A Cidade De Ponta-cabeça escrita por AArK


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Uma história curta e simples com um leve toque de romance e reflexão sobre a vida.



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- Você parece tão quieto hoje... - Ela disse, estava linda, como sempre. Cabelos curtos, lisos, negros, pele pálida claríssima e olhos tão azuis quanto safiras.

- Estou pensativo demais, acordei assim. Aliás, nem dormi direito. - Disse ele, estava deitado sobre a caixa d'água do local, os dois no andar mais alto, totalmente afastados de tudo e de todos.

- Acordou que horas? 6? - Ela perguntou, estava de pé, ao lado da caixa d'água. Ele tinha cabelos curtos, lisos, negros, pele pálida menos clara que a dela e olhos tão azuis quanto, porém mais claros, os dela eram mais como a noite.

- Não, 4 horas da manhã. Fiquei a olhar o relógio do celular e o símbolo do despertador. Coloquei para acordar às 6, mas não consegui mais dormir. - Disse ele, suas olheiras delatavam veracidade em suas palavras. Ele via o mundo de cabeça pra baixo, deitado ali, inclusive ela. Mas ela ainda era linda, mesmo assim.

- E o que ficou martelando em sua cabeça? - Ela perguntou, se aproximando mais. Deu pra ele ver quais eram suas vestes... Uma saia de pregas vermelha-xadrez, uma blusa de banda negra, caída, onde dava pra ver as alças negras de seu sutiã, all stars negros rotos e meias-arrastão, ela também usava uma gargantilha de spikes e maquiagem gótica, batom vermelho e olhos bem pintados de negro. Gostava assim.

- Ah... Cobranças, problemas, coisas a resolver. Parece que quanto mais resolvo, mais aparece pra fazer. - Disse ele, frustrado, suspirando. Ele era mais alternativo, camisa lisa azul-petróleo de mangas compridas que quase tapavam suas mãos, calças jeans rotas e manchadas (como era moda), all stars pretos novos mas com um cadarço do pé esquerdo desamarrado.

- A vida é assim mesmo. - Ela então se apoiou na caixa d'água e num impulso, sentou nela também, logo ao lado dele. Ela era bem mais baixa que ele, mas os dois tinham a mesma idade.

- Mas é um saco... O tempo todo tentando superar minhas expectativas, tentando ser o que todos querem que eu seja, provar pra eles o que posso, superar tudo o que eu quero para, enfim, me ver independente deles. Tudo o que eu queria era não precisar provar nada pra ninguém. Tudo o que eu queria era fazer o que eu queria e só... - No desespero dele, sua voz se exaltou, ficando mais nervosa e alta, e então... Ela o calou com um beijo.

Ficaram assim por uns minutos, até que... Ela se afastou, olhando pra paisagem de toda uma cidade lá embaixo.

- É assim mesmo, é como eu disse, é a vida. E não adianta ficar tentando agradar os outros, muito menos se desprender de todos completamente... Na verdade, no final das contas, sempre seremos dependentes de alguma coisa.

"Se fosse só de você..." ele pensou, mas não disse. Temia por um montão de coisas. E por algum motivo, demonstrar isso estava totalmente fora de cogitação.

- Você provavelmente deve estar certa... - Ele aceitou e então, olhou pra cidade em cima e pras estrelas do céu, logo embaixo, acompanhada por aquela enorme lua redonda e brilhante.

FIM


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