Fogo Celestial escrita por Kika


Capítulo 3
Voltando para casa


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo chegando. Mais personagens aparecendo na historia.
Boa leitura ;)



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Quarenta dias depois do embarque em Nova Iorque, EUA, Clary finalmente estava desembarcando em Londres, Inglaterra.

Quarenta dias porque apesar do que o capitão disse inicialmente eles pararam em muitos portos e em alguns deles demoraram-se vários dias. Mas Clary achou isso muito bom, deu a ela tempo. Tempo para se preparar para o que estava vindo.

Por um momento ela se permitiu pensar em como tanta coisa havia mudado nesses quarenta dias, mas logo deixou esse pensamento de lado. Ela tinha um trabalho a fazer e quanto mais cedo ela começasse a procurar, menos tempo ela perderia.

Após se despedir da tripulação – com um misterioso “até a próxima, menina” do capitão Orpheus - Clary saiu caminhando pela noite chuvosa e fria de Londres.

Ela trazia com sigo pouca coisa a mais do que ela tinha quando deixou sua casa, agora ela tinha mais uma troca de roupas e um casaco assim como todo o dinheiro que ela recebeu pelo trabalho no navio, e sim, seu par de esticadores de corda que ela havia trazido com ela – agora elas realmente pareciam-se com adagas sai. No final das contas ela realmente gostava da arma bruta, mas muito eficiente.

Clary procurou pelos becos mais escuros e lugares menos visitados pelos mundanos, ela precisava encontrar logo algum sinal dos seres do submundo, se alguém saberia onde Sebastian esta se escondendo seriam os seres do submundo ou os demônios.

Não demorou muito para que Clary encontrasse um fumadouro de pó de fada. E esse era o lugar perfeito para começar.

Clary simplesmente foi até lá e bateu na porta, é claro que a fada que abriu a porta a fechou imediatamente, ninguém quer um caçador de sombras em seu antro de pó de fada, principalmente se á negócios ilegais ali, mas Clary não estava ali para aplicar a lei, não mesmo.

Clary não se deixou intimidar, com um potente chute ela conseguiu escancarar a porta antes mesmo que ela se fechasse completamente, com um soco jogou longe a fada que havia fechado a porta. Isso é pra você aprender a não fechar a porta para mim, pensou ela.

Retirou suas sai de onde elas ficavam confortavelmente guardadas em sua cintura, andou até o centro do salão, com todos a sua volta a encarando sem acreditar que ela havia invadido o lugar sozinha. Desconfiados de que os reforços estivessem do lado de fora.

Observou o lugar por um instante, captando todos os detalhes, todas as sensações. No momento em que Clary chegou ao centro de toda a bagunça ela já tinha ciência de cada porta, janela e saídas de emergência que ela poderia utilizar, assim como sabia que os quinze seres presentes, entre fadas, licantropos, vampiros e seus mundanos escravizados, não ofereceriam muita resistência a ela caso resolvessem atacar.

- Eu quero informações. Digam-me o que preciso saber, e tudo acaba bem. -  Disse Clary em um tom de voz assustadoramente calmo.

- E por que alguém aqui te daria alguma informação caçadora de sombras? Disse um vampiro que estava devidamente escondido atrás de seus escravos mundanos.

- Porque cada um de vocês querem sair vivos daqui. - Respondeu Clary ainda muito calma.

- Você realmente esta nos ameaçando caçadora? Ninguém aqui fez nada errado então acho que a clave não deixaria essa sua ousadia em pune, nós temos nossos direitos também. Você não pode chegar aqui e nos ameaçar. - Falou novamente o vampiro, sem sair de trás de seu esconderijo.

- Eu poço fazer o que eu quiser. E neste momento eu quero informações e eu vou fazer o que for preciso para consegui – lás. Então é melhor você começar a falar.

- A clave...  - Começou o vampiro, mas Clary o interrompeu antes que ele pudesse terminar a frase.

