When you feel my heat

Look into my eyes

It's where my demons hide

It's where my demons hide

Don't get too close

It's dark inside

It's where my demons hide

It's where my demons hide

Demons – Imagine Dragons

A lua cheia brilhava fortemente no céu, salpicado com estrelas e mais estrelas. Se eu fizesse esforço, conseguiria ouvir os uivos ao longe, na calada noite em New Orleans. Era bom estar de volta em casa, os bairros rondados por prédios e algumas lojas com os nomes em fortes cores neon. Um rapaz, com seus aproximados vinte anos, saia de um bar. Seus olhos quase se fechando, olheiras logo abaixo dos mesmos, uma chave chacoalhava em sua mão, seus passos eram firmes e seu rosto um pouco fino, a chave que ele continha em mãos caiu próximo de um dos postes que iluminavam a rua. Vi minha chance naquele pequeno ato, corri alguns metros parando bem atrás dele, eu podia sentir seu sangue escorrendo pelos meus lábios e descendo docemente pela minha garganta, sua jugular pulsava com vida e eu não me importava nem um pouco em tira-la. Ele se virou abruptamente se assustando com minha proximidade, podia sentir o medo que ele apresentava, podia ouvir o seu coração acelerado e sua respiração ofegante.

-A senhorita me assustou. - Disse ele com um sorriso forçado no rosto, tentando esconder seu pavor. Olhei no fundo dos seus olhos percebendo o quão escuros eram, assim como seu cabelo. Seria uma pena mata-lo.

-Não grite e não corra.

E foi exatamente o que ele fez enquanto exibia minhas presas para fora de minha boca, entrando imediatamente em contato com seu pescoço. Seu sangue jorrou em meus lábios, me causando alívio. Eu nunca fui o tipo de vampira que gosta de acabar rápido com sua “ presa “, gostava de saborear o máximo possível, mas o sangue deste rapaz era de um sabor inegavelmente doce, fazendo com que sua vida se esvaísse em minhas mãos. Seu corpo caiu inerte diante dos meus pés. Limpei os vestígios de sangue que continham em meu lábio inferior. Ouvi palmas detrás de mim, virei-me e deparei com Marcel me olhando com certa admiração.

-Nunca vi você terminar com alguém assim tão rapidamente.- Um sorriso largo se destacava em seu rosto.

-O sangue deste era diferente, você faria o mesmo.

Marcel se aproximou lentamente de mim e capturou meus lábios com os dele, provavelmente para sentir o gosto do sangue que ainda inundava minha boca.

-Realmente pequena Jules. Você sempre teve um bom gosto para sangue.

-Aprendi com o melhor.- E finalmente o abracei, senti falta dele, senti falta de casa.

-Vejo que voltou ao seu lar, pensei que iria se esquecer da família.

-Alguma hora eu iria me lembrar, certo? - Ele não disse nada, apenas sorriu.

-Vamos para casa, tudo bem ?

Assenti com a cabeça e partimos para casa.

-------*-------

Não era mais uma simples casa e sim um pequena mansão, situada no centro de New Orleans. Entrei sem cerimônias, foi quando todos que se encontravam no cômodo olharam diretamente para mim, e em meio a muitos pude perceber rostos conhecidos. Marcel depositou sua mão em minhas costas fechando a porta atrás de si.

-Vejo que a família cresceu. - Sorri largamente para todos que ali se encontravam.

Os vampiros estavam estáticos, bom, pelo menos os conhecidos. Me olhavam como se não acreditassem que eu estivesse realmente voltado.

Subi as escadas com Marcel em meu encalce. Me deparei com um corredor extenso e cheio de portas.

-Então... Qual o meu quarto ? - Ele me olhou, como se eu não soubesse o que teria que fazer.

-Escolha.

Escolhi o segundo maior quarto, alguém estava instalado nele, mas não me importo.

-Quem está nele ? - Perguntei olhando em seus olhos.

-Ninguém importante, ele é seu agora.

Marcel virou de costas e se foi, parei para observar o quarto que agora em diante seria meu.

As paredes eram brancas com uns desenhos em cor vinho. As cortinas eram do mesmo tom que os desenhos, a cama era de casal e tinha um banheiro só para mim.

Pela primeira vez em anos estava me sentindo bem, logo depois que desliguei minha humanidade, nada mais era interessante, nada mais importava, e ali em casa, eu sentia que isso poderia mudar. Tomei um banho quente e sai do quarto apenas com uma camiseta cinza masculina que eu havia encontrado no closet, peguei a primeira camiseta que vi e senti um forte perfume quando a vesti.

Fui em direção ao quarto do Marcel, ouvia outra voz, uma voz levemente rouca e com um sotaque bem definido. Fui ao quarto dele com o intuito de perguntar quem era que estava naquele quarto, porque bem, o rapaz tinha um ótimo gosto para perfume.

Entrei sem bater na porta e o homem que conversava com Marcel se virou em minha direção.

Era ele, não poderia ser ele.