Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 35
- wtf?


Notas iniciais do capítulo

Bom, é a terceira vez que eu tento postar esse capitulo tomara que dessa vez dê certo. Obrigada as meninas pelos comentários e boa leitura.



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Era como se não fosse real. E aquele sentimento de que realmente não era ainda tomava todo seu corpo e sua mente. Ela estava ali. De pé a meio metro de distância. Os olhos dela ainda estavam baixos pela vergonha e timidez do momento. Enquanto os dele, jaziam avermelhados pelas lágrimas e por ainda não acreditar no fantasma que via a sua frente. Sim, um fantasma. Porque era assim que sua expressão se mantinha perante o rosto dela. Como se estivesse cara a cara com uma criatura que não fosse desse mundo.

Era muito mais fácil em seus pensamentos. Quando Rose foi embora há exatos quatro meses, imaginar sua volta era simples. Ela só vinha e os dois viviam felizes para sempre, mas agora aquela fusão de sentimentos deixava qualquer tipo de racionalidade presa em um campo de força magnético em sua cabeça.

Ainda lembrava-se de quando acordou naquele dia. Era sábado. Procurou por Rose pela casa e não achou... Fez suas coisas, mas após algumas horas decidiu ligar para saber onde ela estava. Não atendeu. Meia hora depois ela retornou e explicou a situação; Não disse onde estava. Embora, ele já desconfiasse que estivesse na Florida, por conta da casa que ela ganhou de herança dos avós maternos.

Mesmo assim não foi atrás, tinha orgulho o suficiente para querer que Rose viesse por si. Ela fugiu e por mais que a vontade de ir junto fosse forte, sua dignidade ainda estava intacta em sua personalidade.

Então, fez o possível para convencê-la de voltar, mesmo que não viajasse até ela.

Sentiu-se quebrado, incompleto e vazio durante todos esses meses e ali bem de frente a lembrança do porque, o fazia sentir três coisas; Primeira: continuar quebrado. Segunda: tentar se concertar sozinho. E terceira: concertar-se junto a ela. Estava diante da mulher que lhe fez esquecer todos os problemas de seu passado e agir em uma inconsequência tamanha que o fez perder uma amizade, mas que em compensação trouxe o grande amor de sua vida.

Sempre imaginou que ficaria feliz e eufórico com a volta dela, mas agora simplesmente tudo que conseguia pensar era o fato de não pensar em nada. O fato do choque está sendo maior que a alegria que deveria estar sentindo, mas não... Era apenas surpresa.

Só surpresa.

– Vai continuar me olhando desse jeito? Diz alguma coisa. – Murmurou ainda tímida. Pôde ver o quão tremula ela estava. Da mesma maneira que ele.

– Desculpa, mas eu... Eu realmente não consigo... Eu não consigo te ouvir. Repete, por favor.

Ainda mais sem entender, ela repetiu resumidamente:

– Eu quero que você fale comigo, Damon. É isso.

Mas ele apenas olhava para o vazio. As sobrancelhas franzidas e o rosto carregado por dor e pequenas gotas de suor.

– O que? – Perguntou devagar. Esforçando-se para conseguir falar. – Eu não consigo te ouvir é como se a minha cabeça tivesse bloqueando o som da sua voz... Eu simplesmente não consigo te escutar. – Aquilo foi o bastante para Rose se assustar ainda mais com a reação dele. Chegou mais perto, e tocou o rosto de Damon com as mãos. Ele estava com febre e o lábio tremia levemente.

– Você tá fervendo... Vem, vou te levar daqui.

Damon novamente não deu sinal de audição. Ela não sabia se estava agindo assim por estar bêbado ou realmente chocado ao vê-la. Pegou-o pelo braço e sem pressa o retirou do banco onde sentava.

– O dinheiro... – Protestou ele gaguejando e ainda ofegante, impedindo que ela continuasse o guiando para fora. – O dinheiro na carteira... Trinta dólares.

Imediatamente ela fez. Se fosse verdade o conteúdo da carta, aquele lugar horrendo não fazia bem a ele. Quanto mais rápido saíssem melhor. Apanhou a carteira marrom em um dos bolsos da calça jeans dele e retirou a quantia que disse, o colocando apressadamente em cima do carvalho do balcão.

Lembrou-se do primeiro beijo que trocaram. Seu pai, outro com problemas de bebida, sumiu de casa uma noite e ela imaginou que ele estivesse no Grill. Naturalmente, saiu para procura-lo, mas para sua surpresa não o achou, mas encontrou Damon deitado em uma das mesas. Deveriam ser em volta das três da manhã e era dia do festival de cinema da cidade. Então, o bar estava aberto. Seu relacionamento com Mason ficava cada vez mais sério e ele continuava a insistir na estúpida ideia de noivarem. Ela gostava de Mason, mas ficaram juntos tanto tempo que acabou acomodando-se na relação. Ela estava com ele desde seus dezessete anos. Sempre se deu bem com Damon, ambos eram professores. Ele de matemática, ela de filosofia; Estudaram na mesma faculdade e eram amigos desde a adolescência. Aproximaram-se por conta de Mason, afinal ele era o melhor amigo e ela era a namorada. Gostava muito dele. E Damon também gostava dela, ambos se respeitavam e consideravam-se amigos.

