Projetados escrita por YK França


Capítulo 10
Nono Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Eu queria contar tudo a Diego, mais era uma decisão dificil de tomar...



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No dia seguinte Luca bateu varias vezes na porta do meu quarto mais eu não estava com vontade de levantar da cama. Não havia dormido nem por um minuto sequer durante a noite inteira e ele só parou de bater na porta quando o mandei deixar-me em paz.

Não precisava dizer o que eu sentia, pois ele já sabia.

Luca foi para a escola e eu passei a manha em casa recebendo ligações de Diego e da sua irmã. Não atendi. Eu não queria continuar com aquilo. Eu queria acabar com tudo aquilo.

Rodney ligou e eu tive de atender.

- Porque não foi pra escola? – ele tinha espiões terríveis na escola.

- Não quis – respondi rispidamente.

- Luce o que esta acontecendo com você? Você está bem, se não estiver volte para casa e Luca cuida de tudo.

- Que casa? Não quero voltar pra esta droga de covil. Eu quero ficar e não quero mais obedecer a vocês – eu disse sem pensar e depois me arrependi. – Oh... Desculpe.

- Você gosta do garoto? – ele notou.

- De quem? – tentei disfarçar.

- Você esta apaixonada por ele. Cumpra sua missão e não contarei para Bruce – ele disse.

Era tarde demais, Bruce surgiu atrás dele dizendo que mandaria a equipe menos experiente para cumprir o serviço. Rodney desligou no mesmo instante.

Eles demorariam menos de um dia para chegar na cidade e eu tive medo. Eles matariam Diego e toda a sua família porque eu havia cometido um erro. Na verdade minha vida era baseada em erros e me apaixonar por Diego era o pior. Peguei a chave da minha moto e sai. Tentava ligar para meu irmão mais ele não atendia o celular.

Cheguei na escola e os garotos se aproximaram para ver a minha moto. Não dei atenção as perguntas idiotas e sai a procura de Luca. Ele estava no refeitório com uns amigos e eu o puxei.

- Eu fiz uma loucura – eu disse e notei que estava tremula.

- O que você fez? – ele me levou para um lugar mais reservado.

Contei a ele tudo que eu tinha feito e ele tentou me acalmar. Eu estava preocupada e pela primeira vez com medo.

- Calma. Vamos dar um jeito nisto – ele disse me abraçando.

- Luce? – Diego chamou. – Você... Está bem?

- Diego? – minha voz falhou um pouco.

- Vocês precisam conversar – Luca disse. – O suficiente Luce... Vou dar um jeito nisto.

Ele pegou a chave da minha moto e saiu. Corri abraçar Diego. Ele me abraçou forte perguntando o que estava acontecendo comigo.

- Cometi um erro terrível e eu sinto medo. E eu nunca senti isto, nunca tive medo – eu disse.

- Calma Luce, todos sentem medo, não se envergonhe – ele disse beijando o topo da minha cabeça.

- Eu não sinto, e isto faz parte dos segredos que eu guardo comigo. E não sinto medo por mim, mais por você – eu disse por fim.

- Por mim? – ele perguntou.

- Vem comigo, eu preciso te contar tudo – eu disse.

Pegamos um taxi e fomos para minha casa. Subimos para meu quarto e o caminho todo eu me contive para não contar nada a ele sem primeiro mostrar os arquivos da M&G. Ele jamais acreditaria em algo do tipo.

Abri meu computador e abri a pasta da M&G. Havia os vídeos do processo em que Luca e eu fomos criados.

- O que é isto? Parece aula de biologia, mais é algo impossível. O que isto tem a ver com seu segredo? – ele perguntou.

- Eu sou este caso impossível. Luca e eu... Nós fomos projetados em laboratórios, e aos nossos genes foram adicionadas habilidades especiais – eu expliquei.

- Esta falando serio? – ele perguntou e minha expressão o fez ficar assustado – Que... Que tipo de habilidades?

Levantei da cama e caminhei ate minha janela.

- Eu leio mentes, e agora você continua sem acreditar. Acha que eu estou ficando louca e se perguntando como este tipo de coisa pode acontecer... E mesmo assim você não acredita. Mais eu posso correr mais rápido que você, e que qualquer outro. E lembra do que eu fiz com o garoto? Eu faço pior. Sou forte o suficiente pra lutar contra uns dez ursos. E Luca faz tudo isto, claro menos controle da mente, ele sabe tudo sobre sentimentos e é assim que ele soube que... Que eu amo você.

