Predestinada escrita por Marina, The Shadow Girl
Notas iniciais do capítulo
Como já temos 3 leitores, achamos justo postar o 1º logo pra vocês :3
Boa leitura! ^-^
Sempre fui ensinada que a pior coisa que poderia existir são os Gangels; desde criança aprendi como usar uma arma, aprendi que é melhor atacar do que ser atacada. Não sou como os humanos normais, sou uma incógnita no mundo, sem um gênero certo, mas de uma coisa eu tenho certeza: a minha família são os Hellons, é de onde eu vim e onde eu morrerei.
Benjamin estava me esperando na sua sala de reunião. E eu sei que quando ele usa aquela sala é porque está para acontecer uma revolução. Eu me encaminhei para lá da melhor maneira possível, tentando não fazer barulho, como eu fui ensinada quando aprendi a andar.
Benjamin abriu a porta de supetão. Ele sempre previa quando alguma pessoa estava por perto, não importava onde ela se encontrava.
- Chegou rápido, Jane – ele disse enquanto entrava na sua sala e sentava-se em uma cadeira atrás de uma mesa.
- Ordens são ordens, senhor.
- Ótimo, pois então você irá entender muito bem o que deve fazer. Há 17 anos, Mark teve um filho e fez disso um segredo muito bem guardado, mas agora nós os achamos e a sua missão é exterminar esse garoto. Isso gerará uma grande tristeza naquele velho que um dia roubou a minha mulher – Ele esbravejou.
- Farei isso da forma mais rápida possível. Eles não merecem espalhar aquela raça tão estúpida e repugnante. Diga-me onde ele está que eu o matarei da forma mais dolorosa – disse, decidida.
- Espere aí – ele falou enquanto estalava os dedos. – Não será tão fácil assim, se não eu mesmo o teria feito. Como você é uma das nossas melhores guerreiras, estou mandando-a, presumindo que você voltará viva e com a cabeça do gangel em suas mãos.
- Qual seria a dificuldade?
- Ele está em uma ilha com milhares de pessoas a sua volta, e vive como um humano; não sabemos ainda sobre o seu paradeiro, apenas a cidade. Não esquecendo que, com certeza, ele terá seguranças ao seu lado, ou seja, a dificuldade será imensa.
- Eu terei que ir sozinha? Se a missão estiver tão difícil assim eu não darei conta, preciso de algum auxílio.
- Irei mandar o seu tutor, o Mike. Vocês partem amanhã.
Estava terminando de arrumar as minhas roupas na mala quando o Mike entrou no meu quarto e sentou-se na cama. Eu sempre soube que ele era metido desde que me entendo por gente, pois fomos criados juntos e as nossas famílias sempre foram amigas, mas eu não tenho tanta intimidade assim com ele, e nunca dei liberdade para ele entrar no meu quarto sem bater na porta. Claro que nós não tínhamos o privilegio de poder fazer as nossas coisas sem sermos espiados como em uma casa humana.
Nós, os Hellons, moramos no subsolo, onde somente pessoas realmente autorizadas a entrar podem passar do portão de entrada.
- Ei, garota – ele disse enquanto estalava os dedos na minha frente. – Você bem que poderia ser mais rápida.
- Deixe-me arrumar as minhas roupas do jeito que eu quiser – garoto chato! Ele que cuide da sua própria vida.
Passaram-se alguns minutos enquanto eu estava na atividade de dobrar e guardar, dobrar e guardar, dobrar e guardar... Até que Mike se pronunciou:
- Por acaso esta calcinha é sua? – ele disse enquanto levantava a calcinha rosa das Meninas Super-Poderosas.
Logo senti minhas bochechas ficarem vermelhas. Definitivamente, não era para ele estar aqui.
-Acho que é da minha irmãzinha... – ele continuou zombando.
- Para com isso! – disse enquanto pegava a calcinha da mão dele e jogava dentro da mala. – Dá o fora daqui agora!
- Não, mas é sério... Quem vai derrotar o maior inimigo com uma calcinha das Meninas Super-Poderosas?
- Algum problema? Deixe-me usar o que eu quiser – eu falei enquanto o puxava pelo braço e o arrastava até a porta de saída. Realmente, lidar com o Mike não era uma tarefa fácil.
- E assim nasceram as Meninas Super-Poderosas... – ele disse quando fechei a porta na sua cara.
Que garoto escroto! Não acredito que terei que matar aquele Gangel com ele.
Terminei de arrumar as minhas malas em pouco tempo e logo fui para a sala de armamentos, onde eu realmente me preparo para enfrentar uma “guerra”. Peguei todas as armas possíveis e inimagináveis. Pois, como o Benjamin disse, será uma batalha épica e difícil.
Em poucos minutos, nós estaríamos viajando para o outro lado do planeta para matar um dos filhos do líder do grupo Gangels – isso sim se chama responsabilidade.
Mike entrou de supetão de novo, mas dessa vez eu estava com um arco e flecha na mão e, como num ato instintivo, eu soltei a flecha, que foi parar ao lado da sua cabeça. Olhando mais atentamente, vi que a flecha cortou um pedacinho da sua orelha.
- Olha o que você fez! – ele disse, colocando a mão na sua orelha. – Garota, você nunca foi treinada?
- Ah, por favor. Fica quieto, foi só um raspão e nem aparece nada!
-Ah, sim, então esse sangue aqui é a minha menstruação? – ele disse enquanto me mostrava a sua mão com um pouco de sangue.
- Como você é infantil, Mike.
Passei para o outro lado da sala, onde ficavam os curativos para o caso de alguém se machucar, peguei uma gaze e a joguei para ele. Como ele já é treinado para esses casos, colocou rapidinho.
- Não sabia que você era tão marica, Mike – disse enquanto guardava o resto do equipamento.
- Ai, não fala isso para mim que eu fico passada e rosa choque! – ele falou, gargalhando. Revirei os olhos para ele.
Joguei a mala no ombro e sai caminhando para a porta. Já havia um avião nos esperando lá fora estávamos realmente atrasados. Mike estava andando atrás de mim, também com a sua mala, enquanto o Benjamin nos esperava na porta do avião.
- Eu quero que vocês voltem, mas só se tiverem a cabeça do garoto em suas mãos – ele falou enquanto passava o papel da nossa rota.
Entramos no avião completamente anestesiados de adrenalina. Nós íamos matar esse garoto. Se isso era o que devíamos fazer, era isso que faríamos!
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