Projetados escrita por YK França
Notas iniciais do capítulo
Olhei no fundo dos olhos de Bruce e com o ódio crescendo dentro de mim. Mesmo que eu não pudesse ler sua mente naquele momento eu já sabia o que ele estava pensando, ele sentia medo, pensava em alternativas de fuga e mais do que isto ele pensava em sua morte iminente.
- Bruce você tem péssima mira e eu sou rápida demais. E isto é responsabilidade sua Bruce – eu disse. – Mais mesmo que conseguisse me acertar não teria chances alguma de escapar, porque eu já estou acostumada com dores excruciantes.
Ele nada disse apenas continuou apontando a arma para mim e com mais medo no olhar. O medo dele parecia aumentar mais ainda. Eu odiava aquele rosto hipócrita e eu queria acabar com aquilo o mais rápido possível. Ele olhava para os lados em busca de uma fuga, mais a unica que havia era dentro da lareira da qual eu estava muito próxima.
- Não tem como fugir Bruce, tudo acaba aqui. Eu queria que visse quando tudo isto explodisse. Todos estarão mortos em um hora e seu império vai pelos ares, papai.
- O que? Papai? – ele perguntou confuso.
- Eu já sei de tudo. Tudo que aconteceu entre você e Isabel – eu disse sem lhe dar tempo pra responder. – Chega de falar, você sabe que eu não gosto de perder tempo...
Peguei minha metralhadora que havia sido escolhida especialmente para ele. Mirei. Mais tive uma ideia. Fui até ele e o puxei. Ele já havia largado a arma sobre a mesa, sabendo que qualquer tentativa seria inútil. Levei-o até a sala de reuniões onde todos estavam. Ele reclamava e quando entramos ele ficou surpreso com todos amarrados por correntes fortes e com as bocas amordaçadas.
- Lucinda eu... – ele olhou para a bomba, para minha arma e por fim para meus olhos sedentos por vingança.
- Fica quieto Bruce – ordenei.
- Então acaba com isto logo sua vadiazinha, sua cadela – ele disse.
Sorri. Eu sabia que ele estava me testando. Olhei para o relógio da bomba, eu tinha quarenta minutos para sair dali e ainda tinha que resolver meus problemas com Rodney.
- Adeus Bruce – eu disse atirando em seu crânio, fazendo com que sua cabeça explodisse em pedacinhos e seu corpo caísse no chão. Escutei o abafado grito de Jesse que chorou enquanto o sangue de Bruce corria pelo seu rosto e pelo de vários lideres. Pisquei o olho para eles e sai atrás de Rodney. Eu estava satisfeita, tudo estava acabado. Ninguém mais me impediria de concluir o meu plano.
Caminhei para a sala de reuniões com Rodney.
Mostrei a Rodney todos sujos do sangue de Bruce e o seu amigo ao chão. Ele pareceu enojado e agachou-se para vomitar.
- Arg – murmurei. – O que acha que devo fazer com você?
- Sempre fui seu amigo e nunca quis que isto acontecesse com você – ele disse.
- Você nunca se importou, assim como Bruce. Porque não me conta sobre meu pai?
- Seu pai está morto Luce – ele disse.
- Grande novidade. Este desgraçado do Bruce nunca mereceu viver mesmo e eu não me arrependo de nada – eu disse.
- O que? Bruce? – ele me encarou – Não Luce. Não, Bruce não.
- Bruce não era meu pai? Mais ele teve um relacionamento com Isabel! – eu argumentei.
- Você só matou o cara responsável pela morte de seu pai – ele disse. – Seu pai se chamava Antony.
- Antony? E quem Bruce queria ressuscitar? – lembrei.
- A filha dele que morreu aos oito anos de idade. Ele seria agora um ano mais velha que você. Ele te odiava por você ser filha de Antony e por você ter sobrevivido a tudo e a filha dele não.
- Como ela morreu? – perguntei.
- Ela era como você. Um projeto, só que ela era frágil por ser doente e acabou morrendo por não suportar as transformações em seu corpo.
Eu sabia o quanto aquelas transformações eram dolorosas. E ainda tive que suportar varias seções de agulhadas e choques de alta voltagem.
- Onde Isabel vive? – perguntei.
- Califórnia.
- Porque ela nos deixou?
- Ela não sabe que estão vivos.
- Eu não posso te deixar viver Rod – eu disse. – Adeus.
- Adeus Luce. Diga a Liz que eu a amei, e ao Luca que ele seja um bom rapaz e que cuide de você sempre. Na sala de arquivos você encontrará uma gaveta cheia de documentos sobre sua mão. Gaveta de numero 878.
