Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 25
- Uma surpresa.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Mais um capitulo especial pra vcs, mto obrigada aqueles q estão acompanhando, significa demais pra mim; Já disse isso mais de mil vezes, mas é vdd, fico mto feliz quando vcs comentam e mostram empolgação. Sem mais delongas agr, boa leitura



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Boa parte do trabalho já estava pronta, mas o ruim era que tanto Elena quanto Bonnie não conseguiram arrancar nada da família de Damon. Perguntavam e perguntavam, mandavam indiretas e mais indiretas e nada; E quando conseguia arrancar algo não era o suficiente. Estava decida em seguir com a ideia de fazê-lo perde-se no álcool outra vez para que sua mãe o expulsasse, mas sentia que se fizesse isso circunstancias muito mais graves poderiam ocorrer depois. Se mexesse com o vicio de Damon para tira-lo de sua casa, ele cairia de novo e poderia morrer por conta desse problema e por mais que o quisesse morto na maioria das vezes não queria ser culpada por isso. No sentido figurado talvez, mas nunca na realidade presente e vivida por si.

Não sabia mais o que fazer. Era mais difícil do que escolher entre comprar um vestido ou um sapato... Tudo havia mudado. A convivência com Damon havia se tornado maravilhosa e a amizade dos dois era uma das mais legais que já teve; Não sabia se era real ou não, só que alguma parte de si não queria perder isso, mas se desistisse agora... Bonnie a mataria, seus amigos a matariam, e Elena nunca desistia de nada. Nunca.

Pela primeira vez estava com medo. Poderia deixar um homem sem ter onde morar e também não havia contado o fato de que também tinha a intenção de fazê-lo cair pra sempre, mas como dito antes, agora era diferente. Não sabia o que estava diferente, só sabia que era.

Talvez o fato de não termos descoberto nada até agora, seja um sinal pra desistirmos.

Ah meu deus. O que está acontecendo comigo?

Nunca foi de acreditar nessas coisas e agora estava dando até pretexto para não fazer o que estava tão determinada a fazer há... O que? Uma semana atrás? Sua cabeça girava; Enquanto estava lá na casa da família dele, toda vez que olhava para os olhos de Grace, Damon vinha em sua mente na mesma velocidade que um cartão de credito sem limite era aprovado em uma maquina.

Era uma sensação tão boa. Apesar de que agora não saber o que era, pra falar a verdade não fazia ideia. Sua mente eram só borrões; Borrões azuis que depois formavam os olhos de Damon. Precisa de uma bebida, faria uma mega hidratação de pele e cabelo pra não correr nenhum dano grave, mas precisava beber alguma coisa.

Nem beber era a palavra certa, afinal não era muito fã do gosto do álcool, mas uma distração seria uma boa pedida.

Queria ir pra casa, se arrumaria como nunca, e o ver... Não sabia o porquê de querer fazer isso, mas era o que faria.

– Acho que a gente vai ter que apelar pro plano B. – Dizia Bonnie concentrada. Ao contrario de Elena que mal conseguia organizar seus próprios pensamentos, somente dirigia atenta ao caminho e com a mente em algo que não queria pensar. Ele. – Elena... – Chamava Bonnie pela falta de resposta dela. Aumentou o tom: – Elena quer me ouvir?

– Hã? O que? Que foi? – Gritou assustada.

– Você... Não me responde. Parece que tá no mundo da lua. O que aconteceu?

– Nada, juro. Porque gritou? - Disse ela se fazendo de confusa.

– Tá chega. – Suspirou Bonnie cansada daquela discussão e enrola, enrola. – Eu estava dizendo que acho que vamos ter que recorrer à parte dois do plano. Entendeu, agora?

– Parte dois? Como assim parte dois? Você quis dizer?...

– Isso mesmo. Rose. Quer dizer os pais do Damon não vão dizer nada e talvez se trouxéssemos a Senhorita Marie de volta nossas chances aumentem. Vou falar com Matt pra ele me passar o número dela de novo, eu perdi o que ele me deu.

Não, não, não, não. Isso não podia acontecer de maneira alguma, como sempre, ainda não tinha ideia do porque, só sabia que sabia. Parece que essa era a nova frase de efeito para tudo relacionado a Damon em sua vida, ao menos agora, nesse momento. Nunca sabia o porquê de nada, apenas sabia. Uma espécie de sentimento na qual não conseguia explicar; Só sentia.

Foi o caminho inteiro literalmente na tentativa de persuadir Bonnie a não fazer isso por enquanto; No final, conseguiu convencê-la a esperar até o fim do trabalho para que todos se reunissem e pensassem em alguma coisa ao invés de agir individualmente. Ela, para sua felicidade, pareceu acreditar; Ficou um pouco desconfiada e sem entender de primeira, mas conforme Elena ia falando, Bonnie deixava-se levar.

