Back In Time escrita por Hunter Demigod


Capítulo 11
Rollercoaster


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais uma piração pra vocês u.u
Espero que gostem!



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Eu estava na sala batendo na minha cabeça, tentando lembrar as feições do desgraçado que havia falado comigo. Mas isso era inútil, e estava me fazendo ficar dolorida com tantos tapas.

-Mulher, para de se bater! Isso não ajuda em nada... Acredite, eu sei. -minha mãe falou

Meu pai podia não perceber, mas ela estava tentando não chegar no assunto do por que ela havia sido suspensa da faculdade... E, bem... Ela estava conseguindo. Meu pai estava sentado com as mãos cobrindo a boca e o nariz que, a propósito, ainda estava vermelho pelo ataque da pata.

-Temos que saber o que está acontecendo, Miles... -ele disse, encarando o chão

-Vem cá, desde quando você ficou amiguinho dela? -Stela perguntou, agora mais sóbria

Minha mãe não havia contado a ela, nem a Laura, nem a vovó sobre eu ser a filha deles... Ela tinha seus motivos.

-Ela é confiável, Stela. -minha mãe disse

-Como a outra Miles foi? -Stela arqueou as sobrancelhas

Meu pai saiu de sua posição vegetativa e olhou para Stela, e pude jurar que vi o olhar do meu pai carregado de ódio para ela.

-Com licença. -ele pediu e se levantou, saindo da casa

Minha mãe olhou para Stela com raiva e ela percebeu o que havia feito. Seja lá quem fosse a outra Miles, parecia ter um significado para meu pai... Levantei sem falar nada e saí da casa também, dando de cara com meu pai no sofá-balanço da varanda. Ele estava encarando o chão e parecia triste. Sentei ao seu lado, colocando uma parte do meu cabelo para trás da orelha.

-Quem é essa “outra Miles”? Por que meu nome te perturbou tanto quando me conheceu? -perguntei

Ele hesitou antes de responder.

-Ela era minha filha.

Eu congelei e fiquei encarando ele com minha melhor cara de “chocada feat. passada”...

-Eu tenho uma irmã? -perguntei

-Teria... Ela morreu a uma semana. Foi morta, na verdade. -ele disse

Olha, isso explicava muita coisa. Encarei o chão e não conseguia pensar em nada... A não ser em não pensar em nada, o que já é um pensamento, mas... Ah, vocês entenderam!

-Sinto muito. Mas por que Stela falou com tanto desgosto dela? -perguntei

-É uma história bem complicada, Miles... Sua mãe e eu passamos por muita coisa. A Miles original estava nos ajudando... Ou era isso que pensávamos... -ele respondeu

-Ajudando em quê?

-Meu irmão queria matar sua mãe.

-Seu irmão? -perguntei, franzindo o cenho

-Miguel. Bem... A Miles nos levou para uma armadilha. Ela queria me matar. Não a culpo, nunca fui bom em ser pai.

-Pra mim você é um bom pai. -falei e vi ele sorrir

-Depois ela resolveu nos ajudar, mas... Miguel não foi piedoso. Eu a vi morrer, e foi tudo culpa minha. -ele concluiu

Ele ficou de cabeça baixa por um tempo. Parecia que ia chorar... Isso era bem estranho.

-Ei, sem ficar pra baixo, ok? -gritei me virando pra ele e ele me encarou de olhos arregalados -Não vem com essa de dramático pra cima de mim que esse não é o Gabriel que eu conheço! Cadê meu pai que ficava de viadagem sem querer me dar um doce e que fazia as piadinhas mais idiotas e sem graça do mundo com qualquer coisa?

Ele ficou me encarando de olhos arregalados por um tempo até começar a rir. Não consegui não rir também.

-É, você é igualzinha a sua mãe. -meu pai disse

Ri mais uma vez.

-Não pode ficar se culpando por tudo que acontece. -falei

-Mas foi culpa minha.

-Cara, tu quer que eu chame a mamãe pra te dar um golpe de jiu-jítsu? -perguntei

-Sua mãe luta jiu-jítsu?

-Não sei, mas ela já quase deu uns golpes muito irados na madrasta dela... Mas, é claro, infelizmente, você impedia.

