Goodbye Love escrita por Roses in misery


Capítulo 1
Capítulo 1- Goodbye Love


Notas iniciais do capítulo

Gente quem já lê a minha fic sabe que eu estou viajando, eu estou a mais de quatro horas presa em um carro, quase morrendo e na estrada nunca tem sinal de internet. Escrevi isso de madrugada e na verdade não sei por quê eu tive essa ideia. Acho que é a depressão. Como finalmente consegui um sinal decente de internet no meu celular estou postando. Me desculpem se tiver algum erro. Espero que gostem.



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Enjolras estava sentado no chão frio, já estava escuro e nevava. Ele segurava em suas mãos as alianças que em breve eles trocariam. Ele não conseguia entender o por que aquilo havia acontecido com ele.

Gavroche chegou silenciosamente e se sentou ao lado de Enjolras que ainda chorava.

-Enjolras temos que ir.- o garoto falou com a voz sem vida,colocando uma mão sobre o ombro de Enjolras que o olhou. No semblante de Enjolras seus sentimentos eram misturados. Desespero,agonia, tristeza,ódio... tudo junto.

-Eu... eu não consigo Gavroche... eu não consigo deixá-la ir... Eu não posso- um homem desesperado e angustiado respondeu. Gavroche tentou ser forte,para confortar Enjolras.

-Não está sendo fácil para ninguém... mas temos que ser fortes. Ela não gostaria que ficássemos aqui chorando por ela e sofrendo.

-Então que ela não tivesse feito isso!

-Enjolras, por favor eu te peço. Por mim e pelo seus amigos. Se recomponha e vamos embora.

-So mais alguns minutos... eu não estou pronto para sair do lado dela ainda.

Gavroche assentiu mas permaneceu em silêncio sentando ao lado de Enjolras, que chorava violentamente.

Alguns dias atrás...

-Éponine, querida- Enjolras a chamou ao entrar no apartamento que eles dividiam. A casa estava em silêncio. “Já deve estar dormindo” pensou ele, Enjolras deixou a maleta e seu casaco sobre o sofá e foi para o quarto e o encontrou vazio. “Deve estar na casa de Cosette”.

Ele foi para a cozinha pegar um copo de água e procurar alguma coisa para comer, quando entrou petrificou no lugar. Não conseguia acreditar naquela cena. Não podia ser real... não podia...

Mas era.

Ali estava sua tão amada Éponine, caída no chão, uma poça de sangue ao seu redor. Um tiro bem no meio da testa, os olhos sem vida, a boca aberta, o revolver caído ao seu lado.

Ela ainda vestia a roupa que havia saído pela manhã para ir ao trabalho.

-Não,não,não- Enjolras foi para o lado dela e abraçou seu corpo flácido,sem vida. Sua roupa sujava com o sangue dela- Não, por favor meu amor. Não,não me deixe Éponine- Enjolras a segurou como se fosse um bebê, ele a apertava contra seu peito,e lagrimas desciam violentamente pela sua face.- Por favor Éponine, acorde. Não me deixe. Eu preciso de você. Éponine eu te amo!- ele beijou os lábios dela sem vida, aqueles lábios que eram tão quente quando se juntava ao seus, estavam gelados, mas ele continuava a beijá-los repetidamente em um ato de desespero. Ele passava as mãos pelo cabelo de Éponine,pelo seu rosto e chorava desconsolado- Eu te amo,Éponine. Eu te amo, eu te amo...

Ate que ele reparou em um papel que ela estava segurando na mão fria. Enjolras a deitou delicadamente no chão, limpou o rosto e tirou o papel da mão dela.

Era uma carta.

Ele a abriu e começou a tentar a ler, já que as lagrimas o atrapalhava.

Junto a carta havia um teste que estava escrito : HIV positivo.

“Meu amado Enjolras, Gavroche e meus amigos.

Hoje eu fui pegar meu exame de sangue que o medico me pediu para fazer, porque eu estava me sentindo mal, fraca e o resultado não era o que eu esperava.

Eu sou HIV positiva, o que significa que tenho Aids. Não se preocupe querido, você não esta infectado, sempre nós protegemos.

Mas que vida eu poderia lhe dar assim? Eu não poderia engravidar e sempre teríamos que tomar cuidados especiais.  Que vida eu poderia ter? Teria que ficar vivendo a base de remédios e a Éponine que você se apaixonou deixaria de existir e no lugar dela ficaria uma sombra do que eu fui um dia.

Eu não poderia continuar a viver, com isso. Então eu quis me livrar do sofrimento,e livrar vocês do sofrimento de me ver definhando a cada dia.

