Projetados escrita por YK França


Capítulo 5
Quarto Capitulo


Notas iniciais do capítulo

Minha historia estava apenas começando... Ainda havia muitas surpresas pela frente.



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Diego havia me convidado para a festa na casa de Vitoria. Eu sabia que ele queria mostrar a todos que Vitoria era passado, e que eu era o presente em sua vida. Eu escutava seus pensamentos me desejando, tentava não ouvi-los mais tinha algo que gritava dentro dele e o mais importante eu não conseguia saber: o que ele realmente sentia por mim. Era sentimentos confusos, indecifráveis e estava difícil pra mim entender até mesmo os meus.

Estava aflita em meu quarto procurando uma roupa para a festa que seria naquela noite, quando Luca entrou e ficou curioso sobre a forma como eu estava agindo.

– O que está acontecendo? – ele perguntou.

– Não tenho roupas pra festa – eu disse tirando tudo do meu armário.

Ele levantou uma sobrancelha e olhou para minha cama que estava cheia de vestidos de gala.

– Eles são muito formais... E sensuais. Não posso sair assim – expliquei. – É uma festa de uma colega de escola, não uma de nossas missões.

– Na verdade, é uma missão Luce – ele me lembrou.

– Eu sei, mais não quero que seja, pelo menos não esta noite. Eu quero que seja especial – eu disse.

– Eu sei o que está sentindo e isto não é bom – ele disse, e ele realmente sabia o que estava falando. Ele entendia qualquer sentimento mesmo que ninguém entendesse –, mas eu vou te ajudar.

– Obrigada – disse e parei um pouco pensando. – Luca? O que eu estou sentindo? Porque, eu não sei o que é... Eu fui muito calma ontem quando Vitoria disse aquilo, e eu não sinto mais vontade de enganar ninguém.

– Luce eu não posso te dizer agora – ele disse e eu entendia. Luca sabia quais seriam as consequências.

Por mais que eu quisesse saber eu não insisti.

– Porque não cortamos um destes vestidos? – ele perguntou.

– O que? – fiquei surpresa. – Cada um deles custou mais de... – ele me encarou um pouco. --Tudo bem.

Sentamo-nos a chão e pegamos um vestido preto que eu havia comprado em Paris em uma missão. Deixamos ele curto e modificamos mais algumas coisas. Eu estava adorando aquilo, não só estar modificando uma roupa caríssima, mais estar fazendo aquilo com meu irmão. Eu realmente não sabia o que estava acontecendo comigo.

Diego foi me buscar em casa às oito da noite, eu estava quase pronta mais Luca foi atender a porta e ficou conversando com ele enquanto eu colocava minha sandália de salto alto.

Desci as escadas correndo mais parei no ultimo degrau quando meus olhos encontraram os dele e ficamos nos encarando por alguns segundos. Era o meu primeiro encontro, o primeiro que não envolvia uma missão assassina. E era com um garoto lindo e... especial.

Sorri enquanto ele olhava pra mim analisando o curto vestido que destacava minhas curvas. Ele era curto mais o suficientemente recatado para que eu não parecesse uma vadia.

Na porta de casa havia um lindo conversível vermelho no qual Diego andava.

– É seu? – perguntei.

– Do meu pai – ele respondeu.

– Oh, gostaria de ter um pai tão legal – eu murmurei.

– Meu pai não é legal. Digamos que ele não sabe que eu peguei o carro emprestado – ambos sorrimos.

Entramos no carro e eu fiquei admirando a beleza de Diego e não me reconheci por isto. Estava agindo mais diferente que o normal, eu realmente sentia-me bem com ele.

Antes de entrarmos na casa de Vitoria ficamos andando pelo jardim e conversando.

– Porque disse que seu pai não é legal? – perguntei.

– Não acho que seja um assunto pra festas – ele disse e eu fiquei em silencio. Caminhamos um pouco mais enquanto ele parecia se preparar para dizer algo – Meu pai nunca teve este papel em minha família, acho que ele se importa mais pelo trabalho do que com a família. Ele nunca se importou com nossos problemas. Eu lembro de que minha mãe passava noites chorando e pra mim e pra Daniela aquilo era terrível. Não gosto que minha mãe sofra, e por mais que as vezes a Dani seja completamente irritante e eu sinta vontade de querer mata-la, não gosto que ela também sofra.

– Eu também não gosto que o Luca sofra, por mais que isto seja completamente raro – admiti.

– E seus pais? – ele perguntou.

Bruce havia me dito pra mentir sobre todas as perguntas. Meus pais moravam na Califórnia por causa do trabalho, Luís e Vivian. Luca e eu morávamos sozinhos, mais tínhamos uma tia que todos os dias ia nos ver, e caso fosse preciso isto Bruce mandaria uma atriz profissional.

– Eu não sei quem são, não sei o que aconteceu com eles, e você é o único que sabe sobre isto – eu disse a ele. – Não gosto de falar sobre eles, porque acho que Luca e eu merecíamos alguém, mais ele nos desprezaram e o que aconteceu conosco foi terrível.

