Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Gnt sabemos que a expectativa esta grande com relação ao encontro do nosso querido casal e pedimos desculpas se ainda não ocorreu mais estamos planejando algo e para isso temos que esclarecer algumas coisas para não deixar nenhum fio solto.
Agradecemos a todos os comentários e pedimos desculpas por não ter respondido a todos ainda!
bjs grande.



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Por Edgar

Tomo o café da manhã sob o olhar admirado da Lurdes, eu não faço uma refeição decente há tantos dias que a peguei de surpresa. Depois do desjejum saio de casa em direção a rua do Ouvidor. Após pegar a carta de Laura no correio coloco o envelope reconhecendo sua letra, no bolso interno do paletó e me encaminho ao jornal do Guerra.

- Bom dia Guerra!

-Bom dia Edgar! Parece que está com melhor aparência hoje, demonstra até alegria coisa rara hoje em dia.

- Não brinca Guerra minhas aflições são reais, mas hoje estou feliz porque ontem encontrei a Laura na reunião dos sócios da escola que eu havia lhe falado.

- Que bom Edgar e como foi?

- Ela ficou surpresa, mas não rejeitou minha ajuda, digo mais senti até admiração nos seus olhos, fazia tanto tempo que não percebia isso nos olhos dela que a minha vontade era esquecer toda essa loucura dos últimos dias e...

- E o que Edgar?

- E abraça-la Guerra, envolver ela nos meus braços e aperta-la forte contra o meu peito e poder sentir o seu coração bater descompensado junto ao meu.

- E porque você não fez isso Edgar?

- Ora Guerra você sabe por quê... o que não me faltou foi vontade.

- Edgar vocês se amam só precisam se acertar. Mas diga meu amigo como anda a correspondência do Antônio Ferreira?

- Aqui está, chegou uma nova carta.

- Você não está curioso sobre o conteúdo dela não?

- Não sei se eu quero saber o que está escrito, estou ainda tão feliz lembrando que a Laura vai realizar seu sonho e que vou fazer parte dele e uma carta de Laura para o Ferreira pode estragar meu dia.

- Edgar inútil dizer que esse problema tem solução e eu te avisei, conte a verdade para a Laura e acabe com essa agonia.

- Correto Guerra isso já foi longe de mais vou abrir a carta e responder marcando um encontro com ela e lhe contarei a verdade.

Eu abro a carta ali mesmo no escritório do Guerra tendo o cuidado para fechar bem a porta. A medida que vou lendo sinto o olhar atento do meu amigo jornalista sobre a cada uma das minhas reações a carta é curta, porem com efeito devastador sobre mim.

Inicialmente fico completamente pálido tenho certeza, depois meu rosto ficou quente e tenho certeza que fiquei vermelho. A tal ponto que o Guerra me deu um copo com água e eu bebi de um gole.

- O que foi Edgar?

-Veja Guerra

Entrego a carta a Carlos Guerra que a lê vagarosamente que parece até que está lendo e relendo enquanto pensa.

- Então Guerra o que acha?(perguntei aflito)

- Que história é essa sobre a minha opinião, o que a Laura quer dizer?

- É por conta de algo que eu escrevi na ultima carta não tem importância, mas me diz o que você achou?

- É meu caro Edgar acho que aconteceu o que mais temia.

- O que? responda logo Guerra não vê o meu estado?

- Não lhe parece claro? a Laura está interessada pelo Ferreira, pois pensa que você está seguindo sua vida com a Heloísa, pronto falei Edgar, é isso.

Dessa vez não sei mais o que senti fiquei completamente confuso e precisava de ajuda de todas as palavras que ele falou a única que parece ter surtido algum efeito sobre mim foi a Laura estar interessada pelo Ferreira o que não foi nada prazeroso de ouvir.

- O que faço agora Guerra?

- Apresenta o Ferreira a Laura e esclarece toda situação.

- Ai Guerra, mas tem a troca de cartas e se ela se sentir traída.

- Vocês precisam conversar, pois já superaram situações piores vão superar isso também.

- Eu não sei Guerra, acho que o que eu preciso no momento é ocupar minha cabeça com outra coisa, não tem nenhuma matéria para o Antônio Ferreira fazer?

-Fugir do assunto não ira resolve-lo Edgar... tenho a matéria sobre os cordões carnavalescos, mas o Ferreira parecia tão ocupado que eu encomendei ao Paulo Lima.