- Eu não tenho medo da clave. Você não pode usa – lá para me ameaçar. Agora o que eu quero saber é onde Sebastian Verlac esta, e o que ele anda fazendo?

- Eu não tenho que responder suas perguntas caçadora, e mesmo que você por algum motivo não tema a clave, nós estamos em maior número, então é melhor você ficar com suas perguntas e ir embora. – Disse o vampiro agora com um pouco mais de convicção, já que percebeu que os outros presentes também estavam incomodados com a presença de Clary, e não havia sinal algum de que ela havia trazido reforços.

- Muito bem, eu disse que quero respostas e eu vou tê-las. – Falando isso Clary atacou. Ela realmente atacou o pequeno vampiro que a estava enfrentando como se fosse o dono do lugar. Pulando para frente agarrou a gola da camisa do mundano que estava com o vampiro e o jogou longe, encima de uma mesa, imediatamente e com uma velocidade impressionante deu um chute no peito do vampiro metido que o jogou no chão de costas, Clary pisou com um pé em suas costas e prendeu seus braços para trás, imobilizando – o.

 Enquanto o vampiro se debatia tentando se libertar o restante da platéia assistia a tudo sem se mover, no entanto procurando por possíveis saídas se Clary se voltasse contra eles.

Clary se abaixou e sussurrou no ouvido do vampiro:

- Agora você vai me dizer onde Sebastian esta, ou eu separo seu braço do resto dos seus membros.

Clary pode sentir o tremor que percorreu o corpo do vampiro. Ainda assim ele insistiu.

- Você não pode fazer isso! A clave não pode permitir isso! Temos um acordo! – Gritou o vampiro com o pouco fôlego que ele conseguia.

- Você ainda não entendeu não é?! – disse Clary.

- Eu não faço parte da clave. A clave não controla mais minha vida ou os meus atos. Para que ela possa fazer algo contra mim por que eu machuquei você, ela teria que me encontrar primeiro. Então sua única alternativa de sair daqui inteiro é me dizer o que eu quero saber.

Clary falou como se fosse à situação mais natural ao qual uma pessoa pode passar, mas, no entanto todo o resto das criaturas presentes notou o fato incomum desta situação. Uma caçadora de sombras que esta sendo caçada pela clave. A última vez que isso aconteceu eles tiveram Valentine querendo acabar com todos eles, então no mínimo esta era uma situação preocupante.

- Vá para o inferno sua maluca. – Foi a resposta do vampiro.

E a resposta de Clary foi puxar tanto o braço do vampiro que seus gritos fizeram com que algumas criaturas que estavam ao redor tapassem os ouvidos, até que um “clec” foi ouvido e Clary parou de puxar, mas o vampiro não parou de gritar, por isso Clary disse:

- Agora me diga, ou eu termino de separar seu braço da clavícula.

Quando ela estava voltando a puxar o braço porque o vampiro nada dizia, ele começou a gritar:

- EU NÃO SEI... EU NÃO SEI... Eu não sei onde ele esta, ninguém sabe.

- Diga-me o que você sabe então.

***

Estavam todos na biblioteca, por algum motivo que ele ainda não sabia o irmão Zacharyah havia convocado uma reunião com todos, e não só os caçadores do instituto.

Isabelle estava em pé encostada ao beiral da janela e como sempre estava impaciente pela espera. Maryse estava sentada em sua cadeira atrás da mesa da biblioteca, Jace estava sentado no sofá ao lado de Alec, quieto demais pelo que ele achava, mas ultimamente este tem sido Jace, mais calado, observador, não menos espinhoso e perigoso, ainda assim diferente.

Sentados do outro lado nas cadeiras estava Jocelyn e Luck todos a espera do irmão do Silêncio.

- Maryse você realmente não sabe do que se trata esse chamado? – Disse Jocelyn meio apreensiva.

- Não Jocelyn, já lhe disse que não sei sobre o conteúdo dessa reunião. Eu recebi o mesmo chamado que você. – Respondeu Maryse, não totalmente segura de suas palavras, afinal ela não sabia mais imaginava do que se tratava.

