Fogo Celestial escrita por Kika


Capítulo 13
Quem é ele?


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei.. Eu estou super atrasada na postagem né?! Me desculpem, eu realmente não tive como postar antes. Vocês vão perceber que o capitulo esta mais curto, mas eu tive que fazer assim se não ainda não seria capaz de postar hoje e não queria deixa-las esperando ainda mais.

Obrigada a todos que deixaram seus lindos comentários e um OBRIGADÍSSIMO a Brenda pela maravilhosa recomendação.

Mais uma vez desculpem.

Bjos e boa leitura!



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Jace viu o garoto sorrir com as últimas palavras de Clary.

Mas o que ele não conseguia acreditar ter visto era este garoto derrotando Clary. Depois que ela venceu irmão Zacharyah, Jace realmente não acreditava que existisse alguém que a detivesse, ao menos sozinho, e aqui estava este garoto presunçoso, que realmente a parou.

É claro que o fato de que ela estava morrendo a algumas horas atrás devem tê-la afetado, mas ainda assim, os movimentos do garoto eram rápidos demais, ágeis demais, reflexivos, fluidos e pareceu que ele não fez esforço algum. Além disso, com menos de quinze minutos com Clary ele foi capaz de dizer o que ela provavelmente, tinha feito durante semanas, como não comer ou dormir e o fato de ela ter sido gravemente ferida a pouco tempo, agora como ele sabia de tanto? Quem é ele afinal?

Jace sentiu um sentimento incomodo crescendo dentro dele, ele não sabia exatamente o que, mas ele sabia que esse garoto não era boa coisa.

Antes que ele tivesse a oportunidade de fazer qualquer pergunta, irmão Zacharyah entrou na sala, e a coisa ficava cada vez mais bizarra. Assim que viu o irmão, o garoto -como foi que Maryse disse que ele se chamava? Ben?! – avançou para ele, mas desta vez não era um ataque, era um abraço. Jace levantou as sobrancelhas até quase atingir o couro cabeludo, ele nunca viu ninguém abraçar um irmão do silêncio.

Esse parecia mesmo ser o dia do “eu nunca vi”.

O irmão do silêncio não correspondeu ao abraço, mas tampouco afastou o garoto. Esse afastou-se sozinho e deu um enorme sorriso. Um sorriso realmente feliz.

- Zacharyah! Como é bom ver você.

“Benjamin. Eu deveria saber desde o inicio que você estava envolvido nisso.”

- Envolvido em que? – Perguntou Ben com fingida inocência.

“Com Clarissa”.

- Realmente? E o que foi que te deu a dica?

“Como eu disse, deveria ter desconfiado desde o inicio, mas foi só quando ela citou minhas próprias palavras que eu desconfiei, e quando me lembrei que Maryse havia avisado de sua visita, eu tive certeza”.

- Então ela citou suas palavras? Bom sinal, quer dizer que ela aprendeu alguma coisa. Sinto muito, mas é que ela precisava de palavras inspiradoras e como sabe eu não sou exatamente um poeta então achei que você não se incomodaria de me emprestar as suas. Só não achei que ela sairia repetindo elas por ai. Quais palavras ela citou exatamente? – Após todo a luta e a animosidade de Clary o tal Ben estava agora conversando como se estive em uma confraternização de fim de ano. Quem era esse cara?

Ben falava com uma fluidez e calma incríveis, parecia extremamente a vontade no ambiente.

“O fogo arde, mas não é dourado é vermelho. Vermelho porque é feito de sangue e o sangue é feito de fogo. O brilho cega e a escuridão é segura.”

- Hum, sempre foi uma das preferidas dela.

“Então você disse mais. Não me surpreende já que ela parece saber muito de mim e esta usando isso”.

- Usando isso como?

“O que você disse a ela Benjamin?”

- Usando isso como? – Agora ele parecia nutrir um interesse um pouco mais serio.

O irmão deu o equivalente mental de um suspiro.

“Ameaçando expor o que tiver que expor para conseguir o que quer”.

- Clarissa não ameaça. – Disse Ben, em um tom pensativo e ficando com o olhar perdido.

Quando ele respondeu a uma pergunta que mais ninguém havia ouvido, ficou claro que o irmão do silêncio já não queria expor mais nada.

- Eu precisei dizer a ela. Tinha coisas que ela precisava saber, e mesmo que eu não tivesse dito Zacharyah, ela teria descoberto de alguma maneira, só que seria muito pior.

“De qualquer forma, é bom que você esteja aqui agora”.

- Ah é? E por que? – Novamente o ar divertido voltou para Ben.

“Porque você deve controla-la”.

Ben sorriu.

- Ninguém controla Clary.

Jace percebeu meio secundariamente que essa foi a primeira vez que ele a chamou de Clary.

- Muito bem, será que alguém pode me dizer o que esta acontecendo aqui? E quem diabos é você?

