Te Encontrei Em Berlim escrita por Amora Maia


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Girls, bora conhecer o Reed? Um personagem tããão fofo! Me digam o que estão achando?

E quero sugestões para uma atriz que possa representar Aline. Gostaria que fosse uma atriz latina, brasileira de preferência. Me ajudem?

beijos enormes da Amora



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- Como está seu olho, rapaz? – questionou a enfermeira.

- Um lixo! Não consigo fazer nada... – Reed foi o mais sincero possível.

- Bem, vim lhe dar seus analgésicos.

-Graças a Deus. Quanto tempo mais ficarei aqui?

- Seu olho precisa desinchar para você fazer a cirurgia de reconstrução dos ossos face que você conseguiu esmigalhar.

- Como é que pude voar para fora do carro?

- Estava sem cinto. Simples assim! Aliás, muito irresponsável, se permita que eu diga.

Reed não acreditou que estava tomando bronca da enfermeira. Mas estava e era merecido. Se estivesse com cinto, ele estaria quebrado, mas não tanto.

- Pelo menos fui eu quem voei e não matei ninguém no outro carro.

- No outro carro, não porque era um caminhão mas...

Reed congelou. Será que ele tinha matado alguém neste acidente? Não era possível. “Deus, não!”

- Mas o quê? Pode falar!

- Você voou e colidiu com uma garota que estava esperando para atravessar a rua. E ela ficou muito machucada. Muito mesmo.

Reed engoliu em seco. Porra, ele tinha machucado uma garota. Que porra era aquela? Ele nunca nem falava mais alto com as mulheres e agora uma delas estava gravemente machucada por causa da irresponsabilidade dele.

-Ela está bem?

- Ela é sua vizinha de quarto. Se ela for uma boa alma, quem sabe vocês não se conhecem? – a enfermeira disse saindo do quarto dele.

Reed sentiu o corpo formigar. Será que ele queria ver em que estado tinha deixado aquela coitada? Não sabia. Fora isso, ele precisava ligar para a garota alemã com quem ele acabou furando por conta do acidente. Ela devia estar o odiando. Pegou o telefone e discou seu número.

Não precisou nem de três minutos de papo para saber que ela estava puta da vida. Tinha simplesmente dito que aquela não era uma boa hora para falarem. Sequer deixou Reed explicar o que acontecera. Saco! Agora ele estava completamente sozinho. E odiava isso. Sempre detestou solidão.

Ele ligou a TV, zapeou pelos canais, um lixo. Sua mãe e seus amigos deveriam estar dormindo àquela hora. Reed precisava trocar um pouco de ideia. Foi quando se lembrou da enfermeira. “Ela é sua vizinha de quarto”.

Pegou o telefone e discou para a recepção do hospital.

- Oi, hã... Eu sou um paciente estou no quarto 213, minha amiga está no quarto vizinho. Gostaria de saber o ramal dela.

- Mas qual é o numero do quarto dela, senhor? 211 ou 215?

- Putz, eu não sei... Ela estava no acidente do carro comigo...

- Ah, sabe quantos acidentes de carro atendemos, senhor? – a atendente perguntou rindo. Reed não sabia o que fazer... – Bem de toda forma, você parece preocupado com ela. Olha tente o ramal 211 e o ramal 215. Certo? Coloque o 4 na frente!

- Nossa, muito obrigado! – Reed se animou por ter conseguido o número da garota. Mas e ai? Qual discaria? Ele gostava mais de 215 do que de 211. Então resolveu discar 215.

- Ahm... Alô? – a voz do outro lado era de uma garota e parecia jovem. Reed congelou.

- Oi... Eu sou Reed e queria saber se foi em você que eu bati depois do meu acidente de carro...?

Um silêncio sepulcral...

- AH, ENTÃO AÍ ESTÁ VOCÊ! SABIA QUE EU ESTOU MOÍDA POR SUA CAUSA, HÃ? RIDÍCULO! PALHAÇO! NÃO SABE QUE JÁ INVENTARAM O CINTO DE SEGURANÇA, NÃO? – Aline gritou e falou uma dúzia de impropérios para Reed, que ouviu quieto, apenas se desculpando de tempos e tempos. Quando ela terminou de desabafar, ele disse:

- Bem, me desculpe. Só queria saber como você está depois dessa merda toda...

Aline respirou fundo. A voz rouca e baixa a deixava ainda mais nervosa. Como ele seria?

 - Minhas costas estão em carne viva... E meu joelho sofreu uma lesão. – ela respondeu. – Ah e claro espere que goste de roxo, porque essa é a cor da minha perna no momento... – disse uma tacada só.

Reed riu um pouco.

- Que sexy!

Ambos riram juntos.

- Ei... Eu queria pedir desculpa. Você tem razão, sabe? Eu fui um verdadeiro pedaço de merda por não ter usado a porra do cinto. – ele estava chateado por ter causado tantos ferimentos para a dona daquela voz quase adolescente. Será que ela era maior? Podia ser realmente uma adolescente. E ele não queria isso de jeito nenhum por algum motivo que não soube determinar.

- Que bom que você tem autocrítica. – ela respondeu objetiva, mas já baixando a guarda. Ele parecia sincero.

- Si, eu tenho! Seu sotaque...

- Que é que tem?

- Você não é americana, nem inglesa.

- Não, sou brasileira.

- Menina brasileira, qual é o seu nome?

Aline pensou um pouco. Aquilo era insano, certo? Ela conversava por telefone com um desconhecido que estava no quarto ao lado do seu naquele hospital em Berlim. Um caraque a atropelara. Seria ok dizer o nome para ele?

