Into Your Arms escrita por Mappie Hightopp
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem.
Primeiro dia de Aula - Segunda-Feira, 12 de Agosto.
Ele usava uma camiseta do Blink 182 da primeira vez que eu o vi. Cabelos pretos curtos e uma atitude detestável.
Eu usava uma camiseta do My Chemical Romance e tinha cabelo verde na altura dos ombros. Pintara recentemente.
– Você parece um brócolis - ele disse pra mim quando nos esbarramos - Veja por onde anda.
– Veja você! - falei quase gritando. Estava irritada por várias razões e ele foi só o empurrãozinho que precisava para me fazer querer gritar. Sorriu arrogantemente.
– Sinto muito cabeça de brócolis. Não queria te ofender - obviamente era mentira. Meus livros estavam no chão.
– Não vai me ajudar a pegar?! - Seus olhos foram dos livros pra mim.
– Não.
– O que?! - então ele saiu andando, assobiando, com sua mochila nas costas. Eu, pegando os livros, fui atrás. Alcancei ele - Você poderia ter mais educação!
– Não poderia nem se quisesse - falou.
– O que? - repeti.
– Você fala isso bastante não é? - perguntou, olhando um pouco para mim, de relance - A vida não é justa e parece que conseguiu apanhar seus livros sozinha. Não precisava de mim. - Segurei-os mais fortemente.
– Espero que você morra - falei, parando e virando para o outro lado.
– Igualmente - respondeu ainda andando. Fomos um para cada lado.
Sexta-Feira, 08 de Novembro
– Não esqueça de mim - ele pediu e sorriu quando eu o olhei - Eu te odeio.
– Eu também te odeio, tenho várias razões para te esquecer - Era bem mais baixa que ele.
– Mas não faça - pediu. A chuva diminuiu um pouco lá fora e eu tinha que ir embora. Via alguma tristeza em seu rosto. Então ele me beijou. Larguei minhas coisas no chão e me agarrei a ele.
Segunda-Feira, 02 de Outubro
– Brócolis-Chaaan! - ouvi a voz irritante proferir o apelido e fechei meus olhos com raiva.
– Eu pensei que você fosse coreano, coisa.
– Eu sou - respondeu - Mas gosto desse apelido - falou, parando na minha frente - Você não? É tão bonito.
– Você é um nojo
– Awn, você que é - respondeu, fazendo voz fofa e sorrindo - O que tem pra hoje?
– Deixa eu dar um toque - comecei - Uma boa dose de: Some daqui ou eu faço você engolir seus dentes - sorri também, cinicamente.
– Ah, mas você é tão pequena! - disse ele
– Posso ser pequena - subi no banco - Mas você não tem ideia do que eu posso fazer - ficamos da mesma altura. Puxa, como ele era alto. Nos encaramos alguns segundos quando ele, polidamente, se inquinou e ofereceu sua mão para me ajudar a descer. Estreitei os olhos e aceitei sua ajuda, parando seguramente no chão.
– Obrigada.
– De nada, Brócolis-Chan - eu me irritei.
– PARA DE ME CHAMAR ASSIM! - ele riu e repetiu o apelido várias vezes - Que saco! - olhei para minha amiga, Amy, que estava sentada na mesa. Eu fazia faculdade de moda e ele fazia artes cênicas - Alias - me virei - O que você faz aqui? Seus professores sabem que você está aqui?
– Não - ele colocou um dedo sobre os lábios - Vai ser nosso segredo de melhores... Inimigos - riu maleficamente.
– Só que não - respondi e peguei minha bolsa. Quando fiz menção de sair, ele segurou meu braço.
– Não, sério Jane - ele me chamou pelo nome pela primeira vez - Não fala pra ninguém que eu to matando aula. Meus amigos são muito filhos da puta - fechei meus olhos lentamente. Ele parecia realmente preocupado. Assenti com a cabeça - Obrigada.
Terça-Feira, 27 de Outubro.
Estava chovendo pra caramba. Eu lembro, porque eu consegui abrigo e estava lendo em um banco. Ergui meus olhos por um instante e vi um vulto.