Quando o viu ali, decidiu ajuda-lo e ele a confundiu com alguma namoradinha que tinha na época, elas nem eram muito parecidas, mas o álcool dava esse efeito. Damon sem intenção, a beijou e ela por querer correspondeu ao toque. Dois dias depois, quando ambos foram se desculpar, outro beijo aconteceu e as caricias se aprofundaram para a cama. Foi aí que Rose teve essa ideia. Se Mason descobrisse que estava o traindo, eles se separariam e não teria que se casar. E foi o que fez, arrumou uma maneira de que os pegassem na cama, mas para a contradição de seus planos, ela acabou se apaixonando por ele e em pouco tempo Damon começou a corresponder. Em seu plano, chutaria Damon e o usaria apenas para poder se livrar de Mason, além do prazer próprio, só que não conseguiu. O jeito como ele a tratava, o modo como a tocava, como a entendia, a escutava... Ninguém era assim. Então, não o dispensou após o flagra de Mason. Resolveram continuar a namorar e em pouco tempo acabou ficando noiva. O que era estranho, pois era exatamente por isso que fez o que fez com Mason. Para não se casar.

Mas estava convencida que com Damon era diferente. Ela o amava. Só que mesmo assim, acabou percebendo que não estava preparada.

Traí-lo? Não, jamais faria isso... Não com ele. Então, resolveu fugir e pensar até que estivesse pronta para voltar e continuar com os planos do casamento. Todavia, acabou descobrindo nessa viajem que novamente não estava certa sobre aquilo, e era provável que não estaria nunca. Subestimou a vontade de Damon em querer se casar. Ele queria. Queria muito; Dizia que se casasse e formasse uma família seria uma motivação para nunca mais chegar perto de álcool, mas não adiantava. Rose nunca se convenceria a casar-se.

Estava hospedada em uma pensão. Ainda não queria voltar pra casa e ouvir reclamações de sua mãe. Damon continuava febril e sua quantidade de suor aumentava, ele tremia e Rose estava com medo que ele tivesse uma convulsão. Apanhou o carro dele e o colocou no banco de carona e dirigiu até o pensionato. Estava sem carro ainda; Chegou de ônibus de viagem e desceu na rodoviária de manhã. Quando veio até o centro lembrou-se que era dia do piquenique anual.

Agradeceu mentalmente ao ver que estava tudo silencioso. Pôs os braços de Damon em seus ombros e sem pressa, subiu as escadas tentando o carregar.

– Estamos chegando, só mais alguns passos. – Tentava o acalmar. Fez um pouco mais de força para continuar apoiando o peso dele, enquanto tateava a chave de seu quarto na bolsa. Achou o objeto e rapidamente abriu a porta, disparando o corpo dele para dentro e deitando na cama. – Aqui Damon, fica aqui... Vou pegar uma água pra você. – Novamente, ele não deu reação de que a ouvia. Pegou uma toalha de rosto no banheiro e desceu para o andar debaixo, até a cozinha da pensão pegando um copo e molhar a toalha.

Subiu e o encontrou ainda na cama. Da mesma maneira de quando saiu, somente suava um pouco mais e se mantinha na mesma febre e respiração falha.

– Toma isso, Damon. É água. – Aproximou-se levando o copo até os lábios dele com cuidado para que não engasgasse. Quando o conteúdo se esvaziou, deitou-o outra vez e colocou a toalha em sua testa. Não tinha o mínimo de experiência em primeiros socorros, mas era daquela maneira que era feita nos filmes. Seguiu até os pés dele e retirou os tênis, o deixando apenas de meia. Havia um ventilador ao fundo do quarto, o ligou em uma tomada, colocando em cima de uma cadeira e direcionou para ele. Com medo, que ficasse frio demais, o cobriu com alguns lençóis e ajeitou o travesseiro em uma melhor posição. Logo Damon adormeceu.

Nunca imaginou que isso aconteceria daquela maneira. Que ele paralisaria em sua frente e começasse a tremer. Esperava gritos, esperava briga, tudo menos isso. Não conseguia lembrar a ultima vez que dormiu. Todo seu corpo estava ocupado ao pensamento da adrenalina para o que fosse encontrar quando o visse. Não demorou muito para o sono atingi-la também.

Quase uma hora depois, Damon sentiu as cores brancas do teto em sua vista. Aos poucos, o tom ganhava força e o embace sumia, voltando ao normal. Conseguia ouvir alguns carros ao lado de fora e o barulho das hélices de um ventilador.

