Amor Além Da Vida escrita por Isabelle Masen


Capítulo 6
Parte VI


Notas iniciais do capítulo

Oi denovo! Desculpem o atraso, mas é que eu ia realmente postar na terça, só que deu algum problema no Nyah! e sempre que eu postava o capítulo ele saía todo desfigurado, e como ele era grande, fiquei sem paciência pra copiar tudo do word pra cá. Daí eu estudei pros meus testes nos outros dias, e só postei hoje porque descobri uma forma de enviar ele certinho.


Quero dar um mega agradecimento à Danila, a linda que deu a primeira recomendação da fic! Cara, chorei lendo ela, sério! Vocês não sabem como eu fiquei feliz! Esse cap é todo seu, lindaaa!


Quero agradecer aos reviews passados, vocês são demais! Sério, eu adoro quando vocês opinam sobre a história, me sinto mais motivada a escrever. Obrigada mesmo, e bem vindas as leitoras novas! :)


Sem mais devaneios, boa leitura!



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(...) Dia 4 pra Bella – 2 Dias para Edward

 


–-- E se eu cair? – Bella se queixou olhando fixamente pra cachoeira abaixo de nós.

 

Tínhamos levantado por volta das 5h pra dar um passeio pelas florestas. Bella encontrou essa cachoeira e decidiu tirar uma foto aqui, mas se recusa a entrar por medo. Tem alguns metros de altura, talvez uns 7, porém não é tão doloroso pular daqui. Em La Push tem penhascos maiores. Bella está apenas de roupa íntima e eu continuo com minha bermuda.

 

–-- Você acha que eu te deixaria cair? – falei e ela engoliu em seco.
 

–-- Não, mas...

 

–-- Bella, confia em mim – pedi olhando em seus olhos, tentando passar confiança.



Ela olhou alguns segundos pra cachoeira, a expressão pensativa. Por fim, ela olhou em meus olhos e eu toquei sua bochecha. Seus músculos relaxaram e ela abriu um sorriso nervoso, vindo até minhas costas. Ela se segurou ali e eu passei os braços por suas coxas, pra deixa-la firme.

 

–-- Gerônimo! – ela gritou e eu ri, dando impulso pra pular. Ela arranhou minhas costas na medida que eu me aproximava da água, mas estava arranhando fundo demais. Contorci as costas e tirei meus pés da terra, sentindo o vento ser rompido contra meu rosto.

 

Fechei os olhos e, enfim, batemos contra a cachoeira. O impacto foi forte pra Bella, já que ela gritou antes de submergir. Ela foi afastada de mim quando caímos, mas ainda sim ouvi o splash de Bella se chocando com a água.

 

Nadei e voltei até a superfície, esfregando os olhos pra enxergar. Bella veio em seguida, há uns 50 centímetros longe de mim. Nadei até ela e ela passou as pernas por minha cintura, gemendo.

 

–-- Você está bem?

 

–-- Minha bunda bateu com a água – disse com uma expressão de dor e eu passei a mão por sua bunda, massageando. E, claro, apreciando. Também sou homem, oras!

 

–-- Edward – ela cerrou os olhos, olhando pra mim. Eu franzi o cenho e fiz uma careta ofendida.

 

–-- O que? Eu estou preocupado com você, não pense uma besteira dessas! – falei e ela uniu as sobrancelhas, confusa.

 

–-- Eu ia dizer que esquecemos nossas roupas e mochilas lá em cima – deu de ombros confusa e eu franzi os lábios. Ela arregalou os olhos, percebendo do que se tratava – você... Edward! – ela de uma tapinha na água e se soltou de mim. Rimos.


http://4.bp.blogspot.com/-MNOhrXt5cr8/TpceRAh7R2I/AAAAAAAAAsU/ZtuRyZaOsfk/s1600/filmagem-kristen-robert.gif (N/A: Se não pegar, copiem e colem e blá blá blá...)

 

–-- É só que não quero que você esfregue na minha cara que eu estava errado – falei e um sorriso malicioso surgiu em seu rosto. Quando ela ia pensar em falar, atirei água contra ela, que fechou os olhos. Ri.

 

–-- Edward... Não devia ter feito isso – disse e mergulhou, sumindo de meu campo de vista. Tentei vê-la, mas não consegui.

 

Virei pra trás, esperando que ela aparecesse ali. Alguma hora ela teria de subir pra respirar, não é mesmo?

 

Escutei um barulho de água próximo à mim e quando virei o rosto fui atingido por um jato de água. Fechei os olhos. Bella ria escandalosamente.

 

–-- Eu avisei.

 

–-- Ah, eu vou te mostrar uma coisa – falei e nadei até ela, puxando-a até de baixo da cachoeira. Ela tentava rir, mas sempre que abria a boca, entrava água.


 

A sensação de estar de baixo de uma cachoeira? Como se ela lavasse a minha alma, como se retirasse as coisas ruins de seu corpo. Dei um sorriso com os olhos fechados. Mas voltei a abri-los quando Bella me puxou pra fora e colou seus lábios nos meus, voltando pra baixo da cachoeira.

 

Passei meus braços pra sua cintura e ela enlaçou suas pernas em meu quadril, levando as mãos pra meu rosto. Me senti conectado a ela, não sei se foi pela cachoeira ou pelo beijo, mas nunca sentira aquilo. Uma lufada de calor percorreu meu corpo. Bella percebeu e nos afastamos, ainda de olhos fechados, com as testas coladas.

 

Apenas aquele momento fez com que todos os músculos de meu corpo relaxassem. Eu senti cada vez mais a necessidade de tê-la.

 

Voltamos a nos beijar com desespero, como se ela sentisse o mesmo que eu. Suas mãos lutavam com meus cabelos enquanto eu apertava suas coxas, ofegante. A água da cachoeira tornava tudo mais excitante.


 

Ela interrompeu o beijo e olhou pras pedras, sobressaltada. Quando eu olhei percebi que alguns garotos estavam com nossas mochilas e roupas. Arregalei os olhos e me enfureci, começando a nadar pra borda.

 

–-- Ei! – Bella tentou gritar.

 

–-- Voltem aqui, seus pivetes! – falei finalmente conseguindo subir nas pedras. Corri atrás dos garotos, mas eles não pararam. Quando Bella tentava sair, eu fiz um sinal pra que ela parasse.

 

–-- Fica aí!

