Enquanto Isso Lá No Campus... escrita por Rekkun


Capítulo 1
Capítulo Único




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E estavam L, Mello, Matt e Near em uma sala conversando. Todos os três eram alunos em Oxford com paixão por pseudônimos. Viviam suas vidas como qualquer outro universitários normais, apesar de serem, em uma média, mais inteligentes que a maioria das pessoas.

“Então, L”, Matt mudou o assunto da conversa repentinamente, “você não acha que devia se declarar logo pro Light?”

“Que merda você tá falando, Matt?!” exaltou-se Mello.

“Cara, eu só quero dizer que ao invés de ficar provocando ele e jogando cantadas meia-boca ele só devia ir logo e expor seus sentimentos!”

Dessa vez até L ficou irritado, “eu nunca passei sequer uma cantada meia boca para Light Yagami em toda a minha existência”.

“Bem, você certamente não as considera meia-boca, isso é verdade...”

“Matt, caso você seja incapaz de compreender o que os outros dizem, vou esclarecer: ele quis dizer que não tem interesse carnal pelo Yagami”, Near se pronunciou depois de um longo tempo em silêncio.

“Dessa vez até eu vou ter que concordar com o branquelo” anuiu Mello.

L não acrescentou nada à declaração.

“Primeiro de tudo que você também é branquelo, Mello. Segundo que o L pode até tentar enganar a si mesmo, mas não vai enganar aos olhos de um profissional.”

“Há, como se você fosse profissional!”

“Com licença, eu sou sim, muito obrigado. Aos meus olhos treinados, é fácil captar a aura de ‘Hey Barbie, let`s go for a ride’ que o L emana toda a vez que o Light está perto. Vocês também notariam se não fossem tão virgens” finalizou o enunciado quase com nojo, como se falar a palavra “virgem” pudesse ser contagioso.

“Você acabou de me comparar com o Ken?”

“E também comparou o Yagami com a Barbie.”

“Eu não sou virgem!”

“Meu Deus, vocês só se ligam aos detalhes! O que importa é que os sentimentos do L não devem mais ser contidos!”

“Correção: o que você supõe serem meus sentimentos.”

“L, abra os olhos! Não é possível que nem você note a tensão sexual que paira no ar toda a vez que vocês estão juntos!”

L não precisou responder, porque Mello tratou de fazer isso no seu lugar:

“Matt, você é maluco.”

“Cala a boca, Lady Gaga, ninguém te chamou na conversa.”

“Você me chamou de Lad...!”

“Só encare a realidade, Matt”, Near interrompeu a gritaria, “não há motivo algum para que o L goste de qualquer forma do Yagami”.

“Pois é, você devia parar de viajar nas suas próprias fantasias!”, Mello completou. “O cara é um completo narcisista, praticamente um sociopata! Quem é que se apaixonaria por uma coisa dessas?”

“É por isso que você é virgem, Mello” suspirou Matt, “não tem nenhum senso de aventura”.

“Eu já disse que não sou vir...!”

“Senso de aventura? Explique melhor” pediu Near. Mello sentiu vontade de esgana-lo pela segunda interrupção.

“Veja bem, é como num jogo eroge” começou Matt, com os olhos brilhando, “tem sempre as personagens mais fáceis de conquistar, mas tem sempre uma que até mesmo desbloquear a rota se mostra algo complicado”.

Ninguém disse nada.

“Sabe, a rota?”

“...”

“Nenhum de vocês jamais jogou um jogo eroge?”

“...”

“Eu não devia ter esperado nada menos de um bando de virgens.”

Depois de uma breve explicação sobre o funcionamento de um jogo eroge – “você tem que conquistar a garota, e inclusive pode escolher qual você vai conquistar se você souber manejar as primeiras respostas das perguntas do jogo, aí depois que você estiver dentro da rota da escolhida é só dizer as coisas certas e PAM, sexo selvagem” – Matt continuou a expor seu ponto de vista.

“O Light é aquele guria chata, que não importa o que você faça, nunca consegue chegar ao Happy Ending. Justamente por isso que nós, os aventureiros, nos dedicamos tanto a cortejá-la. É a nossa sina! Sem falar que as mais difíceis são quase sempre as que gemem mais gostoso” sorriu com malicia.

Mello suspirou, se sentindo mentalmente violado pelas ideias de Matt. Near não esboçou qualquer tipo de sentimento. L chutou Matt no meio do diafragma.

“Cof, cof!” engasgou-se Matt, “você... Cof! Não precisa ser tão ciumento...”

“Bem, ninguém gosta de ouvir outros caras falando sobre como sua mulher geme”, Mello deu de ombros.

“Mello, eu pensei que você concordasse que o L não tem interesse pelo Yagami” comentou Near.

“Ah, foi mal, L!”

“...”

“L?”

“...”

“L, o que foi?”

“Acho que talvez eu esteja interessando em Light Yagami” cedeu.

“Quê?!”

“Nossa.”

“Eu sabia! Há, há... Cof!”

“Eu realmente fiquei frustrado e furioso sob a possibilidade dele gemer na frente de mais alguém” explicou-se, “isso só tem elucidação se eu, de fato, estiver sexualmente atraído por ele”.

O lugar entrou em um silêncio profundo, a exceção de uma ou outra risada de Matt acompanhado por tosses. Isso até uma porta ser escancarada, quebrando a sinergia.

“Sabe” disse Light “as paredes são realmente finas. Eu apreciaria se vocês pudessem parar de discutir sobre a forma que eu gemo. É realmente constrangedor.”

Diante o acontecimento, nem Matt se atreveu a continuar rindo. De repente, todo mundo no quarto estava olhando para L, que recém declarou o seu amor, mesmo que sem querer.

“Ei, Light” chamou L, “quer sair comigo amanhã?”

Light desviou o antes intenso olhar e encarou o assoalho por alguns segundos de tensão (pelo menos para Matt, o maior fã do casal).

“Tá”, Light concordou e saiu, fechando a porta com um estrondo.

“Ai. Meu. Deus.”, Matt estava esganiçando.

Mello ficou mudo. Near, ainda mais mudo. L pensou, instintivamente, como Light era uma gracinha. Matt estava regozijando. E esse foi mais um dia comum na vida dos universitários.


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui, não custa nada deixar uma review, né? =)