Isabelle podia ser extremamente irritante e cozinhar muito mal, mas as vezes Jace a amava, ela fazia as perguntas certas na hora certa, quando ninguém mais fazia.

“Este é Benjamin Wharlook do instituto de Londres”

- Ok, isso minha mãe já disse, mas por que parece que ele é mais do que isso?

“Porque ele é. Ben é um Haikai”

- Mas só existem dois, e ninguém sabe quem são. – Disse Maryse, duvidando até mesmo da palavra de um irmão do silêncio.

- Bem agora você sabe, pelo menos de um deles. O outro vai ser difícil você encontrar, ele é um irmão do silêncio e muito recluso, mais do que o normal eu quero dizer. – Ben continuava muito confortável em falar mesmo a situação se tornando cada vez mais estranha.

Mas se ele fosse mesmo um Haikai explicaria ele ter vencido Clary. Supostamente os Haikai são os melhores lutadores caçadores de sombras. Não que Jace alguma vez tivesse visto um e com certeza ele não o imaginaria assim, tão jovem e descontraído.

- Mas... mas como eu não sabia disso? Quero dizer, você vive em um instituto supostamente se tivéssemos um Haikai vivendo em um instituto eu seria informa pela Clave. – Maryse gaguejou a pergunta.

- Culpa minha, minha senhora. Eu pedi para a Clave que esta minha condição não fosse divulgada. – Ben disse em tom de desculpas, todo educado. Jace já tinha vontade de lhe arrancar essa educação com as mãos e fazer com que ele despejasse toda a explicação de uma vez.

- E a Clave simplesmente atendeu ao seu pedido? – Alec perguntou, surpreendido com o fato.

“Ben é muito jovem, mas já tem uma vasta experiencia em sua condição, Haikais são muito raros e mesmo a Clave lhes tem um respeito muito grande, um simples pedido como este não seria negado”

- Me pergunto que respeito a Clave teria se soubesse que ele acoberta uma criminosa. – Jace falou em voz baixa, mas com o objetivo de ser escutado. Pela primeira vez o garoto olhou diretamente para ele e alguma coisa naqueles olhos verdes davam arrepios em Jace. E ele mais uma vez não gostou disso, ele não era alguém que sentia arrepios – pelo menos não sobre o olhar de um CARA.

- Provavelmente o mesmo respeito que eles teriam por você.

- Isso quer dizer nenhum.

- Exatamente.

- Tudo bem, chega. Todos para a sala de Jantar, eu preciso saber de toda a história, mas preciso me sentar e todos precisam comer.

***

Clary andava de um lado para o outro, simplesmente vagando pelos corredores do instituto. Mas o que diabos ele estava fazendo aqui? O que ela precisava fazer para se livrar dele afinal? Não bastava tudo o que tinha acontecido na Inglaterra? Não bastava tudo o que ela disse para ele? Não era o suficiente a maneira como ela foi embora? E ele a encontrou justo em Nova Iorque. Com tantos lugares no mundo em que ela esteve e ele foi encontra-la aqui! Pelo amor do Anjo!

E ainda todo presunçoso e condescendente, isso faz Clary querer socar ele. Mas ela tentou não é?! E não conseguiu.

Como se já não bastasse o grupinho de heróis do instituto de Nova Iorque agora ela tinha Benjamin para se livrar também. O problema é que ele pode ser ainda mais irritante do que todos daqui juntos.

A esta altura Clary havia chegado a escada que levava para a estufa. Ela parou por um momento com a mão no corrimão, com o pensamento em branco e sem tomar uma decisão consciente subiu as escadas.

A estufa ainda tinha o mesmo cheiro e o mesmo impacto que ela se lembrava, embora agora tivesse uma aparência mais selvagem, ramos se derramavam sem qualquer direção dos vasos e das plantas altas se arrastando pelo chão, - formando um tapete verde - unindo-se umas  as outras formando um padrão como se fossem uma única planta ramificada por toda a estufa. Ela se perguntava se alguém cuidava de alguma coisa aqui depois que Hodge se foi, ou se eles iam deixar que as plantas tomassem conta de todo o instituto. Seria bonito, Clary pensava distraidamente.

Ela andava pulando galhos caídos no chão quando sentiu alguém se aproximar, então ela parou e esperou. Não porque ela queria falar com ele agora, não porque ela queria falar com ele em qualquer hora sobre isso, no entanto era inevitável, ela teria que falar.

- Clary? – Jace chamou ao longe, sem vê-la. Mas ele sabia que ela estava na estufa. Por isso pediram que ele fosse encontra-la, porque ele sabia onde ela estava.

- Aqui. – Ela respondeu e ele seguiu o som de sua voz.

