Uma Vida Toda. escrita por Isobel Horrys
[...]
- Pietro! Sobe aqui menino!
Acordei assustada. Meu Deus, quem será Pietro? Levantei-me da cama e quando estava chegando à porta, virei pra janela e vi um menino parado do outro lado. Ele começou a mexer a boca, como se estivesse falando alguma coisa e logo em seguida apontou pra mim. Foi ai que apareceu o mesmo menino que tinha me oferecido ajuda com as malas, ele ficou me olhando, sorriu e abanou a mão, nem respondi nem nada, fechei minha cortina na hora.
Sai do quarto e desci as escadas, olhei para o sofá e nada da minha mãe.
- Mãe?
- Aqui na cozinha.
- Está fazendo o que? –Perguntei assim que cheguei mais perto dela.
- Vendo se tem algo para fazer, mas pelo jeito seu pai não comprou nenhum tipo de comida pra cá. –Disse ela enquanto se virava para mim, cruzando os braços.
- Bom, esse é um bom motivo para irmos a um restaurante e aproveitarmos para conhecer a cidade. –Dizia, fazendo carinha de piedade.
- É verdade, gostei da ideia filha. –Ela sorriu. - Vá logo se arrumar então.
Sai correndo e fui direto pro meu quarto. Entrei no banheiro e tomei um banho de mais ou menos trinta minutos. Eu já tinha uma ideia de qual seria a roupa que eu usaria. Passei uma maquiagem simples e fui para sala. Como de costume, minha mãe ainda estava se arrumando. Fiquei esperando, mas logo ela apareceu.
- Conhece algum restaurante por aqui mãe? –Perguntei, já indo em direção à porta.
- Não, mas a gente procura o que estiver mais lotado, a gente entra. – Disse ela, me puxando pelo braço.
Entramos no carro e seguimos caminho. Por toda rua que a gente passava tinha alguma festinha. Devem estar aproveitando a ultima semana de férias, só pode.
- Filha olha aquele ali. –Disse ela apontando para o restaurante. - Não está vazio e nem muito cheio, o que acha?
- Pode ser aquele mesmo mãe.
Assim que ela estacionou o carro, desci do mesmo e ao subir na calçada eu rapidamente me senti no chão. Nem vi da onde tinha vindo aquele empurrão, só sabia que minhas mãos estavam ardendo, provavelmente machucadas.
- Nossa gata, desculpa. Eu não tinha te visto. –Disse, tentando me ajudar a levantar.
- Provavelmente não. –Resmunguei. - Pronto, eu já estou bem, pode me soltar. –Disse, alto e claro, pra que ele me soltasse logo.
- Tudo bem resmungona. –Disse, ele em um tom de deboche. - Foi sem querer, ok?
- Ta bom, ta bom. –Disse, enquanto eu limpava minha calça. Ao levantar meu rosto, meus olhos se encontraram com o dele, ele ainda estava ali, provavelmente rindo da minha situação.
- Eu me chamo Luan e você? –Perguntava ele, parecia meio desconcertado. - Você é nova por aqui né?
- Me chamo Bela, sim eu sou nova. –Dei um sorrisinho de lado.
- Vamos Luan, a menina não sofreu nenhum acidente grave não. –Esperneava uma garota atrás dele.
- Eu tenho que ir. –Disse virando-me.
- A gente se encontra por ai, Bela. –Disse. Virei um pouco para trás e abanei minha mão.
Minha mãe já estava um pouco na frente, quase entrando no restaurante. Cheguei perto dela e entrelacei meu braço no dela. Fomos entrando, o garçom nos guiou até a mesa, nós sentamos e começamos a olhar o cardápio.
- Filha. –Disse ela, ainda olhando para o cardápio. - Quem era aquele menino?
- Um lerdo. –Falei enquanto olhava o cardápio.
- Um lerdo bem lindo né? –Perguntou ela, baixando o cardápio e me olhando com um olhar de malicia. Confesso que me assustei um pouco.
- Não quero saber. –Fechei o cardápio e o coloquei sobre a mesa. - Por mais que seja lindo. –Disse quase sussurrando, torcendo pra que ela não ouvisse.
- Faça-me o favor Bela, você deveria arrumar um namorado. –Disse ela, sorrindo pra mim.
- Porque eu preciso de um namorado mãe? –Perguntei revirando os olhos. - Enfim, peça logo algo pra comer, estou faminta.
Ela levantou a mãe e chamou o garçom, ainda bem, eu não estava a fim de continuar naquele assunto de namoradinho. A ultima coisa que eu precisava era me preocupar com alguém.
Bom, comemos algo leve. Como o medico receitou, eu não podia ficar comendo muita besteira. Para a minha tristeza. Assim que terminamos de comer, ficamos conversando sobre a casa nova, assunto vai, assunto vem, quando olhamos para o relógio vimos que já ia da 10 horas. Nós levantamos, minha mãe pagou a conta e fomos embora.
Assim que chegamos em casa eu corri para meu quarto, gritei boa noite para minha mãe e fechei a porta do quarto. Quando eu passei pela janela, lá estava o menino que me ofereceu ajuda, ele estava tocando violão e parecia estar cantando algo. Fiquei o observando por um momento, mas logo sai daquele transe. Fechei a cortina e me despi, tirei minha roupa e coloquei meu pijama, pulei na cama e em poucos minutos quando eu vi, já estava dormindo.
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Ass: Isobel Horrys