 

–-- Por quê?

 

–-- Porque você está sem roupa!

 

–-- Idaí?

 

–-- Fica, Bella! – falei e saí correndo atrás dos pivetes. Argh! Bella estava certa. Péssima ideia pular em uma cachoeira.

 

–-- Au Au! – ela gritou com sarcasmo. Ignorei e voltei a correr pela floresta.

 

–-- Moço, é só uma mochila! – um dos pivetes, o qual eu já quase tocava a camisa, gritou.

 

–-- E o inferno sou só eu! – gritei de volta e agarrei sua camisa, mas acabamos escorregando na lama. Ele bateu a cabeça em minha barriga e eu quase vi estrelas.

 

Nos levantamos cambaleantes e eu tomei tudo de suas mãos. O garoto tinha 15 anos!

 

–-- Cara, você está... Está... – ele disse apontando pro meu nariz e começou a dar passos pra trás. Toquei meu nariz e senti o rio de sangue, que fazia trilha até meu pescoço.

 

O garoto correu e eu passei as mãos rapidamente por meu rosto, na tentativa de tirar aquilo de lá para que Bella não notasse.

 

–-- Edward, você... - Bella se aproximou de mim e eu me virei para olhá-la. Seus olhos foram certeiros pra meu nariz - Ah, meu Deus! – disse e se aproximou de mim.

 

–-- Não é nada... – falei balançando a cabeça.

 

–-- Você caiu? – disse ignorando o que eu dissera, tocando minha bochecha.

 

–-- Não está doendo, toma, veste suas roupas e vamos – falei erguendo suas roupas e ela uniu as sobrancelhas.

 

–-- Edward, você está sangrando! – ela quase gritou. Suspirei e ela me puxou até um tronco de árvore, me fazendo sentar ali.

 

Ela procurou algo na mochila e passou um pano com um remédio por meu nariz.

 

–-- Ah! – gemi pendendo a cabeça pra trás. A epistaxe causara um ferimento em meu nariz.


 

–-- Você disse que não estava doendo, lembra? – disse piscando pra mim e eu bufei, fazendo-a rir.

 

–-- Mas dói, ué! – falei cruzando os braços e ela me encarou por um tempo, de braços cruzados também. Depois de alguns segundos caímos na gargalhada. Ela sentou em meu colo.

 

–-- Você parece a minha mãe – falei e ela gargalhou.

 

–-- E você parece uma criança birrenta. Tadinha da dona Esme – falou e eu dei um soquinho em seu ombro.

 

–-- Você é uma péssima médica – falei e ela apertou minha bochecha, passando as pernas por minha cintura.

 

–-- Não sou uma médica ruim. Não é culpa minha se meu paciente não se comporta – falou e eu mordi sua bochecha, fazendo ela sorrir.

 

–-- Vou me comportar se você se comportar – pisquei e ela cerrou os olhos com um meio sorriso. Roubei um selinho dela, fazendo ela rir.

 

Ela pegou novamente o pano e o passou com cuidado em meu nariz. Cara, a dor que eu senti foi tão agonizante que se Bella não fosse a médica eu bateria em quem quer que fosse.


 

Ela colocou uma mão em minhas costas e eu me contorci. Ela uniu as sobrancelhas.


 

–-- O que foi isso?

 

–-- Você me arranhou quando estávamos pulando na cachoeira – falei sem me importar e ela desceu o olhar, como se confessasse um crime vergonhoso.

 

–-- Edward... Eu...

 

–-- Tudo bem – passei um dedo por sua bochecha, fazendo ela me olhar – você estava com medo.

 

–-- Isso não justifica – falou balançando a cabeça e eu beijei sua testa. A envolvi em um abraço e ela colocou as mãos cuidadosamente em minha nuca.

 

–-- Não esquenta com isso. Não vai querer brigar por um arranhão, né?

 

–-- Ficou marcado – disse olhando sobre meu ombro. Ri fraco, malicioso – qual a graça?

 

–-- Se eu te marcar, podemos esquecer isso? – falei e ela riu de minha malícia e me beijou, me fazendo deitar no tronco. Minhas mãos ganharam vida própria e correram livres por seu corpo, ganhando vida própria, assim como as suas. Nossas línguas travavam uma batalha deliciosa por espaço em nossas bocas.

 

Girei com Bella fazendo ela ficar por baixo e desci beijos por seu queixo, dando um chupão em seu pescoço e mordendo de leve a região em seguida. Bella arqueou as costas e fechou os olhos, puxando levemente meus cabelos pra ela, pedindo por mais.

 

Quando cheguei em sua barriga, lambi algumas gotas da água que restavam nela, fazendo ela se arrepiar a cada toque. Quando abaixei sua calcinha, a olhei e vi sua expressão de prazer. Sorri e continuei.


 

(...)



 

–-- Você foi ótimo – falou enquanto andávamos pela calçada, a caminho da pousada. Já estávamos longe da floresta há alguns minutos.

 

–-- Você foi perfeita – falei e ela riu.

 

–-- Me marcou como disse que marcaria – apontou pro seu chupão no pescoço e o outro em seu ombro.

 

–-- E você me marcou denovo – falei dos leves arranhões em minhas costas e meu outro chupão no ombro. Ela riu.

 

–-- Sabe, eu queria que durasse pra sempre – disse e eu ergui uma sobrancelha.

 

–-- Então porque não faz uma tatuagem? – falei e ela me olhou com um sorriso crescendo em seus lábios.

 

E mudamos o trajeto em direção à tatuadora. Bella entrou e avaliou todas as tatuagens do local, a maioria eram palavras no idioma havaiano ou mulheres seminuas com uma tiara de flores típicas do Havaí. Bella me puxou quando passamos por essa sessão e eu ri. Ela fica muito engraçada quando fica com ciúmes ou raiva de algo.

 

Por fim, ela escolheu tatuar E.C no símbolo do infinito, que eu deduzi ser Para sempre Edward Cullen. Vibrei por dentro, afinal, ela teria uma marca minha em seu corpo. E isso significava que eu não seria esquecido. Era a prova que eu precisava pra dormir à noite.
 

Segurei firme sua mão enquanto segurava a câmera com a outra. Ela insistiu pra que eu ficasse na sala durante o procedimento, porque eu passava confiança a ela.

 

–-- Pronta? – perguntei apontando a câmera pra ela. Ela sorriu e tirou uma mecha de cabelo do rosto.

