Aquele com certeza era o nascer do Sol mais lindo que eu já havia visto em toda minha vida.

O dia passara tão rápido, só me lembrava de ter ficado no café com Dumbruck e depois estar aqui, já era outro dia e...

Nova York estava tão diferente onde estavam as pessoas?

As crianças correndo pela manhã no Central Park?

Os carros que tinham seu ruído irritante a toda hora?

- Jess! – exclamou uma voz que eu sabia que pertencia a minha melhor amiga.

- Stell! – exclamei de volta.

- Como você está, estamos todos preocupados!

- Com o que? Não vê? Estou ótima! – eu disse sorrindo e ela perdeu o semblante alegre de sempre e deu lugar a um que não gostava nem um pouco.

- Você está em um hospital Jess, você levou dois tiros e os médicos disseram que não está bom pro seu lado. – Stella me abraçou, mas eu cortei o contato.

- Como assim? – perguntei assustada.

- Oh meu Deus, Jess, você não pode desistir entendeu?! – Stella recomendou e eu me afastei mais.

- Desistir, de quê, Stella você está deveras equivocada, estou ótima, você ainda não... – eu continuaria, porém uma dor muito forte e eu cai no chão, não desacordada somente pálida e fraca. Stella foi sumindo aos poucos, mas o mais estranho era que ela não me ajudou quando cai. Aquela com certeza não era minha realidade.

...

Acordei e o parque havia desaparecido, eu estava agora num corredor, era mais parecido com um labirinto, aquele local não me era estranho e me lembrei de já ter estado ali com Danny numa perseguição.

Será que Stella estava mesmo certa, eu estava morrendo e minha vida passava diante dos meu olhos?

Eu me recusava em crer em tal tolice, Stella estava errada e era fato. Convencer-me disso é que era o grande problema.

- Jessie! O que faz aqui? Vamos voltar! – Danny disse a puxando para o final do corredor.

- Voltar de onde Danny, eu estou bem! – eu disse rindo.

- Você não está bem querida, vamos voltar, sim?! – ele continauava me puxando.

- Você sabe o que está acontecendo Danny?

- Você levou dois tiros Jess, e acho que é meu dever levar você de volta pro Flack, não acha?

- Me explica o que está havendo, por favor! – eu pedi me soltando dele.

- Não posso Jess, você vai entender! – ele disse pegando meu braço e me puxando para uma espécie de portal que havia no fim do corredor.

...

No momento depois da travessia do portal Danny não se encontrava mais ao meu lado. Agora eu estava numa igreja era muito bonita por dentro, toda ornamentada em detalhes que pareciam ser de ouro. Vitrais perfeitamente compostos, cheios de cor. Mas, o dia do lado de fora não era dos mais bonitos. As nuvens tinham um aspecto medonho e estranho.

- Jessica! – Mac exclamou entrando na igreja todo molhado, mas nem estava chovendo lá fora.

- Mac, o que aconteceu?! Você está todo molhado! – eu perguntei, mas ele só se aproximou e me abraçou.

Eu tinha a ele como um pai, quando o meu estava longe, ou quando coisas do trabalho atormentavam minha cabeça. Era sempre Mac Taylor que me ajudava.

No momento seguinte, Mac havia desaparecido dos meus braços como fumaça e eu encarei o altar. Lá estava quem eu procurei durante todo esse pesadelo, o porto onde eu poderia atracar sem medo. Era a proteção durante a tempestade, era quem eu havia escolhido pra sempre.

A igreja ainda era a mesma, porém agora estava com pétalas de rosas no pomposo tapete vermelho que existia ali no meio. Ele desceu vagarosamente o altar e veio ao meu encontro. Não proferiu uma única palavra só me guiou até o altar.

- O que está acontecendo? – eu quis saber.

- Meu amor, esse pode ser nosso último encontro e eu quero que saiba que eu te amo! – ele disse e eu sorri. – Jess, eu me arrependo tanto de não ter dito a você que eu te amo! Meu Deus, você disse isso tantas vezes pra mim e eu só pude responder você aqui!

- É o que é aqui? – eu perguntei o abraçando.

- É nossa chance Jessie! – ele disse me beijando de forma casta.

- Eu te amo – eu disse correspondendo ao beijo.

- Eu te amo muito mais! – ele disse. Seus olhos brilhavam e os meus também. Ele enxugou uma lágrima e eu o abracei.

...

Ela estava na UTI e eu a observava. Coloquei a mão no vidro, na tentativa de me aproximar dela. Sua mãe estava aos prantos no final do corredor sendo consolada por Stella e Lindsay, suas melhores amigas.

E eu ali querendo conversar com ela, ouvir sua voz mais uma vez, não há nada que eu não desse pra tê-la ao meu lado novamente. Eu sei que a guerra não estava perdida, mas vê-la sofrer era o que eu menos queria pra mim, pra ela, pra nós.

E, sim você será o único para mim. Porque ninguém pode negar esse amor que eu tenho dentro de mim. E eu darei tudo para você meu amor, meu amor, meu amor. Meu infinito amor.