Além Das Fronteiras escrita por Shizzu


Capítulo 4
Destinada




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Logo depois que retornei com o general,ainda não tinha o conhecimento de seu nome. O sol já havia se recolhido,a lua já pairava no céu,com sua exuberância a se exibir,so não tanto quanto as estrelas que já se posicionavam num perfeito ângulo,pronto para serem admiradas. Ao voltar,notei que as já haviam se feito alguns acampamentos,havia uma enorme fogueira no centro,e em volta alguns soldados fazendo reparos em seus equipamentos,não haviam muitos transeuntes na área.

- Onde estão todos?

- Preparando-se...

- Para a viagem?

- Não só para a viagem......

- Para o que mais seria?

- Entenda que não é apenas uma viagem de expedição,a qual vamos explorar lugares,e ter novas experiências.... É muito mais que isso,estamos prestes a enfrentar a pior e talvez a maior guerra de todos os tempos,temos que estar atentos e preparados para tu-do!

Após um silêncio,Tittania perdeu-se em seus pensamentos,imaginando o que poderia encontrar dali em diante....... Mas logo foi desperta,ao sentir o seu toque,de leve,ele segurou sua mão com a mesma leveza,a ergueu alguns centímetros a cima,em seguida a acolheu com as duas mãos,segurando-a firmemente,fazendo os batimentos de Tittannia dispararem um pouco.

Aquele olhar,aquele olhar,perguntava-me o quão fundo era capaz de penetrar.Perdia noção de tudo e qualquer coisa,ao ser atingida por determinado olhar,me sentia tão vulnerável e tão segura ao mesmo tempo. E ao abrir a boca,prestes a proferir suas palavras,atraía automaticamente minha visão para sua boca,o que me fazia ficar fora de mim.

- Não se preocupe. Eu trouxe-lhe até aqui,e carregarei comigo a responsabilidade de mante-la viva! Cuidarei com minha própria vida da sua. Isso..... é uma promessa que faço a você – Segura suas mãos mais forte

Tittannia não sabia o que responder,palavras fugilhiam-lhe a boca,nas horas que mais eram precisas,mas não podia deixar que o silêncio a entregasse....

- Não! Perdoe-me,mas.... tal promessa é desnecessária!

- Não,não és. Tive o compromisso de faze-la juntar-se a nós,tenho que ter o compromisso de mante-la viva

- Sim,deveras eu vos digo,que minha vida,posso muito bem defende-la,por ela também  tenho o prazer de lutar,é meu dever,não peço que a carregue como responsabilidade alguma

- Sim,compreendo,é dever de um guerreiro ser capaz de proteger-se. No entanto,peço-lhe que  deixe-me desfrutar da honra e do prazer que terei em protege-la. Ou por acaso não me achas capaz disto

- Hum? Ah,na-não! Que-quer dizer,claro que sim! Mas......

Seu olhar voltou-se ao chão,perdendo o brilho determinado que possuía,e de repente a nobre Tittannia,não parecia tão nobre assim,sua expressão assemelhava-se a de uma mera serva cumprimento seu dever...

- Perdoe-me,mas...... não me acho digna de ter a vida cuidada,pelo....senhor

- Hum..... não se achas digna? Por que? Poderia dizer-me a razão

Procurava uma razão,uma explicação  que justificasse o por que de não ser digna de sua proteção. Mas os únicos motivos que tinha,eram as diferenças,um nobre general e chefe de exército,que já havia explorado inúmeros lugares,culto,que já havia provado de todas as culturas.... E eu..... eu...... o que seria exatamente eu? Uma simples caçadora,que nunca almejou nada,não obteve muitas conquistas,nem ao menos cruzou fronteiras,nunca saíra do lugar onde nasci. Uma caçadora que so é reconhecida por suas habilidades e nada mais,que até seu sobrenome renega. Ter a vida por ele cuidada,seria uma vergonha.... No entanto,algo me dizia que tais motivos não seriam válidos ao seu ver.

Então....... limitei-me ao silêncio.....

- Hum,vejo que não tens resposta. Ou não a julga digna de ser dita.

Permaneci com a cabeça baixa,nem sua face tinha coragem de encarar.....