- Hummm...

- Você está com medo de que eu levante daqui com meu olho remendado e minha aparência d Frankstein e vá puxar seu pé de noite? – ele riu.

- Se você fizesse isso eu ia enfiar a minha mão na sua cara porque , ao contrário do meu joelho, ela não foi afetada.

Reed gargalhou e gemeu ao mesmo tempo. Ela era divertida, a garota brasileira. E seu sotaque era muito gracioso.

- Você tá com dor, Reed? – Aline perguntou entre curiosa e preocupada.

- Só quando você me faz rir.

- Ah, descul... Quer saber? Desculpa nada! Você fez isso com a gente! Eu poderia estar agora passeando com Felipe, comendo uma ótima comida alemã neste exato momento, saboreando uma boa taça de vinho. A sopa deles é horrív... – não conseguiu concluir.

- Quem é Felipe? – o semblante de Reed fechou na hora. Ficou ansioso pela resposta.

- Alguém que ia me acompanhar nesta viagem.

- Amigo ou namorado?

- Que é que você tem a ver com isso hein, garoto? – ele adorava a maneira como ela o chamava de garoto.

- Só quero saber se atropelei a garota de alguém...

- Bem, isso não é da sua conta. Mas obrigada por se importar de toda forma, Reed. Espero que tudo corra bem pra você na sua recuperação. – ela estava obviamente interessada em encerrar a conversa.

- Posso te ligar de novo amanhã?

- Porque você ia querer fazer isso?

- Gostei da sua voz. – Reed estava sendo honesto.

- Ihhh... Vem cá, você é meio estranho né, garoto? Liga para a sua namorada!

- Não tenho uma. Além Disso ninguém me chama de “garoto” há uns bons anos, então...

- Qual é a sua idade? – Aline perguntou assustada.

- Tenho 35, logo mais farei 36. – Reed respondeu rezando para que não parecesse demais para ela.

- Ah, ufaaa... Do jeito que você falou achei que tinha uns 70.

Os dois riram por um tempo. Reed gemeu também.

- Gosta de caras mais velhos? – Reed teve que perguntar, simplesmente teeve.

- Como você sabe que sou mais nova?

- Eu só espero que você não tenha 16 anos ou coisa assim. Não quero ser... – ele ia falar pedófilo. Mas não completou. Como ele podia agir como um maluco dando a entender que estava flertando com ela, a menina que ele atropelou e com quem falava agora ao telefone, sem nunca tê-la visto antes?

- Não se preocupe. Eu tenho 26. – ela disse, suave.

- Uau! Ótima idade.

- Ótima idade pra quê, garoto? Pra ser atropelada por um maluco em Berlim? Só se for... – mais risos e mais dores tomaram conta de Reed. Ele não queria desligar, mas sabia que precisava.

- Ei, brasileira... Pode me dizer seu nome agora?

- Você não vai saber como pronunciar...

- Me teste!

- É Aline.

sSilêncio sepulcral.

- Você não sabe repetir né? – ela perguntou.

- Sei, claro que sei... – ele mentiu.

- Então, repete para eu ouvir...

Reed soltou um riso e mais alguns gemidos de dor.

- Eu sabia... Vou te ajudar, ok?

- Certo.

- Escreve-se A – L –I –N – E. – ela soletrou.

- ALAINE? – ele tentou, meio perdido.

- Não! Em português o “I” tem o mesmo som de “ee” em inglês, como no seu Reed. 

- Ah, “Aleene”... – ele tentou ainda meio sem jeito.

- Isso, é mais ou menos isso. – ela tentou esconder o riso, mas começou a gargaçhar tão intensamente e de forma tão gostosa que Reed simplesmente deixo-a rir dele. Era delicioso de ouvir.

- Então, Aleene. Posso continuar ligando pra você? – ele quis saber quando ela se acalmou do acesso de riso.

- Ai, ai... Você pode, sim. Pelo menos vou rir bastante.

- Que bom que vou servir pra algo.

- Certo, garoto. Agora vamos dormir, né? Eles me deram um monte de analgésicos. Não sei você, mas estou começando a ficar bem louca.

- É, vamos ficar loucos juntos então. – ele disse com aquela voz rouca e sexy que Aline estava se viciando em ouvir. Ela se arrepiou e corou com o comentpario de duplo sentido. Deu graças por não estarem frente a frente.

- Então, até amanhã, Reed.

- Até amanhã, Aleene.

Ele colocou o fone no gancho e ficou paralisado por alguns segundos repassando aquela conversa na sua cabeça. Por algum motivo muito estranho ele esperava que a conversa gostosa e agradável tivesse ocorrido com Margrit, a menina com quem ele tinha um encontro em Berlim e que o esculachou. Bem, ele tinha que entender. Ela deve ter pensado que ele havia furado com ela... Há algumas horas a ideia de desfazer este mal entendido era prioridade na vida de Reed. Porém, depois de falar com Alene ele só queria que a noite passasse rápido e que le pudesse enfim telefonar para a sua brasileira de novo. Porque raios ele tinha aquela estranha mania de querer sempre garotas de outros países? Com este pensamento, Reed adormeceu. 


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Notas finais do capítulo

Já estão com vonttade de agarrar o Reed? Eu já! hahahaha Ele é tão meigo!

Para quem não assistiu, corra para o youtube e veja o curta que insoirou esta fic. Chama-se Meet me in Berlim.

Me digam o que estão achando? E me mandem sugestões para atriz que deveria interpretar Aline.

beijos da Amora