POV Bea

–Bea...Bea...BEA!!- gritou alguém me jogando da cama.

–Aonde é o incêndio??- perguntei, tonta de sono- Nath...Porque me acordou antes das galinhas?!

–Hora do banho- disse ela me jogando uma toalha na cara- Vai enquanto arrumo sua bolsa.

–Bolsa?Vocês já vão me mandar pra Sonse...Will!!- gritei, levantando num pulo. Nath me entregou um vestido azul escuro com alcinhas, sua estampa era de florzinhas.

–Vai, vai logo!- disse ela impaciente.

Ri e entrei no banheiro, liguei o chuveiro e me enfiei em baixo dele. Deixei a água penetrar em meus ossos, desejando que ela levasse tudo de ruim embora.

–Vai morrer aí dentro?- berrou alguém do lado de fora- Preciso me arrumar!

–Deixa ela Ravenna!- disse Nath.

Desliguei o chuveiro, me sequei e coloquei o vestido, um conjunto de langerie azul escura, calcei um par de sapatilhas pretas e soltei o cabelo.

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–Está linda Bea- disseram Nath e Paloma que acabara de acordar.

–Já não era hora- resmungou Ravenna, que me empurrou e entrou no banheiro.

–Obrigada meninas- disse indo até minha bolsa- Vou colocar meu colar...E o anel que Will me deu, acho que ele vai gostar.

–Vai mesmo Bea, olha nessa bolsa eu coloquei roupas extras, sua varinha, tênis e uma toalha- disse Nath- Boa sorte.

–Obrigada gente, só volto depois do jantar!- disse saindo do quarto, e ainda ouvi elas falando.

–Se voltar- riu Nath.

Fingi que não escutei e desci feito um jato as escadas, avistei Teddy num canto do salão, acenei e ele acenou de volta. Em cinco minutos estava na porta do castelo, onde encontrei Will... Ele estava lindo usando uma camiseta polo verde e uma calça jeans.

–Você está...Perfeita- disse ele abrindo um sorriso torto.

–Digo o mesmo Will, você está muito gato com essa roupa- disse dando um beijo em sua bochecha, mas ele virou o rosto, me dando um selinho- Will!

–Já te disseram como fica linda com vergonha? Se não, você fica linda- riu ele me abraçando- Vem, vamos a um lugar diferente.

–E Hogsmeade?- perguntei

–Vamos lá outro dia- disse ele me guiando até a Quadra- Vamos voar um pouco.

Ele montou na vassoura, e eu fui atrás, fiquei meia receosa em segurar em seu abdômen sarado, mas qual opção eu tinha? Ele acelerou, as árvores se tornaram um borrão, assim como tudo em minha volta.

–Aonde vamos?- perguntei, a voz distorcida pelo vento- WILL?

–Quando transamos?- disse ele – Não sei, se você quer...

Gargalhei e dei uma mordidinha em suas costas, ele riu e aumentou a velocidade. De longe, vi uma campina enorme, cheia de flores de diversas cores, brancas, roxas, rosas e vermelhas. O lugar parecia ter sido tirado de um livro. Will desceu e pousou perto de uma toalha xadrez com várias delícias em cima.

–Meu Merlin...Will, isso é tão...

–Romântico?- riu ele- Que bom que gostou, fiz tudo isso pra você.

Olhei ele, minhas bochechas deviam estar super coradas.

–Pare de me mimar assim Will- disse sentando na toalha- Cupcakes! Quantos cupcakes!

Estendi o braço pra pegar o bolinho, e o anel verde cintilou na luz do Sol.

–Você está usando o meu anel?- disse sorrindo mais ainda- Gostou mesmo dele?

Coloquei o cupcake na boca e fui até Will, sentei ao seu lado, peguei suas mãos e olhei em seus olhos, que brilhavam mais que mil estrelas.

– Não gostei por ser uma joia- disse calma- E sim, porque foi você quem me deu Will. Ele tem um valor sentimental muito grande pra mim.

Ele sorriu, seus olhos brilharam e neles eu vi o que iria fazer em seguida...Me enganei. Will se afastou e me olhou divertido.

–Depois de comer, vou te levar a um outro lugar- disse ele colocando uma uva em minha boca- Você vai adorar.

