The Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 2
Meio Termo


Notas iniciais do capítulo

Oi, leitores! :)
Aqui vai o segundo capítulo.
Me digam o que acharam, ok?
E digo a mesma coisa: sugestões, críticas e dicas são muito bem vindas!
Gosto muito de receber a opinião de vocês!
Quero desde já agradecer aos leitores de Imprinting que estão acompanhando The Imprinting.
Beijos e boa leitura! ^^


Ps: Amores, não sei o que aconteceu com o capítulo. Postei ontem e quando vim ver hoje, estava incompleto.
Peço desculpas àqueles que o leram antes que eu editasse agora.
Leiam novamente, por favor!



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Renesmee Cullen's POV


Jacob estava muito estranho esta tarde.

Ele recebeu uma ligação quando estávamos na casa dos Black e desde então ficou calado e pensativo. Ainda me deu uma desculpa esfarrapada dizendo que era Sam quem ligara e que ele estava com “problemas de relacionamento” com Emily. Desde quando Jacob virou conselheiro amoroso sem eu saber?

Havia alguma coisa errada, e tudo me dizia que era algo relacionado aos Volturi. Pode até ser paranoia minha – desde a última vez que vi o clã, ou melhor, parte do clã, tenho pensado muito no que eles estão planejando e tendo pesadelos frequentes –, mas tudo está calmo demais, quieto demais. Meses já se passaram, e Alice não teve nenhuma visão comprometedora com a vinda deles ou qualquer indício de planos contra nós.

Porém, eu sei que os Volturi são imprevisíveis, e é isso o que mais me preocupa.

Sem dúvida nenhuma Jane falara com Aro sobre meu “comportamento protetor” com Jacob, e ele certamente não acreditou que eu dissera que éramos apenas amigos.

Acho que eles estão esperando o momento certo, esperando meu aniversário de sete anos daqui a quase dois meses – o que sempre foi sinônimo de festa, comemorações e surpresas, mas que agora me amedronta como um dia marcado para a sentença de morte de um criminoso – para checar a evolução do meu poder, e claro, minha relação com Jacob.

Tenho razões para me sentir protegida, pois tenho guardiões por todos os lados – minha família; os lobos; nossos amigos espalhados pelo mundo, com quem Carlisle entrou em contato há pouco tempo e a maioria deles mostraram-se dispostos a mais uma vez servirem de testemunhas, se precisássemos; e Angela, a amiga da minha mãe da época da escola, que agora é vampira e ofereceu-se também para estar ao nosso lado. Ela retornou ao Alasca há alguns meses para voltar a morar com Bem, mas nos garantiu que se acontecesse qualquer complicação, voltaria.

Mas a sensação de que algo de ruim está para acontecer não me dá folga, além de eu me importar com a segurança dos meus protetores. Não é justo eles correrem risco de vida o tempo todo por minha causa. Às vezes parece, embora eu odeie essa concepção, que o mundo à minha volta gira em torno de mim mesma.


Já estava ficando tarde e eu resolvi preparar o jantar para Charlie, já que Sue estava passando o dia inteiro com os filhos, em La Push. Usei as dicas de pôr a mesa que aprendi com Esme e chamei Charlie para a cozinha, que estava com os olhos completamente vidrados em um jogo de futebol americano na televisão.

Ele sentou-se comigo à mesa e percebi sua expressão cansada enquanto ele bocejava e passava a mão nos cabelos desarrumados. Ainda vestia o uniforme de policial e esticava os pés para frente, tirando os sapatos e ficando só de meias. Charlie tinha sorte em estar namorando Sue, pois se não fosse por ela, eu não conseguia imaginar como ele poderia se virar nas tarefas domésticas depois que minha mãe casou.

- Dia difícil na delegacia? – perguntei enquanto o servia com uma fatia farta de lasanha.

Ele suspirou e começou cortá-la em pedaços grandes.

- Estou ficando velho, Nessie – disse. – Qualquer aventurazinha de investigação pela floresta e já fico cansado... Encontramos novas pistas dos assassinatos do ano passado, mas não chegamos à nenhuma conclusão.

Cinco moradores de Forks desapareceram e foram encontrados mortos dias depois da vinda dos Volturi. Certamente foram vítimas dos vampiros aliados de Jane – recém criados descuidados que deixavam rastros da devastação. Jane estava tão obcecada por vingança, que sequer medira as consequências de usar recém-criados. A polícia ainda estava à procura das causas das mortes porque duas das vítimas eram filhas de um advogado rico da cidade.

- Pistas? – Analisei sua expressão, cutucando minha fatia de lasanha com a ponta do garfo.