Quando ele a encontrou, pensou que nunca havia visto coisa mais linda. Ela estava parada em meio a plantas verdes e flores brancas, plantas selvagens e flores delicadas. Tinha os cabelos soltos caindo em cachos por sobre os ombros e nas costas, vestida toda de preto e descalça, como a paisagem a sua volta ela parecia selvagem e delicada ao mesmo tempo. Seu olhar intenso, concentrado em alguma coisa que ele não podia ver.

Jace se perguntou como ele podia ama-la. Como ele podia amar alguém que o abandonou? Alguém que não se importa com ele e provavelmente não se importa com ninguém? Mas o fato é que ele ainda a amava, ele era capaz de admitir isso agora, vendo-a assim não havia como negar. Mas sentir era uma coisa e dizer ou mesmo demonstrar era outra completamente diferente.

- Estão te esperando para o jantar. – Ele disse secamente, não se importando em se anunciar.

- Estou sem fome. – Ela respondeu no mesmo tom de voz.

- Bem, Maryse cozinhou para você, acho que seria muita falta de educação recusar.

Clary apertou sua mandíbula em frustração.         

- Você esta sem fome ou só não quer encontrar seu amigo lá. Eu tenho que dizer que te dar uma surra não é a maneira mais cordial de dizer olá. Mas foi interessante. – Jace tinha o canto de seus lábios levemente levantados e observava curiosamente o roste de Clary esperando por sua reação.

- Me dar uma surra? – Clary perguntou em um quase sussurro.

- Não se sinta ofendida. Eu soube que ele é um Haikai. – Agora Clary tinha um olhar de surpresa. - Por mais que você treine, você não poderia ser tão boa assim não é?

Ela observou Jace que parecia ter um ar divertido, mas ela não entendia onde ele esperava chegar com essa conversa. Ela se concentrou no que achou realmente interessante. Porem Jace falou antes que ela pudesse fazer qualquer pergunta.

- Por que ele fez isso? – Agora seu ar de divertimento tinha ido, e no lugar, Clary percebeu, estava algum tipo de preocupação. – Ele percebeu que você não estava bem, então por que diabos ele se meteria em uma luta com você?

- Porque Benjamin é assim.

- Como você conhece ele? – Jace aproximou-se de Clary agora, ele sentia como se ela estivesse lhe atraindo para ela, com uma força física, mas não palpável.

Clary imediatamente se esquivou da pergunta, e nem mesmo percebeu a aproximação de Jace.

- Como você soube que ele é um Haikai?

- Irmão Zacharyah.

- Ele esta aqui?

- Esta.

- Bem, acho que eu estou com fome agora. – E dizendo isso ela deu as costas e saiu da estufa, deixando um Jace confuso para trás.

Enquanto ele próprio deixava o local, pensou, como ela faz isso?

Clary entrou na sala de jantar poucos segundos antes de Jace, ela o sentiu caminhando atrás de si durante todo o percurso, no entanto não diminuiu o passo para que ele pudesse alcança-la e do mesmo modo ele não apressou os seus para estar com ela.

A mesa estava repleta de muita comida. Comida para os mais variados tipos de gostos, os pratos cuidadosamente arrumados com seus talheres dispostos ao seu lado e uma taça em frente e a esquerda dos pratos, uma tolha branca com detalhes em renda creme pendia da mesa e as cadeiras altas com estilo rustico deixavam a cena ainda mais bonita.

Ao redor da mesa a maioria de seus ocupantes já estavam sentados, Maryse na cabeceira – isso fez com que Clary se perguntasse o que havia acontecido com Robert, ela não tinha sequer ouvido falar dele. - com Alec ao seu lado direto e irmão Zacharyah a esquerda, Clary ficou se perguntando se ele realmente ia comer alguma coisa. Isabelle estava ao lado de Alec com seus olhos muito abertos encarrando a pessoa sentada a sua frente com fascínio, quando ela seguiu seu olhar ela viu Benjamin ao lado de Zacharyah com um de seus mais belos sorrisos e seus pequenos cachos caindo por sobre sua testa, ele gesticulava e parecia estar dizendo alguma coisa, mas Clary não podia ouvir.

Jace passou por ela e sentou-se ao lado de Isabelle, o que só deixava a ela o lugar ao lado de Benjamin e de frente para Jace.

Ela respirou profundamente e se encaminhou para o seu lugar. Todos os olhares estavam nela quando ela sentou-se e qualquer conversa que pudesse estar acontecendo sessou.

Ela olhou para a pessoa sentada ao seu lado, sorriu e disse:

- Como está Katherine?

- Bem, ela lhe mandou abraços e um “não seja teimosa garota”.

Clary sorriu olhando para seu prato.

- Katherine sua mãe? – Maryse perguntou para Ben. – Vocês vão me dizer o que esta acontecendo. Agora.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostados *_*
Comentem!!!!!
O próximo virá o mais rápido possível.
Bjoss ^^



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