POV Igor

Era cedo quando mandaram me acordar. Um garotinho do primeiro ano disse que uma menina da Lufa-Lufa estava me chamando.

–Diga que já vou- disse me levantando. Coloquei uma calça preta e uma camisa de uma banda de rock trouxa que a Nanica me dera.

–Aonde vai tão lindo anjo?- perguntou a nanica assim que me viu.

–Vim me encontrar com você- disse a abraçando- E linda está você.

Ela riu e olhou as próprias roupas, um vestido com uma sereia zumbi todo preto, seu all star cano longo e os cachos soltos.

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–Vamos a Hogsmeade comigo?- convidei- Pago a cerveja.

–Claro, eu vim te chamar pra ir lá- disse sorrindo- A Bea já saiu?

–Não sei, mas o Will saiu de madrugada- respondi- Eles iam a Hogsmeade, não iam?

–Acho que sim anjo- disse ela, pegando em minha mão- Vamos?

Sorri e apertei sua mão. Descemos até a porta do castelo e caminhamos até a vila.

POV Will

Depois de Bea estar satisfeita, vendei seus olhos e a peguei no colo, entrando na pequena floresta. Era uma boa caminhada, mas a menina não pesava mais que Andressa, então não foi difícil...Isso se ela não parasse de tentar espiar o lugar.

–Falta muito?

–Já estamos chegando Bea- respondi pela...Centésima vez.

–Você não está cansado de me carregar?- perguntou- Eu sou pesada.

–Andressa é mais pesada que você- ri- Olha, estamos quase chegando.

–Posso tirar a...

–Não!- exclamei a colocando no chão- Calma, vou te guiar, ande devagar, o chão aqui é meio escorregadio.

– Estou ouvindo o barulho de água- disse ela sorrindo- E sinto o cheiro de terra molhada...Estamos numa piscina?

–É Bea, sou tão foda que tenho uma piscina no meio de uma floresta- brinquei- Você vai se molhar um pouco, não se assuste.

Bea riu e atravessou o buraco da cachoeira.

POV Marcela

Andei de mãos dadas com Anjo até Hogsmeade, e entramos no Três Vassouras. Sentei numa mesa enquanto ele foi buscar as cervejas.

–Depois vamos comprar doces nanica- disse ele me entregando a caneca- E como vai Connor?

–Connor?- perguntei, porque cargas d’água ele estava perguntando do Connor?

–Ele parece gostar de você- disse anjo, fingindo desinteresse .

–E gosto mesmo- disse a última pessoa que eu queria ver na face da Terra- Porque continua saindo com esse babaca?

–Connor, vai embora- disse irritada- Eu saio com quem eu quiser.

–Que tal sair comigo?- disse ele me entregando uma rosa vermelha- Acho que esse babaca nem te beijar beijou ainda.

Anjo o encarava com ódio, e eu com uma vontade de bater naquela cara com bronzeado artificial.

–Não beijou?- perguntei- Olha só.

Me levantei, puxei Igu e o beijei. E para minha surpresa maior, ele retribuiu. Passei os braços em seu pescoço, e ele me tirou do chão, passando os braços em minha cintura. Sua língua se trançava na minha, estávamos tão colados que parecíamos um só.

–Tá bom o negócio aí em Marcela?- riu uma voz conhecida. Max.

Eu e anjo nos desgrudamos num pulo ,ofegantes.

–Oi Max, sim, estava- disse corando- Tudo bem?

–Tudo certo, já vou indo- disse ele- E...Marcela...Quando ver Larissa, peça pra ela vir me visitar com a Bea.

–Tudo bem- disse piscando, quando ele se foi, olhei para Igu, que parecia paralisado.

–Anjo? Hey, tudo bem?- perguntei acenando a mão na frente do rosto do garoto. Foi quando ele me pegou pela cintura.

–Eu beijei a menina que amo pela primeira vez...E quer outra reação?

Corei...Ele me ama? Assim como amo ele? Será verdade? Ou só um sonho?

–Marcela, eu te amo desde que chamou meu nome pela primeira vez- disse ele colocando uma mecha minha pra trás da orelha- E desde aquele dia, sonho com o dia em que iria me declarar pra você, mas sempre tive medo de estragar a nossa amizade.