 

–-- Nervosa – admitiu corando e eu ri, apertando ainda mais sua mão.

 

–-- Confia em mim, não vai doer – pisquei e ela riu – o que você vai tatuar aí?

 

–-- As suas iniciais – sorriu pra mim e eu beijei sua bochecha.

 

–-- Será que Charlie vai aprovar isso? – perguntei em um tom brincalhão e ela deu de ombros.

 

–-- Edward e Charlie então – disse e rimos.

 

O tatuador preparou a agulha e a tinta escura. Ele ficou em pé atrás de Bella e olhou pra ela, talvez pra pedir pra ela abaixar a alça da blusa. Abaixei-a, meio carrancudo.
 

Ele voltou a sorrir pra Bella e colocou suas luvas. Em sua mesinha, tinha algodão, um outro produto e uma pasta. (N/A: Eu não sei se é assim que os tatuadores fazem)

 

–-- Pronta? – perguntou a Bella e ela assentiu, engolindo em seco e apertando minha mão. Enlacei meus dedos nos dela enquanto a agulha começava a penetrar sua pele.

 

–-- Cara... Dói mesmo – disse dando um sorriso pra câmera, a expressão de dor. O tatuador riu e eu também.

 

–-- Qual é, seja corajosa – pisquei pra ela que deu um beliscão em meu dedo – au!

 

–-- Caladinho aí, E.C

 

–-- Tão delicada – falei fingindo sentir dor. Ela sorriu erguendo as sobrancelhas, como se estivesse vencendo em alguma coisa.
 

–-- Como uma flor – repetiu a resposta.
 

Depois ela voltou a apertar com força minha mão e fechou os olhos quando sentiu o sangue sair de seu ombro.

 

Bella mostrou, através de um simples pedido, a sua confiança em mim. Ela me pediu pra ficar ali com ela e segurar sua mão enquanto ela fazia a tatuagem, por medo, e fiquei feliz em saber de sua confiança. Normalmente ela desistiria e faria uma tatuagem de caneta, como faz na escola, mas ela ergueu a cabeça e foi até o fim. Ela decidiu sozinha fazer aquilo comigo. Ao meu lado. Eu tenho tanto orgulho da minha princesa...

 

Ela apertava cada vez mais forte minha mão, e era como se eu sentisse a dor que ela sentia. Era tudo tão fácil pra mim e pra ela... Por isso quase não brigamos nesses três anos que passamos juntos. Sentimos o que o outro precisa, percebemos que estamos errando e reconhecemos, assim, as brigas são por coisas fúteis e sem sentido algum. Sem contar que a nossa reconciliação é maravilhosa.

 

Bella ofegou e eu beijei sua bochecha, fazendo ela me olhar. Ela suava bastante, estava nervosa. Sorri, passando confiança. Ela sorriu de volta. Acariciei sua bochecha e ela fechou os olhos, apreciando a carícia. Logo senti seus músculos relaxarem.


 

(...)


 

–-- Sabe, é difícil remover uma tatuagem – falei e beijei de leve o seu ombro, no lugar que ainda estava com o curativo. Ela sorriu e me puxou mais pra ela.

 

–-- Remover? Quem disse que eu quero remover?
 

–-- Sei lá, vai que acontece alguma coisa – falei olhando pro horizonte. Ela deitou a cabeça em meu peito.

 

–-- Nada vai acontecer. Eu amo você, nada pode mudar isso – falou e eu beijei seus cabelos.

 

Meus braços envolviam os seus e os dela estavam em minhas costas. Estávamos bem próximos. O vento batia levemente em nós na parte de cima do quarto. A jacuzzi estava desligada e o sol já estava fraco.
 

Bella estava linda em seu vestido de princesa, semelhante ao da branca de neve, sua princesa favorita. Seus cabelos estavam pro lado, para não encostarem no esparadrapo que protegia sua tatuagem. Ela estava sem maquiagem, mas estava perfeita. Eu a preferia assim, mesmo que a maquiagem a deixe ainda mais linda. Ela é perfeita de qualquer jeito. Com ou sem vestido, com ou sem maquiagem.
 

–-- Sabe, essa é a primeira princesa que eu conheço que tem uma tatuagem – falei e ela riu.

 

–-- Você também. Um príncipe rebelde – falou e eu revirei os olhos.

 

–-- Acho que estamos violando as leis dos contos de fadas – falei colando nossas testas e ela riu.

 

–-- Vamos ser presos pelos sete anões – falou e eu gargalhei com vontade. Senti um flash em meu rosto.

 

–-- Bella! – repreendi e ela soltou um riso abafado, mexendo na câmera.

 

–-- Ah, eu quero fotografar esse momento – piscou pra mim, sentando no muro entre o mar e o quarto.

 

–-- Pretende fazer outra tatuagem? – falei e ela me olhou com raiva, como se não fosse pra eu ter dito aquilo. Ri e sentei ao seu lado.

 

–-- Você é tão engraçadinho, E.C...

 

–-- Agora sou formalmente seu E.C – pisquei pra ela, que mordeu o lábio inferior, avaliando minhas roupas.

 

–-- Meu príncipe.

 

–-- Pode falar a verdade, estou parecendo um pinguim com esse terno – falei abrindo os braços e ela riu, me dando um tapinha na perna.

 

–-- Não, está perfeito – falou passando um braço em minhas costas e deitando a cabeça em meu ombro – como em meu sonho.

 

–-- Sonha comigo vestido assim? E você como uma pinguinzinha? – falei e rimos.

 

–-- Bobo.

 

–-- Linda – falei e ela levantou, pegando minhas duas mãos. Levantei e a envolvi em um beijo lento e prazeroso. Nos movimentávamos bem sincronizados enquanto suas mãos passeavam por meus cabelos e as minhas iam de sua cintura até sua bunda, onde apertei de leve.

 

Nos afastamos em busca de ar e eu fiz uma trilha de beijos de seu maxilar até o seu pescoço, fazendo ela se arrepiar e puxar meus cabelos pra si, em busca de mais. Ela enlaçou as pernas em minha cintura e eu a sustentei pelas coxas. Entendendo o que ela queria, andei sem parar de beijá-la até o quarto.