Ao chegar a casa, correu como um trovão para seu quarto. Tinha que estar completamente absolutamente impecável. Eram 15h28min e precisava urgentemente ficar deslumbrante. Encontrou um vestido azul claro com listras brancas, abertos nas costas e de altura acima do joelho. Era vestido para festa, mas estava pouco se importando; Tinha certeza que ficaria magnífica nele e não perderia a oportunidade.

Ao entrar no banho, foi recebida por uma pequena cascata de água morna, onde ouvia o alivio de seu corpo em se libertar das roupas, ficar ao natural e relaxar. Foi aí que uma onda de pensamentos a atingiu.

Porque estou fazendo isso? Porque estou a ponto de me arrumar para ele sendo que... Nem sei a razão de estar fazendo em primeiro lugar.

Situa-se Elena. Porque está a ponto de colocar um vestido caríssimo de mil e duzentos dólares para um cara que não é nada seu? Um cara que você quer enganar e expulsar de sua casa como se ele fosse uma roupa falsificada.

Cavou por todo seu cérebro uma resposta e não encontrou. Ainda não sabia o porquê de estar fazendo isso. Quer dizer, algo havia mudado entre os dois. Sentia-se como se não quisesse mais o prejudicar, mas ao mesmo tempo sabia que o que queria não era somente o deixar morando na sua casa e não o incomodar. Tinha algo por trás do que estava sentindo, só que havia uma parede a bloqueando de saber qual sentimento era esse.

Seria pena? Afinal, ele já sofreu demais.

Seria compaixão? Ela não era uma pessoa ruim. Há viam como uma vadia miserável que só se importa com sua aparência e fama, mas ela não era somente isso. A fama e a aparência eram sim muito importantes, mas Elena não era uma criatura tão cruel assim.

Seria admiração? Afinal nesse meio tempo em que ficaram amigos, ou fingiu ficar amiga dele. Conheceu tantos lados incríveis de Damon. Ele também, assim como ela, não era o que julgavam. Parece que havia caído em sua própria armadilha.

O plano era fingir ser amiga dele e não gostar de ser amiga dele... Elena, sua burra.

Só não dou um soco nessa parede porque não quero quebrar minha unha. Que droga, droga, droga. O que tá acontecendo comigo?

Esses dias algumas coisas... Mudaram. Por exemplo: Quando eu estou com ele sinto uma vontade de ficar ali e não sair mais. E quanto mais fico com ele mais tempo quero ficar; Nem que seja em silencio, mas só pela presença.

Eu enrolo. Sempre que estamos juntos e ele tem que ir eu começo a falar sobre outras coisas e impor novos assuntos, que às vezes nem sentido possuí, mas desde que ele fique...

Tinha essa sensação de que com ele poderia falar sobre qualquer coisa e por mais que até agora tudo se decorreu de maneira interesseira. Tudo por conta um plano para tira-lo de sua casa, ele ainda sim tinha sua total confiança.

Sabemos quando sentimos algo quando comparamos a sentimentos anteriores, mas nunca me senti assim e isso faz com que eu não saiba o que tanto me incomoda. A última vez que senti algo assim foi... Foi... Quando comprei aquele sapato do Valentino ou quando assinei meu contrato com a Dior ou quando fiz minha primeira capa da Vogue. Aquela sensação especial. E estou com esse sentimento de novo... Só que dessa vez um pouco mais forte e confuso; Como se tivesse se escondendo de mim.

Mas como poderia comparar isso com os dias mais felizes de sua vida? Comparar o que ela nominava como incomparável por algo que ela nem sabe o que é.

Meu deus... Não me diga que... Não, não podia ser.

Quando a ideia veio em sua cabeça, a aprovação veio junto...

... Estou gostando dele.

É isso. Só pôde ser isso, o que mais seria? Deus. Como isso foi acontecer?

Sentiu outra onda a atingir, dessa vez não era tão embaçada como a outra. Era clara e ela conseguia ver com total nitidez. O nome era confirmação, realidade. Estava gostando dele e sofreria as consequências disso, porque sabia que era impossível. Mas deve ser só amor platônico, pensou ela. Na verdade, amor é uma palavra um pouco forte demias. É mais pra um sentimento platônico.

Sim, é só isso.

Mas... Aquilo não significa que não possa tentar. Afinal, e se for só algo de sua cabeça? Precisa ter uma confirmação.

Saiu do chuveiro apressada. Passou seu hidrante por todo seu corpo e secou os cabelos com secador, prendendo em um lindo rabo de cavalo alto. Fez uma maquiagem escura nos olhos e passou um brilho nude, sem blush e apenas uma sombra esfumaçada. Colocou pequenos brincos de esmeraldas e pôs seu vestido, junto com sapato de salto preto.

