Projetados escrita por YK França


Capítulo 4
Terceiro Capitulo


Notas iniciais do capítulo

O primeiro dia de aula. Eu sentia borboletas em meu estomago e chegava até a doer... Eu não imaginava o que viria a seguir.



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Era o primeiro dia de aula e eu me preparei logo cedo. Queria estar preparada para ser uma garota normal, uma estudante, e queria curtir cada momento de minha nova vida mesmo que ela não fosse durar muito. Eu sabia que assim que Bruce ordenasse que matássemos o escolhido, teríamos que voltar pra casa e esquecer tudo sem hesitar.

Mesmo antes de começar eu já me preparava para o fim. No meu primeiro dia eu estaria preparada entre diversos jovens, até porque em toda minha vida eu tinha vivido ao meio de velhos hipócritas que não sabiam e nunca souberam se divertir. Era definitivamente, não só o primeiro dia de aula, mais também o primeiro dia de minha adolescência. Luca e eu havíamos perdido muito, e principalmente toda a nossa infância, mais teríamos tempo de resgatar a nossa adolescência.

Não sabia o que me esperava além daqueles enormes portões da nova escola, mais eu estava ansiosa para viver todas as aventuras que realmente valiam a pena. Era ali que tudo começava.

– Escola Dom Pedro – Luca murmurou em frente aos portões.

Entramos na escola e encaramos tudo fascinados. As belas garotas que passavam encaravam meu irmão e o paqueravam geralmente. Algumas apenas saiam cochichando algo sobre ele e sorrindo.

Pegamos o nossos horários e a combinação do armário e caminhamos pelo corredor enorme. Nossos armários ficavam no segundo andar e tivemos que subir as escadas. Em meu tablet abri a pagina que Rodney havia reservado com fotos dos filhos do empresário. Teríamos que nos aproximar deles e depois engana-los invadindo sua privacidade e matando todos eles. Bem, a ultima parte demoraria mais. Eu podia simplesmente hipnotiza-los mais Bruce gostava de tudo bem feito, ele era muito cuidadoso e nem sempre minhas habilidades eram confiáveis. Ele não podia perder o seu império que era a Marshal & Goldsmith. O garoto era Diego Sousa, que tinha 17 anos, ele tinha os olhos extremamente castanhos e sua pele branca dava contraste a cor negra dos seus cabelos. Ele era lindo. Era o atleta da escola e não foi difícil encontra-lo. A garota era Daniela, de 15 anos, os cabelos negros eram longos e o sorriso dócil. Ela era a melhor das lideres de torcida, e sabia bem o que queria. O homem culpado por colocar a vida deles em perigo era o corrupto empresário Diogo Sousa e a doce e bela esposa era Anabel Almeida.

– Encontrei meu atleta maravilhoso – sorri ao dizer para Luca. – Hora do jogo maninho, jogo da sedução.

– Boa sorte – Luca murmurou sorrindo.

Eu sabia que não precisava daquilo, pois uma das minhas qualidades, e habilidades, era ser incrivelmente bonita. Meus cabelos castanhos claros contrastavam com meus olhos verdes e minha pele clara. Luca era da mesma forma, e quem nos via mesmo sem nos reconhecer não tinha duvidas que éramos mesmo irmãos gêmeos.

Topei em Diego e derrubei meus livros.

– Desculpe-me –pedi baixando-me para pegar os meus livros que já estavam no chão. – Estou um pouco nervosa e acabo virando um desastre em pessoa.

– Tudo bem – ele sorriu com meus livros nas mãos. Levantamo-nos do chão e sorrimos instintivamente.

– Obrigada – recebi os livros.

– Você é nova por aqui não é? – ele perguntou.

– Sim. Na verdade eu sou nova na cidade também – eu disse a ele.

– Meu nome é Diego – ele se apresentou.

– Luce, é o meu nome – falei e ele sorriu.

– Bem Luce, se quiser eu posso te apresentar a escola – ele disse.

Notei o olhar invejoso das garotas ao nosso redor, em especial o de uma loira que me deu náuseas somente em escutar sua voz irritante ao longe.

– Seria ótimo, e uma grande ajuda – respondi.

Meu armário ficava ao lado do dele. Isto não se chamava coincidência, se chamava Rodney. Ele fazia questão de que tudo fosse o mais simples possível para nós. Diego me tratou bem e fez o meu primeiro dia de aula ser o melhor de toda minha vida. Eu pude conversar com gente de verdade, gente simples e que não tinha ideia de como criar um ser como Luca e eu. E não tinham ideia de que isto existia e era possível.

