Back In Time escrita por Hunter Demigod


Capítulo 16
All Ends...


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas! Bem, agora é a hora que ninguém gosta nas minhas histórias
O FIM!
Bem, como todas as vezes que eu vou fazer o ultimo capítulo, não fica exatamente bom, mas eu tentei, acreditem... Queria agradecer aos que acompanham desde que eu comecei a postar a primeira temporada dessa fic (que me rendeu 6 recomendações -I love you all ♥-), que continuaram lendo ao sair a segunda (que renderam 3 recomendações -I love you all² ♥-) e que continuaram fielmente nessa terceira (que rendeu 2 recomendações até agora ♥). Juntando todas as três temporadas, ficou no total de 11 recomendações... Sinceramente, nunca pensei que ia ver isso na minha vida ' -' Mas fiquei muito feliz por que, além dos rewiens maravilhosos que vocês mandam em todos os capítulos, vocês recomendaram e eu soube que vocês gostavam do que eu escrevia... Olhem, eu acho que isso é uma das maiores conquistas de um escritor e fico triste de terminar essa história. Eu nunca imaginei em fazer uma 3ª temporada, mas, além de não conseguir ficar sem escrever essa história (que eu considero a melhor das minhas fics de SPN) eu não consegui abandonar os personagens desse jeito...
Mas, infelizmente, é bem provável que não haverá nenhuma 4ª temporada... Se, por acaso, me vier uma ideia boa, eu posto e aviso a vocês todos... Mas não garanto nada, ok?
Bem, já falei de mais então, aproveitem o ultimo capítulo de Back In Time :)
Ah, e esse capítulo é especial por que hoje é aniversário de uma das minhas leitoras mais fiéis... Parabéns a minha querida leitora, Everdeen Black. E eu quero um pedaço de bolo e brigadeiros u.u
Enjoy!



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Eu havia saído de lá. Meu pai ainda estava relutante em me deixar ir, mas consegui convencê-lo. Eu caminhava pelo parque, esperando que Lúcifer me puxasse até ele, mas nada acontecia. E eu já estava começando a ficar impaciente.

Sentei na grama, esperando desmaiar ou coisa assim, mas nada acontecia. A raiva e a frustração já eram visíveis em meu rosto. Olhei para o céu. Ele estava nublado. Nuvens cinza e carregadas pairavam sobre mim, prontas para despejar toda água da qual eram formadas.

-Você aí em cima poderia me dar uma ajudinha, não é? -perguntei

Um trovão ribombou nos céus. Estranho. Quando estava prestes a sair do parque e ir para casa, senti uma presença poderosa em minha volta. Mas essa não era Lúcifer. Não. A aura dele era mais maléfica e me causava medo. Aquela me deixava tranquila e me fazia acreditar que havia uma luz no fim do túnel. Uma criança e sua mãe, que corriam para casa para evitar a chuva, paralisaram. O vento parou de bater nas árvores, mas as folhas continuaram curvadas, como se o vento ainda batesse nelas. Um cachorro que havia pulado para pegar um graveto parou no ar, como se tudo houvesse congelado, mas eu ainda podia me mexer.

O tempo havia parado.

Me virei rapidamente e vi um homem vindo em minha direção. Não, não era um homem. Eu não conseguia ver sua face, parecia tremeluzir e se transformar em outra no mesmo instante. De uma criança para um jovem, do jovem para um velho e assim por diante.

-Você e vossa mãe tem o mesmo problema, pequenina. Tente se concentrar em como tu achas que sou. -ele disse

Não havia como descrever em palavras a voz dele. Mas o que chega mais perto da definição é uma voz doce e calma, mas, ao mesmo tempo, cheia de poder. Tentei me concentrar e vi nele a face de um homem. Não era velho, mas também não aparentava ser novo.

-Quem é você? -perguntei

Ele se sentou na grama, sorrindo como se aquilo tudo fosse uma grande piada.

-Sua mãe perguntou-me a mesma coisa quando encontramo-nos... Mas a situação era bem diferente. -ele disse

-Isso é algum tipo de truque? O que está acontecendo? -perguntei

Ele me olhou e em seus olhos atrás de suas íris eu podia ver chamas. Uma chama de amor, mas também que faria qualquer um temê-lo. Foi então que o reconheci.