Mas quem realmente expressou estes pensamentos foi Isabelle.

- Ninguém sabe do que se trata, mas todo mundo aqui esta imaginando a mesma coisa...

- Isabelle não... – Alec tentou para – lá, mas não conseguiu.

- A nem vem Alec, por que eu não posso dizer? Alguém tem que falar afinal de contas. Se Jocelyn e Luck foram chamados e se o recado vem da clave, o “conteúdo” da conversa só pode ser Clary. Talvez eles finalmente tenham pegado ela e...

- Chega Isabelle. Você pode pensar o que quiser, mas me faça o favor de não expressar seus pensamentos. Por. Favor. – Falou Maryse já muito irritada com a situação e pelo fato de Izzy não colaborar nem um pouco.

Izzy estava a ponto de discutir quando a porta da biblioteca se abriu e Magnus Bane passou por ela. Vestindo caças e camisas pretas, pareceria quase normal se não fossem seu sobretudo verde e seus olhos amarelos de gato. Ele não caminhou muito, apenas o suficiente para entrar na sala e encostar – se a uma das paredes afastadas.

- Bem, parece que vai ser interessante. Espero que valha meu tempo. – foi tudo o que ele disse. E ninguém comentou sua presença ou fez pergunta alguma.

Seu olhar apenas passou levemente pelo de Alec, mas não se fixou ali, as coisas entre o bruxo e Alec estavam no mínimo tensas a muito tempo e por mais que Alec pedisse perdão a Magnus por ter procurado por Camile o bruxo parecia bem determinado a deixar Alec de lado e seguir em frente. A certa altura Alec começou a imaginar se não era exatamente isso o que ele queria. Só precisava de uma desculpa para jogar tudo para o alto e era isso o que Alec tinha dado a ele. Agora ele simplesmente deixava Magnus em paz.

Por fim o irmão Zacharyah chegou. Sem dizer nada ele foi até o computador que estava na mesa de Maryse e inseriu um pen drive - era estranho ver esse tipo de tecnologia nas mãos de um irmão do silêncio, Alec se distraiu com este pensamento por um instante. A única palavra que o irmão disse de sua maneira peculiar foi “Vejam” dentro da mente de todos.

E foi o que todos fizeram, levantaram – se de seus lugares e se aproximaram do computador para poderem ver a imagem. Quando todos já podiam ver, irmão Zacharyah apertou o play. Com certeza ninguém naquela sala havia imaginado isso!

A imagem que aparecia na tela era uma gravação de uma câmera de segurança de algum tipo de balcão. Mas o que estava registrado nela é que era inacreditável.

Inacreditável porque uma figura toda de preto, estava literalmente dando uma surra em pelo menos oito demônios. E seus golpes eram os golpes de um caçador de sombras Alec até reconhecia alguns golpes que ele mesmo usava. Mas nenhum caçador seria capaz de lutar com oito demônios sozinho. Nem mesmo Jace conseguiria sair vivo dessa.

Com golpes perfeitos a figura conseguiu ao mesmo tempo em que desviava um ataque de um dos demônios, atacar outro e jogar alguma coisa muito afiada em outro. Dava saltos incrivelmente altos e seus movimentos eram tão rápidos que acompanhar o que acontecia nas imagens era difícil mesmo para os olhos treinados de um caçador, e o que dizer da força dele? Era simplesmente incrível.

A figura tinha movimentos fluidos como água seguindo seu curso pelas curvas de uma montanha, era sutil, mas fatal. Não errava nenhum golpe e em nenhum momento os demônios conseguiram acertar sequer um golpe na figura misteriosa, apesar de estarem em evidente vantagem.

O espanto ficou ainda pior, quando a figura de preto ficou num ângulo que a câmera de segurança foi capaz de captar nitidamente seu rosto. A pele pálida de um rosto feminino com penetrantes olhos verdes e incríveis cabelos cor de fogo.

Era Clary.