Saiu do quarto em busca de Damon lá pelas 15h52min.

Damon ainda estava no quarto. Depois daquela ligação ontem, estava acabado. Ligou para a direção da escola e disse que não se sentia bem. Para sua sorte, eles haviam entendido; Nunca faltava no trabalho então possuía a confiança do diretor Crow.

Cancelaria esse casamento, mas só de imaginar-se fazendo isso sozinho sem o apoio de ninguém era doloroso demais. Porque bem no fundo, sabia que se fizesse isso daria o que Rose precisava para adiar ainda mais sua volta e sentia tanto a falta dela.

Nunca foi do tipo que sonhou em se casar ou formar uma família, mas essa mulher o fez mudar de opinião de uma maneira inimaginável e agora, com ela, casamento havia se tornado a coisa que ele mais desejava. Queria filhos, um cachorro, uma vida descente, sair da bebida e finalmente tomar juízo, afinal Rose sempre o incentivou a tudo e agora que quer isso e tem certeza Rose além de abandoná-lo deixa claro que não quer mais.

Porque não disse isso no dia que fiz o pedido?

Ouviu alguém batendo na porta. Pensou muito em fingir que estava dormindo e não atender, mas não saiu de casa o dia inteiro e deveriam estar preocupados consigo.

Era ela.

Devia estar indo para alguma festa ou algo assim. Estava lindíssima, arrumada, bem vestida e toda maquiada. Apesar de estar assim o tempo inteiro.

– Está linda. – Disse Damon dando um pequeno beijo em sua bochecha. – Vai ter festa hoje?

– Na verdade não... A não ser que queira da uma volta. Quer sair? Tem ninguém no Grill há essa hora.

Droga. Queria se divertir, estava com saudades de se divertir com ela, mas estava sem nenhum animo e se fosse pra sair seria pra resolver toda essa situação dos cancelamentos do casamento.

– Acho que não vai dar. Não to me sentindo bem.

– É eu sei. – Exclamou Elena, enquanto Damon se recostava no batente. Ela parecia claramente desapontada. – Não foi trabalhar hoje. O que você tem? – Perguntou preocupada. Nesse meio tempo, Elena havia sido uma ótima confidente e digna de confiança. Só veria Ric amanhã e mais uma vez encontrava-se sozinho em busca de alguém para desabafar. Que se dane. Ela era sua amiga então porque não contar.

– Entra. – Disse ele simplesmente.

Elena entrou sem pressa, de passos curtos e lentos. Com os olhos baixos que aos poucos se atreveram a olhar ao redor. As luzes estavam apagadas, somente conseguia enxergar por conta das velas aromatizadas e da luz da TV. Exceto pela cama, tudo estava bem arrumado.

Ficou calada. Os dois ficaram. Ainda pausadamente, Damon fechou a porta e ela sentou-se na beirada da cama. Ela estava nervosa com alguma coisa, mas ele não fazia ideia do que podia ser.

Ainda alterando entre olhar para os sapatos e em volta do quarto ela disse em um suspiro:

– Gosto dessas velas. O cheiro de fruta... É bom.

– Também gosto. Essas são de maçã; Quando eu comprei me lembrou muito o seu cheiro.

Ele olhou para Elena, cujo um sorriso reluzente se abria até a extensão mais larga de seu rosto. Esperou que ela dissesse alguma coisa, mas não falou nada, apenas sorria. Tinha alguma coisa muito instável em Elena, tudo bem que ela é um pouco maluca e selvagem demais, só que hoje parecia que resolveu levar isso para um outro extremo. Olhava para ela em um segundo e parecia feliz e sorridente, e quando olhava novamente parecia nervosa e confusa.

Deveria estar aflita com alguma coisa importante, mas ultimamente tem Elena tem o contado tudo e se realmente estivesse com algum problema já teria o dito desde o momento em que ele abriu aquela porta.

– Mas então... – Disse ela quebrando o silencio enquanto esfrega suas mãos. Conhecia esse ato. Mãos suadas. Sim, definitivamente ela estava angustiada com alguma coisa. – O que aconteceu? Ainda não me disse o que foi que te deu que não foi pra escola. Vai me contar?

– Não é nada muito surpreendente. – Respondeu Damon sentando-se ao lado dela. – Rose ligou. Disse pra cancelar o casamento; Não quer mais.

Novamente Elena voltou a olhar para o chão, percebeu que ela havia parado de esfregar as mãos.

– Então vocês terminaram. É isso?

– Ela disse que não quer terminar, só disse que não quer se casar, mas ai que tá o problema. Eu quero casar; Eu a amo e... O casamento vai ser um incentivo pra que eu... Eu...

– Pare de beber?