Era alguém dançando, na chuva.
Era ele, dançando na chuva.
– O que? - perguntei para mim mesma e fechei o livro. Os amigos dele estavam rindo e ele estava mais dançando só de zoeira. Sua camiseta preta estava colada em seu corpo e seu cabelo estava encharcado. Estava vermelho também. Ele tinha pintado recentemente.
Enquanto todos riam, eu, surpreendentemente, não conseguia tirar os olhos dele. Nunca tinha reparado como era bonito. Tentei voltar a ler meu livro, mas eu erguia os olhos frequentemente. Sorri de canto e então ouvi sua voz.
– Hey! - fechei os olhos. Droga!
– Edward - cumprimentei quando ele chegou. Podia ser coreano, mas como nasceu aqui tinha um nome normal.
– Tá lendo o que, coisa? - perguntou e eu afastei meus livros.
– Você está todo molhado - observei - Vai encharcar tudo. Não tem medo de pegar uma gripe?
– Aw, preocupada comigo, Janie? - perguntou e eu olhei para cima.
– Não te dei intimidade para me chamar assim - ele se sentou a meu lado.
– Ah, qual é, Janie! - olhou para mim - Prefere que eu te chame de brócolis?
– Bom, você parece mais um pimentão com esse cabelo - respondi.
– E você parece um, porque está ficando tão vermelha quanto - eu olhei para o lado.
– Te odeio - fechei os olhos - Eu te odeio pra caralho.
– Awn, eu também! - ele me deu um beijo na bochecha e voltou para os amigos dele. Meus olhos se abriram.
Ele me beijou, na bochecha.
Olhei para ele e vi que voltara a rir com seus amigos. Sorri do modo mais sincero. Foi o melhor sorriso que eu já dera na minha vida. Respirei fundo e abri meu livro.
Quarta-feira, 05 de Outubro
Eu estava comendo quando ele apareceu e se sentou a minha frente.
– E ai, cabeça de brócolis? - perguntou, colocando sua bandeja na mesa e pegando um canudo.
– Você não vai sentar aqui, neah? - ele parou abrindo metade do canudo e olhou para os lados.
– Bom - ele falou - Acho que já era - revirei os olhos e os voltei para meu prato. Meu lanche estava lá, com tudo que tinha direito, mais fritas, uma coca e uma salada pequena. Ah, o almoço perfeito.
– Uau - ele falou - Cara, esse lanche é do mesmo tamanho que o meu!
– E dai? - estreitei os olhos.
– Daí - ele começou - que eu nunca imaginei que você comesse tanto, sendo tão magrinha.
– Bom, eu como - respondi e mordi meu lanche.
– Opa, opa! - ele me fez olhar pra ele que olhava pra minha salada - Tem brócolis nisso daí!
– E?
– Você não pode comer a sua espécie! ISSO É CANIBALISMO! - ele gritou, no meio do refeitório e todos olharam pra gente. Recostou na cadeira e sorriu enquanto eu me escondia. Parecia que esse era o plano dele o tempo todo. Como eu o odiava - Já que é canibalismo - ele pegou o brócolis da minha salada - Acho que não vai precisar disso - então o comeu.
– Ou, você sabe que você acabou de me comer neah? - ele cuspiu o que tinha ainda na boca na mesma hora, em um papel - É, ótimo.
Terça-Feira, 05 de Novembro
– Janie - ele se aproximou de mim - Que é que você tá fazendo? - perguntou e eu fechei o celular rapidamente.
– Nada - respondi, sorrindo - Nada de mais.
– Vai me conta- pediu - Você parece abalada - suspirei
– Eu recebi uma mensagem do meu antigo namorado - falei.
– E dai?
– Dai que... - respirei fundo - Lembra do dia em que a gente se conheceu?
– Aham
– Então, naquele dia ele terminou comigo pra ficar com outra garota - falei - E agora que essa garota chutou ele, ele quer voltar comigo.
– E você não vai voltar com ele - disse Edward - Fim da história - olhei pra baixo - Ah, não vai me dizer que tá pensando em voltar com ele, Janie!