Eu nunca o tinha visto, obviamente. Mas eu já havia ouvido e, até mesmo, lido as descrições. Sua imagem mudou novamente. Não era mais o homem que eu havia visto antes. Seus cabelos eram brancos como a neve e seus olhos se tornaram chamas bruxuleantes. Não mais podia distinguir seu rosto. O brilho que emanava dele era intenso e eu tive de desviar o olhar por algum tempo. Sabia se continuasse olhando, minha alma desejaria abandonar meu corpo para ir para ele. Não queria morrer, não ainda.

-Concentre-se naquela face, pequena. -sua voz agora retumbava como o trovão que eu havia ouvido -Preciso que converses comigo, cara a cara.

Me concentrei em imaginar a face dele como antes e consegui. Deus agora tinha uma face humana. E que não tiraria a alma de meu corpo. Ele sorriu mais uma vez.

-Seu pai lhe fez ler a Bíblia... Pelo menos nisto ele acertou. -falou

-O que faz aqui? Digo... Por que está aqui? -perguntei

-Um dia, prometi a sua mãe que sempre estaria com ela. E sempre estive. Ela me pediu que zelasse por você, Miles, e é isso que vou fazer. Não posso lutar contra Lúcifer por você. Ainda não chegou a hora para que meu filho batalhe contra ele no juízo final. Mas, até lá, preciso que mantenham-no preso. -Deus falou

-E por que não faz isso? Por que simplesmente não o prende na jaula? -perguntei

-O mundo não é o mesmo desde que o criei, Miles. O pecado se alastrou por toda carne desde a maldição de Adão e Eva, ao me desobedecerem. Os homens tem se afastado de mim, não ligam para mim, e alguns nem sequer acreditam que eu exista. Não vou agir por mim mesmo. Vou fazer como faço, desde os que deixo a marca da promessa. Ajo por meio de humanos.

-Pergunta, sem querer ser chata ou coisa assim... Mas por que você, o Todo-Poderoso, não faz com que eles temam a você de uma vez por todas? -perguntei

Ele deu mais um sorriso.

-Já ouviu falar de livre arbítrio? Não posso força-los a me amar. Essa é uma escolha deles. -Ele disse

Abaixei a cabeça para a grama.

-Vai me ajudar a prender Lúcifer? -perguntei

-Vou estar com você, Miles. Assim que for a hora, Eu a ajudarei. -ele disse, levantando-se

-E como vou saber quando é a hora? -perguntei

-Vai saber.

O vento voltou a soprar como antes, a mãe e seu filho voltaram a correr e o cachorro pegou seu graveto. Deus não estava mais lá. Pelo menos, não aonde poderia vê-lo. Me levantei e senti as gotas grossas de chuva baterem em mim. O parque ficou vazio e eu estava ficando encharcada. Quando pensei em sair de lá, novamente, senti aquela presença. Era ele. Me virei e vi Lúcifer me encarando indiferente. Seus cabelos cor de areia estavam molhados e seus olhos transpassavam raiva e desgosto por me ver.

-Ora, se não é você... Outra vez. -ele falou -Vejo que seu braço está melhor.

-E eu vejo que você não sofreu um arranhão com o “ataque do sofá voador”. -rebati ironicamente

Ele deu um sorrisinho de lado.

-Pretende me desafiar, pequena Miles? -ele perguntou

-Acho que não estaria aqui se não fosse o caso.

Ele tirou a lâmina do cós da calça e eu engoli em seco, sentindo a dor daquela adaga cortando minha pele.

-Veio ao meu encontro desarmada, pequena Miles? Que feio...

-Mas ela não está sozinha... -uma voz disse atrás de mim

Me virei e vi meu pai encharcado pela chuva que caía cada vez mais forte e encarando Lúcifer com toda raiva do mundo.

-O que você está fazendo aqui? -gritei

-Não vou deixar você sozinha... -ele alegou

Lúcifer riu.

-Uau, irmão. Não sabia que você era tão gay assim.

-Pai, sai daqui! -gritei

-Não, Miles! Eu não vou perder você...

-Sai daqui! Agora!

-Não!

Me joguei contra meu pai, o surpreendendo. As lágrimas se misturavam com a chuva. Eu estava tentando imobilizá-lo, mas estava difícil com ele se mexendo. Pousei minha mão na testa dele com um pouco de dificuldade e ele percebeu o que eu iria fazer.