Eu liguei para mamãe. Ela chorou e disse que temia que isso acontecesse. Ela me disse que quando eu era criança eu precisei tomar sangue, e o sangue que me doaram estava infectado. Eu não nasci assim, foi um erro...

Me desculpem. Me desculpe, Enjolras, eu fiz isso pensando no seu melhor. Você ainda poderá se casar e ter filhos e com o tempo se esquecera que eu existi. Cosette e Marius me desculpem,por favor se entendam, vocês se amam e sempre vai ser assim, sinto muito por não estar do seu lado quando você descobrir que estará grávida de gêmeos, Cosette. Courf  e Jehan por favor aceitem o fato que vocês nasceram para ficar juntos e parem de lutar pelo inevitável. Vocês tem a chance de viver uma vida feliz e longa juntos. Joly nunca desista, você vai se graduar na faculdade de medicina com honra. E Gavroche, me desculpe por não estar do seu lado quando você se apaixonar, me desculpe não estar do seu lado quando você precisar. Me desculpem todos.

Enjolras nunca se esqueça que eu te amo, sempre vou te amar e sempre estarei cuidando de você. Você é o único, e sempre será o único.

Adeus”

Enjolras terminou de ler a carta e pegou o celular de seu bolso e ligou para emergência. Com dificuldade ele conseguiu falar o endereço.

Depois ele ligou para Marius.

-Alo, Enjolras- Marius atendeu animadamente. Enjolras não conseguiu falar, apenas chorava- Enjolras, tudo bem? O que esta acontecendo?- Marius perguntou assustado.

-Éponine.- foi tudo o que ele conseguiu e dizer e foi o suficiente para Marius pegar Cosette e irem para o apartamento dos dois.

Quando chegaram, encontraram o resgate na frente do prédio . Cosette olhou pressentindo alguma coisa ruim, assim como Marius para a ambulância. Eles entraram  correndo para procurar Enjolras e o encontrou sentado no chão da cozinha, chorando, e abraçado a carta de Éponine.

Eles escutaram Cosette que havia ficado para trás  gritando. Marius correu para vê-la e ela estava caída no chão chorando e apontou para a maca, onde ele pode ver Éponine. Ele a levantou e foram até Enjolras onde ficaram sentados no chão chorando.

Os dias seguinte foram difíceis. Jehan cozinha automaticamente,assim como Courfeyrac comia sem prestar atenção. Bahorel e Grantaire brigaram varias vezes no bar, ate serem expulsos. Combeferre foi expulso da biblioteca por gritar com alguém por perguntar sobre Éponine. Joly não saiu da cama, e só saiu quando Bossuet quase bateu o carro, porque não conseguiu enxergar por causa das lagrimas. Gavroche foi suspenso da escola por bater em garoto que zombou e riu de sua irmã por ela ter se matado. Enjolras foi buscá-lo da escola e o deixou no apartamento de Jehan.

Enjolras não entrou mais no quarto onde eles dormiam. Ele preferia dormir na mesa,e tentava lidar com tudo aquilo. Na verdade ele passava mais tempo planejando o funeral,mas mesmo assim doía quando ele tinha que voltar para casa e encontrá-la vazia. Ele não suportava entrar na cozinha.

Ele escreveu sua homenagem, e escolheu rosas e tulipas vermelhas. Eram as  preferidas de Éponine e ela amava vermelho.

Éponine foi enterrada com o vestido que ela usaria dali a poucos dias.”

-Muito bem. Vamos Enjolras- Gavroche se levantou e puxou o ajudou a levantar. Enjolras guardou as alianças no bolso do smoking que ele iria usar no casamento que seria no fim da semana.

Gavroche passou aquela noite com Enjolras. E a noite seguinte,e a outra, e a outra...

Por fim Enjolras o chamou para morar com ele, Gavroche aceitou. Achou que seria melhor Enjolras ter alguém com ele. Já fazia meses e ele ainda não havia superado. Gavroche fingia não saber,mas bem sabia que todas as noites Enjolras pegava uma roupa de sua irmã e uma foto ia para a cozinha e passava a maior parte da noite chorando.

Um dia Gavroche apareceu com um gato que ele havia encontrado na rua. De começo Enjolras foi contra, porque o gato era selvagem, destruía tudo,mas de algum modo Gavroche conseguia controlá-lo e convenceu Enjolras a ficar com ele.

Os anos se passaram,e eles conseguiram seguir com suas vidas. No apartamento ainda havia fotos de Éponine, algumas roupas que Enjolras quis guardar. Mas naquele dia eles haviam saído cedo, o gato, o Sr. Trouble, como o chamavam havia acordado com dificuldade para se levantar.

