Violet Hill [HIATUS INDEFINIDAMENTE] escrita por Black


Capítulo 3
Achando o monstrinho


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Eu entrei de férias e só tive tempo para escrever hj.
Esse capítulo foi betado pela Reet, a quem eu agradeço
Bom eu estou na escola, postando pelo celular. É vida complicada, desculpem se faltar espaço de uma fala para a outra.



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Comparado ao que eu podia me lembrar de Hove, as coisas tinham evoluído ou pelo menos pareciam ter evoluído muito, até significativamente.

Agora a cidadezinha do peixe podre tinha pubs, cinema e para meu espanto completo, um shopping. É, acho que Ian não mentiu, Hove tinha mudado. Eu mesmo tinha mudado, não era mais um garoto de quatorze anos preocupado com espinhas e carros.

Saí vagando pelas ruas, não deveriam passar das seis horas da noite e ficar em casa definitivamente não era uma boa coisa a se fazer, não agora que ela parecia mais a mansão da família Addams ou outro tipo qualquer de casa mal assombrada.

Eu precisava rever alguns conceitos nesse momento me estabelecer financeiramente, era o que eu deveria fazer.

 Ri com esse pensamento, parecia até meu pai. O velho vivia preocupado com a empresa e com dinheiro, acho que é por isso que minha mamãe passa mais tempo viajando e torrando dinheiro com compras inúteis, do que em casa.

Amanhã mesmo eu iria ao banco, não que eu fosse totalmente relaxado, como meu pai vivia jogando na minha cara. Tinha algumas economias guardadas, e acho que elas poderiam me manter por certo tempo.

Ian disse que seu pai precisava de ajuda na oficina e eu não rejeitaria um emprego. Nunca liguei para pegar no pesado, sempre outras pessoas faziam isso por mim, mas não daria o gostinho da vitória ao meu pai.

Provaria pra ele que eu não era um completo inútil e que não precisava de seu teto ou suas regras, provaria a todos que Evan Sattle não era um bostinha mimado, filho de papai.

Segui para um barzinho desses de esquina que se encontra em todos os locais, o sino tocou assim que eu abri a porta de vidro. Alguns senhores, acho que já bêbados, voltaram seu olhar para mim.

Dei de ombros, muitos ali eu não me recordava e podia muito bem não conhecer. Aproximei-me do balcão, os vidros coloridos de Absolut reluziam perfeitamente alinhados nas prateleiras de madeira.

– O que deseja?

– Ah... uma dose de tequila – estava frio, e acho que poderia me dar o luxo de uma dose.

O atendente assentiu e começou a preparar o meu pedido, sentei-me mais ao fundo, estava bem escondido ali; mas do que, ou melhor, de quem eu me esconderia?

Não que eu estivesse com medo de que meu pai aparecesse por ali e me obrigasse a voltar a Londres, isso definitivamente eu não faria e acho que meu velho não faria tanto assim por mim.

A mesa que eu estava, apesar de ser ao fundo, permitia uma boa visão de quem passava na calçada. A vitrine do bar era toda de madeira e vidro velhos e isso também ajudava bastante.

Meu pedido chegou e logo, a leve queimação na garganta após virar a primeira dose, balancei a cabeça e foquei nas pessoas que por ali passavam. O tal atendente, um menino ruivo, que não deveria ter seus dezenove anos e uma garçonete espremida em uma saia curta e a blusa branca com três botões aberto.

As pessoas me pareciam bem comuns, não como a garota de cabelo roxo mais cedo, Violet, se me recordo. Ri novamente, o cabelo dela era roxo e seu nome era Violet, ou violeta, que podia ser considerado um tipo de roxo.

Rolei os olhos, mas uma pequena mancha roxa chamou minha atenção. Era ela ali, passando bem na calçada. Cabeça baixa, fones de ouvido e novamente roupas negras, acho que esse era o estilo dela.

Ian me disse para manter distância, com suas próprias palavras: ela é chave de cadeia, acho esse argumento errado. Bom, se você quer dizer para uma pessoa ficar longe de outra, use algo que desperte menos a curiosidade.

A minha, por exemplo, estava muito aguçada. Eu tinha perguntas sobre essa Violet, por que o olhar baixo? As roupas escuras e principalmente o cabelo roxo?

Tirei algumas moedas do bolso e deixei-as sobre a mesa, junto ao copo de tequila. Se essa era a chance que eu teria e eu queria essas respostas. Desde pequeno fui persistente e acho que não iria mudar tão cedo.

Sei que minha atitude pode parecer estranha, mas o que posso fazer se tudo que é misterioso e perigoso ao mesmo tempo me atrai?

Achar essa garota não poderia ser tão difícil, quer dizer, quantas pessoas com cabelo roxo existiam em Hove?

O vento gélido fazia meus pelos se eriçarem, enfiei as mãos nos bolsos da calça jeans e continuei meu caminho, as letras em neon de alguns pubs refletiam em meus olhos, dificultando o percurso.

Vaguei por mais alguns minutos, as poucas pessoas que estavam nas ruas, já se recolhiam e julguei ser tarde da noite.

Aproximei-me da praça central, sentei em um banco de cimento e fiquei. Como ela poderia ter sumido? Uma garota que não deveria chegar aos um e oitenta de altura e cabelo roxo poderia ter simplesmente sumido?

Por que tanto interesse em uma simples garota, Evan? Sinceramente? Essa pergunta eu não poderia responder, essa garota era, sei lá, diferente e o diferente me atraía.

Decidi ir para casa, eu não a achei e já estava tarde, provavelmente ela já estaria em casa também. É, ir para casa seria bom, ligar a velha TV e procurar algum canal que estivesse passando Os Simpson.

Já estava quase saindo da praça, mas novamente a mesma mancha roxa chamou a minha atenção. Deitada na calçada, a cabeça pendia para a esquerda, pela primeira vez a vi sem moletom.

Manchas roxas se distribuíam por seus braços, alguns hematomas me pareciam mais sérios, e outros até sangue tinham. Arregalei os olhos. Ela estava bem no momento que a vi passando pela vitrine do bar!

Aparentemente, ela já estava assim há alguns minutos. Com cuidado, abaixei-me e a peguei no colo, o cabelo roxo saiu do rosto, possibilitando com que eu pudesse ver os arranhões e marcas que se distribuíam por seu rosto e pescoço.

Corri até minha casa com a garota no colo, a porta só estava encostada e assim que a chutei abriu, coloquei Violet no sofá, minhas mãos suavam frio e foi com muita dificuldade que achei meu celular perdido em um dos muitos bolsos da minha jaqueta.

– Porra, Evan, está tarde, cara, o que foi?

– Ian, eu preciso de ajuda – disse em um fôlego só.

– O que você fez?

– Eu... trouxe Violet Trent para minha casa – suspirei.


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Notas finais do capítulo

Então? Deixem reviews ok?
Eu nåo gosto de fantasmas, podem vir falar comigo.
Adoro saber a opinião de vcs!