- Bom,a promessa foi feita por mim,cabe a mim cumpri-la ou não. Mesmo que se considere indgna de minha proteção,tenha em mente minhas palavras.... Não deixarei de modo algum que corra perigo,e se correr,garantirei que sobreviva custe o que custar!

Pude notar que meu corpo inteiro tremeu neste momento,nunca pensei que simples palavras podessem causar reações tão inesperadas,nunca as tinha sentido. Era algo que fugia ao meu controle,era justamente por isso,que temia o desconhecido. Quando não se conhece algo,não sabemos como lidar,logo fogem ao nosso controle,e o que menos poderia admitir,era perder o controle de algo,principalmente de mim mesmo. Não arrisquei encara-lo,nem dizer nada,permaneci onde estava,na mesma posição,tal como uma estátua,qualquer movimento em falso poderia transformar-se em desastre.

- Está tarde,creio que passará a noite conosco

- Pa-passar a noite?

- Sim,não podes retornar hoje,a noite já caiu,as estradas são perigosas e traiçoeiras

- Mas não é muito distante

- Mesmo assim,não deixarei que vás sozinha,e no momento acredito que não há ninguém que possa acompanha-la,e eu..... infelizmente não posso abandonar meu  posto.

- Entendo.... Mas...

- Mas nada! Dormirás aqui conosco,e amanhã logo ao amanhecer iremos para  Ilha Andassol

- Ilha Andassol? O que tens a fazer lá?

- Ora, irei falar com o chefe de guarda de lá. Se não me falhas a memória,Vandrill é seu nome,não?

- Por certo,mas...... se me permite perguntar....... o que exatamente pretendes falar com ele?

- Pedir permissão

- Permissão? Para que?

- Oras,se vais aliar-se a algum regimento,ou tropa,tendes que ter a permissão do chefe de guarda de vossa cidade

- Ah,perdoe-me a ignorância

- Não precisa desculpar-se por algo tão banal. Não são todos que tem conhecimento a respeito disto. Você nunca fez parte de tropa alguma,até onde sei,és normal que lhe falte algum conhecimento,porém,nada que não obtenhas com o tempo e experiência,e....... um bom tutor,que se permitires,posso me canditar a tal cargo

Novamente o silnecio instaurou-se

- Fale com Tanna,ela com certeza lhe acolherá,e lhe indicará um bom quarto na hotelaria

- Hotelaria?

- Sim....

- Mas.... achei que fosse ficar no acampamento com todos

- Ah não..... estes acampamentos são feitos para aqueles que necessitam de cuidados especiais,devido a batalha de ontem,você sabe...... Bom,queria guia-la até lá,mas ainda tenho coisas pendentes aqui,você.....

- Ah sim,sim! Estou apar do caminho

- Então....... tenhas uma boa noite! Descanse caçadora,amanhã será um importante dia..

- Uhun

Após tomar uma direção,antes que pudesse dar o primeiro passo,foi interrompido ao ter seu braço puxado levemente por Tittannia,que ainda não o encarava....

- Algum problema?

- Obrigado!

Mesmo sem encarar sua face,era possível notar-se o esforço que Tittannia fazia ao falar.....

- Não tens que agradecer nada,eu que tenho que agradecer-lhe

- A mim? – o encara espantada

- Sim,a você!

- Po-por que?

- Bom,isso saberás mais tarde,agora acho melhor que vá se deitar

- Si-sim!

- Boa noite

- Boa noite

Na manhã seguinte ainda me sentia meio desorientada,em um dia apenas,havia acontecido tantas coisas,que não esperava viver em meses. Deitada ali,naquela confortável cama,envolta de um aconchegante cobertor feito de algodão.Enquanto olhava para o teto,ficava imaginando  que daqui algum tempo,saíria dali,deixaria o lugar onde havia nascido,crescido,não tinha uma meta estabelecida no entanto,se tivesse,essa não seria uma delas....

Logo meus pensamentos foram interrompidos,pela doce e afável voz de Tanna,que já me induzia a levantar-me

- Bom dia nobre caçadora!