– Não é isso... - comecei a chorar - É só que, eu estive sozinha por muito tempo antes do Matt aparecer e com ele as coisas pareciam mais fáceis!
– É, só que não eram! - ele falou - Porque se fossem, você ainda estaria com ele, não é?
– É, mas... - ele me abraçou e colocou o queixo sobre meu cabelo. Chorei em sua camiseta.
– Janie, não tem como ele ser um cara legal - disse - Pediu pra você voltar com ele por mensagem! Que tipo de cara faz isso? - beijou o topo da minha cabeça e eu coloquei meus braços em volta de sua cintura - Não chore...
– Não consigo... - falou - Eu ia voltar com ele, mas estou apaixonada por outra pessoa.
– E quem seria esta pessoa?
– Ninguém - respondi - ninguém que você conheça - a chuva caia e lá fora o dia estava nublado.
Sexta-Feira, 08 de Novembro
Era o ultimo dia de aula já. A faculdade estava cheia de gente se despedindo e tudo o mais.
Estava ajeitando minhas coisas na mochila quando começou a chover. Normalmente, eu vou a pé pra casa, mas aquilo me matou. Como poderia ir se estava chovendo mais do que se fosse verão? Sem falar que o frio estava horrendo. Teria, teeeria, que ligar pra alguém ir me buscar, mas isso demoraria uma hora. Não, eu tinha que ir embora. Não podia ver Edward de novo...
– Jaaanie! - ele exclamou, sorrindo. Não o via desde o incidente com a mensagem de texto - Vai embora nessa chuva?
– Prefiro isso a ficar falando com você
– Uuh - ele colocou mão no peito - Bem nos sentimentos!
– Nossa, eu sinto muitíssimo! - falei sarcasticamente e comecei a andar. Ele pegou minha mão.
– Sério, Jane, não vai embora agora, tá chovendo muito - eu olhei pra ele. Mão no bolso, cabelo vermelho, estava muito, muito bonito. Meu coração disparou. Eu estava completa e perdidamente apaixonada por ele.
– Você vai viajar, neah? - ele assentiu.
– Vou sim, pro Japão.
– Mas você é Coreano...
– Minha família gosta de lá, ok? - ele riu. Observei seu rosto por segundos antes de desviar os olhos - Hey, não vai esquecer de mim enquanto estiver lá.
– Ah, eu vou esquecer, vou esquecer mesmo - ele ainda segurava minha mão.
– Não esqueça de mim - ele pediu e sorriu quando eu o olhei - Eu te odeio.
– Eu também te odeio, tenho várias razões para te esquecer - Era bem mais baixa que ele.
– Mas não faça - pediu. A chuva diminuiu um pouco lá fora e eu tinha que ir embora. Via alguma tristeza em seu rosto. Então ele me beijou. Larguei minhas coisas no chão e me agarrei a ele. Foi como se tudo que estivesse preso dentro de mim saísse pra fora, em forma de lágrimas. Ficamos ali, nos beijando, um tempo. Ele me abraçou e eu chorei em seu ombro.
– Eu te odeio - falei.
– Ódio está ligado diretamente com o amor - ele soprou minha orelha - Por isso que eu te amo, Janie...
– Você me ama porque me odiava?
– Não, eu te amo porque você é você - respondeu - E todas as outras garotas não pareciam suficientes. Quando eu comecei a te chamar de brócolis, você não mudou esse cabelo. Qualquer outra menina teria ficado mal e pintado de, sei lá, rosa. Você não. Eu sei que parece idiotice, mas isso não é a única coisa. É o jeito como você é, o jeito como você fala.
– Eu meio que... Gostava quando você me chamava de brócolis-chan...
– Sabia! - ele riu e olhou pra mim - Eu te amo.
– É, acho que como ódio está ligado diretamente ao amor... - olhei pro lado - É meio seguro falar que eu também te amo...
E então olhamos a chuva caindo, a mesma chuva que caia lá fora em todos os dias que nos falamos.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E é isso!