–Oh, anjo...- sussurrei .

–Vamos pra outro lugar- disse ele me puxando pela mão- Vamos ficar a sós.

POV Bea

–Pronta?- perguntou Will, balancei a cabeça afirmando- Vou tirar sua venda em um...Dois...Três!

Quando ele tirou a venda, vi o lugar mais mágico do mundo. Uma caverna cheia de cristais que pareciam estrelas, um burburinho de água, que vinha de uma pequena queda d’água, que desabava num lago, e este refletia a luz dos cristais.

–Isso é...Fantástico Will!- exclamei admirada- É como uma caverna que li em um livro.

–Vem nadar comigo?- chamou ele tirando a polo e os sapatos- É lindo lá em baixo.

Hesitei um pouco, mas diante daquela visão magnífica, tirei os sapatos e o vestido (Agradecendo aos Céus por estar com uma langerie bonita) peguei minha varinha e pulei na água.

–Vem Will! A água está uma delícia!- chamei, já que o menino não tinha reação. Acho que por minha culpa –Vem logo!

–Não precisa pedir duas vezes- disse ele tirando a calça e pulando na água.

Ele usou o feitiço Cabeça de Bolha, e indicou para baixo, eu conjurei o feitiço e fui atrás de Will. E devo dizer, o fundo do lago era tão lindo quanto a superfície. Os cristais azuis, roxos e verdes cintilavam em meio as algas e peixes que pareciam transparentes. Nadei até um peixinho azul, ele nadou em minha volta, brincando com meus cabelos, rodopiou Will e sumiu.

“Acho que ele gostou de você”

Olhei para Will espantada, que feitiço era aquele? Ele estava lendo minha mente?

“O Feitiço chama Comunicação de Mentes, e eu não estou lendo a sua mente, opa”

Ri e o olhei admirada. Conjurei o feitiço e o encarei.

“Ahá, também sei fazer”

“Não precisa fazer careta pra me falar isso” disse ele me pegando pela cintura.

“Bobão...Olhe, mais um peixe”

“Esse peixe é estranho...Bea...Bea...Não toque nesse peixe!”

Tentei me afastar mas sem querer esbarrei na barbatana do animal, assim que o toquei, meu braço ficou vermelho e começou a arder, como meu outro braço e minhas pernas.

“WILL, WILL!!SOCORRO WILL!” gritei, me debatendo.

“Calma, Bea? BEA!”

Tudo ficou escuro… E as últimas coisas que vi foram as mãos de Will me puxando...

POV Marcela

Estava perto da Casa dos Gritos, beijando o Anjo, quando uma dor de cabeça começou a me irritar.

–Nanica? O que foi?- perguntou anjo, me fitando preocupado- O que está acontecendo?

–Uma dor de cabeça, forte- respondi- Já vai passar.

–Não, não vai- disse ele- Você sabe que não, agora sente, respire e tente ver o que está acontecendo.

Hesitei, mas sentei no chão, cruzei as pernas e respirei bem fundo.

“Bea está deitada, seu corpo cheio de marcas estranhas e vermelhas, as bochechas parecem estar em carne viva, e sua testa está molhada. Ao seu lado Will tenta conjurar feitiços, e tem um peixe na mão. Peixe...Peixe...Esse peixe não é natural...Ele foi mandado por alguém...Alguém que está com raiva... Um barulho na entrada da caverna, um vulto aparece, discute com Will e pega Bea nos braços, a levando para fora, para a floresta...”

–Marcela?- chama Anjo me tirando do devaneio- Viu alguma coisa?

Fiquei tonta e cai em seus braços, tremendo, de frio ou calor não sei.

–Bea...Aconteceu alguma coisa...Will, caverna...- balbuciei- Veneno.

–Veneno? O que quer dizer com isso?- perguntou Anjo, atônito- Hey, nanica...

POV Autora

A garota seguia os passos do casal, que brincava alegre na água cristalina, enfeitiçou o peixe com um veneno não letal, e o mandou para a sua rival, que na alegria da brincadeira, tocou no animal. Ao ver seu trabalho concluído, se afastou com um sorriso no rosto.

–Vamos ver quem fica com ele- riu, desaparecendo nas sombras.