Suas palavras me deixavam sem jeito,poderia ser de tudo,menos nobre. Apesar de pouco conhecer-lhe seu jeito acolhedor e simpático de ser,tão naturalmente me cativava. Esse jeito doce...... lembrava-me a Aléxia.  Presumo que não a tenha apresentado da maneira correta. Alexia além de trabalhar para Vandril no Castelo Sindorei,levando e trazendo recados,convocando soldados...... é uma amiga,na verdade,mas que amiga,tenho a ousadia de dizer que a considero uma irmã,a qual nunca tive. A conheço desde que era apenas uma criança,por ela já fui muito repreendida,ela sempre considerou-se minha irmã mais velha,e creio que sempre tirava proveito disso. Em todas estas vastas terras,posso afirmar que se há uma pessoa a quem confio,é ela! Porém,és a única.

Retomando minha agradável manhã,correu tudo bem,fui conduzida a uma farta mesa,cheia de guloseimas locais,as quais deliciei-me abundantemente. Notei o olhar de Tanna muito preso a mim,como se estivesse preparando uma lista de perguntas em sua mente,a espreita,pronta para executa-las. Parei o o garfo em frente a boca,e o coloquei de volta ao prato,respirei fundo,e da maneira mais sultil que pude,dei a oportunidade que tanto queria..

- Queres por acaso perguntar-me algo? Sinta-se a vontade

Não houve sequer tempo a pensar,as palavras já estavam ali de prontidão a sua boca,como havia presumido.

- Bom,é...... Sinto-me meio envorganhada de importuna-la com tal pergunta.....

- Não há vergonha em tirar uma dúvida,seja lá qual for..

- O que há entre você  e Aron?

Não esperava tanta sinceridade,suas palavras haviam sido tão diretas quanto uma flecha acertada no peito ao mínimo de distância. Não fazia idéia do que responder,meu vagaroso cérebro tentava decifrar aquelas palavras,ou ao menos tentar entender o por que daquela pergunta,se essa fosse sua dúvida, algo a fez pensar em tal suposição,alguma ação minha,uma reação não tão disfarçada,não havia nada tão perceptível assim,mas o suficiente para Tanna perceber. E se fora da parte dele? NÃO! Mas o que é isso? Claro que não podia ser de sua parte,onde estava com a cabeça,e agora? E se ela tivesse compartilhado sua suposição com mais alguém? E se fora algum teste para com minha reação?Tinha que ser cautelosa neste momento,não tinha muito tempo para elaborar uma resposta. Mas o que dizer? Não gostava das palavras,elas sempre se voltavam contra mim,eram traiçoeiras.

Minha expressão permanecia inalterada,por dentro...... sabe se lá como estava,um campo minado,onde saem explodindo tudo,isso me impedia de pensar com cautela.

- Po-por que a pergunta?

- Hum,curiosidade somente. Mas se não quiseres responder,tudo bem. Compreendo que tenhas que manter a sua privacidade e a dele também  - dá uma leve risada maliciosa

Como assim a minha privacidade e a dele?! Isso...... se deve aos casais não? Oh meu Deus! Um ca-casal? Será que era isso que ela pensava de nós! Não! Pelos Sindorei! Não poderia deixar que sua suposição evoluísse para uma afirmação,de jeito algum!

- NÃO!

- Hum?

- NÃO TEMOS NADA,ABSOLUTAMENTE NADA,NUNCA TERIA NADA COM AR---- Com o senhor Aron – abaixa a cabeça – isso......... isso....... seria algo impossível

Alguns segundos depois,ao erguer meu rosto,deparo-me justamente com quem menos queria encontrar naquele momento...... Aron! Ali,de pé diante mim,com uma expressão séria,a qual ainda não havia presenciado,o seu doce sorriso havia sumido de seus lábios,queria sair correndo,ou simplesmente,sumir! Mas isso não me era cabível no momento.

- Se-senhor Aron!

O fiz uma intensa continência,creio que bati o pé forte demais ao chão,não tinha controle de minhas ações. Ele respondeu a continência,ainda sério,como se estivesse cumprimentando um soldado qualquer em campo de treinamento.

- Prepare-se partiremos daqui a pouco. Já mandei avisarem Vandril de nossa chegada. Aguardarei lá fora

Após outra fria continência,se esvaiu do local. Suas palavras,sua expressão,não chegaram a ser rudes,antes fosse isso. A frieza de seu olhar,a  indiferença de suas palavras,aquilo me feria brutalmente.

