Laços que não se Rompem escrita por Akahime


Capítulo 3
III - Pesadelos e Rosas


Notas iniciais do capítulo

Continuação
Pessoal, agora, só sexta feira, hein...
Beijos para todos e por favor, não esqueçam os reviews...



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Laços Que Não Se Rompem

Fanfiction Escrita por Akahime

 

Capítulo III - Pesadelos e Rosas

 

Depois de uma noite bem dormida, cheia de sonhos com a minha menina, alguns românticos, outros que me forçaram a tomar uma ducha bem fria logo cedo, saí de casa para tomar meu desjejum. Estava na minha caminhada matinal até o Ichikaru. Eu não conseguia parar de pensar nela, em seu sorriso, em seus lábios macios e no brilho dos orbes prateados. Ainda era cedo, praticamente não havia ninguém na rua, então eu podia andar calmamente, sem me preocupar com alguma carroça que passasse ou com gennins correndo atrás daquele maldito gato, o que já era uma tradição aqui em Konoha. Lembrar disso me faz sorrir por um momento, afinal, uma das primeiras “missões” (se é que isso pode ser chamado de missão, correr atrás de um gato fujão de uma senhora gorda maníaca por felinos...) que o time 7 teve que completar foi exatamente esse... E nessa época, o teme ainda não havia se tornado um nukenin e se aliado ao Orochimaru ou à Akatsuki...

 

É estranho pensar que todos aqueles anos de convívio parecem não terem feito diferença para ele, nos deixou sem explicações, na ânsia de conseguir poder e então concretizar aquela vingança besta... Sabe, eu realmente não consigo entender o Sasuke... Sei que sou meio lerdo, e isso não é nenhuma novidade, mas acho totalmente estranho e bizarro as atitudes que ele tomou. Tudo bem, ele perdeu a família inteira de forma trágica, assassinada pelo irmão mais velho e ídolo dele, e isso com certeza gerou um baita de um trauma. Mas, pôxa, ele finalmente faz outros laços, que, querendo ou não, aliviaram aquela dor antiga de alguma forma, foi se aprimorando em suas habilidades, começou a ter amigos e (por que não dizer isso?) uma nova família também. Nós éramos a célula-tripla, “um por todos e todos por um”, não é assim que se diz? Um dependia do outro, um apoiava e ajudava no que fosse necessário... Mas ele se foi, sem se importar com os sentimentos da Sakura, com os meus ou com qualquer outro habitante da vila. Virou as costas para nós, se importando apenas com sua busca baka de poder e vingança. E apesar de tudo o que ele fez, eu não consigo odiá-lo, ainda o considero meu irmão e melhor amigo, e ainda tenho o sonho de conseguir trazê-lo de volta para o lar, para de encontro com sua verdadeira família, e isso é uma promessa, ou eu não me chamo Uzumaki Naruto, dattebayo!

 

Eu também perdi minha família, não tive a felicidade de receber um beijo de bom dia da minha mãe nem um cafuné do meu pai, sempre fui rejeitado, ignorado e maltratado por causa da Kyuubi, era tratado como um verme, até o Akamaru que é um cão era mais bem tratado que eu, mas mesmo assim eu não me tornei um cara frio, insensível e faminto por poder. Ninguém me reconhecia, simplesmente eu era deixado para trás e ninguém se importava comigo, não havia uma pessoa sequer na vila que se preocupasse comigo, que me desse atenção e carinho, e por causa disso eu me metia em confusões, para que alguém percebesse que eu estava ali, que não era mais um garotinho órfão perdido na multidão. As lágrimas escorrem sem que eu as consiga controlar, é mais forte que eu, estas lembranças ainda doem em meu peito, como se fossem marcas feitas a ferro quente em meu coração.

 

Enxugo as lágrimas, pois me lembro que agora eu tenho pessoas por quem lutar, pessoas que me reconhecem pelo meu valor e não por eu ter um monstro selado dentro de mim. Eu dou valor a essas pessoas. Iruka-sensei, Konohamaru-kun, Sakura-chan, Kakashi-sensei, e tantos outros que já se foram, como o velho hokage, o ero-sannin, o Asuma-sensei... E, agora, Hinata, a minha doce manhã de sol, que está abrindo meus horizontes de uma forma que  nunca imaginei possível, ela me faz querer ser cada dia melhor, não apenas como shinobi, mas também como homem. Ela me inspira, sabe, me faz ver o mundo de uma forma mais bonita.

 

Lembrar dela me faz recordar do sonho que tive agora a pouco, meus pensamentos viajam novamente, buscando as imagens que vieram a minha mente durante o sono...

 

Era uma bela manhã de sol, e eu estava subindo o monte Hokage para encontrar Hinata. Eu a via no alto, perto da pedra aonde estava gravado o rosto do Yondaime. Ela sorria lindamente como sempre, mas a cada metro que eu subia, o céu ia se tornando negro e parecia armar uma tempestade. Hinata estava linda, vestida com um quimono leve e branco, que era agitado pelo vento cada vez mais forte. Ela abria os braços para mim, e quando eu ia tocá-la a Kyuubi surgia atrás dela e a levava para longe. “Você nunca a terá, você não a merece.” Era o que aquela raposa maldita ficava dizendo entre seus rugidos. Eu corria atrás das duas, mas não conseguia alcançá-las... Hinata me dizia “Aishiteru” e desmaiava nos braços daquele demônio, e ambas sumiam do nada. Então dois grandes olhos perolados surgiam no céu, olhos raivosos, que me fitavam e diziam com voz de trovão: “Desapareça de nossas vidas”, enquanto eu sentia todos os meus pontos de chacka sendo fechados de uma só vez, e então eu caía do alto do monte Hokage em câmera lenta.