-Miles, não! -mas já era tarde

Eu o fiz ficar desacordado. Peguei a lâmina que ele tinha no cós da calça e me levantei, chorando. Ele estava no meio do campo de batalha. Se Lúcifer o pegasse, seria o fim.

A chuva havia engrossado. Quase não conseguia ver mais nada a minha frente, mas pude ver quando Lúcifer se aproximou, pronto para me matar. Desviei rapidamente e percebi que ele queria isso.

Ele estava indo na direção do meu pai. Usei meus “poderes” para empurra-lo para longe e funcionou. Lúcifer bateu diretamente contra uma árvore e levantou mais furioso ainda. Ele fez um gesto com a mão e eu senti meu coração ser apertado por mãos invisíveis. Acho que essa era a sensação mais perturbadora do mundo. Ele se aproximou novamente do meu pai, pronto para matá-lo e eu reuni minhas forças para pular em cima dele. Funcionou.

As “mãos invisíveis” que “apertavam” meu coração sumiram. O alívio percorria meu corpo, mas logo Lúcifer subiu em cima de mim, pronto para me ferir com a lâmina. Segurei seu braço, impedindo que a adaga perfurasse meu pescoço e o joguei para longe. Antes de sair “voando” para longe, Lúcifer conseguiu me atingir no rosto com a adaga. Minha bochecha agora ardia e sangrava. Fiquei em frente ao corpo desacordado do meu pai e olhei com raiva para Lúcifer. Ele soltou um tipo de rosnado, do fundo da garganta, e voltou a investir.

A chuva parecia ficar cada vez mais grossa e as gotas doíam em minha pele. Ele tentou me golpear com a adaga, mas desviei seu braço com uma das mãos. Sabe aquela história de que, quando você luta as coisas parecem ficar em câmera lenta e você consegue ditar seus movimentos perfeitamente? É mentira.

A cada investida de Lúcifer, tudo parecia ir mais rápido e difícil de visualizar.

Dei um chute em sua barriga, fazendo-o cair para trás e soltar a adaga. Peguei a lâmina do meu pai e me joguei na grama molhada para pegar a de Lúcifer antes que ele a pegasse de volta. Lúcifer pisou no meu braço e, instantaneamente, senti-o doer. Alguns ossos do meu braço pareciam quebrados, e a dor que eu sentia me fazia não ter forças nem para gritar. Lúcifer pisou com a mesma força em meu joelho e senti-o deslocar na mesma hora, tirando do fundo de minha garganta, um grito alto. Ele sorriu sadicamente e pegou as lâminas.

Tentei me levantar com apenas uma mão, o que era quase impossível. A dor que percorria meu corpo era horrível. Eu tinha quase certeza de que eu iria desmaiar a qualquer momento.

-Você não devia ter feito isso, Miles... -a voz de Lúcifer ecoou em meus ouvidos

Mais um grito saiu de minha boca quando Lúcifer pisou mais uma vez no meu joelho e chutou minha cara. Minha visão estava embaçada mas pude vê-lo se aproximar do meu pai. Usei toda força que ainda me restava para me levantar e me apoiar em uma só perna. Lúcifer olhou para mim e riu.

-Desista, garota. Não vai conseguir. -ele falou

Pulei em cima dele, puxando seu cabelo para trás e prendendo seu pescoço com o braço que ainda estava bom. Ele tentou desvencilhar-se de meu braço, mas não conseguia.

-Agora seria uma boa hora... -falei fracamente para os céus

Um buraco se abriu perto de onde eu estava. Lúcifer começou a se agonizar e eu o empurrei para dentro. Mas ele segurou minha perna e me puxou junto. Rapidamente, usei meu braço bom para me segurar à borda enquanto sentia as dores de meu joelho quebrado, já que Lúcifer estava se sustentando logo nessa perna. Eu sabia o que era aquele buraco. Aquela era a jaula de Lúcifer, e eu estava prestes a cair nela.

Só então percebi que meu pai havia acordado. Ele olhou ao redor confuso e então me viu. Seus olhos se arregalaram e ele correu até mim segurando minha mão. A chuva deixava meu braço e mão escorregadios dificultando o trabalho de meu pai para me puxar para cima.

-Miles, me dê a outra mão! -ele gritou

Tentei levantar o braço, mas a dor que eu sentia nele era tanta que me fez gritar simplesmente por movê-lo. Era esse o meu fim? Iria morrer desse jeito? Indo para a jaula de Lúcifer com o próprio preso ao meu pé?