Damon ficou em silencio e assentiu desanimado. Já se considerava um vencedor por não ter corrido para o bar depois daquela ligação, mas não podia destruir sua vida de novo. A vontade era enorme, mas não podia. E se ficasse aqui... Preso nesse quarto, mais cedo ou mais tarde acabaria parando no balcão de um bar. Se procurasse Alaric, o grill seria o primeiro lugar na qual ele iria, então era melhor se afastar por um tempo – Tempo pequeno afinal Damon sabia que era impossível ficar afastado por muito tempo de sua única companhia masculina nesse mundo, ainda mais sem poder falar com Stefan que se preparava para uma prova dificílima e não o interromperia com seus problemas.

Se bem que sair com Elena agora não parecia a pior escolha do mundo. Desde que ficassem longe de bares.

– Eu preciso ir a um lugar. Não é nenhuma balada ou nenhuma festa, mas... Se quiser vir comigo! – Disse Damon ainda sem manter um contato visual. Outro pequeno sorriso brotou-se nos lábios de Elena e ela aceitou em um murmuro.

Ainda em silencio, os dois saíram no quarto fazendo o mínimo de barulho possível. Jeremy e Anna estavam no andar de cima e April na sala lendo um livro. Elena saiu primeiro e cinco minutos depois ele seguiu junto em direção à entrada da garagem. April pareceu nem perceber de tão concentrada que estava em sua leitura.

No carro, com o radio ligado em uma estação country qualquer, conversaram sobre poucas coisas. Para a sorte dele, Elena não havia perguntado para aonde iriam e nem sobre Rose ou algo do tipo, somente música e a escola.

Não demorou tanto para chegarem ao centro e avistarem a pequena capela. Por sorte, aquela parte do centro não era tão movimentada; Não se mantinha tão próxima ao Grill e nem ao mercado e a praça.

A surpresa de Elena era evidente assim que ele recostou o automóvel em frente à igreja, mas apesar do baque ela não questionou. Lá dentro, não havia ninguém apenas o pastor Fell que separava alguns livros na estante ao fundo.

– Pastor Fell? – Chamou Damon ao homem ajoelhado à prateleira de madeira, que rapidamente virou-se confuso. Nunca havia pessoas na igreja nesse horário.

– Ah, Salvatore – Sorriu ele o abraçando enquanto se levantava ainda com pequenos esforços. – Que bom te ver.

– Bom te ver também, Pastor Fell. Essa é Elena Gilbert. Conhece?

– Ah sim. – Respondeu ele apertando a mão esquerda de Elena que sorriu rapidamente. – Filha da Isobel, não é? Sua mãe veio na missa semana passada com seus irmãos. Linda a família de vocês. Deus abençoe.

O pastor Fell tinha a típica aparência de um padre de cidade pequena. Por volta dos sessenta anos, parecia-se com um papai Noel; Com a pele da cor da neve e barba grande no mesmo tom. O conhecia desde criança, além de ele ter feito o batizado de mais da metade dos moradores de Mystic Falls também era muito próximo de todos. Principalmente na época em que sua mãe o insistiu em colocá-lo para ser coroinha da igreja para ver se de alguma forma ajudava a melhorar seu comportamento bagunceiro de infância.

Foram para a parte de trás do lugar, onde se sentaram na pequena mesa para comer um pequeno pedaço de bolo de fubá oferecido pelo pastor enquanto conversavam.

Em quinze minutos todos já haviam terminado de comer.

– Mas então, Damon. – Começou o pastor retirando os pratos delicadamente. Colocou-os na pequena pia e voltou a se sentar. – O quê veio conversar? Alguma coisa com o Stefan ou com seus pais?

– Não, não. Nada disso. O Stefan tá ótimo; Melhor que todos nós. Eu vim aqui por que... É que eu... Eu quero. Quero...

– Quer?

– Quero cancelar meu casamento. – Disse ele rapidamente fechando os olhos. Somente abriu quando o pastor, ainda atordoado, voltou a falar.

– Cancelar? Como assim cancelar? Você e Rose se amam, porque isso agora?

Olhou para Elena por um segundo, pela sua visão periférica. Ela estava de cabeça baixa e remexendo com os dedos na toalha de renda branca da mesa.

– É que... É complicado. É muito complicado, na verdade. Só preciso que faça isso pra mim, por favor.

– Tá mais... – Ele ainda estava com expressão duvidosa. Afinal, ele e Rose eram inseparáveis e no dia que vieram e marcaram a data pareciam ter tanta certeza, além de estarem muito apaixonados. – É serio isso, Damon? Tem certeza? Você, eu a cidade inteira sabe o quanto você ama a Rose. Porque isso agora?

– Pastor Fell, por favor. – Pediu ele fechando novamente seus olhos. – Não posso te explicar. Não agora, mas entenda.

