Somos Todos Crianças escrita por Nathy


Capítulo 2
Verdadeiro sangue


Notas iniciais do capítulo

Aeeew! Segundo capítulo! Ainda hoje vou começar uma nova fic... porém, essa nova será de romance. Aproveitem e aguentem a curiosidade XD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/387609/chapter/2

Parei de gritar... já estava ficando insano e com certeza alguém viria me procurar. E eu nao queria aquilo, queria apenas ficar sozinha e pintar. Porém, assim que eu parei de gritar, ouvi um sussurro vindo de parte da floresta. Girei em torno de mim mesma duas vezes e não vi ninguém, contudo continuei a caminhada. Podia jurar que estava sendo seguida e que aquela montanha não tinha topo! Toda hora que eu parava para beber água, ouvia alguma coisa vindo da floresta. Ora um galho quebrando, ora um vento entre os arbustos. Mas eu queria muito pintar aquele balanço... seria a “Monalisa” do meu caderno de desenho.

Depois de muitas paradas e barulhos estranhos, finalmente cheguei no cume do monte. Como era lindo! As pessoas e as casas pareciam pontos minúsculos.

“Lá está ele!“ falei sozinha ao ver o velho balanço. Saí correndo largando minhas coisas no chão. Sentei no antigo banquinho feito de madeira e preso por cordas e comecei a ir para frente e para trás... Ah... Novamente aquele sentimento libertador que até parece que você pode voar e tocar o céu. Erroneamente, fechei o meu olho para aproveitar o momento, e quando abri vi que meu caderno havia sumido. Desesperadamente pulei do balanço e comecei a procurar minhas coisas. “Não acredito nisso, eu deixei-as bem aqui. Subi tudo isso para pintar e não vou conseguir?“ falei comigo mesma, cheia de raiva.

Naquele exato momento o tempo fechou e começou a chover. Como eu já havia estudado e sabia que raios atingem lugares altos, não pensei duas vezes: corri de volta pra casa. Todavia, em uma das partes da descida, uma pedra surgiu do nada. Eu tropecei e caí, fazendo com que eu cortasse o cotovelo e saísse pingando o sangue pela cidade toda. Desci correndo como se fosse uma presa correndo de seu devorador… Mais tarde eu descobriria que essa metáfora era, na verdade, um fato. Quando cheguei perto da praça central de Yellowsville, vi um mendigo deitado em um pedaço de papelão olhando um caderno. Me aproximei e perguntei:

- Onde conseguiu isso Senhor?

- Uma pessoa que usava capa preta me entregou e disse para guardá-lo - respondeu-me com voz rouca.

- Mas esse caderno é meu.

- Não. A pessoa me confirmou de que eu deveria ficar com ele. Porém, me avisou que uma garotinha viria até aqui e que eu deveria lhe entregar essa folha. – disse-me entregando um envelope lacrado com um selo.

Eu estava achando aquilo muito estranho, mas vindo de um louco, apenas peguei o envelope e não discuti. Corri para casa. Meus pais vieram até mim com os rostos em uma mistura de preocupação e tristeza:

- Onde você estava, Lara? Pelo amor de Deus! Olhe seu cotovelo! - disse minha mãe aos prantos.

- Acalme-se Ligia. Eu tomo conta dela. Agora, vá para casa da sua irmã e em dez minutos aparecemos por lá. - respondeu meu pai, que após um rápido abraço e beijo, pegou o casaco da minha mãe, se despediu e fechou a porta.

- Estou muito encrencada? - perguntei com receio do castigo.

- Dê um desconto para sua mãe. Estamos passando por um dia difícil!

- Mas o que houve?

- Seu primo, Jack... Ele... Desapareceu. - suspirou e engoliu lágrimas. Meu pai nunca foi do tipo que chora - Ninguém sabe onde ele está e toda a família está indo para a casa da sua tia. Por isso, vá tomar banho, colocar uma roupa e deixar eu fazer um curativo para irmos também.

Tomei meu banho chorando. Sim. Chorando. Tanto porque meu machucado ardia, tanto porque eu gostava de Jack. Ele era um dos meus poucos primos que realmente falava comigo e que elogiava meus desenhos (e olha que ele já tinha 15 anos). Novamente perdida em meus pensamentos, o tempo passou rápido e meu pai bateu na porta do banheiro me apressando. Fui para o quarto e coloquei uma calça de moletom preta, uma blusa azul clara que dizia “Draw your life“ e meus clássicos tênis All Star. A chuva fez com que a temperatura despencasse!

Antes de chamar meu pai para fazer meu curativo, lembrei da tal carta e fui buscá-la na mesa da sala. Peguei-a e levei para o meu quarto, onde cuidadosamente abri o envelope e abri o papel dobrado. Fiquei arrepiada... não pelo frio,  mas pelo o que estava escrito e com o que me parecia ser o meu sangue...

“Você estava no lugar errado, na hora errada.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

MUAHAHAHA!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Somos Todos Crianças" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.