Sai da sala deixando-o preso e por mais que eu gostasse dele eu não poderia deixa-lo viver. Ele não merecia.
Entrei na sala de arquivos e peguei a gaveta. Joguei todos os documentos dentro da minha mochila e peguei as três bolsas com dinheiro que havia dentro do cofre.
Luca estava com Liz, Eduardo, Kyle e todos os seus homens no corredor.
- Temos vinte minutos para sair daqui – eu disse.
- Como assim? – Kyle me perguntou e todos me encararam.
- Tudo isto vai pelos ares, e se estivermos aqui iremos juntos – eu disse.
- Onde está Bruce? – Kyle perguntou.
- Morto – respondi.
- E Rodney? – Liz perguntou.
- Sinto muito Liz – eu disse. – Ele disse que te amava.
Entrei uma bolsa a Eduardo e outra a Liz. Corremos para fora da M&G derrubando todos os guardas que estavam em nosso caminho. Faltava minutos para tudo explodir quando conseguimos sair. Todos subiram em seus automóveis e partiram dali. Liz estava em seu carro e eu estava com Luca.
M&G foi completamente saqueada. E quando estávamos o suficientemente longe para não sermos atingidos pelas chamas escutei o estrondo da bomba e as chamas tomando conta do lugar. Ninguém da organização conseguiu fugir, pois eles não sabiam o que os esperavam.
Ninguém sobreviveu. Luca dirigiu vagarosamente para casa, curtindo a liberdade.
- Lembra que Kyle disse que tinha boas noticias? – ele perguntou.
- Sim. Qual era? – perguntei limpando a espada que tinha sido de Bruce.
- Diego está vivo. Kyle o salvou e o mandou para casa – ele disse me fazendo parar no tempo.
Meus olhos ficaram vermelhos e eu comecei a chorar. Não podia esta acontecendo. Meu amor estava vivo e seguro e Kyle o tinha salvo.
Luca passou pela casa de Diego e eu o pude ver da janela. Ele não me viu, ou pelo menos achei que não.
- Está tudo bem finalmente – ele disse.
Conversamos sobre Isabela e Luca ficou feliz em saber que tinha uma mãe e no fundo eu também estava.
- Vamos para a Califórnia? – eu chamei.
- Sim. Viajaremos pelo mundo inteiro Luce, mais agora poderemos viajar somente por diversão – ele disse.
- Vou sentir falta daqui – eu disse.
- E de Diego?
- Principalmente – eu respondi.
- Poderemos voltar logo – ele disse.
- Não. Ele merece uma vida normal e eu acabei de matar quinhentas pessoas – eu disse sorrindo por um momento.
- Mais ele te ama e não...
- Luca não fale mais nele. Eu não preciso ficar lembrando dele. Depois da Califórnia iremos para o Alasca...
Ele concordou e fomos para casa.
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Assim que chegamos empacotamos tudo. Cobrimos os móveis e arrumamos as malas. Luca pretendia voltar mais eu não.
Coloquei minha ultima mala no carro quando notei o carro preto parado na frente de casa e vi que era Diego. Ele saiu do carro e foi até mim.
- O que faz aqui? – perguntei.
- Não era esta reação que eu esperava – ele disse. – Pra onde vai?
- Califórnia. Vou encontrar minha mãe, ela está viva – eu disse.
- Oh, fico feliz por você – ele disse.
- É, obrigada.
Ele se aproximou para me beijar mais eu me afastei.
- Desculpe eu ter te deixado, eu achei que tudo era loucura. Desculpe eu não ter parado para te ouvir e eu percebi que você realmente não tem culpa nenhuma de...
- Pode parar – eu disse com dor no peito. – Você não me deve explicações. E quando você foi embora naquele dia eu percebi que nunca daríamos certo. – com um sorriso falso no rosto continuei – Somos completamente diferentes. Encare isto como uma experiência maluca Diego. Acabou...Foi divertido. Só.
- Eu... – ele não conseguiu dizer nada e eu senti uma vontade louca de beija-lo e abraça-lo e dizer que tudo aquilo não passava de uma mentira.
- Tenho que ir, meu voo sai em poucos minutos. Adeus – entrei no carro e Lucas dirigiu.
- Porque fez isto? – Luca perguntou.
- Porque ele merece uma garota legal. E normal... Agora cale a boca e dirija.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Agora estava tudo acabado finalmente. Eu estava livre e em busca de minha mãe. Eu só precisava encontrar minha felicidade e Diego seria feliz sem mim. Era nisto que eu pensava no voo para a Califórnia.