Em silencio e claramente desapontado, o pastor se levantou buscando o livro no outro fundo da sala. Quando o achou o levou para a mesa e procurou o nome de Damon e Rose e a data do casamento para ver o que podia fazer. Damon prometeu pagar uma faixa de cento e vinte dólares para a igreja. Teve que confessar que achava que demoraria mais, só que por mais confuso que o senhor Fell estivesse ele no fim procurou entender, embora houvesse feito milhões de perguntas.

Ainda tentava compreender a expressão de Elena. Ela parecia triste e o fato de estar calada o tempo inteiro era preocupante, principalmente levando em conta a personalidade louca e falante dela.

Elena havia o ignorado três vezes quando tentou falar com ela, enquanto o pastor cuidava dos cancelamentos de seu casamento.

Todo aquele silencio da parte da garota já o estava incomodando. Assim que saíram da basílica, Damon aproveitou a falta de movimento da rua para questiona lá.

– Elena o que é isso? – Perguntou ele nervoso. – Esse silêncio? Essa cara emburrada? É alguma coisa que eu fiz porque sinceramente se for pra ficar assim nesse mau humor prefiro que vá embora.

– Não estou de mau humor. – Respondeu no mesmo tom de fúria. – To com raiva por fazer estar fazendo tudo errado. De novo.

– Errado? Pelo amor de Deus, garota você nem me conhece. Não sabe nada de mim.

– É Damon, eu talvez não te conheça, mas até eu que posso não saber nada sobre você tenho mais do que certeza da besteira que você tá fazendo.

– Eu não te entendo, sabia. – Gritou ele. O que Elena queria? Que obrigasse Rose a voltar para se casar. Ela não queria isso e não tinha nada que pudesse fazer a não ser cancelar tudo de uma vez. – O que você queria? Que eu esperasse o dia do meu casamento? Continuasse com os planos e no dia não houvesse noiva?

NÃO DROGA. Quero que você siga em frente, mas siga por VOCÊ e não pela vontade dela que saco, Damon.

De que diabos ela estava falando?

– Seguir por minha conta? Pode me dizer o que eu estou fazendo, então? Já que sabe tudo sobre relacionamentos. Explica Elena, explica pra mim.

Ainda sem entender a razão pela qual Elena se zangou daquela maneira, Damon preferiu esperar pela resposta dela. Elena aos poucos se acalmava; Em conta do silencio, toda aquela tensão em sua respiração aos poucos voltava ao normal, embora ainda estivesse ofegante.

Mais calma ela rapidamente se aproximou apanhando sua mão direita.

– Me deixa dirigir. – Pediu baixinho. – Quero te levar em um lugar. Por favor.

Damon não respondeu. Apenas olhou fundo nos olhos dela e entregou as chaves de seu carro. Ao contrario da ida, o caminho até o destino em que Elena o levava foi totalmente silencioso. Não reconheceu o percurso de primeira, mas após um tempo percebeu onde ela estava o levando: Ponte Wickery.

O por do sol da tarde fazia tudo em volta criar um tom especial de laranja. O carvalho branco do material da ponte e o mar sendo refletido nas águas.

Elena desceu do carro apressada e sinalizou para que ele a seguisse. Demorou alguns segundos até que ele tivesse o mínimo de consciência em segui-la. Não entendia o motivo de estarem ali em primeiro lugar.

– Isso é serio? – Ironizou ele fechando a porta do carro. Elena estava encostada no corre mão da ponte olhando diretamente para o horizonte. De longe, os cabelos chocolates ganhavam o tom da mistura do sol e o vento batia os jogando para trás. Teve a sensação, bem rápida, de que aquela imagem dela era simplesmente a coisa mais linda que havia visto na vida.

Seguiu-a até o corre mão e ficou ali ao seu lado apreciando o sol; Não fez ideia de quantos minutos ficaram em silencio apenas olhando para frente e sentindo o vento.

Quando os dois já estavam mais calmos, ela se sentiu a vontade para falar. Ainda no mesmo tom baixo e concentrado.

– Não tem ideia do porque que eu te trouxe aqui não é? – Perguntou ela agora sorrindo levemente.

– A menor. Vai me dizer ou não?

– Vou. Apesar de você já saber.

– Apesar de eu já saber? Elena do que você tá falando? – Disse ele voltando ao tom de confusão. Virou-se para ela rapidamente esperando por uma resposta sendo imitado por Elena logo em seguida.

– O que me deixou com raiva naquela igreja não foi... Não foi o fato de você desistir do casamento. Não é que eu não queira que você siga em frente, mas. – Agora sua fala não estava tão sossegada. Era arrastada e ele tinha a sensação de que era como se ela estivesse com falta de ar e lutasse para ter o prazer de pronunciar suas ultimas palavras. – Só que me irrita que você esteja seguindo em frente por ela e não por você, depois de tudo que ela te fez.