Gemeu involuntariamente ao acordar da inconsciência. Se o que houvesse acontecido fora real, ele definitivamente preferia continuar desacordado.

Sim, foi só um sonho. Tentava se convencer.

Mas não foi. Levantou o corpo lentamente e encontrou a figura dormindo em uma poltrona. O corpo torto pela posição o fez sorrir sem humor. Não entendia como ela conseguia dormir daquele jeito. Sempre foi assim, às vezes acordava e ela estava do outro lado da cama, com a cabeça virada para fora do colchão. Rose não gostava de dormir abraçado e ele também não; Cada manhã se impressionava mais com a maneira que ela conseguia se desdobrar durante o sono, mas logo o sorriso desapareceu de seus lábios. Os sentimentos de antes o tomou novamente por motivos óbvios.

Era como se tivesse tido uma pequena convulsão. Seu corpo não aguentou o choque do momento e foi impossível de controlar.

Ela estava diferente. O cabelo antes até o ombro, agora estava cortado na altura do queixo em um corte repicado com uma rala franja. A cor atual mudou para castanho escuro, ao invés daquele forte preto reluzente que conheceu a vida inteira.

Tinha medo até se aproximar. Uma sensação estranha de medo continuava a abatê-lo. Levantou-se sem pressa e seguiu para a porta a frente. Onde seria provavelmente o banheiro. Lavou e relavou o rosto por mais de quinze vezes. Sorriu ao lembrar-se de Elena dizendo que lavar o rosto mais de três vezes ao dia poderia causar oleosidade a pele. A maneira tão seria como ela falava, como se aquilo fosse simplesmente uma das coisas mais importantes do mundo é hilariante. Era difícil para alguém como ele, simpatizar-se com uma pessoa com a personalidade como aquela, mas com a convivência era incrível de se pensar o quão coisas vista por ele como tão ridiculamente fúteis, tornaram-se estranhamente engraçadas.

Sentiu-se pronto para sair do banheiro e encarar o que tinha que encarar. Imaginou tanto aquilo e se fugisse, somente adiaria algo que estava fardado que acontecesse. Saiu e bateu a porta forte o suficiente para que ela acordasse.

Aos poucos Rose se remexeu pelo susto e despertou; Olhou assustada para cama, esperando o encontrar. Rapidamente o medo a tomou por pensar que ele tivesse ido, mas depois voltou os olhos para trás e o viu ali. De pé, encarando-a envergonhado com as mãos no bolso da calça. A velha mania que ele tanto tinha para esconder o suor.

– Oi. – Ela murmurou arrumando-se na poltrona. – Você tá melhor? Você... Ficou muito agitado e começou a tremer, suar, ter febre...

– Já to melhor. Dormir fez bem, não se preocupa. – Devagar o silêncio tomava o quarto. Ele foi de volta até a cama e sem pressa calçou seus tênis. Prolongando o ato por minutos, evitando olha-la. Não tinha ideia do que falar, e a pior parte era que havia muito a ser dito. Tanto da parte dela, como da sua. Terminou de amarrar o cadarço e arrastou a mão pelo tecido de sua calça, na área da coxa, tentando secar ainda mais seu suor. – Então... – Começou a falar enquanto tentava formular alguma coisa. – Quando voltou? – Ok, essa foi péssima.

– Hoje de manhã. Vim de ônibus, desci na rodoviária e peguei uma carona até essa pensão. Nem sabia que tinha uma pensão em Mystic Falls pra ser sincera.

Era claro que ela também estava desconfortável.

– Já falou com a sua mãe? – Perguntou mais calmo.

– Não. Ainda não falei com ninguém, eles nem fazem ideia.

– Entendi... E você vai ficar muito tempo ou vai embora logo? –Esforçava-se na tentativa de parecer descontraído.

– Isso é sério? – Ela suspirou nervosa. Damon automaticamente entendeu o que era. Não estava olhando em seus olhos. Se havia uma maneira de irritar Rose, era aquela. Não suportava conversar com alguém sem contato visual, mas Damon não fazia por maldade e sim por simplesmente não conseguir. Era impossível olha-la. – Pergunta de uma vez. Pergunta o que eu quero. O porquê de eu estar aqui. Pergunta logo. Você tá morrendo de vontade de perguntar que não consegue nem amarrar um cadarço direito. – Gritou em um misto de ironia e raiva. Os olhos de Rose saíram dos sapatos dele e ela o encarou tristemente. Damon olhou de relance para baixo e soltou um pequeno gargalhar; Aquele realmente deveria ser o pior nó do mundo. Mais calma Rose também sorria. – Uma criança de cinco anos faz melhor, sabia? Muito ruim, mesmo. – Pela primeira vez ao olha-la. Olho no olho, como ela tanto gostava, viu vestígios daquela grande companheira e amiga do passado. O namoro dos dois era complicado. Banhado de muitas brigas e discussões por conta dos problemas que ambos tinham, mas também havia momentos doces na qual era uma enchente de carinho. Só que agora aquilo lembrava a amizade que tinham antes. O namoro não era engraçado, era trabalhoso e delicado de se manter. – Quer saber mesmo porque eu to aqui? – A maneira doce como ela falava o incentiva a relaxar também.