 

Ela sentou em meu colo e desceu beijos por meu pescoço, me provocando arrepios. Ofeguei e levei minhas mãos até suas costas, onde rasguei o feixe do vestido com cuidado pra não tocar na tatuagem. Ela gemeu e riu contra minha boca, assim como eu. Depois desci as mãos lentamente por sua cintura e quando cheguei à sua saia longa a rasguei na metade com facilidade. Ela gemeu surpresa e se grudou ainda mais a mim, tentando rasgar meu paletó. Ri quando ela tentou quatro vezes rasga-lo. Derrotada, tirou apenas minha gravata enquanto eu tirava o blazer.

 

Me empurrou na cama e sentou sobre meu membro enquanto me beijava.

 

–-- Danadinhos! – ouvimos a voz irritante de Alice cantarolando e ela se jogou pro lado, gemendo por ter batido as costas no colchão. Bufei e ela se sentou, levantando as mangas do vestido.

 

–-- O que faz aqui, Alice? – ela perguntou tão incomodada quanto eu. Porque essa baixinha aparece sempre na pior hora possível?
 

–-- Eu tenho uma novidade! – ela saltitou até o pé da cama – seus safadinhos. Edward, você rasgou o vestido TDB dela! – ela murmurou estupefata pegando o trapo que restara da saia rasgada. O vestido de Bella agora estava um pouco acima dos joelhos. Ri pelo canto da boca e Bella sorriu.

 

–-- Mas foi bom – piscou pra mim e eu ri, abraçando-a com apenas um braço.

 

–-- Chega dessa pornografia desnecessária! – ela reclamou indo até as nossas malas e jogando algumas roupas no chão.

 

–-- Proibida para menores – murmurei baixo e Bella gargalhou. Alice levantou o olhar pra nós com uma sobrancelha erguida, desconfiada. Dei de ombros e Bella olhou pro teto.

 

–-- Isso é bullying, sabiam?

 

–-- Sem querer ser grosso – mentira -, mas o que veio fazer aqui? – perguntei cordialmente. Bella me olhou com uma careta desconfiada, estranhando minha calma. Depois ela sorriu quando eu engoli em seco.

 

–-- Bom, eu estou precisando de uma roupa masculina e não poderia pedir roupas pro meu chefe – disse normalmente.

 

–-- Por que você quer uma roupa de homem? – Bella disse vagarosamente, tão incrédula quanto eu.
 

–-- Sem perguntas, por favor! – falou passando que nem um furacão pela porta, batendo-a com força.

 

Parece que essa garota sente quando é a hora errada. Que filha da...

 

–-- Onde paramos? – Bella disse voltando pra meu colo, me fazendo rir surpreso e levar as mãos à sua cintura, tomando-a em um beijo.
 

Ela arranhava minhas costas com o rosto em meu ombro, enquanto eu descia novamente as mangas de seu vestido e beijei de leve o local com meu nome. Ela se arrepiou e arqueou as costas, segurando-se em meus ombros. Aproveitei e desci meus lábios pelo seu colo, até chegar em um de seus seios. Bella me puxou mais pra ela e assim o fiz.

 


(...) 18h30min



 

Estávamos andando de bicicleta com Bella no tubo horizontal, dando uma volta pela praça. Ouvimos falar de uma festa aqui, e minha Bella do jeito que é, não quis perder. E trouxe a maldita câmera consigo, mas graças ao bom Deus, ela está agarrada ao guidom com medo de cair.

 

Ela ri maravilhada com tudo que vê em sua volta: candeeiros e algumas lâmpadas iluminam o céu, que já está quase centrado no horizonte, anunciando a quase chegada da lua.
 

http://31.media.tumblr.com/tumblr_mejbbdOYaM1rfmiu8o1_500.jpg
(N/A: copiar e colar se o link não pegar, lalala (8))
 

Uma música leve soava ao fundo, em um canteiro de flores que ficava no centro da praça, a qual era em formato circular. Alguns músicos apenas tocavam violão, alguns casais conversavam, crianças riam e alguns homens conversavam calmamente. Uma única mulher com uma aliança de casada e uma blusa até os cotovelos na cor vinho observava Bella com cobiça, anotando algo em uma folha de caderno. Algumas adolescentes empurram um garoto e uma garota para o centro do pequeno palco improvisado no canteiro de flores, onde alguns homens preparam seus instrumentos. Parecem estar convencendo-os a cantar.

 

Tudo é tão irreal que parece aqueles comerciais de TV. Agora eu sei de onde eles tiram tanta inspiração pra propagandas. Essa, talvez, seja a causa da admiração de Bella.

 

Ela olha pras coisas com tanta ingenuidade, sorri com qualquer nova descoberta, é atenta a cada detalhe. Ver seu sorriso maravilhado não tem preço. Por isso ela não conseguiria ser uma atriz. Tudo nela é tão verídico e genuíno que me sinto como um lobo mau perto dela. É tão pura, tão frágil, tão inocente... Como uma flor. Essa é a minha Bella, ingênua, doce e frágil.

 

Virei uma curva e coloquei um pé no chão para frear a bicicleta, usando também os freios de mão. Assim que ela parou, Bella se levantou e preparou a câmera. Primeiro foi até uma árvore e fotografou o sol por entre os ramos da mesma. Depois fotografou apenas o sol contrastado com o mar, que estava calmo, porém causando uma ventania agradável.

 

Seu vestido creme com algumas flores meio apagadas voou, fazendo ele subir além de seus joelhos. Seus cabelos saíram de seu rosto, revelando seus acanhados olhos, que brilhavam intensamente enquanto fitavam o crepúsculo através da câmera. Eles sorriam, assim como um pedacinho de seus lábios avermelhados. Seus joelhos estavam levemente dobrados, enquanto ela tentava abaixar a barra do vestido, que insistia em subir.

 

Fui até ela deixando a bicicleta ali. Era pouco provável que alguém a roubasse de mim. E ela era alugada.

 

A abracei por trás e senti suas costas tremerem com o riso leve dela. Ela se virou e ficou na ponta dos pés, beijando-me nos lábios com um sorriso sereno. Retribuí e ficamos uns sete segundos ali; minhas mãos em sua cintura, um sorriso no canto da boca e seu tênis desamarrado. Ela é a única garota que consegue combinar um all star com um vestido. Falei como a Alice! Devo estar passando tempo demais com essa baixinha empata-fodas.

 

–-- Já acabou de tirar tantas fotos?

