Violet Hill [HIATUS INDEFINIDAMENTE] escrita por Black


Capítulo 9
Surto de Adrenalina


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, sou uma filha da mãe por ter demorado e não ter respondido um review se quer....
Lamento, muito mesmo. Vou responder a todos agora e agradeço muitooooo as leitoras que deixaram sua opinião.

Betado pela Say



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Cada passo, meu corpo ficava mais pesado. Apertei tanto minhas mãos que os nós de meus dedos

estavam brancos e sem nenhuma circulação sanguínea. O monstrinho ia saltitante a minha frente, seus

cabelos balançavam de um lado para o outro de acordo com que ela se movimentava.

Era cômico, mas ela estava feliz.

Violet Trent estava feliz por dormir comigo, enquanto eu sentia que minha alma poderia ser

levada ao inferno a qualquer momento. Gotas de suor brotavam em minha testa, abaixo de meus cabelos

dourados.

Ora Evan, fique feliz. Ela gosta da idéia de dormir com você.

Mas a essa altura do campeonato eu já não gostava, e mais irônico era o fato que essa idéia

particularmente ridícula e sem cabimento tinha partido de mim. Eu tinha fé – com todas as minhas

forças – que assim que eu terminasse de propor minha brilhante idéia ao monstrinho, ela diria não.

Não só dizer não, me bater muito. Até provavelmente me chamar de pervertido filho da mãe, mas

não ela aceitou. E naquele momento eu não tinha percebido a roubada que seria dividir a cama – mesmo

que por uma noite – com ela.

Aproveite Evan, vamos. Só vocês dois e aposto que nem short ela esta usando.

Tem razão, eu poderia.... Não! Isso é errado. Eu sou um homem de caráter, meio fodido e com um

pé na cova, mas continuo tendo meu caráter.

– Sattle, se pretende passar a noite no corredor me avise, sim? – bufou – Entra logo!

– Acho que eu que deveria dizer isso. – adentrei no cômodo – Afinal esse quarto é meu.

Ela deu de ombros, fechando a porta. Meu quarto, bem era o meu quarto. Nada de pôster de

mulheres nuas ou cervejas na paredes, nem chicletes colados nos pés da cama ou placas de “mantenha

distância” na porta.

Isso seria mais para o quarto da Violet, mas como eu nunca entrei e provavelmente nunca serei

convidado a entrar lá não poderei responder. E pensando por um lado, como realmente seria?

– Como é seu quarto? – perguntei, assim que me deitei do lado direito da cama.

– Bem, não tem brinquedos deformados ou janelas fechadas com madeira lá. – eu não tinha

pensado nisso, ainda.

Ela se aconchegou ao lado esquerdo como disse que faria, tomando todo o cuidado para não

encostar nenhuma parte de seu corpo ao meu. O que particularmente me deixou triste e frustrado. Não,

era bobeira minha.

Mesmo que eu desejasse muito sentir o calor de seu corpo contra o meu e o embaraço de seus

cabelos descoloridos e tingidos em meus dedos isso jamais ocorreria. Éramos diferentes, e isso qualquer

um podia ver de longe.

Violet Tren era a garota problemática, sem passado, sem família e com um futuro incerto. Com

uma ficha suja na polícia e amigos dependentes químicos, ela era a garota que olhava para um bebê e

o faria chorar, riria de você na cara dura e o pior, nesse momento era a pessoa com quem eu mais me

preocupava.

E quem era eu? Evan Sattle, filho prodígio de Don Sattle e Mayday Andrews. O garoto que

abandonou a faculdade, pois não queria ser a sombra mesquinha do próprio pai. Aquele que nunca teve

afeto materno e foi criado por babás e outros empregados.

Sim, realmente éramos muito diferentes.

– Evan. – ela me chamou.

– O que foi? – disse sem olhá-la.

– Eu não consigo dormir! – imitou perfeitamente uma criança.

– Feche os olhos Vi. – disse me virando para encará-la – E sei lá, conte carneirinhos.

