Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 32
- Responsabilidades.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente bonita... feliz natal (um pouquinho atrasado) Sei que esse capitulo ficou um pequeno, mas depois de fazer um de nove mil e palavras e outro com mais de oito, tive que pegar um pouquinho leve. Prometo que o próximo será bem grande; Muito feliz com os comentários e queria agradecer à Lisbeth e a Chase Break pelas recomendações, dedico esse capítulo a vocês lindas. Boa leitura pessoal.



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Não disse nada. Outra vez o silêncio se espalhou após o grito que Alaric deu de indignação pelo que tinha acabado de contar. Damon havia sido bobo o bastante por achar que poderia esconder aquilo dele. Estava errado.

E o fato de ser péssimo com mentiras outra vez o traía. Já completou dois dias desde que pediu Elena em namoro naquele carro, passou a segunda feira inteira calado e sem dizer uma palavra com ninguém. Damon não era de manter um relacionamento muito social com as pessoas. Só que esse era o detalhe; Com as pessoas, mas não com Ric. Ele percebeu, insistiu em saber o que estava acontecendo para estar tão distante e quieto.

Falou que não era nada, somente falta de sono, mas quando nem as quatro xícaras de café puro que tomou durante o intervalo o fez ficar mais comunicativo, logo o Alaric percebeu que era um pretexto.

Bateu o pé, disse que não era amigo de verdade e que não confiava nele se não contasse, Damon retrucou afirmando que estava exagerando, que nada tinha acontecido.

Até que Ric também resolveu lhe dar o gelo. A opinião do amigo era o importante no fim, não tinha ideia se ele entenderia ou não, mas já que insistiu tanto para saber, ouviria. Damon pediu para que conversassem na casa dele onde poderiam ficar mais a vontade. Meredith só chegava do hospital pela noite então teriam a casa para conversar por no máximo duas horas, entre o tempo que sairiam da escola e o tempo que ela voltaria do pronto-socorro.

Contou tudo que tinha pra contar. Absolutamente tudo. Ric, em choque não acreditou de primeira, poderia imaginar qualquer um mantendo um caso com uma aluna, exceto por ele. Nem em um milhão de anos poderia idealizar isso.

‘’O que?’’ Gritou Alaric.

Damon apenas abaixou a cabeça e pôs as duas mãos sob os olhos, enquanto ouvia Ric falar e falar sobre o quão perdido estava. Depois de vinte minutos, ele parecia mais calmo; Tentando entender como Damon havia concordado em continuar com aquilo. Sentou-se no sofá, todo esparramado com a mão esquerda apertando seu queixo como se quisesse o segurar para não cair.

– E agora? – Perguntou Alaric. Manteve a mão em baixo da boca, fazendo sua voz sair em um tom embaçado. – O que vai fazer? O que vocês dois vão fazer? Isso dá cadeia, Damon. A família dela é rica e te põe na prisão em dois tempos.

– Eu sei. – Lamentou-se no mesmo tom abafado que do amigo.

– Então porque diabos você pediu ela em namoro?

– Eu não sei.

– Ao menos você tem noção que tá morto. Pelo menos o mínimo de semancol ainda resta nessa sua cabeça – Repreendeu Alaric, retirando a mão de seus lábios permitindo que gritasse com Damon pela besteira que estava fazendo. Era obvio que aquilo iria acabar mal para Damon, mas parecia que ele gostava de correr atrás de confusão. – Você disse que não sabe por que pediu ela em namoro. Não acredito nisso, algum motivo deve ter. Porque é claramente obvio que você não tá apaixonado por ela. – Todos sabiam que Damon não iria superar a Rose tão cedo. Às vezes pensava que ele nunca superaria.

– Tá... Eu admito. Não to apaixonado. – Confessou Damon levantando as mãos em rendição.

– Sabia. Tá na cara. Porque fez isso então, idiota?

– Por que... – Não era fácil admitir. Dizer em voz alta só faria com que se sentisse pior por tudo aquilo. Não era justo com Elena. Não era justo com ninguém. – Ela tem tido... Uns pesadelos. – Começou a falar, medindo sua fala atrapalhada – Com aquele cara do bar que tentou violenta-la. – Ric já estava completamente a par de tudo. – Ela tá se sentido sozinha e tá com medo, e ela confia em mim, Ric. Ela sente segurança comigo e eu não quero que ela fique assustada. A culpa é minha, eu a levei pra aquele bar, eu deixei ela sozinha... É minha culpa. Tudo minha culpa.

