Três Reis Contra O Tempo escrita por Lord Iraferre


Capítulo 51
A Fúria de Lanne'Ara




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O grupo é lançando em um grande pátio do palácio, o chão era feito de mosaicos que formavam desenhos de Lanne'Ara com uma coroa brilhante na cabeça. Acima o céu troveja e relampeja, enquanto as nuvens pesadas e cinzentas, lançam a escuridão por toda a desolação, que era o futuro indefinido.

A alguns metros de distância, havia um trono imponente e assustador. Atrás dele se erguiam as majestosas torres do palácio, ainda mais sombrias que o céu.

— Ok, por que, quando vamos enfrentar um inimigo, sempre tem que estar prestes a cair uma tempestade? — diz Boomer. — Não poderia ser uma linda tarde de primavera?

— Sei lá, acho que faz parte do pacote de super vilões. — diz Brady.

— Deve ser pelo mesmo motivo que os lugares sempre recebem nomes sinistros. — diz Boz.

— Então vocês voltaram? — diz Lanne'Ara se levantando no trono.

— É, nós temos algumas coisinhas para resolver com você — diz Brady a frente do grupo, Boz e Boomer postados ao seu lado.

— Eu já esperava por isso — diz Lanne'Ara dando uma gargalhada cruel. — Mais eu não sou a única que vai participar dessa festa.

Lanne'Ara levanta seu cajado para o alto, uma trombeta toca, e o chão começa a tremer... Um grito retumbante começa a tomar conta de tudo, e um exército de homens de areia se levanta dos recantos do mundo, atendendo ao chamado de Lanne'Ara. Em questão de segundos, o pátio se enche com um exército inimigo.

— Essa com toda a certeza, é a pior festa de todos os tempos. — diz Brady tentando soar heroico, mais sua voz falhando, enquanto os três reis se escondiam, atrás de seus amigos.

— Este é meu exército particular — diz Lanne'Ara se gabando. — Não pensaram que seria tão fácil me enfrentar, pensaram?

— Na verdade eu estava planejando vir aqui chutar o seu traseiro e voltar para minha Kinkow. — diz Boomer chateado. — Por que você tem sempre que estragar tudo?

— EXÉRCITO OS DESTRUA AGORA!!! — diz Lanne'Ara sua ira extravasando como um rio de lava.

— Exército do mal, não obedeçam ela — diz Boz. — E voltem para o lugar de onde vieram...

— Acho que eles só obedecem ao chamado dela. — diz Mikayla dando um tapinha no ombro de Boz. — Mais valeu a tentativa.

— Meus reis, eu e Mikayla lutaremos para conter o máximo possível, desses, homens de areia — diz Mason assumindo a iniciativa. — Vocês devem se focar em destruir o cajado.

— E eu? O que eu faço? — diz Lanny.

— Eu não tinha te visto você, Lanny. — diz Mason. — Tente não nos atacar no calor da batalha, tá legal?

O exército se aproxima furiosamente, cada vez mais inimigos surgindo a vista, como sombras que ganharam vida própria.

O primeiro inimigo a atacar recebe um golpe de direita no queijo, o soco de Mason é tão forte que faz a cabeça do soldado de areia se desmanchar.

Depois do primeiro vem um segundo, um terceiro... E assim por diante, todo um batalhão. A princípio todos são obrigados a lutar, Mikayla em uma sequencia de golpes de tirar o fôlego, lançava areia para todos os lados enquanto os inimigos caiam no chão, destruídos. Mason esmagava os inimigos à frente com seus braços poderosos. Lanny, para a surpresa de todos, parecia se divertir a beça, enquanto arrancava a perna de um homem de areia. Os reis também lutavam como podiam, ou seja, eles estavam apanhando mais do que batendo.

A luta durou alguns minutos, que pareceram uma eternidade. Quando o exército de areia havia sido finalmente liquidado, o pátio lembrava mais uma praia do que um palácio.

Lanne'Ara começa a bater palmas extasiada.

— Bater palmas para gente, não vai fazer nós pegarmos leve com você! — diz Boomer tirando areia do ouvido.

— Parabéns, vocês venceram a primeira leva. — diz Lanne'Ara.

— O que ela quer dizer com isso? — diz Brady cuspindo areia. — Diga para mim, que ela desistiu e vai se entregar...

— Ela vai mandar mais um exército em nossa direção, um exército ainda maior e mais forte — diz Lanny, uma raiva assassina no olhar.

— Qualé Lanny! — diz Boomer. — Se não sabe brincar, então não entra na brincadeira.

Um novo exército de areia surge, desta vez, os inimigos pareciam muito maiores, seus músculos de areia soltando estalos enquanto caminhavam.

— São muitos! — diz Mason arfante.

— Haja o que houver não mordam eles. — diz Brady. — Eles têm um gosto horrível.