Em casa eu pensava no momento em que estava com Diego, e no quão bom havia sido. Estava ansiosa para o dia seguinte, quando nos encontraríamos. Tínhamos muitas aulas juntos, Rodney também havia cuidado disto. No momento em que estava com Diego não pensava em mais nada, não lembrava qual era meu objetivo ali, o que era muito ruim. Quanto mais eu conhecia Diego, mais eu gostava. Não conhecia só a ele, conhecia uma garota que havia dentro de mim e que eu nunca a havia notado. Mais era somente eu mesma. Ou talvez eu estivesse paranoica, por agora poder fazer tudo que sempre quis. Eu estava, finalmente livre, ou pensava que estava.



* * * * * * * * * * * * *



– Oi Rod? – atendi o celular enquanto caminhava pelo corredor da escola. Não estava tão cheio e era possível escutar meus saltos fazerem aquele barulho no piso – Bruce está muito bravo comigo?

– Ele está furioso – Rodney disse.

– Que bom – sorri.

– Sua pirralha sem noção – ele disse. – Só liguei pra dizer que já depositei o dinheiro que irão precisar.

– Tudo bem. Beijos, agora tenho muito trabalho a fazer – eu disse desligando.

Caminhei até o refeitório onde o meu atleta preferido deveria estar. Ele estava sozinho em uma mesa e obviamente me esperando.

– Oi? – falei olhando aqueles olhos castanhos perdendo-me e esquecendo que aquilo era um trabalho. Respirei fundo e voltei ao real.

– Oi – ele sorriu. Era um sorriso lindo encantador.

“Pare de pensar no quanto ele é bonito”, disse a mim mesma em pensamento. “Oh, que lábios maravilhosos!”.

– Como está? – eu perguntei.

– Solitário, e feliz em te ver – ele respondeu. – Sente-se.

Sentei-me. Pela primeira vez não soube o que dizer. Senti uma ótima sensação por estar com ele. Perguntava-me o tempo todo o que estava acontecendo comigo. Não podia sentir aquilo. Quis levantar-me e quando ia fazer uma garota loira apareceu falando com Diego e fazendo meu coração gelar. Um sentimento que parecia raiva dela me tomou, mais eu não reconheci aquela sensação. Entrei no pensamento da garota e vi imagens de beijos e abraços entre ela e Diego. Senti nojo. Voltei ao real que estava na minha frente e a escutei convidar Diego para uma festa.

– Tudo bem Vitoria, pode ser que eu vá – ele disse.

Ela se virou para mim e sorriu ao me olhar dos pés ao chão. Sua expressão para mim tinha um misto de nojo e ciúmes... Era o mesmo que eu sentia. Não eu não podia estar com ciúmes de Diego.

– E você vai levar o seu passatempo ridículo? – ela perguntou com sua voz completamente irritante.

– Oh, você não disse isto – respirei fundo tentando me acalmar, olhei por cima do ombro e notei o olhar preocupado de Luca. Acalmei-me e pensei um pouco – Acho que estou sentindo uma dorzinha de cotovelo em você. Será que é por ter sido chutada e não se conformar em ser a ex? Só que eu tenho uma novidade, eu não me importo com gentinha hipócrita como você.

As garotas que estavam ao redor murmuravam algumas coisas sorrindo. Ela ficou enfurecida.

– Você não sabe com quem está mexendo – ela disse a mim.

– Errado, você não sabe com quem está mexendo. Sou muito diferente dessas garotas fúteis com quem você anda. Você pode ter certeza que não quer brigar comigo – eu disse.

– Vitoria saia daqui – Diego mandou. – Eu estou cheio de suas provocações.

Ainda enfurecida ela saiu. E todos a olhavam sorrindo e me encarando, eu tinha dito alto o suficiente para que todos escutassem.

– Sua ex é esquentadinha – eu disse a ele.

– Ela só não se conformou com o nosso termino ainda. Mais ela é legal quando você a conhece – ele disse.

– Dispenso a chance de conhece-la – eu disse.

– Você deu uma boa lição nela – ele sorriu tocando minha mão e me fazendo corar pela primeira vez.


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Notas finais do capítulo

Ela realmente não iria querer brigar comigo. Mais pela primeira vez desde que me lembro, quando senti não tive vontade de torcer o pescoço de alguém e aquilo realmente me surpreendeu. Eu podia me defender não só com a força mais com as palavras que agora eu sabia que machucava bem mais. Mais também eu sabia que não era certo de nenhuma maneira machucar alguém. Eu não estava descobrindo isto sozinha, mais inconscientemente Luca e Diego estavam me ajudando.



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