 

–-- Ainda estou começando. To procurando a foto perfeita, mas é tudo tão lindo que fica difícil – deu de ombros com um meio sorriso. Enlacei nossos dedos e andamos lentamente pela praça.

 

–-- Porque não fotografa a si mesma?

 

–-- A foto nunca sai boa – ela disse meio corada. Sorri.

 

–-- É só tirar comigo – pisquei e ela riu, me dando uma cotovelada leve na costela.

 

–-- Tão convencido...

 

–-- Tão linda... – falei e ela ruborizou totalmente, escondendo o rosto em meu ombro. Ri e beijei seus cabelos no topo de sua testa.

 

–-- Você tem que parar de dizer essas coisas, eu fico muito...

 

–-- Linda quando fica com vergonha – completei sua frase e ela mordeu os lábios, olhando pro chão. Aproximei nossos rostos.

 

Segurei suas duas mãos e as beijei, olhando dentro de seus olhos. Eles me fitavam intensamente, como se pudessem enxergar minha alma.

 

–-- Sabe o que seria legal de filmar? – perguntou mudando de assunto, de sobrancelhas erguidas e um pequeno sorriso contido nos lábios avermelhados, como se tivesse uma ótima ideia. Sorri e tirei uma mecha de seu cabelo do rosto, passando-a por trás de sua orelha.

 

–-- Não, o que?

 

–-- Não sei, estou te perguntando – falou e eu ri, assim como ela. Andamos até um banco da praça e sentamos lá, virados de frente um pro outro.

 

–-- Que tal se eu te pedisse em casamento? – pisquei e ela arregalou os olhos – o Charlie morreria – falei e ri, assim como ela.

 

–-- Uma tatuagem e um pedido de casamento é muita coisa pro pobre coração dele – falou assentindo e eu dei um sorriso torto, posicionando a câmera no meio do banco.


 

Puxei Bella pela mão até o centro da praça e coloquei um joelho no chão, segurando sua mão direita. Isso chamou a atenção de algumas pessoas que olhavam pra nossa direção.

 

–-- Preciso de um anel – falei vasculhando os bolsos e vi Bella corar em cinquenta tons de vermelho. Não havia nada ali, e foi quando meus olhos bateram em seu tênis desamarrado. Peguei os cadarços e os afastei, olhando em seus olhos.

 

–-- Isabella Swan, você aceita casar comigo? – falei e amarrei seu cadarço, fazendo ela gargalhar e me dar um tapinha no ombro. As pessoas que nos observavam riam e comentavam com prosperidade.

 

–-- É claro que aceito. Que anel lindo! – falou sorrindo e eu sorri reciprocamente, levantando e a abraçando.

 

–-- Perai, agora é a minha vez – falou se afastando de mim e vasculhou os bolsos mínimos do vestido – o que eu uso?

 

–-- Bom... – falei e me ajoelhei com ela, desamarrando meus sapatos. Levantei e sorri pra ela, que me olhava abobalhada – aí está, um anel perfeito.

 

–-- E.C – começou e eu ri – você aceita juntar as nossas escovas de dente, tipo, pra sempre? – falou fantasiando o momento e eu gargalhei colocando as mãos na barriga.

 

A mulher com o anel escrevia com um sorriso exultante no rosto, nos olhando apreensiva.

 

–-- Só se você me ensinar a cozinhar – pisquei pra ela, que amarrava meus cadarços em um laço com um par maior que o outro. Ela se levantou e juntou nossos lábios em um selinho caloroso. Aquelas mil sensações maravilhosas explodiram dentro de mim, e me senti completo.



Minhas mãos foram pra sua cintura e percebi que pisava em seu cadarço recém-amarrado.

 

Ouvi aplausos à nossa volta e parei o beijo com alguns selinhos demorados, convencendo-me a afastar meus lábios dos dela. Ela travava a mesma batalha em seu íntimo, já que empurrava um pouco mais seus lábios que eu. Nossas testas estavam coladas, e sorrimos de olhos fechados, apenas apreciando o momento.


 

http://www.youtube.com/watch?v=CjZyZ8IuSzw

 

Uma música de baixo começou a tocar e os aplausos acabaram, pois as pessoas começavam a puxar umas as outras pra dançar, e assim o centro da praça foi rapidamente ocupado. Perdi de vista a mulher do anel.

 

Meu celular vibrou em meu bolso e eu soltei a cintura de Bella vagarosamente. Ela apertou os olhos, mesmo fechados, provavelmente amaldiçoando quem interrompera o momento.

 

–-- Se for a Alice, eu juro que vou mata-la – falei reconfortando-a e ela sorriu quando eu me afastei pro outro lado da rua para atender ao telefone.

 

–-- Alô?

 

–-- Edward? – ouvi a voz de minha mãe e meu coração gelou e engoli em seco, sentindo todos os meus sentidos paralisarem subitamente. O ar se prendeu em meus pulmões e meus olhos vidraram.

 

–-- M...m...mãe? – a voz começou a sair e eu engoli em seco.

 

–-- Oi, querido... – começou mais foi interrompida - Edward? – ouvi a voz de meu pai e relaxei.

 

–-- Pai, o que foi? – perguntei temendo a resposta. Teria minha mãe descoberto tudo?

 

–-- Oh, Edward... Quando você voltará?
 

–-- Você sabe que não vou voltar.

 

–-- Ah, vai sim – riu feliz – você volta em dois dias, certo?
 

–-- Ah... – fiquei confuso – aonde quer chegar? – ouvi sua gargalhada juntamente com a da minha mãe na linha.

 

–-- Meu filho, nós conseguimos descobrir uma cura milagrosa, que pode salvar a leucemia nas últimas horas de vida do paciente – engoli em seco, unindo as sobrancelhas.


–-- Pai...


–-- Descobrimos há dois dias atrás, mas antes precisávamos de uma autorização do governo e testar em alguém... Então seu amigo, o Jasper, se ofereceu e felizmente foi um sucesso. Você vai viver, meu filho! – ele dizia emocionado e senti uma lágrima descer de meu olho. Um sorriso se abria lentamente a cada palavra.

 

Eu viveria! Não precisaria mais pensar em deixar Bella, em perder minha família, na recuperação de minha morte ou pra onde eu iria depois do acontecimento. Eu ficaria aqui, com Bella, com minha família, vivo!

 

Escutei o riso de Carlisle no outro lado da linha, ele também chorava.

