And my heart is a hollow plain

For the devil to dance again

And the room is too quiet,

I was looking for the breath of a life

A little touch of a heavenly light

But all the choirs in my head sang no

Breath of life – Florence + The Machine

[...]E então, sorri para ele, como se nada importasse. E na realidade, não importava mesmo.

Fazia tempo que eu não me sentia mais viva. Faziam anos que eu não sentia.

Já estávamos todos em casa, eu havia me dirigido ao quarto, tirando minhas roupas e as deixando espalhadas pelo chão do mesmo. Estava enrolada em uma toalha, a caminho de uma ducha quente quando ouço alguém abrindo a porta. Deixei a toalha cair propositalmente no chão quando percebi que era Klaus entrando.

Prendi meu cabelo e olhei em sua direção.

–Ah, é você. Pensei que o quarto fosse somente meu. - Disse sorrindo maliciosamente em sua direção e pegando de volta a toalha que estava em meus pés. Enrolei-me na mesma novamente.

Klaus apenas sorriu, tirou sua camiseta ficando apenas com sua calça jeans. Olhando para ele me fez lembrar de coisas das quais havia me forçado a esquecer. Não conseguia me lembrar direito do seu rosto, apenas me lembrava que fora ele, ele que fez com que eu me sentisse feliz, realmente feliz. E isso havia sido à anos.

Não poderia religar minha humanidade, não poderia me forçar a ter aquele turbilhão de sentimentos, não poderia sentir tudo novamente.

Olhei para Klaus, que agora estava deitado na cama, lendo um livro. Quando percebeu que meu olhar pairava em si, ele sorriu e um arrepio percorreu por todo o meu corpo, da ponta de meus dedos, até o meu coração.

Niklaus estava realmente mexendo comigo.

Fui para o meu banho, ficando um bom tempo embaixo da água quente, deixando-a escorrer por toda a extensão do meu corpo, esperando que com aquilo, todos os pensamentos e possíveis sentimentos escorressem ralo abaixo.

Sai do mesmo, quando percebi um espessa névoa branca por todo o banheiro.

Coloquei uma de minhas lingeries preferidas, indo direto para o meu lado na cama. Klaus deixara seu livro de lado, me fitando como se eu fosse uma pintura muito enigmática.

–Vai dormir assim ?

–Claro, por que não ?

Vire-me de costas para ele, e fechei meus olhos.

–------*-------

Acordei com um leve luz adentrando o quarto, fazendo com que os meus olhos ardessem levemente. A janela estava completamente aberta e no horizonte, leves vestígios do sol inundando tudo ao seu redor com calor e claridade.

Olhei para o lado e vi que Klaus não se encontrava mais ali.

Olhei para baixo me encontrando vestida com a mesma camiseta cinza que eu havia colocado no dia anterior. O Forte perfume ainda estava presente, inundando-me completamente.

Por que diabos eu estava vestida com aquilo ?

Levantei-me com relutância, escovei meus fios de cabelo bagunçados e olhei para fora da janela.

Estava perdida na bela imagem que era New Orleans que não percebi que ao meu lado estava Klaus, com o cabelo bagunçado e molhados, com uma calça jeans preta desabotoada e ainda sem camiseta.

–Por que você colocou essa camiseta em mim mesmo ?

–Não estava conseguindo dormir com você semi-nua ao meu lado.

Eu sempre soube que mexia com Klaus, de alguma forma ou de outra.

“Ele foi seu primeiro amor, eu pretendo ser o último” ele disse uma vez. E ele disse naquele mesmo tempo em que minha vida tomou um rumo desconcertante e eu decidi abandonar todo e qualquer vestígio de sentimento que eu tinha.

Tirei a camiseta e a joguei longe. Andei em direção a porta e a tranquei.

Em segundo estava próxima de Klaus, nossos corpos quase colados, eu alternava meu olhar em seus olhos e em sua boca. A mesma estava levemente aberta e com sua respiração um leve cheiro de menta circundava em mim.

Aproximei nossos nossos rostos e foi Klaus que diminuiu qualquer distância que tínhamos.

Seus lábios tocaram os meus, suas mãos escorregaram para minha cintura colando o meu corpo ao dele. Seu maxilar estava um pouco rígido, com certo receio, e então fui eu que o fiz perder toda a tenção. Minha língua pediu passagem em sua boca e sem exitar, Klaus a permitiu.

Seu beijo estava calmo, estávamos em sincronia. Levei minhas mãos ao seu cabelos desgrenhado forçando-o mais até mim.

Em questão de segundos seu beijo havia se tornado desesperado, sua respiração estava exaltada.

Klaus me pegou em seu colo e me levou a cama. Ele me deitou com calma e se afastou, apenas para fitar meus olhos.

Algo me dizia que ele havia esperado a vida toda por aquele momento.

“Ele esperou” disse uma voz em minha cabeça.

E pela primeira vez em anos, eu me rendi aos sentimentos que teimavam em voltar para mim.

Pela primeira vez eu me rendi, total e completamente a Klaus.