– Sim, eu quero.

Sem pressa, ela se voltou até uma pequena mesa à direita no quarto e abriu a bolsa que era mantida em cima. Estranhou rapidamente o porquê dela precisar pegar algo ao invés de simplesmente falar, afinal Damon esperava que o motivo de sua volta fosse explicado com palavras e não voltados a um objeto ou qualquer coisa que fosse.

Retirou de lá um envelope branco, que o confundiu mais ainda, só que ao mesmo tempo aumentou sua curiosidade.

– Foi isso aqui. – Afirmou hesitante sentando ao seu lado na cama.

– O que é isso? – Revirou o papel na frente e ao verso. Era uma carta... Sem remetente ou nenhuma informação de identificação.

– Abre. Você vai vê.

Movido pelo medo e pela indiscrição, ele abriu o envelope. Tinha razão. Era mesmo uma carta, uma carta de aparência comum ao inicio.

Em silêncio, Damon começou a ler.

Para: Rose Isla Marie.

De: Um amigo.

Prezada Rose, é com um enorme acanhamento que eu lhe escrevo essa carta. Sinto como se estivesse me intrometendo em um assunto na qual não me diz o mínimo de respeito, mas que ainda sim, me preocupa. O fato da saída da senhora de Mystic Falls não é mais uma novidade aos ouvidos dos moradores. Desconheço suas causas e de fato não a pretendo questioná-la. Espero que qualquer que seja sua razão, que a senhorita seja feliz.

O grande ensejo de minha escrita é Damon Salvatore. Um nome que com certeza lhe é familiar. Pra mim também é, mas possuo total convicção de que para a senhorita é bem mais próximo. Por esse motivo que acho que deve me ouvir.

Outra coisa que não é segredo são os problemas que Damon tem por seu vicio. Há muito tempo ele estava indo bem e se recuperando, mas há poucos meses o retrocesso o atingiu. Para ser mais exata, desde a partida da senhora. A situação não apresenta melhoras, conheço esse menino há algum tempo para me preocupar e querer sua felicidade.

Meu pedido não é para que volte e os dois fiquem juntos, afinal isso é algo que interessa aos dois e na qual eu não tenho nada haver, mas peço que venha e que o incentive a reerguer-se outra vez. O álcool está o dominando novamente e sinto que sua ajuda é o único jeito de deter.

Por favor, apenas pense em minhas palavras; Espero que reconsidere e tenho certeza de que tomará a decisão certa.

Felicidade. Com carinho, seu amigo.

Aos poucos, seus olhos se passaram por aquelas palavras e ele dobrou o papel de volta para o envelope. Sua única expressão era a indignação e o tédio por alguém ter escrito uma carta sobre seus problemas para outra pessoa. Mesmo que Rose não fosse um simples outro alguém.

Não estava com problemas. Quando ela foi embora, desandou um pouco, mas com a mudança acabou ocupando sua mente e esqueceu. E depois de ir morar com Isobel muita coisa aconteceu. Coisas na quais conseguiam superar seu vicio. Como exemplo, Elena. Se alguém soubesse o que estava acontecendo entre os dois, ele perderia seu emprego e teria risco de ser processado. Aquele raciocínio conseguia o controlar que nem em bebida pensava com tanta frequência.

Aquele sim era um problema bem maior.

Mas porque alguém mentiria para Rose em uma carta? Porque alguém se daria aquele trabalho?

– Não é verdade. – Negou ele normalmente. Pela expressão dela, imaginou que não havia comprado tão fácil aquela desculpa.

– Quando eu recebi... Essa carta. Eu imaginei que você tivesse escrito; Tentando fazer com que eu voltasse ou algo assim, mas depois eu vi que não... Esse assunto é muito delicado pra ti e eu sei que você nunca brincaria com isso, mas se o que tiver aí for verdade, tudo bem. Você pode me contar, eu to aqui vou te ouvir, te ajudar. Como a gente sempre fez um com o outro. Eu vou tá aqui pra você. – Incomodada, pela pouca troca de olhar, Rose se abaixou no chão, ficando de joelhos. Damon olhava para baixo, e logo que os seus azuis encontraram-se aos dela ele continuou a encarar de cabeça baixa.

– Depois que você foi embora eu voltei... Mas aí, parei por um tempinho por causa de algumas coisas que aconteceram e que aquilo não seria bom pra situação. Não estou bebendo... Não bebo há muito tempo.

Não era exatamente muito tempo, mas era um tempo significativo o bastante para que o conteúdo daquela carta não fosse verdade.