Seu corpo rapidamente encheu-se de ar. Parou tudo que dizia e respirou pela boca, soltando toda essa atmosfera exagerada de dentro. A expressão de Alaric rapidamente transformou-se em uma bagunça. Os olhos revirados e a boca completamente aberta em choque pelas suas palavras.

– Deixa eu ver se eu entendi, direito. – Disse Ric. Sua voz estava carregada de raiva e uma mistura estranha de ironia. – Você tá me dizendo que você entrou nisso tudo por remorso, por pura pena? Pra tentar fazer com que você coloque essa cabeça no travesseiro e não sinta culpa? Damon, onde entra os sentimentos dela nisso tudo? Porque você tá iludindo essa garota? Ela é uma criança que acha que tá apaixonada, mas ainda sim, sente alguma coisa. Já você é burro e tá se arriscando a ir pra cadeia por um sentimento que não vale o risco. Se ao menos você a amasse, mas não, você não ama.

Odiava a sensação de quando jogavam verdades em cima de si. Era horrível e o gosto amargo que ficava preso na boca não saía. Ric tinha razão; Era um monstro que estava a enganando e mesmo que não tivesse a intenção, isso não o fazia diferente daquele homem asqueroso do bar. Não surpreendia agora o fato de Elena o ter comparado com ele e fugido enquanto dançavam.

– Mas... Não quer dizer que eu não goste dela. – Aquilo era verdade. Gostava muito de Elena e não a queria ver mal, percebeu os sentimentos dela e estava disposto a conversar e dizer que não podia dar certo e tentar driblar aquela situação tão delicada, de maneira que Elena não saísse magoada. No ultimo ano de faculdade, todos os estudantes prestes a se formar e a exercer a profissão, ouviram palestras de como lidar da melhor maneira possível, caso algum aluno mostrasse sentimentos diferentes, queria fazer tudo que aprendeu, mas quando ela disse sobre os sonhos e de como estava com medo da falta de proteção, toda aquela culpa invadiu de novo e ele acabou fazendo o que fez. Era um idiota.

Sem acreditar no que ouvia, Ric pulou do sofá já nervoso e sem economizar nos gritos.

– O que você sente é instinto fraternal, seu idiota.

– Eu não enfio a minha língua na boca de quem eu tenho sentimentos fraternais, Ric.

– Meu filho, de você eu não duvido mais nada. Você vai agora terminar com essa garota, me entendeu?

– O quê? – Agora foi sua vez de gritar. Levantou-se de seu acento e caminhou até a janela. Precisa ver a luz do sol antes que aquele clima o deixasse claustrofóbico. – Você só pode tá brincando comigo, não é? Se eu fizer isso vou confundir ainda mais as coisas com ela, vai ficar tudo pior.

– Pior? Pior vai ficar quando algemarem seu pulso, isso sim é pior. – Sua mente girava. Parando e disparando em pensamentos sem nenhum sentido. – Você já terminou as coisas com a tal de Jenna?

– Sim. – Respondeu ofegante. Abriu a janela e tentou aspirar o ar de fora. – Fiz tudo isso domingo de manhã. Não era nada sério, eu disse que ainda tava muito preso na da Rose e ela entendeu.

– Menos mal. Vai fazer o que eu disse, não é? – Em silencio, Damon assentiu de olhos fechados. Inspirou um pouco mais de ar e depois fechou a janela voltando de volta para o sofá e virando o ventilador completamente para si. – Você tá muito ferrado. – Repetiu Ric pela milésima vez.

Em sarcasmo, Damon respondeu:

– Fala alguma coisa que eu não sei.

– Ética, profissionalismo, juízo... Posso continuar até amanhã.

– Não me julga, ok. – Pediu Damon. O ar do ventilador não era mais suficiente. Disparou como um foguete para a cozinha para beber um pouco de água gelada. De longe poderia ouvir fragmentos da lição de moral que Alaric continuava a dar sobre sua falta de responsabilidade. Conseguia ver antes o quão errado estava, mas ter alguém jogando tudo na sua cara conseguia ser muito pior do que seu próprio subconsciente.

– O que pretende falar pra ela? Pra Elena?

Será que dava pra parar de falar disso só por um segundo? Pensou Damon, voltando para sala com uma garrafinha d’água na mão. Deu mais um gole e esperou até que uma resposta surgisse. Nem pensado nisso havia pensado.