Ela continuava a mesma, pele extra branca quase que translúcida, cabelos avioletados – sim,

acabei de inventar essa palavra – cujo uma raiz castanha bem pequena podia ser notada, olhos azuis tão

gélidos que me lembravam o próprio gelo, envoltos em longos cílios negros.

Nariz arrebitado, algumas poucas sardas se distribuíam pelas bochechas meio rosadas, e

finalmente como se toda aquela beleza não fosse suficiente para me levar a loucura ainda tinha sua boca.

Lábios perfeitamente rosados, nem muito grandes ou muito pequenos. Mas na medida certa.

Por que você não prova esses lábios Evan? Maldita voz interior. Já disse e repito: Não posso.

– Toda vez que fecho os olhos lembro-me do reformatório. – disse – Eu lembro dos gritos dos

outros internos, das barras de metal fixadas nas janelas, da comida sem sal e o pior...

– O que era pior Violet? – quis saber.

– Você acordar todos os dias com a esperança que sua tortura tivesse um fim, mas ao nascer do

sol novamente você perdia toda a crença de sair de lá.

Eu não precisei ir para em um reformatório para experimentar uma sensação semelhante a essa,

era a mesma coisa enquanto eu vivia debaixo do mesmo teto que meus pais.

Todas as noites, antes de dormir eu ansiava quase implorava para o amanhã ser melhor. Sem ter

que me portar como a cópia do meu pai ou aguentar o desprezo da merda da minha mãe.

– Você não vai voltar pra lá. – quase acreditei nas minhas palavras – Eu não vou deixar.

– Vai tomar a culpa por mim Evan? – questionou.

– Não Violet. – suspirei – Vou impedir que você faça besteiras.

– Como já disse, não perca seu tempo Evan. Não tenho uma salvação e não pretendo me salvar. –

se sentou na cama – Não tente fazer por mim aquilo que eu mesma não quis fazer.

– Você é sempre desacreditada assim ou foi melhorando com o tempo?

– Você disse que íamos dormir e até agora não calou a boca. – disse se virando de costas.

Em um surto de adrenalina – que eu não sabia de onde provinha – saltei sobre Violet, ela se

debateu mas eu sendo mais forte, coisa que até então julgava ser impossível, a imobilizei.

Segurei seus pulsos acima de sua cabeça, usei meu próprio corpo e peso para mantê-la abaixo de

mim. Senti que suas unhas recém pintadas de preto perfuravam minha pele, mas não liguei.

Eu queria uma resposta, e eu a teria para mim. Hoje.

Achei que você quisesse o monstrinho roxo para você Evan.

Eu quero.

Acho que com meu surto de adrenalina, minha mente já não funcionava cem por cento me

permitindo um leve e quente devaneio com Violet Trent nua, exatamente na minha cama como estava

agora, só que no lugar de xingamentos e resmungos eu ouviria gemidos.

Ah, doce devaneio.

– Pare de se debater! – mandei com a voz fria – Eu sei que você tem um segredo, então me diga

por que você ficou em um reformatório Violet?

– Eu matei a minha mãe Evan.

De todas as respostas possíveis, essa nem sequer tinha se passado pela minha mente. O surto de

adrenalina acabou levando pelo ralo toda a minha coragem momentânea e o frio do quarto se alastrou

pelo meu ser.

Afrouxei seus pulsos, mas Violet não olhava mais para mim. Sua cabeça estava tombada para fora

da cama, seus olhos gélidos estavam reluzentes, mas não de felicidade. Eram lágrimas.

Sai de cima de dela, levando comigo o peso de meu corpo. Voltei a minha posição inicial olhando

fixamente para o teto, minha mente era um turbilhão sem fim. Quem diria que Ian teria razão no fim das

contas?

Eu tinha levado uma completa estranha, problemática, chave de cadeia, insana e instável para

casa... Mas em nenhum momento eu imaginei que Violet pudesse ter matado alguém.

Esse foi um grande erro meu.


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Notas finais do capítulo

Não me matem por acabar o capítulo assim está bem?
Antes do dia 25 eu apareço por aqui, espero um grande número de reviews por essa revelação.
Bem, será que consigo duas recomendações com esse cap?



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