- Guerra eu quero fazer essa matéria também, vai ser bom ocupar minha cabeça nesse momento.

- Edgar nunca fiz isso antes, mas devido a sua situação e nossa amizade vou fazer uma competição que vença a melhor matéria.

- Que vença a melhor!

            Após esse pedido que fiz ao Guerra não permaneci por muito tempo mais na presença de meu amigo, eu queria mesmo era deixar o jornal e ir para a minha casa e pensar um pouco, pedi essa matéria para o Guerra para tentar não pensar muito mais sabia que eu não conseguiria fugir por muito tempo e que meus pensamentos iriam permanecer com a Laura independente de meus esforços para mantê-los afastados. A minha vontade era chegar em casa e me trancar no escritório para pensar mais vejo que não será possível assim que entro em casa e me deparo com a confusão.

- Me desculpe seu Edgar, eu disse que o senhor não estava em casa e não iria gostar da invasão mais ela não me escutou e disse que iria espera-lo aqui na sala.

            A Melissa vem ao meu encontro para me dar um abraço e eu envolvo a minha filha nos braços apesar de estar com a cara de poucos amigos tento suavizar perante ela que não tem culpa de nada.

- Sim Lurdes eu me entendo com essa senhora, por gentileza leve a minha filha lá pra cozinha e de a ela um pedaço daquele bolo que você me serviu hoje cedo a Melissa adora.

- Sim senhor, com licença.

            Assim que eu coloco a Melissa de volta ao chão a Lurdes a pega pela mão e depois de lançar um olhar de reprovação a Catarina se dirige a cozinha.

- Que empregada mais abusada Edgar, você viu o olhar que ela me lançou? Isso sem falar na forma como ela me tratou quando eu cheguei aqui como se eu fosse uma qualquer...

- A Lurdes tem ordens para receber bem as pessoas que são bem vindas por mim nesta casa.

- Meu Deus Edgar, precisa falar deste jeito comigo? Acaso a mãe da sua filha não é bem vinda à sua casa?

- Eu já disse uma vez, mas não me importo em repetir, não Catarina você não é bem vinda nesta casa, a minha filha e somente ela será bem recebida quando aqui vier.

- Tudo bem Edgar não precisa me tratar desse jeito, sempre nos tratamos de forma civilizada que bicho te mordeu hoje?

- Quantas vezes vou ter de te dizer que não quero que venha na minha casa?

- Calma Edgar desta vez eu não pude evitar, a empregada esta de folga e eu preciso ir até a modista não tem quem fique com a menina.

- Ótimo ela já esta aqui agora você pode ir embora.

            Eu falo irritado apontando em direção a porta enquanto ela se quer faz menção de se levantar do sofá.

- Tudo bem Edgar não precisa repetir eu já vou... mas antes queria lhe fazer um pedido não teria como a Melissa dormir aqui esta noite? Ela anda com tantas saudades do pai, você quase não tem ido visita-la.

- Ela esta com saudades ou você tem planos para essa noite que não inclui ficar cuidando da filha.

 - Ora Edgar não tenho plano algum, você sabe que desde que a Melissa nasceu eu não faço outra coisa se não dedicar todo o meu tempo a ela... foi por pouco que eu retomei a minha careira lírica e ainda assim não venho dedicando o tempo necessário para a minha ascensão aos palcos, temo até que minha carreira nunca será como antes.

- Então eu facilito as coisas pra você Catarina, pode ir pra casa despreocupada.

- O que quer dizer com isso Edgar?

- Quero dizer que a partir de hoje a Melissa passará a morar comigo, você terá tempo de sobra para dedicar-se a sua carreira!

- Não precisamos de uma atitude tão brusca Edgar, a menina não me atrapalha em nada eu...

- Como não Catarina, você acaba de dizer que não dedicava tempo suficiente a sua carreira.

- Não foi isso que eu quis dizer Edgar... eu nunca vou conseguir me afastar da Melissa eu...

- Já esta decidido Catarina mande a empregada preparar as coisas dela que amanhã mandarei buscar.

            Após a saída da Cataria eu bato forte com a porta tentando por pra fora um pouco da minha raiva, ela sempre conseguia me tirar do serio com essas insinuações de que a Melissa era a responsável pelo seu fracasso, como se eu não soubesse quão desleixada ela era com os cuidados da filha, já estava mais do que na hora de eu tomar uma atitude a respeito e tomar as rédeas da criação da minha filha... 


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