3 Semanas depois 

Bella mexia no seu lanche, mas estava sem vontade de comer. O som dos alunos comendo, andando e conversando era o que predominava no refeitório. Alice se sentou ao lado da amiga na extensa mesa branca. 

— Tá pensando no Edward? 

— Sim – respondeu desanimadamente. 

— Talvez ele ainda esteja esperando que as coisas esfriem com a Tanya. Afinal eles eram o casal do momento, uns admiravam outros invejavam o namoro deles.  

— Eu não sei. Ele não me diz nada é como se as coisas não tivessem mudado. 

Alice passou a mão no ombro da amiga. 

— Oi gente! Que cara é essa Bella? – Disse  Rosalie enquanto se sentava ao lado de esquerdo de Bella. 

— Edward – respondeu Alice. 

Rosalie mastigou um pedaço da maça. 

— Uma amiga de uma amiga me disse que a Tanya estava tentando voltar para o Edward e que envia várias mensagens para ele. Sei não Bella se eu fosse você ficava de olho. Talvez ele esteja em dúvida se quer voltar. 

— Talvez, mas ele quisesse voltar por que ainda não estão juntos? – perguntou Bella. 

— Vai ver que ele só que um tempo para o pessoal parar de especular as coisas – afirmou Alice. 

Amberlee se virou para escutar a conversa, ela estava mesa de trás. 

— Pessoal, pelo o que eu sei o Edward traiu a Tanya. 

Nessa hora Bella engasgou enquanto tomava seu iogurte. As meninas se viraram para encarar. 

— Como você sabe disso? – perguntou Rosalie. 

— Todo mundo está comentando isso! Parece que ela quis dá o troco numa festa e ficou com um dos amigos do Edward. 

— Uau! – exclamou Bella. 

— Isso parece mentira – duvidou Rosalie. 

— Na verdade... Acho que ouvi alguma coisa do Jasper comentando algo – disse Alice 

— E por que você não disse nada? – perguntou Rosalie. 

— Me esqueci – deu de ombros Alice. 

Bella revirou os olhos. 

— Vamos mudar de assunto – iniciou Rosalie – Já o que o tema do 1º ano é meninas convidam meninos, Bella por que você não convida o David Sullivan? 

Bella lançou um olhar incrédulo para Rosalie. 

— Até parece que ele vai aceitar. 

— Você não tem nada a perder. No máximo que ele pode dizer é um não. 

— Eu acho que ela não devia convidar. Dizem que ele é bem chatinho – disse Alice e deu uma mordida no seu sanduíche. 

— Alice! – Rosalie deu um tapa no seu braço. 

— Vou pensar no caso. Qualquer coisa amanhã eu pergunto para ele. 

Passou-se um tempo. 

— Quer saber eu não vou mais esperar. Que se dane o Edward! – Bella levantou-se da sua mesa com convicção e se dirigiu para a mesa onde estava sentando David Sullivan. 

— Ela vai mesmo falar com ele? – perguntou Alice. 

O ritmo dos passos de Bella diminuía enquanto ela se aproxima do rapaz. 

— Eu acho que não – respondeu Rosalie. 

Na mesa que David se encontrava tinha poucos meninos, mas o suficiente para Bella pensar que se levasse um fora ali ela passaria a maior vergonha. A jovem olhou para um lado e para outro, até que a estudante olhou para as amigas que fizeram gestos para ela prosseguir. 

Bella sentou-se ao lado de David. O menino continuou comendo sem se importar com a presença da colega. Pouco tempo depois alguns meninos se retiraram da mesa, o que ficou mais favorável para que ela iniciasse uma conversa. Alice e Rosalie observavam de longe. 

— Ela está mesmo falando com ele? Os dois nunca conversaram antes – disse Alice. 

— Não sabia que a nossa Bellinha era tão ousada assim – comentou Rosalie. 

*** 

Bella estava tentando responder o dever de casa. Ela vestia um short do pijama e uma camisa de alças. Alguém deu três leves batidas na porta. 

— Pode entrar! 

A garota deixou a caneta em cima do caderno. Quando ela prestou atenção em que estava na porta assustou-se. Edward estava vestido com um short e uma camisa escura, uma das pernas tinha uma bota ortopédica. O rapaz adentrou no quarto em silêncio. Bella sentou-se na cama colocando os pés no chão.  

— Posso? – Edward apontou para a cama indicando que queria sentar. 

— Pode. 

Edward sentou-se e respirou fundo. 

— Eu... sinto muito por não ter te dado alguma resposta nessas últimas semanas – Edward falou olhando para a frente – Depois que eu... eu... eu e Tanya terminamos fiquei esperando para me aproximar de você sem que ninguém ficasse comentando coisas maldosas. 

— E por que você não me disse nada? A gente mora na mesma casa. Você ficou me ignorando.  

— Me desculpa! – Edward encarou Bella – Eu não queria que as pessoas do colégio ficassem falando coisas ruins sobre você ou mesmo que a Tanya saísse espalhando por aí que eu tinha terminado com ela para ficar com você. 

