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- Mãe, nós temos mesmo que mudar de cidade? -Disse roendo-me de raiva. Eu não estava acreditando que eu estava deixando aquele lugar maravilhoso.

- Sim filha e você sabe muito bem que é para o seu melhor. -Respondia ela enquanto colocava a ultima mala no porta-malas e fechando-o.

- Eu sei mãe, mas eu amo a minha casa, amo o meio bairro e amo os meus amigos. Não quero partir. -Virei para minha casa, ficando de frente pra ela. -Vamos ficar, eu sei que mudar de cidade não ira mudar nada.

- Não diga isso minha filha, essa mudança só vai trazer o seu melhor. Eu creio nisso. -Dizia ela, me abraçando por traz, tentando me tranquilizar.

- Eu também credito nisso mãe. -Uma lagrima escorreu entre minha face, mas a limpei rapidamente, nesse momento o que eu não podia fazer diante da minha mãe era fraquejar.

Minha mãe me soltou e foi pro carro, eu ainda fiquei ali, olhando pra minha casa e relembrando os momentos que eu passei ali, mas meus devaneios foram cortados aos berros da minha mãe Laura. 

- Filha, filha! Temos que ir, a viajem até o aeroporto é longa.

- Ok mãe estou indo. -Dei uma ultima olhada na minha casa, virei-me e fui pro carro. Assim que entrei, coloquei meus fones de ouvido e selecionei Lanterna dos Afogados, da Maria Gadu.

A viajem até Belo Horizonte, seria longa e cansativa. Tentei dormir um pouco, mas as dores nas costas não deixaram. Então segui calma até ao aeroporto.