Meu pai continuou tentando me puxar, o que estava sendo uma tentativa falha. Lúcifer tentava escalar minha perna, para voltar a superfície. Mas a chuva não estava atrapalhando somente o trabalho de meu pai em me tirar dali... As gotas de chuva que escorriam pela minha perna, tornavam o trabalho de Lúcifer mais árduo. Vendo isso, sacudi minha perna, sentindo a dor percorrer todo meu corpo. Mas minha ideia funcionou.

As mãos de Lúcifer escorregaram pela minha perna e se soltaram o fazendo cair dentro da jaula. Com esse peso a menos, meu pai conseguiu me ajudar a subir, e, assim que ele fez isso, o buraco se fechou, como se nunca houvesse estado ali.

Meu pai me segurou no colo enquanto eu sentia meu corpo enfraquecer gradualmente. Minha visão era turva graças a dor. Eu sabia que meu pai estava falando alguma coisa para mim, mas não fazia ideia do que era. A última coisa que pude ver foi minha mãe correndo até mim. Então, tudo ficou escuro.

***

-Miles, venha jantar! -pude ouvir minha mãe gritando

Abri os olhos e me deparei com meu quarto. Digo, meu quarto mesmo. Todas as minhas coisas estavam ali. Me sentei na cama e percebi que, em meu colo, havia um desenho... Meu pai, asas... Arregalei os olhos e me levantei num pulo, olhando para mim mesma.

Minhas roupas estavam molhadas e cheias de lama e grama, eu ainda estava com a jaqueta de couro e podia sentir a aura do meu pai na casa. Eu havia voltado para o exato momento antes daquela confusão toda acontecer...

Tateei o bolso escondido do casaco e percebi que o frasco ainda estava lá. Dei um largo sorriso e desci as escadas correndo vendo minha mãe sair da cozinha, com sua aparência de 35 anos novamente. Ela encarou a garota confusa e eu alarguei meu sorriso, vendo meu pai deitado no sofá e me encarando sem entender a minha cara de idiota. Pulei, suja, em cima da minha mãe a abracei com força recebendo uma reclamação da minha mãe por tê-la abraçada imunda daquela maneira.

-Ei, garota, você está bem? Por que está toda suja? -meu pai perguntou se levantando

Pulei para abraça-lo também e ele ficou confuso.

-Só estou feliz por vê-lo de novo, arcanjo Gabriel. -falei

Ele arregalou os olhos e minha mãe quase ia tendo um enfarte quando disse aquilo.

-Como você...? -ele perguntou

Sorri travessa.

-Longa história... É uma pena que você não se lembre, pai... Aquele ataque da pata foi incrível... -falei pensativa

Ele franziu o cenho.

-O que você quer dizer com isso?

-Depois eu conto. Mas, agora, eu tenho uma coisa para você, mãe... -disse e retirei o frasco do meu bolso

Meu pai reconheceu o conteúdo e me olhou, como se quisesse saber onde eu havia conseguido aquilo.

-O que é isso? -minha mãe perguntou

-Uma coisa que vai te ajudar. O papai é um anjo, você é mortal... Mas isso pode te fazer não ser mais. Só precisa tomá-la, mãe. -falei fazendo o frasco flutuar até ela, como Lúcifer fizera comigo

Ela me olhou, como se esperasse que aquilo tudo fosse uma piada, mas logo pegou o frasco no ar e tomou seu conteúdo. Esperava que desse certo... Minha mãe tomou o conteúdo do frasco e fez uma careta.

-Tem gosto de sapato. -ela comentou

Eu ri. Minha mãe piscou algumas vezes e, em seguida, uma aura nova a rodeava. Ela estava imortal também. Meu sorriso aumentou.

-Miles, o que diabos aconteceu e como você conseguiu isso? -meu pai perguntou

Eu puxei os dois e os abracei. Não foi preciso mais palavras. As lágrimas caíam pelo meu rosto enquanto sentia meus pais me envolverem num grande abraço. Envolta nos braços dos dois, protegida pelos dois.

Minha família pode não ser perfeita, nem, muito menos, normal, mas era a melhor do mundo. E não desistiria dela nem que o mundo acabasse.


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Notas finais do capítulo

Um último rewien?



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