Os dois estavam sentados do lado de fora do consultório,na sala de espera,quando a porta se abriu e a veterinária saiu lá de dentro.

-Sinto muito.- ela disse- vou deixar um tempo para vocês se despedirem dele.

Enjolras se levantou, ele não admitia mas havia pego amor pelo gato.

-Vai você, Gavroche. Como dizem não existe nenhuma despedida que é boa- e ele saiu do consultório.

Gavroche entrou e o gato o olhou como se pedisse desculpas. Gavroche passou a mão na cabeça dele.

-Então você vai me abandonar? Tudo bem. Mas posso te pedir uma coisa? Quando você estiver lá diga “oi” para minha irmã. Diga para ela que eu sinto falta dela. Todos nós sentimos. Só não diga que Enjolras as vezes chora.... Diga para ela que Courf e Jehan irão se casar logo. Diga que ela iria odiar os arranjos de flores. São rosa e lilás e não vermelho. Não vai ser como o dela seria. Cosette vai ser a madrinha... Marius e Cosette acabaram de voltar de uma pequena viagem, eles se entenderam depois da morte dela... e ah não se esqueça de dizer que ela estava certa. Cosette está grávida de gêmeas. Eles estavam pensando em colocar o nome de uma das meninas de Éponine,mas que eu disse para eles  que é uma péssima idéia e que você iria odiar! Que você acha que cada um merece ter um nome original... E eu consegui passar no vestibular, Ponine. Combeferre me ajudou a estudar. Eu escolhi medicina,para poder achar uma cura para pessoas que tem a doença que você teve. Você pode dizer isso, seu gato maldito?- Gavroche riu sem humor  enquanto enxugava as lagrimas.- E não se esqueça de dizer que Enjolras ganhou seu primeiro grande caso. Foi a primeira vez que eu o vi sorri depois que você se foi, Ponine. Na verdade a primeira vez que eu o vi sorrindo daquele jeito foi quando ele chegou dizendo que você disse “sim” e que iriam se casar. E nenhuma garota para ele ainda.- ele disse tristonho.- Nós todos estamos bem, estamos sobrevivendo. Como você queria. Mas sentimos sua falta. Você vai dizer isso para ela, seu gato idiota? É isso que você vai dizer para ela, quando você a encontrá-la, entendeu, Sr. Trouble? Diga que é de Gavroche e do seus amigos, entendeu? Não se atreva a esquecer uma palavra.

Enjolras entrou acompanhando a veterinária.

-Está na hora- ela anunciou e Gavroche saiu de perto do gato. A veterinária aplicou a injeção e saiu. Enjolras e Gavroche ficaram ali, olhando para o Sr Trouble , que fechava os olhos lentamente. Gavroche saiu sem dizer nada. Enjolras chegou perto do gato.

-Posso pedir para você entregar mais um recado, Sr. Trouble?- Enjolras falou para o gato, ele havia ouvido tudo que Gavroche tinha falado.- Se você encontrar Éponine, diga que eu ainda a amo a cada dia mais, e que nenhuma mulher vai poder ocupar o lugar dela, e que um dia  estaremos juntos novamente- o gato deu o ultimo suspiro e fechou os olhos.- Adeus amigo.- Enjolras falou acariciando a cabeça do gato e saindo logo em seguida.                                                                 

                                      *************

Éponine ria ao lado do gato.

-Não me diga, Sr Trouble, eles vão se casar?!- ela perguntou colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha enquanto se inclinava na direção do gato.

O gato miou para ela e Éponine parecia entender.

-Eu acertei! Serão gêmeas? Espero realmente que não coloquem meu nome. Ah meu irmãozinho vai entrar na faculdade? Isso é ótimo! Vai ser um ótimo medico, sem duvida o melhor.

O gato passou por entre as pernas dela e voltou a miar.

-Eu ainda o amo muito também, mas não acho certo ele não ter ninguém. Um dia Gavroche irá se casar e eu não quero que ele fique solitário. Eu ainda o amo a cada dia mais também e sinto falta dele. Obrigada amiguinho por ter cuidado dos meus garotos.

-Éponine!- uma mulher a chamou da janela.

-Já estou indo, mamãe.- Éponine respondeu se levantando da grama.- Vamos Sr.Trouble, mamãe vai gostar de conhecer você.

E ela saiu correndo acompanhada do gato para a casa que ficava em um lugar lindo e onde ela conseguia ser feliz.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, acho que não ficou legal mas senti a necessidade de postar e ah como eu quero postar na When smiled you knew,mas sem chances só na semana que vem, infelizmente não tenho ela no meu celular. Eu espero que tenham gostado.

Ate mais!



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