- Perdoei-me Tittannia

Falou com a voz trêmula Tanna

- Ora,não há o que perdoar!

Afirmei disfarçando um sorriso

- Não! Peço-lhe perdão,não queria causar tal situação,imagino o quão desconfortante fora isso,peço lhe perdão

Tanna chegou a inclinar-se um pouco,mas antes que seus joelhos tocassem o chão,segurei sua mão,a olhei nos olhos,e numa tentativa de transparecer carinho,disse-lhe:

- Está tudo bem! Creias em mim. Não há necessidade de pedir perdão,foi um incidente,algo que não se prevê,abstenhas-se de toda culpa,pois não a tem! Agora tenho que ir,obrigado pela refeição,e pela estadia,em todos Reinos do  Leste,tenho certeza que não haverá nem daqui a cem anos,Hotelaria tão boa quanto esta. Até logo

Tanna nada respondeu,apenas balançou a cabeça afirmamente

Retornei ao quarto e recolhi meu equipamento,ao sair encontrei Aron conversando com outro general próximo a estrada,sua expressão parecia mais alegre que antes,aquilo deu-me um certo alívio. Caminhei em sua direção,ao me ver,finalizou rapidamente sua conversa com o tal general. Esperei que ele chamasse algum mestre de vôo para nos levar,porém não o fez. Apenas caminhou em direção a estrada,e fui em seu encalço,mas a uma certa distância. Como esperado,o silêncio prevaleceu. E assim caminhamos por alguns metros,o fato de estar um pouco atrás,dava-me a vantagem de aprecia-lo sem que me visse. E após alguns minutos de caminhada,ao chegarmos no meio da ponte que separava Ilha Andassol de Asa do Falcão, ele subitamente parou,logo permaneci exatamente no lugar onde estava,esperando alguma ação de sua parte. Pensei que havia feito uma pausa para descanso,embora,tenhamos andado pouco. Mas não,ele simplesmente,virou seu rosto (não por completo) em minha direção,de relance apenas,mas sem mecher o resto do corpo,e mesmo parecendo meio receioso com as palavras,ainda sim,arriscou dita-las..

- Há algo de errado comigo?

- Hum?

Não esperava ouvir tal pergunta,admito que fiquei extremamente espantada. No entanto,procurei agir com mais cautela,já dominava um pouco mais as palavras.

- Perguntei se há algo de errado comigo?

- Não senhor! Claro que não,és um nobre,e um exemplo a ser seguido! É reconhecido por todos,possuis habilidades únicas,já liderou inúmeras batalhas por nós,seu nome certamente que ainda será lembrado como um verdadeiro lendário!

Voltou a erguer o rosto para frente.

Não sabia que efeito aquelas palavras haviam tido sobre ele,no entanto,creio que tenha  sido o melhor que pude dizer naquele momento.

Após alguns segundos de silêncio e aflição,ele voltou a virar-se em minha direção,da mesma forma que antes,apenas de relance,e mesmo de forma lateral,pude ver o pequeno sorriso que se formara no canto da boca. Me pergunto o que aquilo quis dizer,de toda forma,teria que ser algo positivo. Me abstive da aflição um pouco,mas permaneci na mesma posição,prefiri não arriscar nada. Não foi preciso,logo ele caminhava em minha direção,meus olhos logo se voltaram aos seus,o que me fez arfar um pouco,desviei o olhar o mais rápido que pude. Meus pensamentos só se voltavam para controlar a respiração.

Ele parou diante mim,há poucos centímetros de distância,depois ficou lado a lado comigo,e ergueu o braço em uma daquelas posições elegantes que os rapazes fazem na tentativa de entrelaçar seu braço com o da moça,ao acompanha-la. Fiquei em dúvida no que fazer,aquilo era uma alta demonstração de elegância e sofisticação,nada além do que se era esperado de um nobre como ele,e além de tudo,muito educado. Recusar-lhe seria uma completa desfeita,mas tinha medo do que aquele ato elegante poderia provocar. Estendi o braço em direção ao seu,mas antes que pudéssemos entrelaçar-nos, veio-me a memória,a suposição de Tanna. Se apesar do pouco contato,já gerara tamanha suposição,imagine se nos vissem em tal situação. Recuei o braço ao mesmo tempo em que abaixava a cabeça.