Ele levantou os olhos pra mim e não o deixei dizer nada, apenas continuei:

- E é esse amor que me faz desistir de tudo, e me arrepender de tudo que eu já de ruim. Eu fiz coisas que... Podem te afastar de mim. Mais eu te amo, e tudo o que quero é te ver seguro.

- O que me coloca em perigo em toda esta historia? – ele perguntou.

Ele ainda não acreditava. Demonstrei minha rapidez para ele e por fim ele acreditou ficando surpreso.

- Eu vou te contar tudo, mais não quero que faça besteiras. A vida de pessoas que você ama está em perigo. Eu não vou esconder nada de você...

Mostrei a ele os arquivos da M&G.

- São arquivos de policia? – ele perguntou.

- São arquivos da Marshal & Goldsmith – ele disse. – São pessoas...

Eu não consegui dizer.

- Marshal e o que? – ele perguntou.

- É a empresa que me transformou nisto que eu sou hoje, eles são os responsáveis por isto.

- Qual o objetivo?

- Roubar e... sabe o que os vampiros fazem?

Aquela foi a maneira mais idiota de demonstrar mais eu estava confusa demais naquele momento e foi a unica maneira que encontrei.

- Sugar sangue? – ele perguntou, mais ele sabia que eu não estava brincando. – Matar.

Balancei a cabeça positivamente e ele ficou com medo do que eu tinha dito e eu sabia que ele não suportaria.

- Todos estes são pessoas que você matou? – sua voz falhou.

Eu não respondi e ele passou as mãos no cabelo respirando fundo e levantando-se da cama.

- Minha família esta em perigo? Foi por isto que você veio para Floral? É por isto que se aproximou de mim e da minha família?

- Eu fui treinada desde criança para isto Diego e não pude evitar. Não foi uma escolha que eu tive, eu não escolhi ser isto que sou. Eu nunca tive problemas com isto, mais você, esta cidade e sua família me fizeram mudar. Luca e eu não queremos mais isto...

- Mais você é uma assassina – ele quase gritou. – Esta aqui pra matar minha família.

- Não vou machuca-los. Pelo contrario...

- Tem mais alguém que quer vê-los mortos?

- Bruce, ele é o principal criador da M&G. Ele me mandou para esta cidade e ele sabe que eu não quero mais fazer isto... E não vai demorar para a equipe chegar. Mais eles não são mais fortes que Luca e eu. Prometo a você que vai ficar tudo bem...

Ele não quis mais me ouvir. Abriu a porta do quarto e saiu sem se despedir. Tentei segui-lo mais ele me mandou deixa-lo em paz.

Ele saiu e eu chorei. Era a primeira vez em anos que eu chorava, era a primeira vez que eu sentia medo de perder alguém. Eu amava Diego mesmo que fosse estranho admitir. Eu o amava mais que minha própria vida. Quebrei alguns jarros de flores que estavam na mesa, e a mesa de centro que era de vidro. O barulho foi estrondoso.

Eu tinha que pensar. Fui até o porão e abri a primeira porta que era simples. A segunda porta de ferro era aberta somente com a minha digital ou a de Luca. A porta se abriu e eu entrei na sala que era cheia de computadores e havia um arsenal de armas. Peguei a besta, as pistolas e até uma espada e punhais. Luca entrou na sala dizendo que devíamos estar preparados. Elizabeth havia ligado e a equipe chegaria naquela mesma noite. Fiquei com medo de tudo e peguei as armas o mais rápido possível e as coloquei no porta malas da BMW. Vesti o uniforme da M&G que era uma calça de couro e uma blusa justa com amarrações que eu prendia as armas. Rasguei o slogan da M&G e peguei a chave do carro. Ficamos de guarda na casa de Diego. Estavam todos lá dentro conversando, mais Diego estava no quarto.

Coloquei uma arma presa a bota e duas na cintura. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e esperei. Era quase duas da noite quando os homens de Bruce apareceram. Eram grandes e eu não tinha medo deles. Eram apenas cinquenta homens e eu já havia lutado com muitos mais.

- Vinte e cinco para cada um – eu disse a Luca que estava ao meu lado.

Coloquei um silenciador na minha arma, não queria acordar os vizinhos. Eu amava minha besta 89 com ponta de ouro e a atirei contra um deles que caiu no mesmo instante. Um, dois, três, quatro homens mortos. Joguei a besta ao chão quando eles notaram e vieram em nossa direção. Puxei as duas armas da cintura e mirei. Foram dez. Eles atiravam contra nós mais éramos mais rápidos e desviávamos das balas. Um deles se aproximou de mim por trás e eu lhe dei uma chave de pescoço e torci seu pescoço. Luca estava acabando também. Matei mais deles e em poucos minutos muitos deles estavam mortos. Cinquenta homens da M&G no chão ensanguentados.

