Projetados escrita por YK França


Capítulo 3
Segundo Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Sabia que minha vida reservava algumas surpresas, só não esperava que fossem tão desafiadoras...



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Elizabeth entrou em meu quarto avisando que estava tudo bem com meus exames. Eu sabia que algo a mais lhe preocupava. Limpava minha pistola automática e trocava a munição por balas de ouro que tinham a primeira letra do meu nome gravado.


– O que aconteceu? – perguntei sorrindo dela.

– Bruce quer mandar você e Luca para uma escola em uma cidadezinha aqui perto.

– Sério? – eu estava surpresa e animada, pois finalmente sairia daquele circo de horrores.

– Rodney ainda não se decidiu, ele acha arriscado – ela disse. – Se as autoridades desconfiarem tudo vai por agua a baixo...

– Ninguém vai descobrir nada – eu disse.

Elizabeth nunca apoiou a vida que levávamos, mais mesmo que não quisesse ela fazia parte daquilo e não tínhamos alternativa.

– Mas porque simplesmente não matamos o cara e voltamos pra ‘casa’, afinal sempre estudamos aqui – se é que aquilo podia se chamar de casa.

– Ele disse que não, já que primeiro deverá haver uma investigação – ela disse.

– Isto é ótimo, Liz. Poderemos passar um tempo fora deste lugar, é tudo que sempre quisemos. Poderemos conhecer pessoas, fazer amigos e ver aulas de verdade – eu argumentei – Poderemos ser normais de alguma forma.

– Você sabe que ainda sim, é arriscado demais.

– O que não é arriscado na Marshal & Goldsmith?



* * *




Puxei o gatilho mais uma vez e atirei na direção do alvo. Na outra cabine ao lado, Luca fazia o mesmo. Troquei o pente descarregado e voltei a atirar. Bruce e Rodney entraram na ala de treinamentos mandando que todos parassem. A última vez que eles havia feito aquilo tinha sido há um ano quando matei a doutora Estefani, depois dela ter atirado contra mim. Naquela época eu era explosiva e não tinha medo de ninguém e nem de nada. Rod parou de frente a cabine a prova de balas e fez um gesto para que saíssemos.


– Precisamos conversar – ele disse.

– Sobre? – ele perguntou.

– Vocês irão a um colégio, temos um caso serio e complexo a resolver – Bruce disse. Ele sempre foi direto e não gostava de dar voltas em um mesmo assunto.

– Quando vamos? – Luca perguntou.

– Amanha é o seu primeiro dia de aula – Rod respondeu.

– Preparem-se imediatamente, logo mais a noite terá uma reunião para resolvermos os últimos detalhes e lhes passar as informações. Os membros da organização estarão presentes – Bruce disse e saiu.

– “Preparem-se imediatamente...” – imitei a voz dele que me dava náuseas.

Na minha mente só passava a ideia de puxar o gatilho na cabeça de Bruce. Eu o odiava e nem mesmo sabia o verdadeiro motivo. Eu não odiava Rodney por ele ter ajudado a me colocar ali, mais com Bruce era diferente. Eu sabia que havia algo mais dentro de mim que o fazia odiá-lo tanto, só não sabia o que era.

– Cuidarei do restante – Rod disse saindo. – Nos encontramos mais tarde na reunião.

Liz não queria que saíssemos de “casa” para que pudesse monitorar nossos passos como sempre fizera. Ela não se cansava disto. Parecia realmente nossa mãe e de toda aquela loucura ela era a que mais valia a pena gostar. Fui para o quarto e arrumei algumas malas, coloquei alguns vestidos de festa, mais sabia que não os usaria. Eram vestidos sensuais, e como Luca dizia, fatais.

O telefone do meu quarto tocou e a secretaria de Bruce avisou que já era hora da reunião.

Irritada e animada eu fui. Em menos de um segundo eu estava na sala e Luca estava ao meu lado.

– Presumo que já tenham feito as malas – Bruce disse com sua voz irritante ecoando pela sala. – Sentem-se, pois teremos uma longa conversa.

Os lideres da organização era composto por sete homens, incluindo Bruce e Rodney. Elizabeth era a nossa responsável e por isto estava ao nosso lado na mesa. Eu estava brava com a demora, pois Bruce e os homens apenas olhavam alguns papeis idiotas e não diziam nada. Jessie entrou na sala desculpando-se pelo atraso, mais ainda sim a reunião não começou.

– Então quando começaremos? – perguntei com um tom de desafio encarando Bruce. – Pare de fazer um papel de idiota Bruce.

– Lucinda, você nos deve respeito pois está em uma organização séria. Foi convocada para uma reuniao...

– Oh, eu te devo respeito Bruce? Por quê? Por ter tirado a mim e a meu irmão, do útero de nossa mãe e ter nos transformado nesta aberração. Obrigada Bruce. Obrigada por ser um idiota, incompetente que não tem inteligência pra ganhar dinheiro dentro da lei. Ah e obrigada por me transformar em um monstro...