 

Nisso eu caí da cama e bati a cara no chão, coisa que eu já deveria estar acostumado. Ainda estou com o nariz um pouco dolorido por causa disso, mas não é com isso que estou preocupado. Esse sonho parece ser um aviso, e com certeza não é dos bons... Yare... yare... Como diria o Shikamaru... “Mendokuse”... Problemático mesmo...

 

-RONC!-

 

Desculpem... Meu estômago chama... Dattebayo! RAMÉN, RAMÉN, RAMÉN...

 

 

oOoOoOoOoOoOoOoOoOoOo

 

 

“Hum...” É só o que consigo dizer, após três porções extra-grandes do meu precioso rámen. Incrível, já estou cheio... E não me olhem com essa cara, eu estou acostumado a comer muito mais, o Iruka-sensei que sabe disso muito bem... Waa... Me deu uma moleza agora! E ao mesmo tempo, uma vontade doida de vê-la... O que fazer... Voltar para um apartamento frio e solitário e dormir OU ir atrás do raio de sol chamado Hinata... Nem tem graça tomar essa decisão, dattebayo, é mais do que óbvio, até mesmo para mim, “o lerdo incorrigível”, como Sakura costuma me chamar... Levanto, pago e saio em disparada em direção à Mansão Hyuuga. Vou correndo, lembrando do seu sorriso doce e seu jeitinho delicado. Vejo um casal de velhinhos, a senhora tem com uma rosa vermelha nas mãos, e ela está sorrindo. Parecem tão bem juntos, tão felizes... Será que eu e Hinata chegaremos a essa idade juntos? Ei! Isso me deu uma ótima idéia! Mudo minha rota, tomando o caminho da floricultura Yamanaka...

 

oOoOoOoOoOoOoOo

 

- Então, Naruto, o que você está fazendo aqui? Espero que não tenha vindo aqui para admirar a minha beleza radiante, não é? – Aquela loirinha me olhava curiosa, afinal, eu NUNCA entrei numa floricultura antes, bem, já sim, mas o máximo que cheguei foi na porta, apenas para chamar a Ino-chan para alguma missão ou coisa parecida. Acho que estou vermelho, estou super nervoso, e não tenho idéia do que fazer agora. Vir aqui foi fácil, uma simples corrida, mas agora... EU NÃO SEI O QUE FAZER! Quero dar flores para a menina mais linda de Konoha, mas não tenho idéia de como fazer isto.

 

-Iie, Ino-chan... – Minha voz sai num tom baixo, fico olhando em volta, mas não sei por onde começar. Coço a cabeça, rindo nervoso, sinto um frio louco na espinha, caramba, porque foi mesmo que eu fui parar aqui, justo aqui, na loja da kunoichi mais observadora de Konoha, será que ela vai descobrir o motivo pelo qual estou aqui? Ela está me olhando de um modo malicioso, se divertindo com minha falta de jeito com esse costume de namorados... Ei, eu tenho que pedir a Hinata formalmente para a família dela, não é... Droga, vou ter que passar em outros lugares depois daqui... Yare, yare... – E-eu g-gostaria de c-comprar flores... Flores delicadas e belas...

 

- Humm... – A loira murmurou, analisando a situação. Fitou-me por um momento, rindo da minha vergonha e da minha gagueira passageira. Sorriu por detrás da bancada.

 

- Acho que já sei o que você precisa... Volto já! – E num shunshin de flores, ela sumiu das minhas vistas. Suspirei. Que droga, Naruto, será tão difícil comprar um simples ramalhete de flores? Olho ao redor, e resolvo observar cada flor exposta na loja... Existem margaridas, papoulas, crisântemos, lírios, cravos, jasmins, orquídeas... E antes que você pense, “De onde o Naruto tirou esse conhecimento sobre flores?”, já vou dizendo que estas coisas todo mundo conhece... E, além disso, a mãe da Ino sempre deixa plaquinhas sinalizando os diferentes tipos de flores, hehe... Mas não vejo nenhuma flor que combine com Hinata... Ela é delicada, doce, sensível, linda, perfumada, maravilhosa mesmo...

 

- Olha o que eu achei... Acho que vai combinar com o que você está pretendendo fazer... – A loira surgiu do nada atrás de mim, colocando um ramalhete de flores na minha cara, quase fui afogado pelas pétalas de... Olhei para o buquê que ela me estendia, e percebi o quão perfeito era para a ocasião. Eu queria algo delicado, lindo e perfumado, não era?

 

- Aproveite que acabaram de chegar. É uma nova espécie de rosa, modificada para ficar assim como vê agora. – Olhei para ela, Ino piscava de um modo amigável, percebi que ela já sabia... Não que ela fosse fofoqueira, mas Yamanaka Ino era conhecida por sempre descobrir os segredos dos outros, se para isso ela utilizava seu jutsu especial eu não sabia, mas que ela tinha dom para detetive, eu tinha que admitir. Olhei novamente para o ramalhete. Havia diversas rosas brancas mescladas com rosa na borda das pétalas, arranjadas caprichosamente num lindo arranjo preso por uma fita vermelha. Ao olhá-las, era impossível não lembrar-me da minha princesa, branca como o leite, e de seu rubor constante nas faces. Era um presente perfeito para ela, e tinha certeza que ela adoraria. Olhei para Ino, sorri. Ela sabia mesmo como conquistar um cliente.

 

-Arigatou, Ino-chan... Bom, vou indo... Fica com o troco! – E saí correndo com o buquê, após colocar um saquinho cheio de moedas no balcão. Ao longe eu ouvi um “Espera, Naruto, tem troco demais aqui!” mas não me importei... O que eu queria era estar com minha menina, o raio de sol que agora iluminava a minha vida, a rosa que agora enfeitava meu jardim.

 

Minha rosa mesclada.

 


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