-Típico dela. Ela já te contou que arrancou os cabelos dela?

-Já, ela fala disso toda hora. O maior orgulho dela. -falei e nós rimos de novo

-Aquela pancadaria foi épica, querida. Você queria o que? -minha mãe perguntou aparecendo na varanda

Ela se sentou do meu lado, me fazendo ficar no meio deles. Sempre me senti confortável assim.

-O que vamos fazer hoje? -minha mãe perguntou

-Vegetar? -meu pai sugeriu

-Faço isso todo dia.

Não consegui não rir do comentário da minha mãe.

-Que tal irmos para um parque de diversões? -sugeri

-Claro! Se Bruna aceitar ir na montanha-russa... -meu pai disse encarando minha mãe

-Nem vem! Você sabe que eu tenho medo de altura...

***

Estávamos no parque de diversões, mais especificamente na montanha-russa. Eu estava no carrinho da frente com um garoto que eu nem conhecia(mas que era um gatinho, só pra deixar bem claro), e meus pais lá atrás, com minha mãe segurando a barra de proteção com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos.

-Bruna, a montanha-russa nem se mexeu ainda! -ouvi meu pai reclamar

-Só de estar nesse negócio eu já estou prestes a desmaiar! Sinceramente, eu não sei como você me convenceu a fazer isso! -minha mãe falava com a voz trêmula

-Eu já disse, ande na montanha-russa e eu lhe dou um panda de estimação! -meu pai falou

-É bom que meu panda seja fofinho, ou eu te mato, seu anjo safado. -minha mãe ameaçou e soltou um gritinho quando a montanha-russa se mexeu

-Se ficar com medo, pode segurar na minha mão, linda... -o garoto(gatinho) do meu lado falou enquanto a montanha-russa fazia a subida

Ouvi meu pai gritar um “não encoste nela” e revirei os olhos. Não merecia isso... Além do mais, o cara era gatinho! Eu já disse que ele era gatinho?

A montanha-russa subia lentamente.

-Meu Deus, se eu não sair viva dessa, proteja meu panda, ele vai precisar... -o “ar” da ultima palavra se estendeu em um grito quando a montanha-russa começou a veloz descida

Eu, meu pai e o gatinho do meu lado gritávamos achando um máximo, enquanto isso, podia ouvir claramente os gritos de terror da minha mãe... Alguém traz uma taça? Acho que com esse grito minha mãe quebraria ela. Olhei para o garoto(gatinho) ao meu lado e tomei um susto com o que vi.

Seu rosto estava apavorante... Era um demônio. Minha visão voltou ao normal e eu vi ele sorrindo e me encarando com seus olhos negros. Eu queria sair da montanha-russa naquele momento, mas era impossível. Ele pegou, de alguma maneira, uma adaga prateada. Não sabia do que era feita, mas eu podia sentir que era perigosa, só sua presença ali parecia me amedrontar. Sinceramente, não sabia como era capaz de mexer a mão devido à velocidade em que estávamos... Uma salva de palmas para os seres sobrenaturais, eles desafiam a física!

Ele ia me atacar com a adaga, mas um brilho alaranjado percorreu seu corpo e ele morreu.

Ainda não é hora de morrer, pequena Miles... falou a voz do cara dos meus pesadelos

Saia da minha mente, seja lá quem você for. Ordenei na minha cabeça e a voz dele não voltou a aparecer.

A montanha-russa parou e eu corri para descer de lá o mais rápido que podia. Eu estava respirando pesadamente... Quase havia sido morta numa montanha-russa! Vi meu pai ajudando minha mãe a descer do carrinho. Ela estava verde e tremendo.

-Agora, eu quero meu panda. -ela falou com a voz fraca

Uau ein, mãe?

-Sinto muito, você não vai ganhar um panda... É muito perigoso. Ele poderia te comer, e só quem pode te comer sou eu. -acho que vou vomitar

Minha mãe provavelmente ligou os pontinhos e entendeu que ela foi à montanha-russa por nada. Ela o olhou com o pior olhar de ódio que ela tinha, deu um grito e começou a correr atrás do meu pai que corria dela. Mas eu não consegui sorrir.


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Notas finais do capítulo

Rewiens? ;)



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