Era mesmo a Clary. Alec não sabia o que pensar e ele tinha certeza que naquele momento ninguém naquela sala sabia o que pensar ou o que fazer.

Não durou muito. Em menos de cinco minutos a luta estava terminada. Todos os demônios mortos e Clary estava sozinha no enorme galpão. Ela deu as costas e simplesmente saiu caminhando até sair do alcance da câmera, como se estivesse somente passando por ali.

“Isso foi enviado a Clave pelo instituto de Stambul na Turquia. A gravação é de vinte dias atrás, e há duas semanas dois caçadores de sombras testemunharam ela invadindo e atacando sozinha uma reunião demoníaca muito parecida com essa do vídeo em Pretória na África. E pelo resto da semana foram encontrados rastros de outros ataques como esse por todo o território da America central.” – disse irmão Zacaryah, aparentando uma calma excessiva.

Quem conseguiu encontrar as palavras primeiro foi Jocelyn.

- A Clave a pegou? – Foi a pergunta dela.

“Não”

Jocelyn pareceu muito aliviada com essa resposta.

A próxima pergunta quem fez foi Magnus – que de todos parecia o menos impressionado.

- Então me diga uma coisa irmão Zacharyah, depois de mais de oito meses sem a Clave ter uma única noticia sequer do paradeiro de Clarissa, por que em menos de um mês a Clave conseguiu tantas aparições dela?

“Esta é a grande questão bruxo Bane” – respondeu o irmão do Silêncio não parecendo surpreso pela pergunta. “Ela parece estar se aproximando, - e baixando a guarda - Turquia, África, América central, cada vez mais perto, por isso a Clave pensa que ela pode fazer contato com algum de vocês e por isso eles queriam que vocês vissem o vídeo. Como todos puderam ver ela não é a mesma que foi embora a oito meses.”

- O que você quer dizer com não é a mesma? – Perguntou Jocelyn com um tom meio apagado.

“Você viu Jocelyn, ela derrotou oito demônios sozinha, e demonstra uma força e agilidade nada comparáveis com as dela quando ela partiu, por isso...”

- Isso só mostra que ela tem treinado talvez levado seu treinamento mais a serio do que qualquer outro caçador de sombras jamais levou, por estar sozinha. E pelo o que você disse só a relatos de que ela atacou demônios, estou certo? Então ninguém tem nada contra Clary. – Dessa vez quem falou foi Luke, apesar de tentar falar com toda sua convicção sua preocupação era evidente em suas feições e também em sua ansiedade em defender Clary.

“Sim Lucian ela só atacou demônios, desde que se tem noticias, já que ela nunca deixou uma testemunha sequer de seus atos para interrogatório. Houve relatos de invasões, violações e ataques a seres do submundo por muitos países, que começaram depois de Clary desaparecer e todos da mesma forma, sem testemunhas.”

O irmão Zacharyah continuava falando com tanta calma que esse parecia somente mais um assunto corriqueiro para ele, enquanto todos os outros tentavam encaixar os novos fatos.

- Mas então o que? A Clave esta caçando Clary desde que ela partiu o motivo basicamente não importa, eles somente querem colocar as mãos nela, a pergunta mais importante que todos estão deixando de lado é: o que a Clave quer que nós façamos? – Disse Isabelle, novamente sendo a única a expressar a pergunta que todos estavam silenciosamente fazendo.

“A Clave acha que ela pode entrar em contato com algum de vocês...”

O irmão do Silêncio foi novamente interrompido, mas dessa vez não foi por nenhum dos inicialmente presentes na sala.

Uma figura toda de preto – muito parecida com a da imagem no vídeo -  passou pela porta se esgueirando pelas sombras que as grandes colunas faziam no cômodo, assim que ela passou pela porta a temperatura pareceu cair cinco graus e um arrepio percorreu a pele de Alec. Mas foi quando ela falou e saiu da escuridão que ele realmente sentiu medo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Ainda essa semana adiciono mais um capítulo.



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