— Tá certo – Bella não sabia o que dizer – Então, é por isso que você me deixou no vácuo. Você poderia ter dito algo, soltado uma indireta ou até mesmo ter escrito um bilhete, sei lá.  

Edward se sentou um pouco mais perto de Bella. 

— Eu realmente sinto muito. É que eu não sabia como dizer... Que eu estou apaixonado pela minha melhor amiga. Eu nunca fui muito bom em me declarar para alguém, principalmente se esse alguém é você, a pessoa que eu ainda vou ter que melhorar muito para merecer. Eu sempre senti que você é especial, só não imaginava o quanto. Até agora.  

Bella se aproximou aos poucos do amigo. Sua respiração estava ofegante e a dele também. Ela o puxou até os seus lábios se tocarem. Era como se uma corrente elétrica percorresse o corpo dos dois. Ela se afastou um pouco, mas permaneceu de olhos fechados. Ele a segurou pela cintura e devolveu o beijo só que com mais intensidade. A cada segundo o beijo se tornava mais profundo e desesperado.  

Suas emoções estavam a flor da pele. Os seus corpos, suas mãos e suas línguas buscavam mais intensidade.  

A porta abriu-se de uma vez assustando os dois. 

— Bella! – chamou Renée. 

Imediatamente Edward se pôs de pé. 

— Mãe! 

Os dois adolescentes estavam ofegantes. 

— Acho melhor o Edward ir para o seu quarto. 

— Também acho, senhora. 

Edward passou constrangido pela Renée. 

— Boa noite! 

— Boa noite! – respondeu Renée. 

Quando o rapaz chegou na porta ele parou. 

— Até amanhã, Bella – ele sorriu para a jovem que sorriu de volta. 

— Até amanhã – respondeu Bella. 

Os dois mantiveram o sorriso bobo no rosto, até Renée olhar para o rapaz que desviou o foco e saiu rapidamente. 

— Bella – Renée respirou fundo – O que está acontecendo?  

— É ... eu e o Edward estamos juntos. Eu acho. 

— Isso não vai dá certo. Ele é filho dos meus patrões. Se não dê certo quem vai sofrer é você. 

— Ele não é que nem esses garotos mimados que usam as pessoas – argumentou Bella. 

— Eu sei. Pelo rapaz que ele é vai se tornar um grande homem. Mas a questão não é essa. A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, e nós somos o lado fraco dessa história. Uma coisa é ser amigo da filha da empregada, outra é apresentar para os círculos de amizade como namorada. 

— Ele é diferente. Ele... 

— Pense bem. Eu não quero que você se iluda criando expectativas – disse Renée interrompendo Bella. 

*** 

Bella não conseguia dormir tanto pelas as palavras que Renée lhe disse quanto as mensagens que havia trocado com Edward minutos antes. “Só não precisamos contar para ninguém agora”, “Tenho medo do que as pessoas possam dizer de você”. Fazia sentido o que ele tinha enviado para ela, mas não deixava de incomodar ter que namorar escondido. 

A jovem olhou para a cama ao lado e se certificou que Renée estava em um sono profundo. Bella levantou-se tocando o chão com as pontas dos pés. O corredor era comprido então, seu coração palpitava quando chegava mais perto do quarto de Edward. Parou na porta e ficou olhando por alguns segundos, mas decidiu seguir direto. Enquanto descia as escadas escutou vozes vindo do andar de baixo. Quanto mais se aproximava deu para reconhecer que era Esmee e Carlisle. 

Bella estava tentada a escutar de trás da porta e seguir direto para a cozinha, mas sua curiosidade era maior. Ela percebeu que a porta do escritório de Esme não estava totalmente fechada.  

— Eu não aguento mais viver com essa humilhação – disse Esme. 

— Fica calma. Ninguém está te humilhando. 

— E se as pessoas ficarem sabendo? Como é que vai ser para mim ou para os seus filhos? 

Ele não respondeu. 

— Eu sempre fui ensinado a assumir as minhas responsabilidades. E dessa vez não é diferente Esmee.  

— Com que cara eu vou ficar se souberem que o meu marido tem um filho bastardo? 

“Como assim? Eu não estou acreditando... Se bem que a Esme já havia citado que o senhor Carlisle havia lhe traído no passado. Mas um filho? Isso é demais” Pensou Bella. 

“Depois de se despedir de Alice, Bella passou pela sala, subiu as escadas e, dirigiu-se ao seu quarto. Quando passou pelo corredor principal, percebeu que Esme, Carlisle e Renée discutiam. Pensou em continuar o seu caminho, mas a curiosidade falou mais alto. Alguém não tivera o cuidado de fechar totalmente a porta e Bella pode visualizar interior do escritório por uma pequena fresta. Renné e Carlisle estavam sentados com uma expressão preocupada. Já Esme, tamborilava num compasso irregular sem conter a agitação. 

— Não sei porque esse garoto veio me acusar agora. Já que foi você que deu os seus pulos no passado! – acusou Esme. 

— Isso só aconteceu uma única vez e nós não estávamos vivendo sob mesmo teto.” Lembrou-se a adolescente da conversa que havia escutado.