Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 63
- Closer.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, acho q o motivo do meu sumiço é um pouco obvio, certo? ENEM. Faltava só um mês e eu precisava pegar no pesado, espero q entendam. E boa sorte pra qm for fazer tbm... que deus esteja com nós kkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/386259/chapter/63

Com a exaustão e alívio de mais um dia cumprido de trabalho, Isobel sentou-se na pequena cadeira de trabalho em sua sala de dentista, desejando mais do que nunca uma massagem nos pés. A mente logo se voltou para a janta que teria que preparar mais tarde para seus filhos. Mas não havia muito o que reclamar, tantos anos vivendo com um marido que a tratava como uma inútil dentro de casa, que agora que tinha todo um lar dependendo de si era glorificante.

Distraindo-a do paraíso que se formava em sua imaginação, o telefone do consultório tocou. Lexi, a chamava na recepção. Sem muito ânimo ela apertou o viva voz.

– Fala Lexi. Se quiser já pode ir embora. – Atendeu, cansada mas ainda sim gentil.

– Não, não é isso Doutora Flemming. – A outra apressou-se do outro lado da linha, falava baixo como se não quisesse que uma outra pessoa ali a escutasse. – É que tem um homem aqui... Ele não marcou hora, mas disse que precisa entrar urgente.

A dentista torceu o nariz, pronta para pedir que a recepcionista o mandasse ir embora. Seu êxpediente já havia encerrado pelo dia.

– E quem é o importuno? – Perguntou casualmente, antes de dar a ordem de despejo pra sabe lá quem fosse o ser.

– Se chama... Se chama, Giuseppe Salvatore.

Como se houvesse despertado-se de um transe, Isobel aprumou-se na cadeira concertando sua postura. Hesitou em responder, estava pronta para ir embora mas... Lembrou-se de um passado não tão distante, onde perguntou há Damon o nome de seus pais, logo quando o conheceu. Estava naquela fase onde havia um pouco de desespero entre eles para puxarem assunto e dominar algum tipo silêncio desconfortante.

Damon era tão discreto com sua vida, não sabia quase nada sobre a família dele. Talvez o próprio filho tivesse-a recomendado para o pai.

Não podia fazer essa desfeita com ambos.

– Lexi... Mande-o entrar, vamos esticar o expediente.

–--x---

– Desculpe de verdade não ter marcado hora. – O homem lamentou-se pela décima vez, ou mais. – Fazia tanto tempo que eu não vinha no dentista... E essa dor apareceu de surpresa e tava muito forte. – Reforçou ainda mais sua mentira, enquanto mirava aquela imitação de holofote em sua face. A sensação de alguém mexendo em seus dentes com uma pinça era desconfortável.

Com um sorriso cortês, Isobel lhe fez um gesto para que não se preocupasse.

– Magina. – Disse concentrada. – Como não ia te atender. Adoro seu filho, não faria essa desfeita nunca.

Giuseppe então deu continuidade ao teatro, fazendo-se de desentendido.

– Conhece meu filho? – Destilou de sua melhor atuação.

Isobel ficou tão desentendida quanto.

– Ele nunca falou de mim pro senhor?

– Bom... É que... Como explico? – Fingiu-se atrapalhado. – Eu e Damon não nos falamos. Na verdade, não temos nenhum tipo de relação há anos.

Isobel piscou os olhos, um tanto atônita.

– Nossa, eu não fazia ideia. – Disse verdadeiramente, chocada. – Sinto muito.

Ainda no embarco da deixa dada pela mulher, Giuseppe continuou.

– É... Infelizmente, a doença dele não foi suficiente pra manter a família unida. – Lamentou o pai com pesar.

Isobel pareceu ainda mais em choque.

– Doença?

Calmamente, Giuseppe assentiu.

– Sim, a doença dele... O alcoolismo. – Confirmou obvio. – É duro, lógico. É uma coisa que tá presente na nossa vida desde que ele tinha 15 anos, eu acho. Quem sabe até antes. – Continuou falando, agindo como se Isobel já fosse alguém com conhecimento sobre tudo aquilo. – Mas não foi possível, dinheiro jogado fora com três clínicas de reabilitação. Infelizmente... Não deu.

Um pouco tonta, Isobel perdeu o foco do dente do homem.

– Sinto muito. – Tentou disfarçar.

– Mas mudando de assunto... De onde você o conhece? – Ele perguntou acendendo um sorriso cortês.

– Hã... Ele mora comigo. Aluguei um quarto pra ele e também é professor dos meus filhos, Elena e Jeremy.

– Ah sim, Elena. – Giuseppe sentia-se orgulhoso de sua performance. – A conheço. Eu e me esposa nos encantamos por ela. Sua filha fez um ótimo trabalho sobre minha família. – Logo depois a expressão dele tornou-se um pouco tímida. – Pelo pouco que eu sei do meu filho... Dizem que ele não se dá muito bem com os alunos, deve ser difícil pro seus filhos né? Morarem com um professor.

Isobel pensou um pouco antes de responder, aquela conversa estava começando a incomoda-lá.

– Foi difícil no começo. – Afastou-se para perto do ar-condicionado, precisava de mais ar. – Mas agora, as coisas estão indo muito bem. Depois da viagem que ele e a Elena fizeram juntos, então... Tem melhorado.

Em uma virada de jogo, foi a vez de Giuseppe assusta-se. Viagem? Pensou ele. Se a mãe deixou isso acontecer... Será que ela sabe do relacionamento deles?

– Viagem? – Agora sua preocupação não foi fingida.

– Sim. Elena foi pra Nova York passar as férias com o pai e o Damon foi visitar o irmão, então... Acabaram indo e voltando juntos.