– Damon você pode falar comigo sobre qualquer coisa. – Rose o incentivou segurando sua mão fortemente. Um leve choque passou pelo seu corpo naquele toque. A união da pele na qual ele não sentia há um bom tempo. – Eu te encontrei no bar, Damon. Você tava praticamente deitado no balcão...

– Mas eu não tava bêbado, eu tava cansado. Com sono, querendo ir pra casa. Só isso.

– Damon eu quero acreditar. Mas porque alguém me enviaria essa carta se não fosse verdade?

– Eu não sei. – Extravasou nervoso, enquanto saía de perto dela. Desde quando sua palavra valia menos do que a de um anônimo sem o que fazer?

Rose desistiu de contestar. Levantou-se do chão e se sentou na cama, enquanto o encarava nervoso, andando pelo quarto. Damon não costumava mentir para ela sobre isso, sempre falou tudo e se tinha alguma dificuldade, ela ajudava. Mas aquela carta... Novamente, porque enviaria sem motivo algum?

Bufou entediada em meio aqueles pensamentos e jogou seu tronco na cama em procura de algum tipo de sossego para sua cabeça. Alguns segundos depois, sentiu o corpo dele se afundar no colchão ao seu lado. Ambos deitados, olhando para o teto.

– Vou acreditar em você. – A voz soou baixa em um murmuro. Damon fechou os olhos por alguns milésimos e voltou a abri-los, quando ela voltou a falar. – Então... O que aconteceu na sua vida nesses últimos meses? – Perguntou querendo mudar de assunto.

Damon respondeu entediado:

– Muita coisa ruim, como sempre. – Mas isso não era novidade. Estava acostumado a infelicidades. – Mas também surpresas que no final acabaram sendo inesperadamente boas.

– Isso é bom... Vamos começar pelas ruins. O que acha? – Sugeriu animada tentando fazê-lo esquecer de sua desconfiança anterior. Ainda alegre ela levantou e ficou sentada na cama, tentando fazê-lo se levantar. – Senta... – Pediu Rose, mas ele negou com a cabeça. – Pode falar, quero saber tudo. – O encarou sugestiva e Damon bufou aborrecido enquanto sentava na cama, se dando por vencido.

– Começou quando o Mason pediu o apartamento de volta, com a expiração do contrato. Ele não quis renovar... É complicado.

– Isso não me surpreende. Idiota... Ele sempre foi um bosta mesmo.

– Você acha que eu não sei disso. – Concordou Damon rindo em sarcasmo. – Só que eu tive sorte. A minha dentista tinha um quarto pra alugar. Você se lembra da casa dos Sulez na Mapple Street onde eu e o Mason brincava quando criança? – Disse e Rose assentiu concentrada.

– Mentira... Não... NÃO. Você tá morando na antiga casa dos Sulez? Aquela casa? Dos ricos da bolsa de ações? – Gargalhou alto quase caindo pra trás. Damon não queria rir também, mas era impossível devido à grande ironia. – Como você conseguiu pagar por isso? – Perguntou se recuperando da sessão de risadas. – Você dormiu com a dentista, não é? – Concluiu seriamente.

– Tá maluca, é claro que não.

– Por quê? Ela é feia por acaso?

Rose o encarou de sobrancelhas franzidas.

– Não, é belíssima. – Sua voz saiu sincera ao lembrar-se de Isobel. Aprontou-se mais a cama e continuou a explicar. – Ela se mudou há pouco tempo, não tem problemas com dinheiro à família é muito rica. Ela só queria alguém pra ter menos contas pra pagar e lucrar um dinheiro extra com aluguel. Não é tão caro, eu consegui pagar.

– Parece tudo muito bom. – Assentiu um pouco mais esperançosa do que desejava ser. Logo voltou a ficar séria outra vez – Mas e a bebida? – Sim, era horrível para ela trazer aquele assunto à tona de novo, só que ele parecia mais relaxado em conversar. Não teria porque ele mentir agora.

Todo o tédio voltou ao corpo de Damon novamente ao ter que repeti aquele mantra.

– Já falei sobre isso, eu já te expliquei tudo, absolutamente tudo: Quando você foi embora, eu voltei... Não como antes, com um pouco mais de frequência, mas como o Mason me expulsou e eu fui morar na casa de outras pessoas, e eu acabei ocupando minha cabeça com coisas novas... Eu simplesmente esqueci. Entende isso de uma vez por todas, é mentira, aquela carta é mentira.

– Ok, eu acredito... Chega desse assunto. – O acalmou em concordância e rendição. Sentiu que ele estava falando a verdade; Sabia exatamente quando Damon mentia e agora possuía total certeza de que estava sendo sincero. – Me diz outra novidade, outra coisa sem ser esse assunto... Namoradas? – Sugeriu o deixando rígido. – Ah, Damon, por favor, você acha mesmo que eu ia ser iludida o suficiente pra achar que você não ficou com ninguém nesses últimos sabe lá quantos meses. – Aos poucos aquela postura ríspida ia amolecendo, mas não o suficiente para desaparecer. Era desconfortável falar isso para ela, mas quem sabe Rose poderia entender. Ric não entendia então quem mais ele poderia falar?

