``Homúnculos são seres criados por humanos e baseados em nossa morfologia. Possuem raciocínio como o nosso e geralmente apresentam alguma habilidade sobre-humana. Nº de Indivíduos: 1´´

                                 Amestris- Presente

É noite, as gotas de chuva e as nuvens ocultam as estrelas dos olhares dos homens.  Um moderno trem de cor cinza passa pelos belos montes que levam até a turística cidade de Resembool. O trem apresenta passageiros das mais variadas idades e naturalidades, a maioria guarda suas energias para aproveitar o festival da cidade que será realizado no dia seguinte.

Mas há um passageiro acordado. Embora seja o mais velho de todos os que ali dormiam sentados em seus assentos, sua aparência dizia o contrário. Ele tinha cabelos pretos e olhos da mesma cor, que embora negros como a noite brilhavam como a lua ao reflexo do monitor de seu nootebook, digitava textos com rapidez, mas rapidamente guardou a máquina em cima de seu assento com medo de acordar os passageiros ao lado. Suas roupas eram bastante elegantes, usava um colete preto sobre uma camisa branca, abaixo dela havia calça e sapatos sociais, ambos pretos. Ele se espreguiçava sobre sua cadeira, com cuidado para não acertar a passageira ao lado, que dormia com um capuz cobrindo-lhe a cabeça. Olhando para os lados, e vendo que ninguém o via, retirou a luva de sua mão direita e a estendeu enquanto olhava para a marca que definira sua vida toda até ali. Uma marca que o assombrava e traumatizava, ele olhava para ela com calma. Não demorou muito para se entediar e cair no sono.

O trem então apita, o maquinista avisa a todos que haviam chegado a cidade de Resembool. O jovem acordava assustado com toda a barulheira, tanto que pulou de seu assento e acabou esbarrando no copo da passageira encapuzada ao lado. Envergonhado, ele coçava a cabeça enquanto se virava para ela, com um sorriso sem graça.

-Mil perdões moça... Não foi por mal.

Seu rosto estava coberto pelo capuz, mas ela respondeu calmamente:

-Não tem problema, é fácil de secar isso.

-Certeza?

-Sim.

O jovem teve uma sensação estranha quando ela se levantou para se secar. Como se já a tivesse visto alguma vez, no entanto, achou que fosse só impressão, e logo saiu do trem e se viu em na estação da cidade. Pessoas de todos os lugares de Amestris e até mesmo estrangeiros de Xing e Ishval estavam lá, para visitar a cidade.

Quando o jovem olha para cima, ele vê uma grande faixa vermelha com o seguinte escrito em dourado:

``Sejam bem-vindos a Resembool, lar do Fullmetal Alchemist!´´

Ao ver a faixa, ele sorri e coloca sua mochila nas costas, enquanto anda até sair da estação, visualizando uma das mais belas cidades de seu país. A cidade em nada havia mudado desde a sua última visita, as estradas de chão estavam intactas, assim como as belas casinhas simples, os pastos e os muros de pedra-sabão e as cercas de madeira. Era como se ele ainda pudesse ver ao fundo um baixinho de casaco vermelho andando ao lado de seu cachorro.

A medida em que ele andava, via muitos turistas tirando fotos da cidade, alguns nadavam em seus rios, enquanto outros visitavam seus entes queridos que já se foram no cemitério da cidade.

Ele vai até a praça central, construída em cima de onde era a antiga casa dos Elric, a que fora queimada no dia trágico que havera mudado suas vidas. No lugar dela haviam duas estátuas erguidas em homenagem aos mais notórios cidadãos de Resembool. Um mais baixo e o outro um pouco mais alto, que não mais era ilustrado como uma armadura mas sim como um dos maiores alquimistas que já pisou na Terra.

O jovem novamente sorria ao olhar para a estátua, lembrando de seus amigos de outrora. Decidiu rumar para uma ruela a direita, onde jazia uma simpática casa de dois andares, uma placa de madeira  bem velha indicava:

`` Mecânica Rockbell especializada em Automails.´´

O garoto bateu na porta com e foi atendido por uma mulher, de aparentemente trinta e poucos anos. Ela segurava um bebê em seu colo, seus cabelos e olhos eram dourados.

-Em que posso ajudar?

-Você é Martha Rockbell?

-Sim... Posso ajudar?

-Eu vim trazer uma carta do seu tio-avô.

-Do Alphonse? Qual é o seu nome.

O garoto estendia a mão em direção a ela, para cumprimentá-la enquanto, enquanto sorria por finalmente tê-la achado.

-Meu nome é Selim Bradley, sou amigo dele.

==Fim do Primeiro Capítulo==