- Há algo de errado?

- Hum? – ergue a cabeça – Não,não é isso....

- O que é então?

- Não é nada,é so que...... – volta o olhar ao chão – se nos virem assim.....

- Ah! – recua o braço rapidamente – Já entendi! Perdoei-me a indelicadeza

Notei que seu rosto corou um pouco,ele estava constrangido. Mas por que? Se alguém deveria estar constrangido,esse alguém  deveria ser  eu!

- Indelicadeza? Por que achas isso?

- É,fui indelicado,ao tentar acompanha-la de braços dados,sendo que por certo já deves ter um acompanhante

- Acompanhante?

- Sim! Um...... companheiro

- Ah não,luto sozinha,não participo de regimentos,nem tenho companheiros

- Digo companheiro pessoal

- Hum? – continuava sem saber do que ele estava falando

- UM NAMORADO!

O tom elevado de sua voz,porém não rude,mas sim,direto! Fez-me dar um passo para trás,e corar rapidamente.

- Co-como assim namorado?

- Ora Tittannia! É claro que deves ter alguém,bela deste jeito,impossível que não o tenha

Sim,isto era verdade,Tittannia possuía uma beleza capaz de atrair qualquer olhar,seja de admiração,de desejo,ou de surpresa..... Com sua pele branca e macia,seus longos cabelos loiros,lisos,não chegavam a dar uma volta sequer,seus olhos verdes cor de esmeralda,sua boca,tão convidativa boca,de cor rosada,carnuda mas na porção certa,não tão pequena e não tão grande. Seu nariz afilado,sua postura era naturalmente elegante,mesmo não tendo sido educada por nobres,possuía uma delicadeza única em cada movimento seu,sua cintura era fina,e seu corpo na exata proporção. Seu sorriso apesar de pouco executado,era algo exuberante,Tittannia arrancava muitos  suspiros por aí,principalmente em combate,concentrada,com o olhar focado em sua presa,segurando o arco na exata posição,poucos a presenciaram em batalha,mas os pouco que o fizeram,surpreenderam-se. De aparência doce e sutil,mas de personalidade determinada,Tittannia era almejada por muitos,embora nunca tenha dado atenção a este tipo de coisa,em sua lista de prioridades,isto provavelmente estaria em último lugar.

- Então......... não tens ninguém?

Balancei a cabeça negativamente

Não ousei erguer o rosto novamente. Aos poucos pude sentir seu calor mais próximo,e mais próximo,até ter meu corpo quase totalmente aquecido,aquilo não era bom,distância,precisava de distância,mas meus pés não se moviam de forma alguma,nem sequer para recuar um ou dois passos atrás..... Logo suas mãos tocaram meus ombros,o suficiente para fazer meu coração disparar,suas mãos lentamente desceram para os meus braços,até tocarem as minhas mãos e segura-las firmemente. Suas mãos eram quentes,aqueciam as minhas,e seu toque as faziam parar de tremer automaticamente. Após poucos segundos,tomei a iniciativa crucial......... ergui o rosto o mais lentamente que pude,mas sem qualquer aproximação,não foi necessário,antes que pudesse abrir os olhos para encarar seu rosto,já sentia o toque de sua boca,mais quente que suas mãos,num ato impensado,o dei passagem,e antes que percebesse sua língua já explorava cada canto de minha boca,tinha receio de explorar a sua. Mas isso logo se esvaiu,quando senti suas mãos cercarem a minha cintura,neste momento,ergui meus braços em volta de seu pescoço,tocando-lhe levemente os cabelos macios que esvoaçavam entre meus dedos,logo não eram apenas suas mãos que estavam em volta da minha cintura,mas os seus braços,e o corpo todo,não havia distância alguma entre nós,não havia “eu e você”,mas sim nós! Pela primeira vez tinha meu corpo entrelaçado em outra pessoa,mas aquilo me soava tão natural. Sentia-me tão confortável,segura,aquecida em volta de seus braços,uma sensação inexplicável,não conseguia pensar em nada,apenas não queria sair dali,queria permanecer ali,cercada por seus braços,aquecida por seu corpo e presa por seus beijos..

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