– Tive alguns casos, mas nenhuma namorada. – Sussurrou olhando para os lados.

– Mas...

– Mas o quê? – Perguntou fingindo-se de desentendido e Rose cruzou os braços impaciente.

– A Isobel, a minha dentista, sabe?

– A dona da casa? Sim, sei.

– Ela tem uma filha e eu...

– Sabia. – Gritou em meio a uma gargalhada já entendendo a situação. Nem era necessário que ele continuasse. – Tá namorando a filha dela, não é? – Continuou a rir enquanto observava a cara de poucos amigos dele. – Você é a pessoa mais cabeça desse mundo, sabia? Quando finalmente arruma uma casa, namora a filha da mulher que se descobrir talvez não goste nada da ideia e te expulse. Meu deus olha no que você se mete.

– Ria a vontade do meu superpoder de atrair encrenca pra minha vida. – Disse ele em sarcasmo, sendo completamente abafado pela continuação da sessão de risadas de Rose. – Mas não é só isso... Quando parar de rir eu te conto qual é a grande cereja do bolo. – Completou um pouco mais alto para que ela prestasse atenção. Quando Rose finalmente parou ele continuou a falar. Aquela era a parte difícil e o fato de não fazer ideia de qual seria a reação dela, também não ajudava. Poderia ser qualquer uma; Rose odiava julgar as pessoas e não se surpreenderia se ela entendesse, mas não significava que apoiasse a inconsequência dele. Então resolveu que seria melhor contar aos poucos. – Ela é a menor de idade. – Confessou olhando para os lençóis brancos daquela cama. Aos poucos, desviou os olhos para Rose e ela também olhava para o tecido fino da coberta.

– Uau. Isso é... Mais complicado. É... Como eu posso dizer isso? Confuso? Talvez... Complexo? Sim, é... Complexo; Essa é a palavra. – Gaguejou atrapalhada enquanto tentava encontrar uma definição para aquele problema. – Mas ela é muito menor de idade? Tipo... Catorze anos ou...

– Dezesseis. – Interrompeu. Todo aquele nervosismo de Rose passou-se para o seu em uma onda forte de medo. Era aquele pavor de novo o invadindo; Aquele que Elena tanto tenta lutar contra. – Faz aniversario esse ano ainda. Então acho que já pode ser considerado dezessete, não é? Afinal, ela tá no terceiro ano.

Enfatizou a palavra ‘’ terceiro ano’’ dando uma dica para que Rose matasse a charada na frase. Na hora ela pareceu não perceber, mas com o pequeno silêncio que se alastrou, ela começou a pensar.

– Damon. – O chamou seria e ele a olhou. – Essa menina por acaso estuda nessa cidade?

Silêncio. A expressão desconfiada, as sobrancelhas e o cenho completamente franzidos acompanhados dos olhos semicerrados. Ela não iria entender de cara, mas já estava à frente da quantidade de informação o suficiente para descobrir sozinha. E seu nervosismo em responder confirmaria suas suspeitas.

– Sim. – Mordeu os lábios rapidamente encarando outro ponto do quarto.

– Ela estuda em casa? Aulas particulares, por exemplo?

– Não. – Repetiu no mesmo tom.

– Você foi demitido ou tá trabalhando em outra escola? – Ele negou com a cabeça. Envergonhado por ter que repetir tudo àquilo de novo para outra pessoa, mas invés de ouvir a explosão de um sermão em seu ouvido, tudo que Rose fez foi o abraçar. Surpreendeu-se rapidamente ao ver aqueles braços enrolando por seu pescoço tão desesperada para poder conforta-lo. – Vai ficar tudo bem... Calma. – Disse Rose entre o abraço.

– Eu sou um irresponsável, não sou? Você pode falar se quiser, eu já sei. – Era doloroso admitir, mas ao mesmo tempo em que doía também se tornava um fato inegável.

– Não, Damon... Não é um irresponsável. Tá se apaixonado, é diferente.

Há pronuncia daquela frase fora o suficiente para soltar-se do abraço de Rose. Olhou-a espantado, esperando que ela voltasse atrás ao que disse e completasse com um ‘’te enganei’’ ou ‘’ caiu direitinho’’, algo do estilo. Ela sabia por quem ele era apaixonado, sabia que era pela própria e continuava dizendo banalidades como aquela.

– O que? De que diabos você tá falando? – Revirou os olhos, já pronto para se exaltar.

– Agora sou eu quem não tá entendendo. Como assim?

– To falando disso de você dizer que eu to me apaixonando. Porque tá vindo com isso agora?