A nova leva de inimigos, chegou antes que os reis pudessem pensar em se aproximar de Lanne'Ara.

A luta reinicia, mais frenética do que nunca, mais uma vez os inimigos são sobrepujados, mais o preço é incrivelmente alto.

Mason e Mikayla pareciam exaustos, a areia grudando no suor de seus rostos. Os reis estavam cheios de hematomas e contusões. Apenas Lanny parecia estar se divertindo, pronto para mais uma rodada.

Lanne'Ara ainda ria.

— Vocês foram muito bem contra meus homens de areia. — diz Lanne'Ara. — Muito mais do que eu esperava, de vermes como vocês. Agora porém, eu chamo meu exército de homens de pedra!

O chão começou a tremer como nunca, da escuridão começou a surgir um exército ainda maior do que os outros dois, era tão assustador que naquele instante toda a esperança se esvaiu do grupo.

— Argh — diz Mason com a mão no ombro, seus olhos sempre brilhantes, opacos de tristeza. — Não conseguiremos lutar contra estes...

— Seu otimismo me impressiona Mason — diz Boomer.

O exército que se aproxima, ocupa todo o alcance da vista. Lanne'Ara gargalha do seu trono, protegida pelos seus guerreiros de pedra.

De repente um som rasga o pátio, soando mais alto do que os trovões e brilhando mais poderosamente do que os raios, um grande portal se abre atrás dos reis.

— Chegamos muito tarde? — diz Kayla saindo do portal, ansiosa.

— Espero que tenham deixado alguns azarados para enfrentar meu bastão. — diz o Homem de Capuz, agora com uma máscara de ferro que cobria todo seu rosto e modulava sua voz.

O grupo sorriu radiante, o animo renovado.

— Kayla! — dizem Brady e Mikayla juntos.

— É um prazer te conhecer Sr Pai da Kayla. — diz Brady apertando a mão do Homem de Preto.

— Você não faz ideia da alegria que dá, te encontrar vivo! — diz o Homem de Preto.

Kayla entrega para cada um, um bastão de madeira nodosa.

— Obrigado. — diz Boomer emocionado.

— Não agradeça ainda — diz Kayla. — Tem mais ajuda chegando.

Do portal saem Lady da Caverna e o Guardião do Artefato.

— Eu não acredito! — diz Mason impressionado. — Vocês decidiram nos ajudar?

— Mais é claro que não! — diz o Guardião ironicamente, enquanto segura um maça de guerra, ameaçadoramente, entre seus pequenos punhos.

— Lady Caverna, Guardão — diz Boz emocionado. — É uma honra...

— Ugh — diz Lady da Caverna, afastando Boz com o cabo de sua lança. — Chega de drama garoto, viemos aqui para descer a porrada, nesses soldados de pedra.

— O que vocês estão esperando seus idiotas!? — diz Lanne'Ara furiosa para seu exército. — ATAQUEM ELES AGORA!!!!

O exército de pedra avança, mais o último ser que sai do portal, faz até mesmo eles, pararem por alguns segundos.

Do portal, um enorme ser se materializa, ele tinha mais de trinta metros de altura, e seu primeiro movimento é cuspir uma enorme bola de fogo em direção ao exército de pedra. Com uma explosão vários inimigos são obliterados.

— A Soma de Todos os Medos? Lutando a nosso favor! — diz Mason orgulhoso. — Estamos no Natal e ninguém me disse nada?

— Como eu disse antes; nós não viemos ajudar — diz o Guardião. — Nós viemos para nos divertir.

E a luta recomeça. Agora mesmo a quantidade absurda de homens de pedra, não era páreo para a contra ofensiva de Kinkow. Todos lutavam como um. Chovia toneladas de pedra para todos os lados, enquanto a criatura dançava no meio dos inimigos.

Homem de Preto, Brady, Kayla e Mikayla, lutavam lado a lado, destruindo uma torrente de inimigos, com os bastões.

E pouco a pouco os três reis se aproximam do trono de Lanne'Ara. A Rainha do Futuro Indefinido pela primeira vez sente medo, seguido de uma fúria sem igual.

— EU NÃO SEREI DERROTA DESSA FORMA HUMILHANTE!!! — ela grita erguendo o cajado.

O cajado se enche de poder, e o som que sai quando dispara, faz o mundo ficar em silêncio.

O Raio de poder se lança em direção a Brady, que não tem tempo de fazer nada, a não ser fechar os olhos. Um enorme clarão toma a clareira, fazendo tudo chacoalhar.

Brady continua com os olhos fechados aguardando a morte, mais ela não chega. Quando ele abre os olhos diante dele está... Mikayla!

Em um espasmo de dor, seus olhos se arregalam, e ela cai nos braços de Brady, uma mancha vermelha e escura se estendendo em sua barriga, ensopando a roupa.


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