraçar a outra, tentando lhe roubar um beijo. Dani, sem conseguir resistir ao charme de sua mulher, se rendeu logo. Se beijaram uma única vez, já que sua filha, que se chamava Melinda, estava olhando, mas ela não se importava. Mesmo com sete anos, já entendia como o amor de suas mães era normal.

— Então se conheceram em um ônibus! — Linda continuou. Ela era negra, e era bem diferente de suas mães, que a adotaram justamente por isso. Queriam acabar com qualquer tipo de preconceito em sua criação. — Como foi?

As duas pararam para pensar, aparentemente não se lembravam direito. Como sempre, Dani foi a primeira a recordar.

— Lembro que sua mãe me chamou a atenção na primeira vez que a olhei. Ela era diferente naquela época, com seus cabelos cortados bem curtos. Me lembro que pensei que era um garoto no começo.

— Ei, não me xingue! — a morena realmente não gostava de homens. Dani apenas riu.

— Então os dias se passaram, e em todos eles eu olhava aquela garota misteriosa no ônibus. Eu realmente não conseguia tirar os olhos dela. Eu me achava maluca.

— Você era bem preconceituosa na época. — cortou-lhe mais uma vez Nanda, sentando no colo da amada. — Me lembro que quando estava com minha ex e a beijei, você disse umas coisas bem horríveis...

— Claro que sim! Ver aquela vadia te beijar mexeu, e muito, comigo! — defendeu-se a outra, mesmo sabendo que a outra tinha razão. Tentara ser homofóbica, e como todos, por causa do medo de seus sentimentos.

— Desde aquele dia, sua mãe me chamou a atenção. — começou a morena — Claro que antes eu tinha reparado na loira fenomenal que ela era — Dani lhe bateu de leve — Mas depois daquele comentário homofóbico, comecei a prestar mais atenção nela. Em entender porque ela se importava tanto comigo.

Linda assistia aquilo tudo maravilhada. Elas se odiavam no começo! Parecia aqueles romances que suas amigas tanto falavam. Sim, garotas de sete anos já falam disso e outras coisas mais. As mães da garota pararam um pouco, encarando uma a outra, e Linda pôde ver o quanto se amavam, ficando extremamente feliz com aquilo.

— Então você veio falar comigo... — Dani recomeçou, olhando sua mulher com carinho — E eu realmente te tratei mal. Eu era uma idiota.

— Tudo bem, eu sabia! — Nanda tirou um fio de cabelo do rosto de loira e beijou sua testa — Só não entendia porque me sentia tão atraída por você...

— Depois daquilo, eu passei a pensar em você mais horas por dia. — continuou a loira, envergonhada — Passei até a sonhar com aquela garota lésbica irritante... Eu estava me sentindo muito mal. Estava sendo rude com todos, e terminei com meu namorado, pois não aguentei mais ele me beijando.

— Ainda bem! — comentou Nanda com raiva.

— Naquele momento, eu só pensava em você... — Dani confessou, extremamente envergonhada. Ao ouvir aquilo, a morena ficou vermelha também. Era uma cena extremamente fofa, e Linda não aguentava mais ver tanta fofura.

— Então...? — ela também estava bem curiosa.

— Então sua mãe veio falar comigo. — continou Nanda. Nesse dia só tinha um local vago no ônibus, ao meu lado. Sua mãe teve que se sentar lá. Ficamos sem nos falar, até ela dizer do nada uma coisa que me deixou espantada.

— "Dá pra parar de aparecer na minha mente?!" — Dani repetiu a mesma frase daquele dia — Então eu desci naquela parada mesmo, sem saber onde estava. Resultado, cheguei atrasada no colégio.

— Ela realmente me pegou de surpresa — disse Nanda — Não me concentrei em mais nada por dias. Sua mãe não saía de meus pensamentos. Por fim, quando a encontrei uma semana depois no ônibus, decidi tirar aquilo a limpo.

— Eu realmente não sabia o que fazer. — relatou a loira — Ela falou comigo, perguntou, e eu mal podia encará-la. Eu sabia que, se a encarar, tentaria beijá-la à força.

— E foi o que eu fiz. — Nanda sorriu — Ela não prestava atenção em mim, então a beijei.

— No ônibus e tudo? — Linda colocou a mão em sua boca, espantada.

— No ônibus e tudo! — confirmou Dani — E meu coração parou por alguns segundos. Eu tinha ido ao paraíso e voltado. Ela só parou quando perdemos o fôlego, então eu dei uma tapa na cara dela.

— Uma tapa?! — Linda estava totalmente imersa na estória.

— E como doeu, meu Deus! — Nanda passou a mão em seu rosto como se estivesse recebido naquele instante. Dani beijou o local, como se pedisse desculpas.

— Então eu fiz uma coisa mais surpreendente que o tapa. — disse a loira.

— O quê?! — Linda já não se aguentava mais de curiosidade.

— Ela me beijou. — completou Nanda sorrindo.

Linda fez cara de "OMFG MENTIRA ISSO", fazendo suas mães rirem.

— Quando ela terminou, ela olhou bem em meus olhos e disse: "Já que você não sai dos meus pensamentos, trate de não sair da minha vida também!" — citou a morena, fazendo a outra ficar envergonhada. — Não preciso dizer que quase morri de felicidade, preciso?

— Então você disse "eu te amo também" e todo o ônibus nos aplaudiu. — disse uma envergonhada Dani.

— Todo o ônibus?! — Linda estava chocada.

— Sim! Foi lindo! — Nanda sorriu se lembrando nas expressões de verdadeira alegria das pessoas ali. Ficara extremamente feliz por aquilo. Nem todo mundo criticava o verdadeiro amor, afinal.

— Depois de toda aquela vergonha, eu abracei sua mãe bem forte. — continuou Dani. — Sussurei em seu ouvido que ela era minha a partir daquele momento, e que não ousasse ficar com outra garota. Ela era bem galinha, por sinal.

— Ah, mas era porque eu não tinha encontrado o amor verdadeiro. — tentou justificar a morena — Depois de te conhecer, nunca mais pensei em mais ninguém.

Ao ouvir aquilo, Dani não aguentou e beijou com paixão sua amada, que retribuiu da mesma forma. Linda não pôde deixar de abrir um largo sorriso, afinal, ver tanto amor entre as duas mulheres mais importantes de sua vida... Linda não pôde deixar de se sentir extremamente feliz.

Afinal, quando o verdadeiro amor junta duas pessoas, não importa como sejam, ele será extremamente lindo.

E que se dane o preconceito.


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Notas finais do capítulo

Que se dane o preconceito mesmo! *---*
Quis passar com essa fic o quanto um amor pode ser lindo, independente de como for. Espero que tenha alcançado meu objetivo! Comentem se gostaram, ou se não gostaram!
Até a próxima!