– Não é obvio? – Perguntou retoricamente dando os ombros. Aquele tom de voz de como se aquilo fosse à coisa mais simples do mundo fazia Damon se aborrecer ainda mais com ela em dizer com tanta naturalidade algo tão absurdo. – Damon, eu sei o quanto você ama seu emprego e quanto você precisa dele. Porque outro motivo você se envolveria com uma aluna e arriscaria perde-lo? Pra mim a resposta é simples...

– Não. Você tá errada. – Protestou a ponto de entrar em fúria. Se não estivessem sentados em uma cama e sim em um chão bateria o pé com força no piso para dar mais ênfase. – Quer que eu te explique tudo? Eu explico; Você vai entender meus motivos.

Passou-se em media de vinte minutos para aclarar para Rose tudo que aconteceu e o porquê de estar com Elena. Falou que por conta dos sonhos que ela havia tido, ficou com medo de que ela possuísse mais medo e que não queria abandona-la sozinha já que se sentia culpado por leva-la aquele bar. Também disse sobre a razão de não ter terminado tudo como Ric aconselhou, explicou que foi por sentir que se terminasse tudo assim de uma hora para outra, ainda mais depois de dizer que ficaria ao lado dela, seria totalmente sem pudor e iria deixa-la mais triste e confusa para que ficasse com medo de novo.

Elena era ótima e por mais que o fizesse sentir-se mais culpado em admitir, ele gostava dela. Principalmente da companhia que a presença dela trazia, gostava de ouvir as experiências de vida que ela tinha; Elena já havia viajado para todo canto do mundo, morou a vida inteira em Nova Iorque, o centro do universo e era uma celebridade. Não era difícil para um homem se fascinar com ela, ainda mais para um como ele que viveu afundado na vida pacata que o interior carrega.

Elena era como uma ancora de outro mundo que o levava telepaticamente para longe daquele lugar.

Explicou isso e muito mais para Rose, mas ainda sim ela parecia não se convencer.

– Só serviu pra me confundir ainda mais, Damon. – Disse ela quase em desistência de entender. Damon estava a ponto de explodir pelos argumentos ridículos que ela possuía para convencê-lo, mas não adiantava, ela não conhecia Elena e não estava presente na situação para simplesmente opinar por alto. Levantou-se da cama, estressado e sem paciência para ouvir mais nenhum absurdo dito por Rose. – Você diz que tá com ela pra aliviar o medo desse incidente em um bar, correto? Você se sente culpado por ter deixado-a sozinha lá, mas antes de tudo eu preciso entender uma coisa.

– O QUÊ?

– Vou ignorar o seu tom de voz, ok? – Comentou perante a raiva que ele exalava. – Mas continuando... Porque você levou uma aluna a um bar?

– O Connor... Você se lembra dele, não é? Moreno, careca, bem alto?! Então, ele tinha esses ingressos que ganhou no trabalho, mas ele não queria porque não gostava muito da banda e deu pra mim.

– Damon, você não entendeu a minha pergunta. – Sabia exatamente o que ele estava tentando fazer. Fugir do assunto e fingir-se de desentendido; Não queria o por na berlinda agora, pois sabia que iria ser pior para ele deixar de insistir naquela negação estúpida. Damon sempre foi assim, mas ela sabia como dobra-lo. – Eu perguntei por que você a levou e não como conseguiu os ingressos. Vou perguntar de novo: Porque você a levou?

– Bom... O Ric também não gostava da banda e então eu...

– DAMON. – Gritou alto já sem paciência. – NOVAMENTE. PORQUE VOCÊ A LEVOU?

Para ele era como se tivesse a beira de outro ataque como o de antes. Achou que poderia ser confortante falar com ela, mas era ainda mais estranho.

– Porque nós ficamos amigos. – Admitiu após alguns segundos de silêncio carregado. Não havia nem chegado ao inicio da sua explicação para já se sentir assim.

– Você não fica amigo de alunos. Porque com ela foi diferente?

Mais alguns segundos.

– Por causa da mudança. Ela queria manter um ambiente bom... E eu não queria arranjar encrenca com a mãe dela por trata-la mal. No começo eu achava que ela tava sendo legal pra consegui nota, mas depois eu vi que não e começamos a ser amigos...

– Porque decidiu continuar? Sei mais do que ninguém que você não é disso. – Aos poucos Damon sentia como se Rose estivesse o colocando em uma coleira apertada e diminuindo os botões do colarinho cada vez mais. Era intimidador, desconfortável e completamente sufocante.