– Por anos vocês estão sobre minha custodia, e dentro desta organização você terá que obedecer as regras ou...

– Ou o que? – apareci atrás de si – Vai me demitir? Ou vai me matar? Esta é uma das coisas a qual eu também devo te agradecer, por ser indestrutível. Ou melhor, devo agradecer a vadia da Jessie e ao pai gordo dela, que deve estar no quinto dos infernos agora queimando – sorri. – Ah sem me esquecer de agradecer aos queridos lideres que estão coordenando esta organização de quinta, obrigada gordos sujos e sem classe alguma. Vocês fedem seus idiotas...

– Lucinda – Bruce praticamente rosnou enquanto os outros se levantavam bravos. Estavam perdendo a cabeça.

– Estou cheia de escutar sua voz irritante Bruce – eu continuei – e de obedecer as suas regras idiotas. Luca me conta tudo depois, ao contrario de mim ele é um bajulador.

– Lucinda sente-se – Bruce mandou e escutei Rodney dizer baixinho “Ele está ferrado”.

– Não. Tenho coisas melhores a fazer do que escutar sua voz irritante, como pintar as minhas unhas de preto e escutar um bom rock and roll – eu disse calma ainda.

– Você sempre foi um problema. Desde criança foi uma peste que já devia ter sido eliminada. Seu único objetivo é quebrar as regras por que você gosta de chamar atenção – Bruce gritou.

– Você acha que esta droga que você escreve em um papel são regras? – joguei os papeis no chão – Aliás, você acha que isto é uma organização séria? Acha Bruce? Você não passa de um idiota incapaz de trabalhar, você é um fraco. E sabe o que eu sou? Uma assassina cruel e adoro isto. Adoro derramar, estraçalhar e decapitar pessoas. Não me custaria nada matar você neste exato momento. Não me custaria nada matar todos vocês neste exato momento. Eu adoraria...

E ninguém poderia me impedir.

– Sua vadia, sua cadela... – ele gritou levantando a mão para mim.

Eu fiz o gesto de que ia torcer o pescoço dele mais hesitei com o grito de Liz. Eu queria estraçalhar ele naquele momento, queria torcer o pescoço dele e depois esquartejar seu corpo com minhas próprias mãos usando minhas unhas como faca.

– Chegar, vocês parecem crianças – Liz gritou. – Luce vá para o quarto, está liberada. Bruce continuaremos a reunião, pois temos muito a fazer...

Todos voltaram a se sentar. Mais eu ainda tinha o que dizer.

– Bruce? – ele virou-se pra mim – Eu não preciso de você. No entanto, vocês precisam de mim. Afinal o que seria desta droga de organização sem os irmãos Stanford? Seria como você. Nada.

Sai da sala e escutei Luca dizer que estava comigo.



Estava na cozinha comendo uma fatia de bolo quando Luca entrou.



– Você é louca – ele disse sentando-se ao meu lado e comendo do meu bolo.

– Nós somos – respondi.

– Adorei o que você fez lá em cima. Bruce está furioso e ainda posso sentir – era uma de suas habilidades detectar os sentimentos.

– Eu odeio o Bruce. Sempre o odiei mais não entendo por que. Eu lembro-me que quando era criança eu quebrava todos os equipamentos só pra o irritar – eu disse.

– Não sei o que é isto, mais eu também não gosto dele – Luca disse.

– Desculpa pelo que te disse – falei.

– Senti vontade de te matar, você estava certa – ele disse.

– Por que saiu de lá?

– Por que não deixaria que ele tratasse minha irmã louca como tratou – ele disse.

Não acreditava no que ele estava dizendo. Meu irmão sentimental e demonstrando gostar de mim. Abracei-o mais ele resmungou.

– Eu te amo, Luca – eu disse, e era a primeira vez.

– Não venha com sentimentalismos – ele resmungou mais sorriu – Eu também, e é tudo que vai arrancar de mim esta noite.



Meu irmão me ajudou a arrumar minhas malas e eu preparei tudo calmamente para sentir aquele gosto de que eu era uma pessoa completamente normal e que precisava da ajuda de meu irmão para arrumar as malas. Algo em mim estava mudando e eu ainda não sabia o que aquilo significava. Era um sentimento desconhecido. Luca também estava diferente mais eu não sabia o que se passava na cabeça dele e preferia manter a sua privacidade intacta pois sempre tivemos este acordo.



Luca foi dormir depois que terminamos de arrumar as minhas malas e as suas. Saímos antes do sol surgir no horizonte e quando estava aparecendo chegamos a nossa nova cidade, a nossa nova casa, que era uma casa linda de dois andares e com plantas, um aquário na sala e mobília nova e cheirosa. A casa tinha aquele perfume de um lar de verdade e eu senti que de algum modo conhecia aquele lugar, no fundo vinha um djavu. Mais eu não lembrava do que meu subconsciente tentava me alertar.


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Notas finais do capítulo

Estava tudo tornando-se complicado ao mesmo tempo que magico...



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