– Você não sabe do que tá falando, Elena. A Rose somos muito mais complicados do que isso, tá legal. Para de agir como se soubesse tudo sobre nosso relacionamento porque você não sabe nada, ok? Ninguém sabe e se alguém souber não vai ser você.

– Será que não entende que quero te ajudar? – Gritou ela estressada. Deu um pequeno soco no corre mão e mordeu os lábios tentando controlar seu tom de voz. – Posso não saber sobre o relacionamento de vocês, mas eu sei quando uma pessoa faz algo em busca de tentar agradar alguém. Isso tudo que você tá fazendo; Cancelar o casamento e todos os preparativos é pra que ela deixe de se sentir pressionada e que de alguma maneira fique feliz, mas advinha senhor Salvatore, isso não vai te fazer feliz, tá legal?

– Ah, serio? – Gargalhou ele zombeteiro. Elena estava sendo ridícula; Pra que ela se importava, afinal? – Então já que a senhorita sabe tudo sobre absolutamente tudo me diga, Elena. O que vai me fazer seguir em frente então? Diz pra mim.

– Quer mesmo saber? – Questionou ela em um grito. Sendo respondida por ele da mesma forma

– Estou perguntando, não estou? Diz pra mim a resposta. Ou deve ser muito complicado pra que você consiga me explicar, não é?

Estava agindo daquela maneira com ela novamente. Como quando a conheceu, como trata seus alunos.

– Errado de novo. – Já não gritava. Tudo que ela transbordava eram a mais pura tristeza e o desapontamento. – A resposta é simples Damon: Siga em frente pra te fazer feliz e não por ela. Você, Damon, você.

– Posso saber o que te faz pensar que não to fazendo por mim também? Ou é só mais uma suposição sua como as outras de: Qual cor vai estar na moda na próxima estação? Ou então; Qual estilista vai ser eleito o designer do ano? Dispenso seu tipo de intuição, Elena.

Cansado daquele drama, Damon rapidamente tentou ir embora, só que em um reflexo ainda mais ligeiro Elena apanhou sua mão direita com toda força que pôde.

– Sabe o que me mantém tão certeza de que estou certa? – Perguntou ela retoricamente trazendo a mão dele para seu queixo. – Isso. Esse anel no seu dedo. – Afirmou olhando para a redonda aliança dourada de Damon. – O jeito como olha pra ele o tempo inteiro. Esse anel te prende a ela e não importa o quanto você ache que está seguindo em frente porque não está. É por ela que tá fazendo isso e não pela sua felicidade; Faça por você também, Damon. Para de pensar que ela vai voltar a trás se fizer a vontade dela, porque ela não vai. Acabou... E se a Rose voltar – Sugeriu tristemente pela hipótese. A mente de Damon não conseguia formar ideias ou argumentos. Apenas odiava admitir que talvez Elena estivesse certa. – Se ela voltar, os dois, ambos, terão que começar tudo de novo e sem a história, sem o amor essa pedra no seu dedo não significa nada. Entende isso, Damon. Não se prenda mais, segue em frente e dessa vez sem essa maldita culpa.

Siga em frente comigo. Pensou ela. Queria dizer aquilo, mas ainda não. Não enquanto ele estivesse tão ligado a Rose.

Não precisou dizer mais nada, Damon pareceu entender e no fundo concordar com o que ela acabara de dizer. Ele delicadamente sorriu quando os pequenos dedos dela tentaram retirar o anel dos dele. Percebendo sua dificuldade, Damon a ajudou e rapidamente o aro estava fora de seus dedos.

– Obrigada. – Disse ele voltando aos sussurros. Sem pressa aproximou os lábios da testa de Elena e os selou ali bem por longos segundos, quando os separou a barba pinicando em sua pele a fez sentir arrepios por todos seus pelos. – Desculpa. Por gritar com você... Você é uma boa amiga, Elena.

Era como se ela pudesse ler seus pensamentos. Damon sabia o que Elena queria que ele fizesse, e Elena sabia que ele havia adivinhado tudo; Desde a razão de o ter trago aquele lugar, até o ato que ele faria agora.

– Tem certeza? – Perguntou ela e Damon assentiu. Delicadamente passou os braços pelos ombros dele e os manteve ali até que Damon estivesse pronto. Devia ser difícil para ele. Tentaria manter toda sua compreensão.

Poucos minutos depois, percebeu que Damon sentia-se mais preparado e o soltou, ainda hesitando em fazer ele aproximou-se ainda mais do corre mão enquanto sua mão direita apertava a de Elena. As mãos dele suavam e suava de nervoso.

– Não sei se consigo... – Disse ele apertando os olhos.