– Você não tem ideia de como é difícil. – Acusou Damon com o peito carregado de dor. Já estava cansado daqueles joguinhos de perguntas e respostas. – Não ter quase ninguém... E quando uma pessoa como ela tão diferente com uma vida fascinante se aproxima querendo ser seu amigo você simplesmente se sente privilegiado. Ainda mais uma companhia feminina que é algo que eu não tenho, não como amiga. Nunca. Eu não achei que ia da em uma amizade pensei que ia ser só uma conversinha ou outra de vez em quando, mas... – Aquilo pareceu suficiente para ela, não deixou que ele continuasse, saltou da cama e o abraçou novamente. Não queria que Damon começasse a se roer de dor por ter que falar sobre aquilo. No fim, tudo se voltava a velhos traumas que ele ainda tinha problemas em esquecer.

Lembrou-se rapidamente do apelido que sua mãe deu para Damon ao descobrir que os dois estavam namorando: ‘’ O garoto problema. ’’

Acabou que sua mãe tinha razão ao falar que seria a maior encrenca de sua vida, ficar com um dos homens mais problemáticos de toda cidade. Disse que tinha que deixar a atração e beleza dele e se concentrar no fato de Damon ter mil e um problemas jogados em suas costas. Com o tempo, acabou descobrindo que eram bem mais de mil.

Só que agora Rose tinha certeza de algo.

– Ainda acho que está apaixonado. – Completou sua fidúcia ainda sem desgrudar do abraço dele. Damon bufou alto e provavelmente rolou os olhos, mas dessa vez não largou dos braços de Rose. Sabia que ela não mudaria de opinião. – Mesmo com todos esses motivos que você me disse ainda acho que não faria nem metade disso por qualquer uma. – Concordo que Elena não é qualquer uma, mas não significava que estou apaixonado.

– O que acha que eu devo fazer agora? Terminar? Fugir da policia? Aumentar o medo e me esquivar ainda mais até que ela me dispense? Da uma dica, to aceitando tudo.

– Quer mesmo saber? – Afastou-se delicadamente do abraço o olhando com doçura. Damon assentiu e foi até a poltrona perto da janela, jogando-se com total enfado. – Não faz nenhuma dessas coisas. Continua. Você já arriscou tudo mesmo. Correr de algo que se quer e se tem não faz o menor sentido... E de algo que se ama, muito menos. – Resolveu ignorar a parte do ‘’ama’’. Ele sabia a verdade e era muito mais confiável do que uma opinião. – Quando eu fui embora eu sinceramente me preocupei com isso. E quando cheguei aqui, eu esperava você namorando. Imaginava uma mulher bonita, em volta dos vinte e três e mesmo você gostando dela e gostando de estar com ela... Não seria amor. Não seria nada demais. – Deu os ombros enrolando-se mais ainda no casaco de lã de amarelo que vestia, enquanto finas lagrimas saiam de seus olhos castanhos. Era horrível para Damon olhar aquela cena, mas ele sentia que Rose queria falar mesmo doendo. – Só que pra minha surpresa eu encontro um homem em um conflito difícil que tá sendo capaz de arriscar a coisa mais importante que ele tem. A base que mantém a vida dele inteira. E mesmo que você tente dar motivos ou razões pra tá fazendo isso, você ainda tá... E no fundo no fundo, você não quer parar. – Toda aquela carregada sinceridade e certeza em sua fala conseguia ser o bastante para deixa-la evidentemente sem voz. Cada palavra era um esforço grande, mas na qual ela sentia que valia a pena falar, mesmo sabendo a grande probabilidade de não convencê-lo. – Você pode até dizer que não e que não está apaixonado e agora pensando bem, talvez você não esteja apaixonado. – Damon escutava atentamente, mesmo não a olhando. – Mas eu sei que isso que você tá sentindo, tá crescendo e eu não vou querer ser aquela que vai impedir uma coisa assim de crescer. Eu não posso impedir algo que eu sinto que pode te fazer bem. Por mais loucura que pareça, eu sei que isso pode ser bom pra você. Vai te dar uma nova perspectiva da vida e vai te ensinar a ver e criar novas opiniões. Essa menina pode te ensinar isso e você pode ensinar e mostrar pra ela a mesma coisa e até mais. – Aos poucos, aquelas palavras atingiam Damon de uma maneira demolidora a seus argumentos. Não queria pensar agora, não queria que ela continuasse a falar coisas que o deixavam mais confuso. – Não foge disso, não se prenda a culpa porque ela só vai atrapalhar o seu sentimento de crescer, mas ele não vai parar Damon. Vai continuar e se você ficar se agarrando a argumentos pra tentar acabar com a culpa, vai demorar ainda mais e aí vai ser pior. Eu não posso te impedir, eu não posso parar isso. É muito maior do que eu e vai continuar aumentando, então para de tentar. Vai atrás dela e deixa esse sentimento todo crescer aí dentro. – Disse em ênfase, enquanto apontava de longe para o seu coração. – Se deixe ser feliz de novo.


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Notas finais do capítulo

Tá vendo gente, a Rose não é malvada. Queria surpreender vocês com isso e espero ter conseguido.
Então, acha que o Damon vai seguir o conselho dela? Comentem.