Behind Our Blue Eyes escrita por themarilyn


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Como eu não avisei no início, aviso agora: esse é o último capítulo, é '-' Espero que tenham gostado, e obrigada sempre pelos lindos reviews.



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Toda a mudança já estava no novo apartamento. A maioria dos objetos acabava de chegar e se aglomeravam em caixas na sala. Os móveis estavam igualmente embalados com plástico; alguns novos e outros trazidos da casa dos pais.

"Er, eu não queria atrapalhar a pegação alheia, mas nós temos muita coisa para arrumar na nossa casa. Sozinhos.”

"Credo, estão falando como se estivessem casado..." Daniel se levantou das pernas de Tom enquanto o loiro ajeitava a blusa amassada e embolada até quase a altura do peito. "... E agindo também" o moreno sardento terminou o pensamento com um sorriso desgostoso para os dois que, à sua frente, dividiam o peso da última caixa da mudança. Dougie fazia caretas invariáveis e sua franja grudava na testa pelo suor, suas pernas pareciam trêmulas enquanto Harry olhava sério para Daniel esperando uma resposta - ou qualquer desculpa, na verdade - para seu comentário; quem prestasse a atenção na força aplicada pelos braços do moreno imaginava que aquela caixa estava repleta de rolos de papel.

"Dan, ele tem razão, a gente tá atrapalhando" Tom se levantou por fim depois de arrumar o cabelo, pegou Daniel pelo pulso levando-o até a porta da cozinha "E eu nem quero pensar que daqui a pouco Dougie vai ter a coragem de pedir para que ajudemos" Tom já havia aberto a porta e esperava o moreno o acompanhar.

"E fazer vocês ficarem enfurnados aqui por mais tempo?!" Dougie rebateu incrédulo ao arregalar os olhos, como se só o pensamento já o assustasse.

"Nunca pensei ouvir isso de você, Poynter" Daniel disse indignado, trazendo a maçaneta para si do lado de fora.

"Boa sorte, garotos." Tom pôs a cabeça no espaço ainda aberto da porta, abrindo aquele seu sorriso de covinha. "Apesar de tudo, a gente ama vocês" o loiro riu e então a porta se fechou e só o que se podia ouvir eram os ecos da voz de Daniel resmungando e então Tom chamando-o para um café.

Dentro do apartamento o baque da caixa no piso de madeira ecoou por todo o lugar. Dougie e Harry se jogaram no sofá ao mesmo tempo e reclamaram juntos quando o plástico colou imediatamente em seus braços suados.

Um instante se passou e ambos estavam com suas cabeças jogadas para trás, os dois olhos azuis escondidos por de trás das pálpebras cansadas após um dia inteiro de trabalho, literalmente, doméstico.

"Está ouvindo isso?" Harry perguntou ainda sem se mover.

"Não"

"Pois é" Harry sorriu e o simples calor que irradiou do corpo do maior atingiu o corpo de Dougie do jeito que nenhuma outra sensação fazia. Literalmente aquecido, protegido... Completo. Esse sentimento despertou Dougie, que logo percebeu que Harry já havia se movido tão sutilmente que passara despercebido pelo loiro.

Afinal, o calor ainda estava ali; ainda o atingia. Harry, definitivamente, não podia ter ido muito longe.

O mais velho estava sentado no braço do sofá, os pés na única almofada descoberta e o corpo virado diretamente para o de Dougie. O sorriso estava ali; parecia moldado ao rosto, como uma expressão normal, quando estava na presença do loiro. Era quase uma reação automática sorrir e se sentir inteiramente leve e satisfeito.

Os dois se olharam daquele jeito; o azul de um contemplando o profundo oceano do outro; o brilho que se somava; qualquer declaração ali quebraria a conexão inexplicável deles. Ou não, umas vez eles nunca se atreveram a fazer isso. Afinal, eles tinham certeza do que se passava na mente do outro porque ambos desfrutavam dos mesmos pensamentos.

Ambos compartilhavam a sensação de que não havia outro lugar no mundo onde pudessem estar naquele momento a não ser naquele sofá, no novo apartamento olhando para aqueles olhos azuis.

"Agora começa uma nova vida" Harry anunciou quando Dougie se ajoelhou e apoiou-se em suas pernas.

"Agora começa a nossa vida" Dougie frisou forçando-se entre as pernas de Harry e se escorando as duas mãos no braço do sofá ao lado do corpo de Harry.

"Céus, estamos mesmo falando como um casal!" Harry riu ao arregalar os olhos e de repente surgiu um brilho no olhar de Dougie que, de início, Harry não compreendeu.

Só fez sentido quando sentiu a respiração de Dougie falhar e um arrepio passou pelos braços próximos de Harry.

 

Então ele percebeu que ainda estava sorrindo e que o sorriso de Dougie acabava de dobrar de tamanho, se é que era possível a plenitude do loiro aumentar. Enfim Harry entendeu que era isso que Dougie queria. Era isso que os dois queriam.

Harry apertou suas pernas entorno do corpo de Dougie e apertou suas mãos na dele. O mais novo por sua vez, inclinou-se ao mesmo tempo em que Harry e suas testas se encontraram, apoiando-se enquanto as respirações rápidas chocavam-se, rápidas e ansiosas.

Foi Harry que transformou o ato de respirar em segunda prioridade, pois quando os dois lábios se tocaram foi como se oficializassem o lugar deles no mundo. Eles já faziam idéia de onde era, mas nunca imaginaram que estava tão próximo, nem o quanto ansiavam em confirmá-lo.

O beijo se aprofundou quando Dougie se aproximou mais e abraçou a cintura de Harry enquanto este se perdia nos fios loiros entre seus dedos.

Aos poucos, a ausência de ar afastou os dois alguns centímetros para que suas testas voltassem se encontrar; o brilho de cada guardado para si.

"E o que somos afinal?" Dougie questionou entre um suspiro e outro enquanto tentava voltar sua respiração ao normal.

"Somos nós dois, só isso."

E o brilho revezou entre os azuis, nunca deixando os dois olhos. Apenas completando aquela profundeza compartilhada.

 

FIM


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