- Uma jaqueta de couro – ele fez uma pausa para dar um gole de Coke Diet. – Da filha do Sr. Jones. Ainda estava com sangue seco em uma das mangas... A encontramos na floresta, entre o local onde foi encontrado o corpo e a fronteira de Seattle.

Permaneci ouvindo de cabeça baixa, sentindo-me culpada por saber as causas das mortes e deixar que Charlie procurasse por pistas que não iriam servir para absolutamente nada.

Mas seria muito pior se ele soubesse a verdade.

- Já faz tanto tempo, vovô – tentei parecer não me importar. – Por que ainda procurar?

- Eu não sei, na verdade. Recebo ordens e as cumpro. Mas é tão estranho, Nessie...

- O quê?

- As marcas... – ele coçou a barba, olhando para o vazio – As marcas nos pescoços dos corpos. Não são de agressão física ou de algum instrumento de tortura. Parecem marcas de... mordida ou algo assim. Mas não parecem dentes de animais, parecem de outra coisa...

O garfo que eu levava à boca e que parara no meio do caminho enquanto eu escutava Charlie falar caiu da minha mão e fez um barulho trincado no prato de porcelana, quebrando o silêncio da noite como o som de uma nota aguda e estridente.

Charlie assustou-se e uniu as sobrancelhas.

- Você está bem? – perguntou, ajeitando-se na cadeira – Ah, não... Desculpe, Nessie. Eu não devia falar essas coisas com você.

Se eu não estivesse tão surpresa com a observação de Charlie, teria achado a situação bem irônica. Ele queria me poupar de fatalidades faladas, enquanto eu quase dei de cara com a morte duas vezes.

- Não, tudo bem – respondi rapidamente, disfarçando ao me concentrar-me no jantar – Mas não acho que você deve se preocupar com isso. É... perda de tempo.

Charlie não assentiu nem discordou, apenas franziu o cenho e continuou a comer. Eu queria que meu pai estivesse aqui para me dizer o que se passava na cabeça dele.

Ao terminar três fatias da lasanha, recostou-se na cadeira e me olhou por um segundo, um leve sorriso no rosto.

- Estava ótimo, querida – disse.

- Obrigada.

Depois fez uma pausa, agora sem olhar diretamente para mim.

- Ouça, Nessie, como vai seu namoro com Jacob?

Minhas bochechas começaram a esquentar. Não era costume conversarmos sobre esse assunto. Geralmente ele apenas dizia “Jacob é um ótimo menino. Só tome cuidado quando ele estiver naquela forma de cachorro gigante.”

- Ótimo – comecei a recolher os pratos para desviar os olhos.

Ele riu baixinho, e inspirou levemente como se lembrasse de algo.

- Você parece tanto com Bella. Sabe, às vezes eu poderia jurar que você é realmente filha dela.

Comecei a levar a louça para a pia, tentando, de alguma forma, fugir do assunto. Havia momentos que eu tinha uma vontade imensa de contar a ele que era sua neta de verdade, do mesmo sangue.

- Acho que a convivência ajuda muito na construção do caráter – consegui projetar, mas logo desviei a conversa: - Vovô, posso usar o telefone? Estou sem bateria.

- Claro – disse, e logo foi se acomodar novamente no sofá, de volta ao futebol, parecendo esquecer o assunto.

Disquei o número da casa dos Black e esperei com impaciência os toques prolongados.

- Alô? – Jacob atendeu quase na hora que eu ia desligar.

- Jacob, é Nessie. Você disse que vinha me pegar mais cedo. O que aconteceu?

- Nada – disse com indiferença, mas sua voz não dizia a mesma coisa. – Chego aí daqui a pouco.

Depois de lavar a louça, juntei-me a Charlie na sala, fingindo prestar atenção no jogo.

Jacob buzinou lá fora minutos depois.

- Até mais, vovô.

- Boa noite, Nessie – ele me deu um beijo na testa. – Apareça mais vezes e traga sua mãe.

- Claro – assenti.

Minha mãe o via cada vez menos. Partia-me o coração saber o quanto ele sentia falta dela, mas é assim que deve ser – temos que evitar contato com os humanos que amamos ao máximo possível, para prevenir algum deslize do nosso segredo.

Jacob estava em cima da moro, de braços cruzados. Sorriu para mim enquanto me entregava o capacete. Eu o encarei por um momento.

- Pode me dizer o que está acontecendo? – imitei-o, cruzando os braços.

- Por que está tão preocupada?

- Eu perguntei primeiro.

