Além Das Fronteiras escrita por Shizzu


Capítulo 1
Em Território Desconhecido




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/386455/chapter/1

– Tittania! Tittania!

Pobre Alexia,sempre encarregada dos trabalhos mais difíceis,convocar soldados e representantes...

De aparência humilde,com seus cabelos longos e loiros presos em uma arrumado rabo de cavalo,com seu vestido longo de cor neutra,Alexia encantava a todos com seu jeito humilde e simplório de ser. Lá estava ela,polindo seu arco,como de costume,isolada em uma colina,adorava a vista que de lá tinha.

– Ah,pelos Sindorei! Achei que não fosse lhe encontrar!

– Para que tanto desespero?

– Vandrill está convocando-lhe imediatamente a Torre de Varghl

– A mim? Justo agora? O que queres?

– Não sei,a mim não é confiada estes assuntos,minha tarefa limita-se em convocar-lhe apenas. Peço que vá logo,sabe que Vandrill não gosta de esperar

– Sim,sim,avise-o que ja estou indo

Após polir seu arco,recolher suas flechas,vestir sua devida armadura,prefiriu deixar seu Falcodrago descansando,afinal,não haveria de ser tão importante o assunto a tratar com sua Autoridade.

O Castelo Sindorei,era simplesmente uma das maiores referências da Ilha Andassol,eram lá onde treinavam os soldados sindorei( que eram responsáveis pela Guarda da Ilha) Alguns ficavam responsáveis somente pela segurança,outros,os melhores pode-se assim dizer,eram convocados para batalhar em terras além. Tittannia,rendeu-se ao espanto de ser convocada justamente por Vandrill,que era simplesmente o chefe de todos os guardas que ali residiam,o que haveria de querer um tão renomado homem,com uma simples caçadora?

Tittania,apesar de suas exacerbadas habilidades,não fazia parte de nenhum exército,ou guilda,nem regimento,não por não merecer,Tittania sozinha podia tranquilamente dar conta de cem soldados sindorei de nível médio,mas não almejava sequer fazer parte dos iniciantes,nem das tão sonhadas tropas que representavam com suas enormes espadas e com suas proprias vidas,o nome dos Horda!

– Tittania?

– Sim?

– Ja pode entrar,o capitão Vandrill a aguarda

Tittannia não expressava gentileza,nem educação,não proferia muitas palavras,so as usava quando se era necessário,sorrisos,eram raros,e mais raros ainda aqueles que tinham o privelégio de ver.

Sua sala era ligeiramente acolhedora,apesar do amplo espaço vago,com sua mesa extensa que ía de ponta a ponta do cômodo,atrás de seu "trono",uma janela com ampla vista privilegiada,talvez a mais exuberante de toda Ilha Andassol! Como ja se era esperado do chefe dos guardiões sindorei,possuía uma educação um tanto quanto inconfiável,um olhar misterioso,que por mais franco que suas palavras sejam,ainda sim,permaneciam um enigma por de trás de tais palavras. Sua sutileza era agradavelmente um charme,o qual tirava bom proveito para conseguir seus objetivos,porém,nada que surpreendesse Tittannia,ou que provocasse uma reação anormal.

– Ora,ora! Se não és a tão falada Tittannia!

Ao pronunciar seu nome,pode-se notar uma certa ênfase!

– Sim? Gostaria de saber o por quê de ter sido convocada,sem querer ser indelicada,peço que seja breve

– Calma minha querida,asseguro-lhe que logo terás sua curiosidade satisfeita!

Vandrill levanta-se de sua cadeira,caminha em direção a Tittannia,que continua com a mesma expressão,ou seja,sem expressão alguma,enquanto ele percorre os olhos sobre toda a beleza encatadora de Tittannia,seus olhos continuam presos ao chão.

– Soube que voltaste de uma longa viagem...

– Não tão longa assim,o senhor deve saber que não ultrapasso a fronteira da Ilha

– Entendo,porém não compreendo,diga-me Tittannia,com tais habilidades que possuis,por que não,dar-nos o prazer de trabalhar conosco,servindo-nos,seria uma imensa satisfação,pelo menos de minha parte

– Creio que ja os sirvo senhor,minha vida toda está nas mãos dos Horda,luto por nossa honra,e os sirvo com todo meu vigor

– Sim,sim! Porém,arrisco-me a dizer,que não és o suficiente

– Como não? Mais do que minha vida,e minha morte,não posso nada oferecer-lhes

– Suas habilidades como disse,empreste-nos,por que não aceitas minha proposta? Venha servir nas tropas de batalha,e lutar conosco e defender nossa honra contra outras nações,terei eu mesmo o prazer de treina-la

– Bom,agradeço a tentadora proposta,e sinto-me extremamente privilegiada de recebe-la justamente de quem a recebo,no entanto tenho o desprazer de recusa-la,não peço que tente compreender os motivos disto,mas peço-lhe perdão! Embora,tenha certeza que haverá por aí,muitos com mais habilidades que eu,que por certo terão o prazer de aceitar tal proposta

– Tittannia,você é realmente,s-u-r-p-r-e-e-e-n-d-e-n-t-e!