– Posso imaginar – ele disse entendendo que eu não queria mais falar sobre aquilo.

Entramos no salão e eu estava nervosa, pela primeira vez. Eu não sabia porque eu tinha dito a verdade pra Diego. Seria pra irritar Bruce de alguma maneira, ou porque eu realmente não queria mentir pra ele? Eu confiava em Diego, mais do que em mim mesma.

Diego foi comigo para o meio do salão onde muitas pessoas dançavam. Ele me puxou para uma dança e eu aceitei. Ter as mãos dele em minha cintura, e o corpo quente dele junto ao meu foi uma sensação magica. E completamente nova.

Nossos corpos estavam próximos demais, eu nunca tinha ficado tão próxima de alguém e havia gostado. Diego aproximou seu rosto do meu até seu nariz roçar em minha bochecha e seus lábios macios tocarem os meus. Senti um arrepio com aquele beijo, não era o primeiro claro, já havia tido alguns garotos mais nada que me fizesse querer repeti. Os lábios deles nos meus me faziam perder o ar, meu corpo estava sem forças e no momento eu achei que ele fosse algum tipo de kriptônita pra “mutantes”, mais percebi que o que me deixava fraca era saber que aquele monstro que eu era estava se apaixonando. E ele nunca me deixaria fraca, era totalmente o contrario.

Ele se afastou um pouco de mim e com certeza minha expressão devia demonstrar que eu estava implorando por outro beijo, por que ele sorriu. Ele voltou a me beijar e agora dançávamos uma musica romântica enquanto nos beijávamos. Escutei murmúrios de Vitoria mais afastei o mundo inteiro dos meus pensamentos e só no que eu pensava era nos lábios macios do garoto que me beijava.

– Estou adorando a noite – ele disse em meu ouvido fazendo meus pelos eriçarem. – Há tanto tempo não me divirto como hoje. Obrigado Luce.

– Você não tem que me agradecer por nada, é totalmente o contrario – eu disse.

Ele me abraçou forte e mais uma vez eu tive aquela sensação perfeita e magica. Senti uma pontada forte em meu peito e percebi que eu não queria mentir, não queria enganar Diego porque eu realmente gostava dele. Eu não desejava matar Diego, eu não queria engana-lo. Ele era a pessoa mais especial que eu já havia encontrado.

Eu beijei o seu pescoço que estava ao meu alcance e o abracei forte. Eu não podia desisti do meu objetivo, pois sabia que Bruce iria fazer qualquer coisa pra acabar com a vida do pai de Diego. Era sempre assim quando alguém estava em seu caminho, não importava o que ele tinha que fazer ele sempre acabava com a vítima de uma forma ou de outra. Isto não era um problema pra mim, eu não tinha problemas em matar ninguém.

Diego me levou até os amigos me apresentando a todos eles. Fiquei meio desconfortável e fui pegar uma bebida para nós. No caminho quando eu voltava encontrei Vitoria.

– A garota irritante – murmurei.

– O passatempo fora de moda – ela disse.

– Sua roupinha já saiu de moda há uns cinco anos – eu odiava brigar por moda, mais adorava irritar uma patricinha neurótica, e funcionou pela sua expressão que encarou as amigas.

– E o Diego já conseguiu o que quer? – ela perguntou me deixando com uma expressão confusa. – Por que você deve saber que quando ele se interessa por uma garota é todo carinhoso e fofo até conseguir o que quer.

– Fala isto por experiência própria não queridinha? Mais sabe de uma coisa, eu não sou como você que se importa mais se os garotos vão olhar pra suas pernas ou com a cor do gloss do que com o que Diego realmente se importa. Eu não consigo entender o que ele viu pra namorar você porque ele é uma pessoa de valores, enquanto você não tem nenhum – eu disse.

– E você tem algum valor Lucinda? – ela perguntou e me fez realmente pensar. – Não pense que vai ser fácil de livrar de mim, por que não vai.

– Então teremos guerra. Você pode apostar – eu disse.

Sai com as taças de champanhe nas mãos e levei até Diego e beijei-o sentindo o sabor do seu beijo e sentindo a vontade de viver finalmente.

Foi uma ótima festa e estar com Diego foi a melhor coisa que aconteceu em toda minha vida, melhor do que estar livre.

– Obrigada pela noite – eu disse.

Eu o beijei calmamente puxando seu corpo para junto do meu e sendo tomada por uma súbita sensação de desejos intensos. Afastei-me e o encarei.

– Acho melhor eu ir pra casa – ele disse.

– A gente se vê amanha? – perguntei.

– Claro. Vamos ter aula juntos e depois podemos almoçar – ele respondeu.

– Até a aula de fisica - eu disse entrando em casa.


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Notas finais do capítulo

Passar o meu tempo com Diego era a melhor coisa que eu podia fazer. Ele me deixava livre... Leve. Ele era incrível.



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