– Consegue. To aqui com você; Sei que consegue.

Ainda nervoso Damon esticou a mão esquerda e impulsionou o corpo pra frente. Elena tinha certeza de que ele também sentia que era hora, senão não estaria fazendo isso. Com os olhos abertos, Elena assistia tudo enquanto ele mantinha os dele fechado.

Damon não gostava de dramas, já tinha demais em sua vida e ele odiava ter de acumular. Soltou a aliança e rapidamente abriu os olhos para assisti-la bater na água e finalmente afundar.

Sentia-se livre, o elo estava quebrado, ou melhor, afundado. Podia finalmente dizer ‘’acabou’’.

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Acho que gastei todos os creditos da minha mãe. Pensou Elena rapidamente. Estava há quase uma hora e meia com Damon na sala de estar; Ligando para o bufê, flores, costureiras, alfaiate etc... Para que pudesse cancelar todos os planos pra o casamento. A sorte dele era que como a festa era no fim de ano o preço por cancelar tudo não ficaria tão caro, mas sim daria um pouco de prejuízo. Ainda bem que não era nada que ele não pudesse pagar.

Sentia que estava pronta. Já assumira para si que estava realmente sentindo algo por ele. Se desse certo porque não? Ainda persistia na ideia de ser apenas uma admiração ou um sentimento platônico que logo iria passar, mas se realmente fosse teria que descobrir e faria isso.

O problema seria se não desse certo, mas Elena nunca foi mulher de desistir do que quer e nesse momento queria beija-lo.

– Pronto... – Disse ele desligando o telefone e o pondo no gancho. – Liguei pro salão. Como o casamento ainda ta longe eles disseram que não irão cobrar pelo cancelamento.

– Isso é ótimo. Mas eu fiz as contas aqui e pelo jeito vai passar dos mil e quinhentos. No Maximo três mil. Consegue pagar?

– Já disse que sim, Elena. – Respondeu Damon, sorrindo. – Tenho um dinheiro no banco que era pra... Dar entrada em uma casa depois do casamento, mas se eu tirar uns três mil ainda vai sobrar.

O caderno estava cheio de contas. Era engraçado, enquanto ela fazia no papel pensando e pensando, Damon já tinha os resultados meio segundo depois feito de cabeça. Nem devia entender seus rabiscos.

Elena se aproximou um pouco, ignorando o caderno em algum ponto do sofá, com os olhos fixos no rosto de Damon, que olhava para o teto pensativo.

– Posso te perguntar uma coisa? Só não se ofende, por favor.

– O que foi?

– Você disse que tem esse dinheiro guardado, mas se tem porque não deu entrada em uma casa quando precisou? Entende? Na época que o Mason pediu o apartamento de volta ou até antes, sei lá?

Devia ter algum motivo, senão ele não estaria morando aqui.

– Bom, na verdade o dinheiro é meu e da Rose – Falou ele agora olhando para Elena, com um sorriso leve no rosto. Sentia que ele estava mais aliviado. Estava preocupado em como ele reagiria depois de se livrar da aliança, mas na verdade Damon estava ótimo. – Então... Logicamente eu poderia mexer sem a autorização dela – Continuou – Até porque a maioria do que tá naquela conta foi ela que contribuiu, e eu não me sentia a vontade em pegar. – Não a surpreendia, com o orgulho e a teimosia que Damon possui.

– Entendi.

– Quando ela ligou ela disse que eu podia pegar. Tive que aceitar fazer o que.

O fato de ele desviar o olhar para o teto a incomodava. A cabeça recostada nas costas do sofá e os olhos atentam para cima e não para ela... Que droga, olha pra mim. Pensava impaciente.

Deus ele é lindo demais... Os olhos, o rosto, o corpo, tudo... Como era possível? Lembrou-se da primeira vez que o viu, estava com medo pela postura intimidadora que ele passava, mas não era cega pra negar o fato que estava bem a sua frente.

– Damon... – Chamou ela se aproximando ainda mais. De modo com que seu nariz se encostasse aos ombros dele; Deu uma fungada ali e absorveu aquele cheiro de perfume masculino maravilhoso que ele tinha. Damon rapidamente desviou os olhos do teto e a encarou, perplexo. Percebendo, por intuição que os olhos dele a encaravam-na, Elena olhou para os dele e abriu um sorriso selvagem, dos mais sedutores que conhecia.

Damon estava rígido, sem entender o porquê de ela estar cheirando seus ombros. Os olhos azuis arregalados e a respiração pesada. Ainda na tentativa de fazê-lo relaxar, deu uma leve mordiscada por cima da manga longa da camisa branca dele e fechou os olhos o abrindo alguns segundos depois para observá-lo, ainda com a mesma expressão de assustado.

Estava na hora.