– Não sei ainda. Qualquer coisa, eu acho.

– Não pode ser qualquer coisa, Damon. Qualquer coisa pode te mandar pra cadeia mais cedo ainda. – Ainda? O que ele quis dizer com ‘’ainda’’? Que seria preso de qualquer jeito? – Precisa tomar cuidado com as palavras, senão vai que ela fica com raiva e se vinga de você. – Avisou Alaric tomando a garrafa de suas mãos e dando um gole.

– Elena não é assim, Ric. – Disse Damon afirmando com todas suas certezas.

Alaric olhou de relance, sentou-se no sofá parecendo repentinamente interessado no que Damon tinha a dizer. Sua boca abriu em um ‘’o’’ e ele deu uma risada escassa e desdenhosa.

– Então me diz como a Elena é, Damon. Já que você sabe tanto assim sobre essa menina. – Acrescentou ele carregando o sarcasmo sobre sua fala e seu olhar.

Damon pareceu não entender seu tom de voz, então se sentou ao seu lado. Dando um suspiro alegre.

– A Elena é... A Elena é tem bravura, ela não foge as coisas, ela encara. Faz acontecer quando quer alguma coisa, ela é do tipo de pessoa que nunca deixa por incompleto. Tem uma criatividade e um poder de visão incrível, Ric você tem que ver. Ela tem opinião e não tem medo de mostrar nem de lutar pelo que ela defende e isso... É lindo. Ela é linda, e ela também é...

– Ah, não. – Protestou alto, enquanto Levantava-se nervosamente do sofá – Ah, não, não, não, não. Chega Damon, chega. – Atravancou para que o amigo se cessasse. – Você tem sentimentos fortes por essa garota, bem mais fortes do que eu pensei. – Não chegava a ser amor. Pelo menos não ainda, para a preocupação de Alaric, mas havia sem sombra de duvidas uma admiração enorme; O que explicava um pouco desse instinto protetor enorme que Damon sentia por ela. Não ouvia Damon falar com tamanha consideração por alguém desde Stefan. A admiração e orgulho que Damon sentia do irmão era uma coisa única na qual Ric nunca pensou que ele falaria de tão maneira sobre ninguém. Até agora. – Isso tem que acabar o mais cedo possível, tá me entendendo? – Não queria ser o estraga prazeres da historia, que distancia ainda mais a mocinha do mocinho dando ênfase ao quão aquele sentimento era proibido; Sua única intenção ali era proteger seu amigo da cadeia. Sabia mais do que ninguém todo sofrimento que Damon passou durante os últimos anos, e ele não merecia mais nenhum tipo de problema que pudesse ameaçar trazer toda aquela infelicidade de volta. Só queria proteger seu amigo e faria isso com unhas e dentes.

– Eu vou pro inferno, Ric. – Afirmou com medo enquanto ia até a maçaneta de entrada.

– Não, meu amigo... Você não vai pro inferno. Você vai pra cadeia. – Disse Ric naturalmente destrancando a porta. Ele precisava fazer isso o quanto antes. – Agora vai e faz a coisa certa pra variar.

Damon saiu de lá ainda mais nervoso. Pelo menos tinha toda sua sanidade de volta na mente. Tinha certeza que Elena estaria em casa o esperando.

Esse último domingo...

Havia sido tão bom, tão lindo. Queria mais tardes como aquela, mas era impossível viver aquilo novamente, ao menos não com Elena. Estacionou o carro na garagem e sua previsão deu certo. Ela estava lá. Sentada no canto entre umas caixas de papelão enfileiradas, conseguiu ver aquele sorriso de longe ao assistir o automóvel entrar no cômodo. Elena rapidamente se levantou mordendo o lábio inferior pela ansiedade. Apenas o movimento de retirar o cinto e desligar o carro fora o mais lento que já fez em toda sua vida.

Lá ia ele de novo. Errar e tentar concertar... Esse parecia ser o único movimento que sua vida fazia, e estava prestes a fazer outro agora mesmo, mas por um momento não soube se aquilo era um erro ou um concerto.

Era tudo tão incorreto assim?


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Notas finais do capítulo

Bom meninas foi isso... Não fiquem com raiva do Ric, ele só quer proteger o amigo dele; Em relação ao domingo que eles passaram juntos, também não se preocupem, terá um flashback no próximo de como foi. Comentem por favor... e se quiserem recomendar e favoritar a história também será maravilhoso.