Ele suspirou e fez sinal para que eu subisse na garupa. Abracei-o pela cintura com o queixo em cima de seu ombro, esperando uma resposta.

- Bella e Edward vão falar com você – disse, já dando a partida na moto. – Mas não se preocupe, não é nada tão ruim.

No caminho, fiquei pensado nas últimas palavras dele. Nada tão ruim. Então era ruim, só que não tanto. Um meio termo?

Ao chegarmos ao chalé, ele não desceu da moto e ficou me observando depois que eu desci. Olhos profundos, cheios de significados e coisas presas que ele queria me dizer, mas segurava até o momento certo.

- É sobre nós dois não é? – disparei, agora ficando ansiosa com os pensamentos confusos que passavam pela minha cabeça – Eu não vou a lugar nenhum sem você. Não outra vez, não poss...

Ele não me deixou terminar e me puxou pela cintura, beijando-me urgente e apaixonadamente. Eu senti uma estranha pressa pela forma que seus lábios se moviam, como se tivéssemos pouco tempo para ficarmos juntos. Empurrei-o de leve com as mãos apoiadas em seu peito e observei outra vez seus olhos, tentando decifrar alguma coisa. Mas havia um meio sorriso em seus lábios, contradizendo meus pensamentos.

- Já disse que não é tão ruim – ele puxou-me pela nunca e beijou-me na testa – Amanhã conversamos.

Entrei em casa com o coração acelerado, sem mais saber o que pensar. Tentei me acalmar lembrando das palavras de Jacob, mas a curiosidade falava mais alto e me fazia esperar por uma má notícia.

Meus pais estavam abraçados na cozinha do chalé, minha mãe com os braços em volta do pescoço do meu pai, sussurrando algo inaudível. Eles não pareciam preocupados ou tensos, o que me aliviou um pouco, mas assim que me viram, as expressões mudaram para uma certa cautela e apreensão.

- Jacob disse que queriam falar comigo – comecei.

Eles se entreolharam e sentaram no sofá maior, Edward fez sinal para que eu sentasse em seu colo.

Acomodei-me sobre as pernas frias e especialmente confortáveis dele, e em silêncio, escutei tudo o que mamãe tinha a dizer:

- Renesmee, você sabe que nós estamos há muito tempo em Forks, e as pessoas estão percebendo que não mudamos, principalmente Carlisle, por causa do hospital. Então vamos nos mudar para o Canadá. – Ela fez uma pausa, avaliando minha expressão, mas como não houve mudança, continuou. Eu fiquei tranquila porque, mesmo não falando diretamente, Jacob me dissera que iria conosco. – Jake também vai, mas há condições para isso.

Eu franzi o cenho, confusa. Condições?

Meu pai deu um sorriso leve e afagou minhas costas, um ato que sempre me acalmava.

- Você e Jacob tem que fingir serem apenas amigos – ela finalizou.

Então resolvi falar:

- Amigos?

- Sim – ela assentiu. – Para que os Volturi não descubram nada.

Ficamos em silêncio por um momento, enquanto eu processava e considerava os fatos. Uma ótima ideia – Jacob e eu ficaríamos juntos, mas sendo amigos, como irmãos. Era o que eu havia dito a Aro, e seria uma maneira de provar isso, mas não era o que eu queria. Nós já passamos dessa fase há muito tempo.

- Tudo bem, Nessie? – perguntou Bella.

- Sim, mãe – soltei um longo suspiro. – Jacob também vai, então estou bem.

Ela desviou o olhar para meu pai, com um ar de dúvida. Ele apenas assentiu e respondeu-lhe silenciosamente, sorrindo.

- Vá dormir, amor – ele deu um beijo em minha testa. – Já está tarde.

Mamãe me abraçou enquanto não parava de me observar, ainda apreensiva. Mostrei-lhe que ela não devia se preocupar, e que eu só precisava de um tempo para me acostumar com a ideia.

Fui para meu quarto e deitei-me com a certeza de que não dormiria logo. Não conseguia parar de imaginar como seria fingir ser amiga de Jacob, tentar vê-lo como antes, quando eu não sabia que o amava de outra maneira – da maneira mais linda, pura e intensa que existe, e que eu nunca pensei que pudesse ser capaz de sentir.

Ia ser estranho, ruim, porque não poderíamos fazer nada do que fazemos, porém, tentei ver o lado positivo: eu o veria todos os dias, e iria tê-lo por perto. Isso não bastava, mas era o suficiente para a situação.

Assustei-me com o bipe do meu celular ao chegar uma nova mensagem. Dele.


Piquenique amanhã na campina.

Amo você.



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