 

–-- Pai... Eu...

 

–-- Não, não precisa falar nada. Você vai chegar em dois dias e tomará as injeções e fará o procedimento, assim, estará livre! – comemorou e já não podia mais controlar a felicidade dentro de mim.

 

–-- Pai... Obrigada, eu... Não sei o que dizer. Bella... – falei em pausas coçando a nuca, realmente sem saber o que dizer ou fazer. Tudo que estava em minha mente era Bella, Bella e Bella.

 

–-- Oh, filho, eu entendi. Corra, vá atrás dela! – riu e assim o fiz, desligando o celular sem responder.


 

Andei a passos largos até o centro da praça, a procura de Bella. Meu coração estava cada vez mais acelerado, eu me segurava para não ofegar e meu sorriso era tão grande que doía as bochechas. Eu consegui! Eu teria a eternidade – exagerei – ao lado dela, poderia ficar com ela... Seguir meus planos, continuar com meus amigos e minha vida não seria interrompida por nada. Mais nada. Nada de doenças familiares, nada de perdas, nada de lamentações. Eu estava bem, Bella estava bem. Esses motivos davam a entender a causa dos batimentos descompassados de meu coração.


 

Meus olhos encontraram a silhueta de Bella ali, bem no canto, fora do círculo de casais que dançavam. Ela observava alguma coisa, descrente, num misto de diversão e incredulidade. Meu sorriso se alargou e senti meus músculos relaxarem ao fitar a mulher diante de mim.

 

É com ela que eu passaria a minha vida. Ela foi moldada só pra mim, feita pra mim, exclusivamente; não há outro ser humano vivo que a ame como eu amo. Meu amor por Bella vai além da compreensão de muitos, até da minha. Não conhece limites, nem regras, nem o famoso “não”. É algo mútuo; acredito que, no mundo, não há amor mais sincero que o meu.


 

Cheguei por trás dela e a abracei pela cintura, encostando o rosto em seus cabelos, rindo de olhos fechados. Ela se sobressaltou mas logo tocou minhas mãos, que estavam em sua barriga. A felicidade me tomou ao perceber que esse doce cheiro de morangos silvestres nunca seriam arredados de mim.

 

–-- Edward... – ela começou virando pra mim mas eu a interrompi, tocando suavemente suas bochechas de modo desesperado e a beijei. Mas aquele beijo não eram como os outros. Era o mais especial de todos, como se aquele fosse um prêmio que eu tivesse batalhado para conquistar.

 

E de certa forma fora também uma libertação espiritual. Chega de me sufocar em pensamentos ruins sobre um futuro que não estava mais escrito, chega de ficar me limitando a fazer coisas que não poderia fazer, chega de aflições, dores, superstições. Eu ficaria livre de tudo isso. Eu ficaria com ela, pra sempre, ou pelo tempo que o destino nos reservasse. Eu queria gritar isso pro mundo, queria escrever isso, queria demonstrar. E estou demonstrando isso em Bella, já que sua empatia era mútua em mim. Ela pode sentir o que sinto. Eu sinto o que ela sente. Sua alma é um reflexo da minha.


 

Meus dedos abraçaram sua cintura e a puxaram bastante pra mim, enquanto ela passava as mãos em minha nuca, correspondendo ao beijo. As mil sensações explodiram dentro de mim, juntamente com a vitória que eu teria. Eu ficaria vivo. Ela me faria vivo.

 

–-- Eu te amo – falei quando paramos o beijo com alguns selinhos e colamos nossas testas. Levei uma mão à sua bochecha e a acariciei. Ela fechou os olhos, apreciando a carícia.
 

–-- Eu te amo, mas... Porque tanta felicidade assim, de repente? – ela disse com um sorriso confuso. Ri e a abracei. Ela correspondeu, hesitante.

 

–-- Por nada... Eu to feliz, você está feliz... Está tudo perfeito – falei e beijei seus cabelos.

 

–-- Por acaso anda se encontrando com a Alice? – perguntou estranhando. Ri denovo e ela sorriu – ela está ali usando as suas roupas – falou apontando e eu vi uma figura mediana usando uma camisa azul folgadíssima, quase como um vestido e uma bermuda com um cinto e sapatos meus, que nela pareciam aqueles que os palhaços usam.

 

Os seios estavam encobertos por uma faixa, fazendo o volume sumir. Ela usava meias grossas pra disfarçar a folga de meu sapato, e ficara horrível. Ela tentou, sem sucesso, fazer costeletas com lápis de olho e ficou parecendo o Elvis Presley com os cabelos em um topete, passados pra trás bastante ensebados. Ela engrossou as sobrancelhas com uma sombra marrom escura e fez uma barba de pontinhos. Essa até ficou legal.

 

–-- Porque ela... – comecei apontando e Bella puxou minha mão pro meio da praça.

 

–-- Não pergunte – me interrompeu automaticamente e eu franzi o cenho, finalmente notando que a baixinha estava a observar Nic dançando com uma loira.

 

–-- Para de olhar pra ela. Olha pra mim – disse erguendo uma sobrancelha. Ri disso.

 

–-- Estou sempre olhando pra você – pisquei – não tem mais ninguém bonito aqui. Nem aqui nem em lugar nenhum – falei e ela mordeu os lábios, corando.

 

–-- La vem você denovo – falou com um sorriso mínimo, corando ainda mais. Beijei sua bochecha e coloquei os braços em sua cintura, começando a balançar com o ritmo da música que se iniciara.

 

–-- Edward, essa música é lenta... – começou.

 

–-- E o que é que tem? – falei sorrindo pegando sua mão.

 

–-- É que é lenta demais... – falou olhando pro lado, cogitando na ideia de sair dali.
 

–-- Eu te ensino – falei e ela suspirou.

 

–-- Eu vou acabar pisando no seu pé.

 

–-- Pisa, vai ficar tudo bem – falei piscando e ela refletiu por alguns segundos. Por fim, suspirou derrotada e eu sorri, beijando a ponta de seu nariz.

 

Agora estava com uma mão enlaçada na sua enquanto a outra segurava sua cintura, abraçando-a enquanto começava a balançar com a música. Ela tremia um pouco e corava intensamente, olhando pros pés, tentando sincronizar os passos com os meus.

 

Ergui seu queixo com o dedo, forçando-a a olhar pra mim. Quando ela enxergou meus olhos, seus músculos relaxaram.

