Sem mais nada pra fazer, liguei meu computador e fui cuidar da minha vida virtual novamente. Respondi algumas menções no Twitter, umas perguntas no Ask e entrei no Facebook, e imediatamente o V. me chamou.

V.: Por que não me mandou mais perguntas? Achei que estaria ansiosa pra descobrir quem sou.
Manu: E estou, mas parece que não posso perguntar nada. E nem estou com cabeça pra esse jogo hoje.
V.: Jogo? Pra você é só um jogo? Porque pra mim não.
Manu: Não foi isso o que quis dizer. Isso é sim um jogo, mas tem muita coisa sendo apostado nisso.
V.: O que, por exemplo?
Manu: O meu coração. E o seu. E isso é perigoso.
V.: Mais pra mim do que pra você
Manu: Por que acha isso?
V.: Por enquanto, você se permite abrir o seu coração pra me conhecer, e se na semana que vem você não me quiser, pode fechá-lo de novo, sem efeitos pra você. Mas não pra mim
Manu: Como assim?
V.: Não importa o que você faça, o meu coração já é seu. Não posso pegá-lo de volta. Não consigo. E vai por mim, não é por falta de tentativas.
Manu: Eu... eu queria que não fosse assim. Por mais que eu não saiba quem você é, não quero que sofra. Não sei o que vai acontecer, não sei o que sinto, e eu tento não me apaixonar por um cara virtual. Não vou mentir, você mexe comigo, falando todas essas coisas bonitas... não tem como não mexer! Mas...
V.: Você ainda não sabe quem sou e por isso não sabe o que sente?
Manu: Mais ou menos isso. eu preciso te ver, pra sentir meu coração acelerar, as borboletas no estômago e tudo mais. Só assim vou ter certeza.
V.: Entendo. Mas porque não está com cabeça pra esse jogo hoje?
Manu: Porque minha mãe me proibiu de ir ao baile.
V.: O que? Não vai ao Baile de Máscaras?
Manu: Não, por que o desespero?
V.: Porque é exatamente lá que eu ia me revelar pra você.
Manu: O QUE??????????????

O QUE???????????? ELE QUER ME MATAR DO CORAÇÃO??????

V.: É ué, achei a oportunidade perfeita
Manu: E é!!! Deus, você pensa em tudo
V.: kkkkkkkkkkkk e por que a raiva?
Manu: Agora é que eu tenho mesmo que dar um jeito de ir nesse baile
V.: Você tem certeza que vai poder ir? Quando a sua mãe enfia alguma
coisa na cabeça, ninguém consegue tirar.
Manu: Como sabe disso? O.o
V.: Eu já disse. Eu te conheço muito bem. E conheço a sua mãe também.
Manu: Aaaaaaaaaaaaaah você está me deixando louca, sabia?
V.: É isso que eu quero.

     Olhei no relógio do computador, faltava menos de 40 minutos pro Diego vir me buscar.

Manu: Olha, preciso ir. Depois a gente se fala
V.: Certo. Então depois me manda uma mensagem me dizendo se vai ou não conseguir ir ao baile. O número ainda é o mesmo.
Manu: Claro. Até outro dia.
Manu está offiline

           É hoje que eu morro do coração. Por mais que eu quisesse conhecer ele, eu não sei, estou... nervosa? É como se borboletas estivesses batendo as asas no meu estômago, e eu nunca senti isso antes. O fato de que eu vou conhecê-lo semana que vem fez com que eu quisesse que o tempo passasse mais depressa, eu queria vê-lo, queria conhecer o garoto que roubou meu coração. Não sabia quando isso tinha acontecido, nem como a curiosidade virou algo mais, só sabia que, de repente, essa notícia alegrou meu dia. Ele disse que eu posso sair dessa sem me machucar, mas não tinha mais tanta certeza assim

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     Ás 14hs, o Arthur me ligou.
 - Nossa, faz tempo que não me liga – digo assim que atendo o telefone
 - Digo o mesmo pra você, mocinha – diz ele, rindo – tudo bem?
 - Tudo ótimo, e você?
 - Muito bem.
 - Ah, esqueci que namorava aquela garota...
 - Não fala assim da Bia.
 - Pra você não. Agora enquanto estiver sozinha eu xingo aquela menina o do mesmo jeito que antes, ou melhor, o dobro dessa vez, agora que roubou minha melhor amiga E meu melhor amigo.
 - Para com isso Manu, você sabe que eu não vou te abandonar
 - É o que você diz.
 - E é o que eu vou fazer. Para com esse ciúme bobo
 - Não é ciúme! Eu só não quero dividir você...
 - Pro resto do mundo, isso se chama ciúmes. 
 - É diferente, pra mim você é só um amigo
 - E por causa disso não pode sentir ciúmes?
 - É.
 - Ok, se pensa assim. A Bia chegou, vou ter que desligar
 - Viu? Está me abandonando!
 - Viu? Está com ciúmes – disse ele, rindo triunfante
 - Ah, vai lá com a Bia, vai. Tchau, depois a gente se fala. – eu respondi, desligando o telefone antes que ele dissesse mais alguma coisa. Atirei ele na minha cama e fui pro meu closet, escolher uma roupa pra ir na sorveteria com o Diego. Assim que abri a porta, alguma coisa brilhou lá dentro, e eu fui ver o que é. Procurei entre as roupas que estavam lá dentro e encontrei um vestido que há muito tempo eu não via. Ele é rosa bem claro, com brilhos em metade do busto e em uma faixa abaixo dele, era de um ombro só. Eu ganhei esse vestido aos 15 anos, do meu pai, quando ele se divorciou da minha mãe. Foi a forma dele de pedir desculpas por estar me “abandonando”, mas nunca culpei nenhum dos dois por estarem se divorciando. Nunca quis usá-lo, pois eu não precisava de um pedido de desculpas pro que aconteceu, então apenas o guardei, mas quando o vi hoje, percebi que tinha chegado a hora de usá-lo. Pendurei-o atrás da porta, e quando o vi por inteiro me perguntei com que sapato eu poderia usar. Corri até o lugar onde ficava os sapatos e um deles me chamou a atenção na hora. Um sapato de salto alto branco brilhante, o que eu usei pra ser uma das 15 meninas no aniversário de 15 anos da minha prima. Ele combinaria perfeitamente com o vestido. Assim que o tirei da prateleira, uma coisa caiu no chão. Uma coroa de rosas. Ai você me pergunta, por que eu tenho uma coroa de rosas? Fácil, há uns meses atrás fui a uma festa a fantasia, e eu fui de fada, e a coroa de flores rosas ficou perfeita em mim. Corri até outro canto do meu closet, peguei a máscara e abri a caixa, colocando-a do lado dos meus sapatos. Fechei os olhos e imaginei o conjunto inteiro, e não podia imaginar um jeito de ficar melhor.