Não, definitivamente não sabe. Pensou ele novamente, ao analisar a inocência na voz dela. Nem o melhor mentiroso do mundo poderia fingir aquela mesma inocência.

Ignorou o fato de Damon ter ido visitar Stefan em Nova York. A menção do mais novo não lhe causava nada mais que a indiferença.

– Entendi. Mas então eles se dão bem, certo? – Outra vez Isobel sentiu uma sensação ruim naquela sala.

– É. Uma relação formal, comum. – Foi sincera novamente, disfarçando seu incômodo enquanto se concentrava em guardar seu material. Era melhor voltar pra área de trabalho e encerrar de vez aquela consulta. – Bom, recomendo que a gente inicie uma sessão para clarearmos um pouco. Pelo que eu pude perceber o senhor também é fumante, seus dentes ainda não estão tão danosos, mas se quiser podemos iniciar um tratamento. O que acha?

Giuseppe demorou um pouco pra responder, enquanto caçava o celular pelo bolso.

– Acho perfeito. – Disse distraído com algo no aparelho. – Só queria a sua opinião sobre uma coisa. – Curiosa, a mulher se aproximou para perto do homem, já sentado na cadeira. – Pra senhora... Isso aqui é uma relação formal? – Esticou o aparelho na direção de Isobel onde uma foto de um casal se beijando estava na tela.

Giuseppe não a fitou, não queria assistir aquela reação na qual provavelmente não seria das melhores. Isobel demorou um tanto pra reconhecer quem era os dois na imagem, mas assim que seus olhos capturaram a identidade daquelas figuras toda sua visão escureceu. Sua vontade maior seria desmaiar naquele momento mesmo, mas não. Apenas desequilibrou um tanto, apoiando-se no braço da cadeira onde Giuseppe sentava-se.

Não, eu vi errado. Concluiu em negação.

Olhou novamente e dessa vez a sensação foi como ser engolida, em menos de segundos, para o inferno.

– Que merda é essa? – Fechou os olhos, tentando não gritar. – É alguma brincadeira com a minha cara?

Ele negou.

– Eu tirei essa foto tem alguns dias. Eles estavam perto da floresta, no qual muito mato ali é propriedade minha. Vi o carro dele na estrada e decidi entrar pra vê o que ele tava fazendo lá... Encontrei isso e vim aqui pra...

– PRA ME MATAR. – Gritou o interrompendo, correu para sua mesa encostando a cabeça naquele metálico gélido.

Giuseppe levantou-se, tentando manter a mente calma.

– Não. – Foi sincero dessa vez. – Simplesmente vim saber se... Você sabia ou não. Olha, a vida do Damon não é da minha conta, mas assim que eu reconheci que a garota era Elena, uma menor e uma aluna dele fiquei preocupado com ela. Vim só confirmar se você sabia. Caso isso tivesse sua aprovação, não seria problema meu. Mas... Pelo jeito você não sabia de nada.

– É CLARO QUE NÃO. – Socou a perna com força, seu pulso latejou na hora. Mas não tinha importância no momento. – Claro que eu não sabia, não fazia ideia. – Seus olhos iniciaram uma sequência de lágrimas.

Houve uma longa pausa, enquanto ela chorava sem acreditar no momento em que vivia. De repente, o rio em seus olhos secaram-se, junto com sua expressão que paralisou-se.

– Quer um copo d´água? – Ele questionou preocupado com o silêncio dela.

Sem saber o que pensar ou em como agir, Isobel simplesmente trabalhou com a mente. Não sabia o que estava acontecendo. Sua primeira reação ao mirar aquela foto foi a probabilidade de um abuso, mas ao pensar mais a fundo. Ao tentar detalhar mais aquela foto, estava claro que Elena parecia feliz em estar ali. Era um namoro. Um namoro feito em suas costas, embaixo de seu teto. Mas qual era o objetivo daquela relação entre eles? Não importava, Elena não podia estragar toda sua vida por conta de algo que para ambos era um divertimento.

Será que era mesmo? Uma parte sua insistia em pensar. Não importava, era errado.

Não era?

De qualquer forma não conseguiria ser racional naquele momento. Seus olhos provavelmente deveriam parecer um canal de esgoto aberto pela maquiagem preta borrada. Tentou concertar com um dos dedos em uma tentativa falha de se recompor.

Giuseppe ainda a fitava preocupado. Tinha que fazer alguma coisa, mas sua cabeça estava quente demais para isso. Novamente, precisava ser racional só que parecia impossível.

Um lapso de uma ideia surgiu em sua cabeça, não deu tempo de analisar. Não demorou muito para o celular estar em suas mãos.

Pela velocidade na qual digitava, o primeiro pensamento que veio em Giuseppe foi que ela estivesse discando para a polícia, mas logo aquela ideia foi embora. Eram digitos demais para ser um 190.

– Pra quem tá ligando? – Ele tomou coragem de perguntar.

Mas ela continuou focada nos números, sem conseguir prestar atenção em nada além do que sua mente ordenava que fizesse.

Do outro lado a ligação foi atendida no terceiro toque.

– John? – Ela chamou em desespero. – Aconteceu uma coisa urgente preciso que venha pra Mystic Falls o mais rápido possível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Sei que os capítulos ultimamente estão um pouco curtos, mas é que... O proximo vai valer a pena. VAI SER BEEEEM LONGO. E não só isso, será o capítulo mais intenso, surpreendente, agoniante, foda que já escrevi. Enfim, será o capítulo, por isso n tenho certa facha pra postar pq quero fazer com perfeição pra vcs. Espero realmente que gostem.