 

–-- Vai ficar tudo bem, Bella – assenti tirando uma mecha de cabelo de seu rosto. Aos poucos o rubor em seu rosto foi sumindo. Foi aí que começamos a ouvir, finalmente, os cantores.

 

Reconheci o menino e a menina que estavam sendo empurrados pro canteiro de flores.

 

All About Us – He Is We feat. Owl City


 

Pegue minha mão, eu vou te ensinar a dançar
Eu vou te fazer girar, não vou deixar você cair
Quer me deixar guiar? Você pode pisar em meus pés
Tente, vai ficar tudo bem



 

Rimos, associando a letra da canção ao momento. Ela quase pisou em meu pé e desviou rapidamente, mas acabou acidentalmente pisando no outro. Não doeu, mas ela se sobressaltou com medo. Ela me olhou e eu fingi olhar pra outro lugar, demonstrando que não me incomodava.

 

Ela respirou fundo, aliviada por eu não ter notado.

 

O ambiente está em silêncio
E agora o nosso momento
Entre no clima, sinta e fique firme
Olhos em você, os olhos em mim
Estamos fazendo isso direito


 

Ela quase pisou novamente, e suspirou lentamente, com uma expressão “fracassada” no rosto. Olhou pros próprios pés, envergonhada. Olhei pra ela e a colei ainda mais a mim, carregando-a e fazendo ela pisar em meus pés. Comecei a balançar de um lado para o outro, olhando em seus olhos. Agora eles sorriam, assim como seus lábios. Retribuí o sorriso.

 

Porque amantes dançam quando estão apaixonados
Holofote brilhando, somos só nós
Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós
E todo o coração no quarto vai derreter
Este é um sentimento que eu nunca senti, mas
Somos oh, oh, só nós



 

Bella estava radiante, me olhando intensamente. Estava tão vidrado em seus olhos que não enxerguei mais ninguém ao nosso redor. Éramos só eu e ela ali, naquele momento. Vi as cores em seus olhos bem de perto, quase mergulhando profundamente em todos os sentimentos que eram evidentes ali. Era mais do que claro que ela estava feliz, e isso consequentemente provocava a minha felicidade. Felicidade por saber que aquele pedido de casamento poderia ser válido a partir de agora. Eu poderia me casar com Bella.


Casar com Bella. O pensamento me fez sorrir de canto.

 

De repente, me sinto corajoso
Eu não sei o que deu em mim
Por que me sinto assim
Podemos dançar, devagar?
Posso te segurar
Posso te segurar perto de mim?



 

A afastei e a girei, fazendo ela rir, radiante, apertando os olhos como faz quando está feliz. Sorri mutuamente, e os casais que também dançavam nos observaram. Não dei muita importância, e Bella nem pareceu ter notado. Estava vidrada em mim, e eu nela. Éramos apenas nós ali, o resto eram apenas borrões.

 

Ela voltou para meus braços e eu a carreguei, girando enquanto o fazia, para não perder o ritmo da música.


 

O ambiente está em silêncio
E agora o nosso momento
Entre no clima, sinta e fique firme
Olhos em você, os olhos em mim
Estamos fazendo isso direito


 

Porque amantes dançam quando estão apaixonados
Holofote brilhando, somos só nós
Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós
E todo o coração no quarto vai derreter
Este é um sentimento que eu nunca senti, mas
Somos oh, oh, só nós




 

Ela sorriu sem mostrar os dentes e me olhou, abobalhada. Era a única palavra que eu achei para descrevê-la. Ela sorria assim quando estava apaixonada. E, causou o meu sorriso.


 

Você está ouvindo, amor?
Eles estão tocando a nossa música
Você acha que estamos prontos?
Oh, eu estou realmente sentindo isso
Você está ouvindo, amor?
Você está ouvindo, amor?

 

Você está ouvindo, amor?
Eles estão tocando a nossa música
Você acha que estamos prontos?
Oh, eu estou realmente sentindo isso
Você está ouvindo, amor?
Você está ouvindo, amor?

 

Você está ouvindo, amor?
Eles estão tocando a nossa música
Você acha que estamos prontos?
Oh, eu estou realmente sentindo isso
Você está ouvindo, amor?
Você está ouvindo, amor?



 

Ela deitou a cabeça em meu peito e ouviu meus batimentos. A abracei apenas pela cintura enquanto aspirava o doce cheiro de seus cabelos, que sacudiam com o soar do vento. Fechei os olhos, sentindo o momento. Ela colocou a mão que antes segurava a minha em meu peito livre, e eu a aconcheguei ainda mais em meus braços.

 

Amantes dançam quando estão apaixonados
Holofote brilhando, somos só nós
Somos só nós
Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós
E todo o coração no quarto vai derreter
Este é um sentimento que eu nunca senti, mas
Somos oh, oh, só nós




Lampejos do dia que a conheci vieram em minha mente.

 

“Andei desajeitado e apertado na fila em que o professor nos ordenou. Particularmente acho ridículo nós andarmos em fila, que coisa mais da primeira série, fala sério!
 

Bufei pela milésima vez. Hoje o dia, definitivamente, não estava bom.

 

E pra completar, Tanya que saiu de não sei aonde me abraçou pela cintura enquanto andávamos, me fazendo quase cair pra trás.

 

Entrei na terceira fileira a partir de cima. No teatro da escola tinham algumas rosas ao canto, para a apresentação de não sei o que do dia das mães da terceira série. Só eles, praticamente, usavam o teatro e as outras partes legais da escola.

 

Sentei-me na poltrona e recostei ali, levando uma mão ao queixo, colocando o cotovelo no descansa-braços.

 

–-- Sai da minha frente, cabeção! – ouvi a voz de Emmett atrás de mim e me virei, erguendo uma sobrancelha.

 

–-- Você é o mais alto da sala, Emmett – enunciei cada sílaba como se estivesse falando com uma pessoa com problemas mentais.

 

–-- Eu sei, idiota – falou revirando os olhos – só quero poder ver mais detalhadamente a declamante da turma.

 

Uni as sobrancelhas e Tanya riu, virando pela primeira vez desde que sentamos, já que fofocava algo com as amigas ao seu lado.

 

–-- Emmett Cullen prestando atenção em alguma coisa? – fingiu-se de incrédula levando uma mão ao peito.