Subiu a outra mão para uma das pernas dele e aproximou o rosto na direção dos lábios. Ele não desviou, embora ainda estivesse obviamente espantado com sua atitude.

Damon fechou os olhos e deixou com que ela viesse. Mais perto e mais perto. Até sentir o halito um do outro esfregando-se por suas bocas.

– ISOBEL... – Gritou a voz de alguém lá fora os separando rapidamente. Elena se afastou primeiro e rolou até a outra ponta do sofá. Sobressaltado, Damon continuava parado na mesma posição com os olhos ainda mais abertos e com as mãos na cabeça, sem acreditar no que quase havia feito.

– Merda. – Xingou Elena alto. Tomou um copo da água na mesa de centro e calçou os saltos altos pretos. – Já vai. – Gritou para que a pessoa lá fora, que agora tocava a campainha, pudesse ouvir. – To indo. Calma.

Correu até a porta, pronta para odiar a face de qualquer um que fosse. Deu uma ultima olhada em Damon antes de abrir. Ele ainda estava no sofá, agora com o rosto afundado no braço do móvel.

Abriu a porta, dando de cara aqueles lindos cabelos ruivos e olhos verdes que não via há um bom tempo.

– Tia Jenna! – Disse ela com todo o entusiasmo possível.

– Elena. Minha sobrinha mais linda. – Gritou a ruiva feliz a abraçando fortemente.

Tia Jenna era a irmã mais nova de sua mãe. Linda e com o espírito mais jovial que Elena conhecia. Era simplesmente a pessoa mais divertida da família. Morava em Chicago; Não tinha filhos e nem marido.

– Está maravilhosa. Vem, entra, entra.

– Quem fala, olha só você, senhorita it girl do momento. E a sua mãe? Tá ai?

– Não, tá trabalhando como sempre.

– Jeremy? April? Tão aqui? – Acrescentou Jenna olhando em volta.

– Jeremy tá na casa da namorada e a April tá com eles. – Por impulso Elena lançou os braços em volta da mulher a dando um abraço apertado.

– Uau, Jeremy namorando... Isso sim é o que eu chamo de novidade

– Já eu chamo de milagre.

– Pode ser isso também... – Disse Jenna acompanhando o sarcasmo de Elena. – Mas então você tá sozinha aqui? É isso?

– Ah, não, não, to com o Damon. Inquilino do quartinho dos fundos aqui. – Explicou Elena rapidamente. – Damon... – Gritou o chamando. – Damon, vem aqui. – O ouviu responder que já vinha e esperou.

– Que horas sua mãe chega, Lena?

– Daqui a pouco. Ela vai adorar saber que você tá aqui. Quanto tempo vai ficar?

– Um; dois meses. Ainda não sei. – Disse ela sem nenhuma certeza.

– Ah, Olha o Damon aí. – Falou Elena tentando controlar sua vergonha. Ele também parecia estar na mesma posição que ela, tanto que ao se aproximar olhou rapidamente para seu rosto e abaixou a cabeça tentando disfarçar. Por sorte Jenna pareceu não perceber o clima estranho.

– Como vai? Damon Salvatore. Muito prazer. – Estendeu a mão para a ruiva que sorriu maliciosamente.

– Sou Jenna... Sommers. Muito prazer.

Damon não parecia responder o olhar intensivo de Jenna. Ainda devia estar atordoado pelo que aconteceu agora a pouco entre ele e Elena.

– Ah... Damon. – Disse Elena gaguejando. Tentando interromper a intenção da tia. – Ajuda a gente com as malas?

Nada mais justo. Ela me interrompeu, eu interrompo também.

– Ah, sim claro.

Sem dificuldades, Damon foi até as duas enormes malas pretas e subiu as escadas.

– Deixa no quarto da April. É o primeiro. – Guiou Elena normalmente.

Subiu mais alguns andares até que Damon adentrou ao quarto e postou as malas perto da cama. Assim que saiu, Elena ouviu as afirmações de tia Jenna dizendo o quanto esses dois meses seriam interessantes com a presença dele ali.


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Notas finais do capítulo

UFA, capitulo enorme me deu até canseira. Bom,a elena já admitiu pra si mesma que gosta dele, o casamento foi praticamente todo cancelado... Sei que querem me matar por não ter tido beijo, mas ainda não é a hora, acredite eu já planejei o primeiro beijo e será extremamente lindo e romantico; Bom, no final teve a entrada de uma das minhas personagens favoritas da serie, tia Jenna. E sim, ela vai se interessar pelo Damon, sei que é chato, mas ocorrem obstaculos e não se preocupem com o beijo, não vai demorar tanto assim, acalmem-se. COMENTEM POR FAVOOOOR e se gostarem da história o suficiente, recomendem tbm. Bjs pessoal, até a proxima semana...