Tittannia arrisca encara-lo por um instante,mas desiste

– Novamente,peço-lhe que me perdoe,e se fores somente este o motivo da convocação,peço licença para retirar-me

– Hum,tudo bem,por hora,estás dispensada,mas não pense que desestirei de você minha cara,ainda terei o prazer de "doma-la"

Ao pronunciar tais palavras,estas sim,provocaram uma reação em Tittannia,reação de repulsa,a qual fez trincar os dentes

– Porém! Quero que efetue uma rápida tarefa para mim,acho que és a pessoa exata a quem devo confiar tal tarefa

– Agradeço-lhe a confiança,concretizarei qualquer que seja

– Hum...

Vandrill retorna a sua mesa,e puxa uma gaveta,e retira um envelope,de aparencia importante,como daquelas cartas que se entregam aos nobres,o que havia la dentro,so os sindoreis saberiam.

– Sua tarefa será entregar esta carta a tenente Sandría,ela está na ponte entre Andassol e a cidade Asa do Falcão

– Sim senhor,a farei o mais rápido possível,e garantirei sua chegada sem qualquer imprevisto

– Se tiver,ja sabe......

– Não haverá! Meu dever é evitar que não haja senhor,com sua licença

– Pode se retirar

E após uma continência,Tittannia retira-se com a nobre e misteriosa carta em mãos

–---------------------x------------------------------------------------------x----------------------------

A missão era simples,entregar uma carta a uma mulher,aquilo nem me inspirava vontade de lutar,queria eu ter deixado meu arco e minhas flechas em casa,mas uma caçadora nunca sai desprevenida. Achei melhor dar um dia de descanso ao Falcodrago,que ja havia me ajudado bastante na última missão.

O caminho foi calmo,como sempre,as estradas com seus guardas,alguns magos procurando missões,outros ladinos buscando suas recompensas,e alguns sacerdotes descansando em suas casas. Não haviam muitos caçadores,nem Guerreiros,nem Paladinos,muito menos Bruxos em Andassol,estes ja faziam parte de alguma tropa,e residiam em terras muito mais distantes.Creio eu que sou a única caçadora restante aqui,motivo pelo qual,os chefes de guarda tentam de todas as formas forçar-me indiretamente a me unir a eles,o que não desejo de forma alguma.

O dia estava realmente lindo,calmo,a ponto de se ouvir o sussurrar das aves em seus ninhos,não faltava muito para chegar a tal ponte,o que provocava-me um pouco de receio,não gostava de efetuar missões próximas a fronteira,mas de toda forma,era meu dever servir-lhes.

Depois de andar umas três horas,com uma pausa de quinze minutos para tomar água e me refrescar,ja podia avistar a alguns metros a ponte,caminhar em direção a ela,provocava-me arrepios,não gostava da sensação de estar em território desconhecido,mas também não esperava ter que atravessa-la. A tenente a qual Vandrill havia descrito,não estava ali,não havia ninguém ali,talvez houvesse algum imprevisto,ou um desencontro,mas ainda estava cedo,e seu posto era justamente aquele,querendo ou não,era seu dever estar de prontidão.

Mas não estava,caminhei em passos lentos até o meio da ponte,ao lado somente o rio que escorria em direção ao leste de outra cidade,outro território,o qual não queria explorar. Sentei-me por uns instantes,o sol ja estava quase se pondo,quando resolvi avançar mais alguns passos.... Não havia nada nem ninguém. Optei por esperar mais alguns minutos,mas nada mudara,recuperei o fôlego,e após certificar-me que meu equipamento estava bem preso,com as mãos um pouco trêmulas,segurava(ou tentava) o arco com firmeza,sem olhar para trás,continuei andando em passos vagarosos pela estrada,que após uns vinte minutos,dava para uma praça,a famosa Prasa Asa do Falcão! Ja havia ouvido falar muito dela,dos viajantes,guerreiros que partiam para fazer suas missões em terras além,sempre a descreviam como algo incrível,como um ponto onde somente os de Elite se encontravam,estava ali bem a minha frente.

Porém,não havia ninguem,nada,nem sequer os guardas estavam ali,logo senti um arrepio na espinha,aquilo geralmente servia como aviso,de que algo ruim estava para acontecer......




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além Das Fronteiras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.