Juntamos os corpos e os tiramos dali. Só então notei Diego na janela. Quando ele encontrou meus olhos fechou as cortinas enraivecido.

- Ele me odeia – comentei.

- Vai passar Luce, eu prometo – Luca disse.

* * * * * * * * ************************************** * * * * * * * *

Eu chorei a noite toda por Diego me odiar. Ele nunca mais iria querer me ver em sua frente, mais eu tinha que continuar, eu tinha que protegê-lo afinal eu era a única que podia fazer aquilo. Nenhum policial ou força especial seria capaz de vencer a Marshal & Goldsmith.

Eu odiava me sentir vulnerável. Eu queria não tê-lo conhecido, não ter me apaixonado por ele. Doía até mesmo ter de imaginar isto, mais eu sabia que seria mais fácil. E Diego, com toda certeza, estaria melhor sem mim.

Luca entrou no meu quarto com uma xicara de chocolate quente com creme. Eu estava coberta por edredons sentindo o frio que o ar condicionado me proporcionava. Era a primeira vez que ele me via chorar e eu me sentia uma idiota. Eu chorava por uma coisa tão banal a meu ver naquele momento, era tão insuportável aquela sensação de estar vulnerável. Eu chorava por dor, amor e tantos outros sentimentos que ainda estavam presos dentro de mim.

- Você começou a entender seus sentimentos Luce – Luca disse segurando minha mão. – Vai ficar tudo bem Luce.

Há alguns meses eu o teria mandado parar com os sentimentalismos, e há alguns meses ele nem sequer estaria agindo assim comigo. Aquela cidade estava nos modificando completamente, as esperanças estavam nos modificando.

- Não vai ficar tudo bem pra mim, mais eu vou sobreviver – eu disse abraçando-o.

Ele secou as lagrimas que insistiam em derramar e correr pelos meus olhos. A vida real das pessoas de Floral nos tinha modificado totalmente e nós eramos pessoas de verdade agora. Dois adolescentes tentando ter uma vida um pouco normal.

Eu tinha que mudar aquilo e desci para o meu porão. Tinha uma salinha a prova de sons onde eu podia ficar a vontade para treinar. Somente Luca e eu podíamos entrar na sala por meio do reconhecimento de nossas digitais. Após entrar na sala fui ao meu arsenal que havia sido montado, eu tinha armas mais destrutivas do mundo, escopetas, metralhadores e várias pistolas automáticas. Eu era apaixonada por todas as minhas armas e conhecia cada uma, e maior parte da mesada que recebia era destinada a compra delas. Luca gostava mais de automóveis e tinha vários.

Peguei minha boa Desert Eagle em ouro e a munição. Era linda ao olhar, não me protegi de nada e apenas atirei no alvo a minha frente. Acertei. Imaginei Bruce e imperceptivelmente atirei várias vezes nos locais onde ficava seu crânio. Eu senti ódio dele e sabia que eu tinha que fazer algo contra ele, ou nada mudaria. Eu iria acabar com ele, afinal tudo que estava acontecendo de pior na minha vida e na de Luca, era culpa dele. Eu não o suportava. Peguei o meu rifle, Barret M82, com alta capacidade de destruição, uma ótima mira e capaz de atingir a 2,8 km.

Olhei para todo aquele arsenal, todas a minhas belas armas estavam ali. Peguei meu computador e entrei na M&G, peguei o mapa de toda a área da organização. Imprimi algumas fotos dos responsáveis pela M&G e Bruce estava no topo. Coloquei ao lado da foto dele uma minha Barret, ela era a escolhida para mata-lo e eu iria destruir ele.

Não sabia o que fazer com Liz, mais se ela realmente gostasse de nós teria nos ajudado e nos tirado daquele lugar. Mais eu não a odiava, ela tinha sido ótima conosco e preocupada. Rodney era legal, mais ele era outro que me deixava em duvida. Mais eles eram os únicos. Jesse tinha sua arma, era uma pistola automática, afinal ela adorava pistolas automáticas. E eu sorri ao escolher a arma para cada um daqueles hipócritas daquela organização medíocre. Eles iriam me pagar por todo o sofrimento que haviam me feito passar.


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Notas finais do capítulo

Eu iria proteger Diego a qualquer custo. Ele era tudo pra mim, e eu cuidaria de sua segurança. Destruiria a Marshal 7 Goldsmith.



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