 

–-- É em uma mulher – falei dando de ombros, virando pra frente novamente, sem olhar pra cara de Tanya – isso é normal.

 

Ouvi ela suspirar, descontente.

 

–--... A sociologia é uma área de interesse muito recente, mas foi a primeira ciência social a se institucionalizar. Antes, portanto, da ciência política e da antropologia... – meus olhos foram para a garota loira que declamava. Ela era realmente muito bonita, mas não me chamou atenção.


 

No palco alto, haviam sete pessoas. A loira que declamava estava no centro com o microfone e um óculos de grau, enquanto parecia lutar pra relembrar o texto lido.


 

Afastada dela, em bancos altos de ferro e milimetricamente apartados, estavam alguns alunos entediados, outros liam com os olhos uma folha de papel e alguns apenas ensaiavam com o apoio do outro.


 

Foi quando meus olhos avistaram-na, entediada. Pernas cruzadas, cotovelo apoiado no joelho e dedo à boca, uma expressão de tédio evidente, como se dissesse “isso denovo?”. Tem cabelos lisos meio enrolados nas pontas castanhos avermelhados como mogno presos em um coque bagunçado, que deixava alguns fios escapando para os olhos e ombros. Seus olhos, embora entediados, eram belos, azuis esverdeados, como orbes cintilantes.

 

Ela sacolejou um pouco o pé da perna que estava apoiada à outra, e notei que seus all-stars estavam desamarrados. Seus lábios eram carnudos e avermelhados naturalmente, já que naquele rosto perfeitamente esculpido não haviam vestígios de maquiagem. Ela era até um pouco dentuça, mas esse fato dava certo charme a ela que me fez suspirar.

 

A loira, que antes declamava, agora tirara o microfone da base e o levava em sua direção. Aproveitando-se de ser a última dos bancos, endireitou rapidamente a postura e soltou os cabelos com apenas um toque, sacudindo-os um pouco e apertando as pontas. Essa cena passou em câmera lenta pra mim. Suas mãos eram tão delicadas ao tocarem-nos, como se tocassem em uma flor. Seus olhos se abriram em um instante, dando a impressão de que ela estava acordando assustada de algum pesadelo. Agora estava com a coluna ereta e pegou o microfone, andando graciosamente até o centro do palco, onde estava a loira.

 

Pigarreou.

 

–-- A sociologia não é uma ciência de apenas uma orientação teórico-metodológica dominante. Ela traz diferentes estudos e diferentes caminhos para a explicação da realidade social. Assim, pode-se claramente observar que a sociologia tem ao menos três linhas mestras explicativas, fundadas pelos seus autores clássicos, das quais podem se citar... – não ouvi, mas sua voz melodiosa provocou reações estranhas em meu corpo. Ela dizia tudo de uma forma natural, sem esforços pra se lembrar de texto.

 

Seus olhos passaram por todo o local enquanto ela explicava. Pararam em Tanya, que conversava incansavelmente com sua corja seguidora. A garota cerrou os olhos e aumentou um pouco o volume de sua voz, afim de tentar chamar a atenção de Tanya para o que ela falava. Os professores, notando a tentativa de chamar atenção, pediram para Tanya calar a boca.

 

Os olhos dela encontraram os meus e quando iam desviar, foram atraídos novamente, como se uma força magnética se apossasse dos seus. Ela examinou calmamente o meu rosto e ela falou as outras palavras mais lentamente.


 

Ela examinou cada detalhe de meu rosto calmamente, como se quisesse memoriza-lo. Um sorriso surgiu em meus lábios sem pensar, e ela corou, quebrando o transe e entregando o microfone pra outra pessoa. Assim que sentou, voltou a me observar. Mordeu o lábio inferior, corada. Ela ficava ainda mais linda corando. Ela era perfeita.


 

Depois de uns quatro minutos a observando, notei algumas pessoas saindo e o teatro estava quase vazio. Ela também percebera isso quando eu me levantei, pronto para sair com os outros, de volta para minha sala.

 

Meio atrapalhado por estar sozinho no fundo, consegui andar a passos largos e enfim estava perto dela. Ela se levantou de seu banco e desceu as escadas, olhando fixamente pra frente, tentando não me olhar. Peguei uma rosa vermelha do ramalhete de rosas que tinham nas paredes do teatro e a segui, chegando perto dela. Quando ela estava no último degrau, tropeçou em seu cadarço desamarrado, e de supetão, fui à sua frente e a segurei, impedindo sua queda. Ela rapidamente encontrou meus olhos e ficou me olhando enquanto concertava lentamente sua postura de queda. Q



Quando percebeu que ainda estava em meus braços, se afastou um passo de mim, pigarreando.

 

–-– Obrigada, espero que ninguém tenha visto – ela abriu um sorriso tímido, acho que era o sorriso mais lindo que já vira em toda a minha vida. O céu estrelado não se comparava ao brilho faiscante que passou em meus olhos ao ver a cena. Um sorriso torto surgiu em meus lábios.

 

–-- Está com os sapatos desamarrados – falei e ri quando ela mordeu o lábio inferior, olhando pros pés. Fiquei de joelhos e o amarrei com cuidado, fazendo um laço imperfeito – sou Edward Cullen – olhei pra cima ao terminar, e ergui a rosa que estava em minhas mãos. Seu rosto atingiu mil tons de vermelho, e ela não deixou de sorrir com a cena.

 

–-- Bella... Bella Swan – falou pegando a rosa.”


 

Porque amantes dançam quando estão apaixonados
Holofote brilhando, somos só nós
Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós
(Hey hey-ey)
E todo o coração no quarto vai derreter
Este é um sentimento que eu nunca senti, mas
Somos oh, oh, oh, oh
Somos oh, oh, oh, oh, só nós






 

E a música acabou. Por fim, beijei Bella nos lábios, sem deixar de sorrir com a lembrança que ecoou em minha mente. Ela retribuiu o beijo com o mesmo sorriso que eu, e explorei sua boca lentamente, gravando cada pedaço.

 

Só quando nos afastamos e colamos nossas testas eu ouvi os aplausos e risos dos casais.



 



BÔNUS:

 



POV Narrador

 

A mulher com o anel e a blusa na cor vinho assistia a cena com um sorriso brincalhão e empolgado em seus lábios, enquanto escrevia a cena. Assim, deu início ao seu livro. Stephenie Meyer tinha, enfim, encontrado algo para escrever.


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