POV Will

Tirei Bea da água o mais rápido possível, ela balbuciava palavras sem sentido, chamava os pais e chorava de dor. Tentei anular o efeito do veneno, tentei tira-lo de seu corpo, mas nada funcionava, e eu ficava cada vez mais preocupado. Procurei minha varinha, e com um Accio, fisguei o peixe, que tinha letras vermelhas em sua pele escamosa.

–Não vai adiantar- disse alguém atrás de mim- Tem que leva-la de volta ao castelo, agora.

Virei e dei de cara com quem eu menos esperava, James Potter.

–Saia daqui Potter, acha que não sei cuidar da minha namorada?- perguntei nervoso- E o que você está fazendo aqui?

–Segui vocês no Mapa do Maroto- respondeu ele indiferente- Agora saia da frente, me deixe leva-la.

–Não, eu vou leva-la ao castelo, suma Potter- rosnei- Você que deve ter envenenado ela.

–Eu não tenho uma queda platônica por você Willian- disse ele passando por mim, pegando Bea nos braços- Pegue a sua vassoura e nos encontre na Enfermaria.

Queria socar esse cara, mas ele estava com Bea nos braços, e ela estava inconsciente. Ele saiu da caverna, eu logo atrás com a bolsa da garota e nossas varinhas. Potter montou num Hipogrifo e saiu voando, enquanto eu corria para a campina. Peguei minha vassoura e voei o mais rápido possível de volta ao castelo.

POV Igor

Estava na Enfermaria, observando Marcela dormir. Eu sempre a levava até a Madame Pomfrey, que sempre cuidava de suas dores de cabeça.

–Anjo?- chamou ela assim que acordou- Obrigada por cuidar de mim...

–Sempre vou cuidar nanica- disse, fazendo carinho em seus cabelos.

Ficamos conversando, até que ouvimos uma barulheira lá fora, a porta foi aberta e James Potter entrou, carregando Bea nos braços.

–MADAME POMFREY! MADAME POMFREY!- chamou ele, a colocando numa maca.

–O que foi James? Porque está...Céus! O que está acontecendo com essa menina?!- exclamou Madame Pomfrey, correndo até o leito de Bea- Ela está queimando em febre!

–Bea!- choramingou Marcela- As marcas...Foi um peixe, um peixe Madame Pomfrey! Com letras vermelhas...Foi um...

–Shii, shii, calma nanica, calma...- murmurei deitando sua cabeça em meu peito- Vai ficar tudo bem, não é Madame Pomfrey?

–Vai, vai- disse ela colocando uma compressa fria na testa de Bea- Só preciso do peixe que a envenenou.

–Está aqui Madame Pomfrey- disse Will aparecendo na porta com um saco na mão- Foi ele que a envenenou, aliás, alguém o enfeitiçou para tal coisa.

Marcela dormiu novamente, e os dois garotos pareciam querer se matar.

–Não adianta fazer acusações sem saber Senhor Willian- disse Madame Pomfrey pegando a sacola- Vou dar uma olhada nesse peixe, não briguem em minha ausência, há mais pacientes na Enfermaria. Senhor Potter, vá chamar o Professor Christian.

James assentiu e correu atrás do professor, enquanto ela ouvia tudo o que Will dizia. Dentro de minutos o Professor estava passando pelas portas, com uma bolsa enorme, deixou ela em cima de uma mesinha e foi ver Bea.

–Quanto tempo ela está inconsciente? – perguntou ele- Willian?

–Meia hora professor- respondeu o menino, tenso.

–Madame Pomfrey, pelo que estou vendo é uma intoxicação- disse o professor- Vou dar uma poção pra drenar o veneno.

POV James

Madame Pomfrey nos mandou para fora, e ficamos os dois, encarando a porta, outra vez nos encarando.

–Porque teve que levar ela nesse lugar?- perguntei- Ela está mal e a culpa é sua.

–Eu não coloquei o maldito peixe lá, eu não fiz de propósito- retrucou Willian- E você está muito preocupado para meu gosto, já sujou minha irmã, não vou permitir que faça o mesmo com Bea.

E assim se passaram horas em frente a porta, sentados no corredor. Brigando, esperando uma hora em que nossa garota sairia pela porta alegre como sempre.